- Daniela Escobar -
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SUMIÇO
No departamento da Polícia Federal,
em Natal, a interrogada foi a mulher Joana Vassina sobre o paradeiro do alemão
Wagner Rahner, já àquela hora da manhã, mesmo se sabendo ser duvidoso à mulher
ter conhecimento de verdade. Mesmo assim, foi feito um interrogatório
superficial com base nas informações dadas pela Base Aérea. O avião tinha um
roteiro feito para Fortaleza, muito embora Natal estivesse em outra jurisdição
militar do Exército. Outro fato foi de se ter desligado o transponder do
aparelho logo ao sair da raia dos radares de Natal e Recife. Interrogada sobre
o feito, Joana Vassina relatou não saber ao certo do ocorrido. Muito embora a
mulher ouvisse comentários sobre algo com relação à Bolívia e de seguir em
tráfego para as Ilhas Caimão. Foi uma conversa rápida de um dos componentes da
guarda do General Wagner Rahner.
Joana:
--- Foi o que ouvi. Então me veio
à preocupação de onde eu ficava nesse ninho de baratas! – comentou a mulher sem
saber demais.
Delegado:
--- Mas senhora já esteve nas
Ilhas Caimão? – pergunto paciente o homem.
Joana:
--- Eu mesma, nunca fui. Eu
ficava sempre na Bolívia ou no Paraguai. Ele sumia por um tempo e somente
voltava quando resolvia seus entraves. – relatou com pura consciência.
Delegado:
--- E por que a senhora nunca foi
até as Ilhas? – indagou pensativo.
Joana:
--- Eu era uma presidiária do
Herr Rahner. Ele nunca teve consideração comigo ou com nenhum dos que trabalham
na fazenda. Ele me trancava em um quarto e atirava a chave no bolço. Isso
quando o Herr estava na fazenda. Do contrario, os outros empregados me vigiavam
o tempo todo. Mesmo quando eu era uma moça. – declarou com mágoa.
Delegado:
--- O drama digno de um filme de
terror. – comentou o chefe.
Joana:
--- Eu vivia permanentemente em
um porão. O senhor não sabe de nada. É
difícil mesmo de se compreender. Uma moça bonita trancada em um porão. Eu só
recebia ordens de sair quando era para limpar alguma sujeira causada por um
homem assassinado por Herr Rahner ou por seus sequazes. – declarou a mulher
como um desabafo.
Delegado:
--- E tem muita gente metida no
ramo das drogas? – perguntou o chefe.
Joana:
--- Ora se tem! Muitas! De onde
ele extrai tanto dinheiro? Assassinatos diretos! Eu não conto nem nos dedos! –
declarou a mulher.
Delegado:
--- Mas voltando ao exposto: a
senhora acredita que o senhor Rahner fugiu para a Bolívia? – indagou por mais
uma vez.
Joana:
--- Bolívia, Peru. Por esse meio
de mundo afora. – declarou consciente.
Delegado:
--- Eu vou despachar um alerta! A
senhora me diga com franqueza! Para onde o velho escapou, na sua visão? –
perguntou incerto.
Joana:
--- E como eu vou saber? Qualquer
um desses países. Ele pode até estar ainda no Brasil! Ele tem muitos lugares
para se esconder! – falou incrédula.
Delegado:
--- Rahner não pode ter saído
ainda do território nacional! No Brasil, aonde? – indagou confuso
Joana:
--- Não sei! Mas tento declarar
talvez em Mato Grosso ou Roraima! – relatou a mulher
Delegado:
--- Roraima? – declarou o homem
meio estonteado.
Joana:
--- Para o senhor notar como é
difícil o homem ser localizado! – enfatizou com segurança
Delegado:
--- Mas a senhora tem certeza? –
indagou a suar.
Joana:
--- Certeza eu não tenho de nada.
Ele pode estar aqui mesmo ou então viajando para o Acre. – informou com
naturalidade
E Delegado abaixou a cabeça do
birô e bateu com o punho da mão direita em cima da tábua. E permaneceu calado
até voltar a olhar para a mulher. Ela completamente em silêncio. Então o
delegado falou;
Delegado:
--- A senhora quer me deixar
louco! Dizer que o homem está em Natal, ou em Mato Grosso, ou em Roraima. E
agora me vem com o Acre? – perguntou com os olhos lacrimosos
Joana:
--- Do Sul, pra bem dizer! –
falou a mulher.
Delegado:
--- O que? Mato Grosso do Sul? Ai
meu Deus de Céu! Minhas aspirinas! – pediu o homem a um subordinado.
Em caso geral a Polícia Federal
avisa que um homem de naturalidade alemã atendendo pelo nome de Klaus Renner
está foragido de Natal podendo estar em qualquer local do Mato Groso do Sul, em
Roraima ou até mesmo no Acre. O seu verdadeiro nome é Wagner Rahner tendo sido
General da SS. Nesse momento, o senhor Rahner, verdadeiro nome, viaja em um
aparelho provavelmente de uma empresa brasileira. O serviço de Radar das Bases
do Natal, Recife, Fortaleza e mesmo de Brasília está rastreando o setor aéreo.
Ao final da nota a Polícia Federal solicita urgência por qualquer cidadão de
poder ter avistado o aparelho em rota. O aparelho desapareceu dos radares
aéreos às 08,00 da manhã (UTC) quando cumpria uma etapa aparente de voo entre
Natal e Fortaleza. Todavia esse aparelho pode ter sido desviado para outros
Estados do País. O aparelho seguia com quatro passageiros a bordo e seus quatro
tripulantes. A mensagem foi divulgada
para todo o País.
Aparelhos da Força Aérea passaram
a se concentrar na busca do avião por toda a costa do Nordeste tentado
identificar possível embarcação capaz de embarcar esses passageiros em caso de
serem foragidos de outros Países. A busca continuava até em mar fora do
território brasileiro. Ao final da tarde, um navio mercante embarcava os quatro
passageiros e igual numero de tripulantes no alto mar. O navio foi avistado por
um avião de caça do Brasil. De imediato em vários sobrevoos, o aparelho fez
fotos da embarcação e os destroços de outro aparelho jogado ao mar há uma milha
de distância. As fotos tiradas do navio foram registradas no computador do
aparelho militar o qual depois seguiu direto para a sua base de comando. O
comandante Wagner Rahner estaria a salvo a parte desse momento. O aviador pode
identificar a bandeira do navio de ser sueca.
Caio:
--- Enfim achamos o general
fujão. Pena por ter ele escapado de nossas garras. – reclamou descontente
Bartolo:
--- Tenho certeza de como ele estaria
liberto. – declarou o repórter.
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