quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - DEZOITO -

- Daniela Escobar -
- 18 -
SUMIÇO
No departamento da Polícia Federal, em Natal, a interrogada foi a mulher Joana Vassina sobre o paradeiro do alemão Wagner Rahner, já àquela hora da manhã, mesmo se sabendo ser duvidoso à mulher ter conhecimento de verdade. Mesmo assim, foi feito um interrogatório superficial com base nas informações dadas pela Base Aérea. O avião tinha um roteiro feito para Fortaleza, muito embora Natal estivesse em outra jurisdição militar do Exército. Outro fato foi de se ter desligado o transponder do aparelho logo ao sair da raia dos radares de Natal e Recife. Interrogada sobre o feito, Joana Vassina relatou não saber ao certo do ocorrido. Muito embora a mulher ouvisse comentários sobre algo com relação à Bolívia e de seguir em tráfego para as Ilhas Caimão. Foi uma conversa rápida de um dos componentes da guarda do General Wagner Rahner.
Joana:
--- Foi o que ouvi. Então me veio à preocupação de onde eu ficava nesse ninho de baratas! – comentou a mulher sem saber demais.
Delegado:
--- Mas senhora já esteve nas Ilhas Caimão? – pergunto paciente o homem.
Joana:
--- Eu mesma, nunca fui. Eu ficava sempre na Bolívia ou no Paraguai. Ele sumia por um tempo e somente voltava quando resolvia seus entraves. – relatou com pura consciência.
Delegado:
--- E por que a senhora nunca foi até as Ilhas? – indagou pensativo.
Joana:
--- Eu era uma presidiária do Herr Rahner. Ele nunca teve consideração comigo ou com nenhum dos que trabalham na fazenda. Ele me trancava em um quarto e atirava a chave no bolço. Isso quando o Herr estava na fazenda. Do contrario, os outros empregados me vigiavam o tempo todo. Mesmo quando eu era uma moça. – declarou com mágoa.
Delegado:
--- O drama digno de um filme de terror. – comentou o chefe.
Joana:
--- Eu vivia permanentemente em um porão. O senhor não sabe de nada.  É difícil mesmo de se compreender. Uma moça bonita trancada em um porão. Eu só recebia ordens de sair quando era para limpar alguma sujeira causada por um homem assassinado por Herr Rahner ou por seus sequazes. – declarou a mulher como um desabafo.
Delegado:
--- E tem muita gente metida no ramo das drogas? – perguntou o chefe.
Joana:
--- Ora se tem! Muitas! De onde ele extrai tanto dinheiro? Assassinatos diretos! Eu não conto nem nos dedos! – declarou a mulher.
Delegado:
--- Mas voltando ao exposto: a senhora acredita que o senhor Rahner fugiu para a Bolívia? – indagou por mais uma vez.
Joana:
--- Bolívia, Peru. Por esse meio de mundo afora. – declarou consciente.
Delegado:
--- Eu vou despachar um alerta! A senhora me diga com franqueza! Para onde o velho escapou, na sua visão? – perguntou incerto.
Joana:
--- E como eu vou saber? Qualquer um desses países. Ele pode até estar ainda no Brasil! Ele tem muitos lugares para se esconder! – falou incrédula.
Delegado:
--- Rahner não pode ter saído ainda do território nacional! No Brasil, aonde? – indagou confuso
Joana:
--- Não sei! Mas tento declarar talvez em Mato Grosso ou Roraima! – relatou a mulher
Delegado:
--- Roraima? – declarou o homem meio estonteado.
Joana:
--- Para o senhor notar como é difícil o homem ser localizado! – enfatizou com segurança
Delegado:
--- Mas a senhora tem certeza? – indagou a suar.
Joana:
--- Certeza eu não tenho de nada. Ele pode estar aqui mesmo ou então viajando para o Acre. – informou com naturalidade
E Delegado abaixou a cabeça do birô e bateu com o punho da mão direita em cima da tábua. E permaneceu calado até voltar a olhar para a mulher. Ela completamente em silêncio. Então o delegado falou;
Delegado:
--- A senhora quer me deixar louco! Dizer que o homem está em Natal, ou em Mato Grosso, ou em Roraima. E agora me vem com o Acre? – perguntou com os olhos lacrimosos
Joana:
--- Do Sul, pra bem dizer! – falou a mulher.
Delegado:
--- O que? Mato Grosso do Sul? Ai meu Deus de Céu! Minhas aspirinas! – pediu o homem a um subordinado.
Em caso geral a Polícia Federal avisa que um homem de naturalidade alemã atendendo pelo nome de Klaus Renner está foragido de Natal podendo estar em qualquer local do Mato Groso do Sul, em Roraima ou até mesmo no Acre. O seu verdadeiro nome é Wagner Rahner tendo sido General da SS. Nesse momento, o senhor Rahner, verdadeiro nome, viaja em um aparelho provavelmente de uma empresa brasileira. O serviço de Radar das Bases do Natal, Recife, Fortaleza e mesmo de Brasília está rastreando o setor aéreo. Ao final da nota a Polícia Federal solicita urgência por qualquer cidadão de poder ter avistado o aparelho em rota. O aparelho desapareceu dos radares aéreos às 08,00 da manhã (UTC) quando cumpria uma etapa aparente de voo entre Natal e Fortaleza. Todavia esse aparelho pode ter sido desviado para outros Estados do País. O aparelho seguia com quatro passageiros a bordo e seus quatro tripulantes.  A mensagem foi divulgada para todo o País.
Aparelhos da Força Aérea passaram a se concentrar na busca do avião por toda a costa do Nordeste tentado identificar possível embarcação capaz de embarcar esses passageiros em caso de serem foragidos de outros Países. A busca continuava até em mar fora do território brasileiro. Ao final da tarde, um navio mercante embarcava os quatro passageiros e igual numero de tripulantes no alto mar. O navio foi avistado por um avião de caça do Brasil. De imediato em vários sobrevoos, o aparelho fez fotos da embarcação e os destroços de outro aparelho jogado ao mar há uma milha de distância. As fotos tiradas do navio foram registradas no computador do aparelho militar o qual depois seguiu direto para a sua base de comando. O comandante Wagner Rahner estaria a salvo a parte desse momento. O aviador pode identificar a bandeira do navio de ser sueca.
Caio:
--- Enfim achamos o general fujão. Pena por ter ele escapado de nossas garras. – reclamou descontente
Bartolo:
--- Tenho certeza de como ele estaria liberto. – declarou o repórter.

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