- Horikita Maki -
- 27 -
A ESTRADA
Logo cedo alguém tocou na sineta
da porta de Caio Teixeira às primeiras horas da manhã. Vagaroso como sempre,
ele se deslocou até o visor da portinhola para observar quem era. Visto então,
ele ainda indagou quem estava a tocar a sineta. Uma mulher sem dizer o nome
apenas alegou ter um assunto do seu interesse.
Caio:
--- Que assunto? – perguntou
desconfiado.
Mulher:
--- Assunto não é lá muito bom.
Mas eu não posso declarar aqui fora. – relatou com cisma.
Então, Caio abriu a fechadura,
porém deixando a porta semiaberta presa por uma corrente de tranca. Ele, no mesmo
instante observou pelo visor externo do Help Center onde percorreu todo o corredor para verificar algum movimento
estranho se por acaso houvesse. No entanto não avistou ninguém mais. E devagar
abriu a porta e deixou passar a pessoa. Era uma mulher. Ele não a reconheceu.
Ela percebeu o seu disfarce. Cabelos negros e compridos, vestido longo e
sapatos de salto baixo. Ela então falou:
Joana:
--- Eu sou Joana. Creio que não
me reconhece. Joana Vassina. A mulher que estava limpando o chão do apartamento
abaixo. Já faz meses. Conhece ou me reconhece? - indagou a mulher.
Caio:
--- Claro! Claro! Quer dizer: não
a reconheci. Mas agora que mostrou sua face, eu então me recordo muito bem. O
assunto! De que se trata? – perguntou o homem a estranhar a mulher.
Joana:
--- Podemos descer? – indagou com
calma.
Caio:
--- Sim. Claro. Podemos. Faz
favor. Joana Vassina. Estou lembrado. O que há de novo? – perguntou o homem com
seu jeito estranho de falar.
Joana:
--- Podemos falar a sós ou tem
mais alguém? – perguntou com insistência.
Caio:
--- Podemos. Não tem ninguém
nesse apartamento. – lembrou o homem
Joana:
--- Mas tem gente no debaixo. E
com isso eu não posso falar o que sei! – relatou com atenção
Caio:
--- No debaixo? Aqui? Gente? –
falou inquieto o homem.
Ela então fez um sinal de
silencio e a seguir murmurou:
Joana:
--- É bem melhor nós sairmos do apartamento.
O senhor arranje outro carro. Não o seu. Outro. E vamos conversar em algum
lugar remoto. Distante. Mas, não aqui. – relatou com absoluta calma.
Caio:
--- Por que não aqui? – indagou
assustado.
Joana:
--- Tem gente que ouve. Só isso!
– salientou a mulher.
Caio
--- Já sei. Mas, espere. Vou ter
que pedir ajuda. Não só eu. Espere! – disse de forma discreta.
Em um passou o Inspetor de
Polícia se voltou e procurou seu celular para poder usar de forma tranquila. Como a mulher havia dito
ter problemas de escuta, então era melhor um celular de forma neutra. Ele vagou
pelo espaço da mesa abriu a vitrola e pôs um disco a tocar com um pouco de
zoada e discou para Bartolo a pedir sigilo.
Caio:
--- Escute. Sigilo. Arranje outro
carro e venha agora para aqui. – e
desligou.
Bartolo ficou na mesma. Não sabia
do que se tratava. Contudo, outro carro ele conseguiu de imediato e rumou para
o edifício onde morava. Ao chegar ao prédio encontrou logo, bem abaixo, Caio e
uma senhora. Nada indagou e fez a meia volta para sair. Passado o portão
automático se destinou a um local desconhecido. Naquele instante Caio orientou
o seu companheiro motorista a ingressar em um Motel para onde os três ficariam
a vontade. Logo a seguir, perguntou:
Caio:
--- Então? – a pergunta.
Joana:
--- O homem está aqui. Outro nome
e uma mulher. Com certeza espiã para ele. – declarou
Caio ficou aturdido com as
informações passadas pela senhora Joana Vassina e esperou um tempo para
continuar com a menção do fato.
A mulher lembrou-se dos dias
passados e de outros dias a conversar com vagar sobre o assunto atinente. E passado om impacto do sumiço de alemão. Ela já
estava resguardada na Polícia Federal onde passara vários dias. Com o tempo
Joana Vassina seguiu para outro local onde era guardada por um agente da
Polícia Federal em um local remoto a ficar distante da capital. Na residência moravam
o agente, a sua mulher, duas filhas e com o passar do tempo ela - Joana – também. Não vivia enclausurada.
Mas, de certa forma, conhecia pouca gente. Uma maquiadora agente policial fora
fazer o trato na face de Joana para deixa-la disfarçada de algum modo. E assim,
a mulher levava a vida, mesmo estado escondida dos homens do alemão, por sinal,
seu pai.
Joana:
--- A policia não acreditou no
desaparecimento do meu pai. Mesmo porque ele fora embarcado em um navio após
jogar no mar o seu avião. Ele e os demais. Era o documento comprovado à saída de
território brasileiro e embarcado em um navio de bandeira sueca. Desde aquele
dia, já ao anoitecer não se teve mais notícia de Herr Wagner Rahner. Eu duvidava
ter seguido o homem para a Suécia. Os tempos mudaram. A vida é outra. Mesmo
estando escondido na Bolívia onde comandava o trafico de entorpecente, Wagner
Rahner seguia sempre com novas identidades. Certas vezes eliminava alguns dos
seus ajudantes. Ele sempre dizia de quanto menos, melhor. Em segui a vida ao
seu lado. Vivia eu escondida para efeito de investigação. Era tudo isso e mais
alguma coisa. – declarava a mulher.
Caio:
--- Como a senhora tomou ciência da
vida do alemão? – indagou.
Joana:
--- Eu? Eu tenho meus sintomas
que se aguçam cada vez mais – informou a mulher.
Caio:
--- Sexto sentido! – comentou o
homem.
Joana:
--- Isso não tem valor. Eu escuto
calada e raciocino comigo mesma. – alertou
Caio:
--- Mas tem algum ponto de
inquietação? –perguntou
Joana:
--- Vários! Vários! Quanto mais
um homem desaparece, mais ele estar por perto. Esse é um dos pontos. – declarou
a mulher.
Caio:
--- Desaparece como? – perguntou inquieto
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