- Silje Storstein -
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HOLOCAUSTO
A manhã seguia tranquila naquele
domingo com a passarada a gorjear e poucos carros a transitar pela avenida
enquanto Caio Teixeira e José do Nascimento Oliveira debatiam casos de
Filosofia e Partidarismo entre peixes e goles de cerveja. A cerveja foi
oferecida por Caio Teixeira ao seu amigo de largas datas. E ele aceitava a seu
modo. Na avenida abaixo, as beatas mulheres já estavam a retornar de sua
peregrina devoção católica. Nos templos de outras religiões ouvia-se o
acalorado sermão dos pastores em meio a vozes dos ébrios a passar em busca de
novos e desatentos botecos. Um navio
despejou no ar o seu sinal de alerta pelo seu grosso volume de buzina. O
cargueiro avisava a hora da partida. Na fábrica de gelo um homem de vestes extravagantemente
grossas e botina igualmente perfeita ao setor de frios entrava no armazém donde
colhia os volumes desejados pelo comprador. Na sua conversa domingueira o
estudante Oliveira tecia comentário do se falava do setor do Campus.
Oliveira:
--- Houve uma celerada discussão
entre dois rapazes na questão do Holocausto vivido na II Guerra. – fomentou o
estudante.
Caio:
--- O que eles discutiam? –
indagou enquanto devorava seu pescado
Oliveira;
--- Um deles era judeu, ao que
parece. Ele advogava com alarde a matança de seis milhões de meninos, moças,
homens, velhos e mulheres nos campos de concentração. O outro detonava a
mentira a dizia ter em mãos relatórios da Cruz Vermelha de terem morrido de
fome, ações de guerra e epidemias apenas 300 mil judeus. – relatou o estudante.
Caio:
--- O certo é que os invasores
mataram muito mais do que os defensores alemães na entrada de Berlim. Os
soviéticos – rapazes, com certeza – estupraram mulheres e moças em sua invasão.
– adiantou o policial.
Oliveira:
--- E os países aliados eram a
França e a Grã-Bretanha. Eles declaram guerra à Alemanha. A Finlândia, Romênia,
Eslováquia, Croácia e Hungria lutaram ao lado da Alemanha. Os países que se
opuseram ao Eixo adotaram ao nome de “aliados”. Cinquenta e um estados se
envolveram no conflito. Na América Latina apenas o México e o Brasil enviaram
tropas para os campos de batalha. – enfatizou o estudante
Caio
--- O caso do Holocausto, o
grande trunfo foi sua criação pela Assembleia Geral da ONU a 27 de novembro de
1947 do Estado de Israel. No dia seguinte as nações árabes vizinhas invadiram o
recém-criado país em apoio aos árabes palestinos. – disse mais o policial.
Oliveira:
--- Ao que parece, o Holocausto
serve apenas para gerar dinheiro para Israel. – definiu e rapaz.
A sineta soou e Caio se levantou
da cadeira e foi ver quem era, apesar de já adivinhar ser o seu amigo,
jornalista Bartolo Revoreto, a morar no apartamento em frente ao seu. O homem
de pronto olhou pelo visor e o reconheceu. Caio abriu a porta e fez reverencia
para Bartolo entrar em seguida. E logo se foi à frente. Bem logo atrás estava
Bartolo a indagar.
Bartolo:
--- Quem está ai? – perguntou a
falar em murmúrio.
Caio:
--- Um desaparecido da a muito! –
falou altivo.
Bartolo:
--- Ah. Bom. Já sei. – comentou o
recém-chegado.
Caio olhou para trás sem fazer
sorriso. Apenas para verificar o acerto de Bartolo. E ambos desceram os degraus
do batente no interior da sala. Bartolo, como de costume, estava gripado ou com
uma rinite insistente. Vez por outra ele assuava o nariz limpando a mucosa com
um lenço. No assuar, o homem fazia uma careta puxando as narinas para um lado e
para o outro. Caio indagou:
---Dalva? – perguntou por onde
ela andava.
Bartolo:
--- Saiu. Na casa de sua mãe.
Levou umas frituras. – declarou simplesmente.
Caio:
--- Ah. Bom. Panquecas. – disse o
homem sem querer se abusivo.
Bartolo:
--- Olá Oliva. Novidades? Como
está o Campus? – indagou o rapaz estirando a mão para um aperto.
Oliveira:
--- Normal. Hoje está fazendo
sol. – relatou o rapaz a pilheriar.
Bartolo:
--- E os estudos? – indagou sem
surpresa.
Oliveira:
--- Nenhuma. Apenas a morte de Aristóteles.
– sorriu o rapaz.
Bartolo:
--- E Tales de Mileto. Creio eu.
– debochou o repórter
Oliveira;
--- Que há de novo na terra das
ilusões? – indagou a sorrir
Bartolo:
--- Algo além do horizonte. –
respondeu o rapaz assuando as narinas
Oliveira:
--- Já é alguma coisa! – alertou
o estudante.
Bartolo;
--- O que se faz por aqui? –
indagou
Caio:
--- Conversas. Conversas. E
conversas! – destacou
Bartolo:
--- Ah bom. Conversas. E por
acaso algo de novo na frente oriental? – indagou sorrido.
Caio:
--- Apenas que Israel é o único
país do mundo a possuir armas de destruição em massa não declaradas. – enfatizou.
Bartolo:
--- E recebe bilhões de dólares
de vários outros países na fantasia do Holocausto. – disse mais
Oliveira:
--- Hoje em dia em vários países
é totalmente proibido contestar o “holocausto”. – destacou.
Caio:
--- É crime apenas duvidar da existência
do tal holocausto. – resmungou o agente.
O assunto prosseguiu por horas a
fio até quando Dalva retornou de sua visita à distante casa de sua mãe.
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