domingo, 30 de junho de 2013

"NARA" - 87 -

- Zooey Deschanel -
- 87 -
QUESTÕES
À noite, Rócia procurou saber do seu pai do assunto do alemão Humberto Paulo, pois a moça estava um tanto preocupada com o homem daquele dia à tarde. O velho não sabia ao certo informa do caso assim de imediato. O que Amaro Borba podia afirma era como o alemão chegou ao Estado e apenas era criador de gado. De resto, ele nada perguntou aos fazendeiros da região. Por ouvir dizer, Amaro teve a conhecer os fardamentos do Exercito alemão, bandeira suástica, medalhas e muito ouro tidos pelo fazendeiro.
Amaro:
--- Eu não tenho vínculo com os judeus. Alguém que tenha nome de judeu tem muito na escala de Hitler. José é um dos tais. A raça ariana não é tão pura assim. Com a mistura dos homens tornou-se comum um ser José ou João em nada ter de alemão. Quem era o tal homem? – indagou cismado.
Rócia:
--- Eu não sei. Confesso! – destacou com pressa a moça.
Amaro
--- Está vendo você? Confessa! – sorriu o seu pai.
Rócia:
--- E como eu devo falar? – indagou atônita a moça.
Amaro:
--- Simplesmente “não”. Confesso é negocio de piedade. – relatou sem desespero.
Rócia:
--- Está bom. “Não senhor”. Mas o rapaz que apareceu hoje no armazém apenas indagou se eu conhecia seu Humberto Paulo. Eu respondi não conhecer. Ele me fitou bem sério e depois agradeceu esse foi. Não tive ideia de quem seja. Seria também um alemão? – indagou curiosa.
Amaro:
--- Creio que não. Pode ser um comprador de gado ou alguém muito experiente demais. O que teria levado o estranho a esse lugar? – indagou com ele mesmo
Nessa mesma noite estava na casa de Nara o seu noivo Eurípedes acertando os detalhes para a apresentação do quarteto no próximo mês de setembro, no Teatro da capital. Dessa vez estava presente o rapaz Fred um dos que faltaram no último encontro. Apenas três estavam presentes a faltar Rócia.  Dois dos três combinaram como se começar. E então foi assim que o duo iniciou. Após todo esse alvoroço, discussão e anotações, chegou o mestre com sua cabeça a pensar no extraterrestre, Orion de Nereu. E comentou algo dito pelo visitante.
Sisenando:
--- Uma colisão cósmica gigantesca! Isso é possível? E a Terra? Mas, isso é o futuro bem distante, eu estou a antever. – falou para si o grande mestre.
O pessoal ficou alertado com fato a ser dito pelo mestre. Alguém nem chegou a pensar. Mas Eurípedes de imediato alertou.
Eurípedes:
--- Que colisão é essa, divino mestre? – sorriu o medico a indagar.
Sisenando:
--- O mundo. Ora veja só: as galáxias são vastos reinos estelares. Algumas são bolas gigantes. Outras são espirais complexas. Mas elas nunca param de se transformar. A nossa galáxia é um lugar dinâmico. A sua própria natureza já mudou através do tempo cósmico. As galáxias não só mudam como se movimentam. E às vezes, elas colidem umas com as outras. Quando isso ocorre uma das duas coisas se sucedem. Elas engolem ou são engolidas. Tem uma que parece uma enorme galáxia espiral dupla. Mas na verdade são duas galáxias em colisão que devem durar milhões de anos até haver uma só. Colisões assim acontecem em todo o universo e a nossa Via Láctea não é exceção. Já houve um tempo em que a nossa galáxia chegou a engolir galáxias menores e hoje, diz Orion de Nereu, que se pode ver pequenas estrelas que sobraram  das últimas fusões que formaram a Via Láctea. Porém isso não é nada comparado ao que virá. Nós estamos em rota de colisão com a galáxia Andrômeda. E para a Via Láctea essa é uma má notícia. A nossa velocidade se estima em quatrocentos mil quilômetros por hora. Isso significa que daqui a seis bilhões de anos estará tudo acabado para a nossa galáxia. Andrômeda é uma imensidão. Cada vez que as duas galáxias se encostarem eles viverão cada vez mais agitadas e cada vez mais próximas. As duas galáxias entrarão numa dança da morte. Quando houver o choque nuvens de poeiras de gás serão jogadas em todas as direções. A gravidade das galáxias em choque arrancará estrelas de suas órbitas e as expulsará para o espaço. É estranho. Mas as estrelas não se chocarão. Elas estarão muito distante uma das outras. Deixarão de existir Via Láctea e Andrômeda. Surgirá a Hectômeda sendo uma galáxia inteiramente nova. Essa nova galáxia, a Hectômeda, se tornará uma nova galáxia elíptica. Nós podemos acabar no estômago dessa nova galáxia. Estrelas e planetas serão jogados em todas as direções. Talvez seja esse o fim do Planeta Terra. – definiu o mestre meio contemplativo.
E decorrer dos meses chegou a conclusão do inquérito de Margarida. Após trabalhos diuturnos o Juiz chegou a sua conclusão sobre a morte de Salvador. E não houve a necessidade de se consultar jurados, pois o próprio chegou com a sentença. Em despacho rápido o Juiz declarou não haver provas de apontar Margarida Lima culpada da morte do motorista Salvador e esse caso era definitivo e encerrado. Apenas o advogado doutor Nestor dos Santos e a sua auxiliar Tâmara Peluso estivem presentes a sessão onde o Juiz assinou a sentença. Foi uma alegria total de o advogado Nestor ter mais uma vitória na sua trajetória de um eximiu defensor de alguém sem precisar nem sequer a presença da acusada. O mestre Sisenando ficou feliz com a notícia. E o senhor Amaro Borba fiou mais ainda a chegar dar murros no espaço. Margarida por sua vez, chorou como criança. Toda a alegria foi pouca para aquele instante. Se na casa de Amaro era de felicidade completa, na residência de  Nara, o seu pai chamou a todos para um brinde por confirmar a eficiência do advogado. Nara, por sua vez, indagou a seu pai.
Nara:
--- E o repórter do Rio? – indagou a moça em meio a delírios.
E seu pai Sisenando, respondeu:
Sisenando:
--- Sei lá. Nesse momento eles devem estar matando outro. – gargalhou o homem.
O mestre parecia uma criança de tanto regozijo. Margarida pensava entre uma coisa e outra.
Margarida:
--- “Nunca pensei que eu saberia mentir tão bem!” – sorriu e chorou a moça.
Ceci:
--- Porque estás sorrindo menina? – quis saber a mulher.
Margarida:
--- Nada não. É de apenas felicidade. – respondeu a moça a sorrir.
Na verdade a menor de idade mentiu. E mentiu como um adulto. Após viajar até Macaíba com o caminheiro Salvador, a moça retornou a sua casa sem nada a fazer como queria. Escondera-se na boleia do caminha ainda antes de partir para seguir viagem, e voltou com muita raiva do algoz Salvador. Então, Margarida entrou em sua casa onde apanhou uma espingarda e foi até a porta de trás. Foi alí, fazendo mira, que a moça detonou um balaço atingindo o caminhoneiro pelas costas. Essa história ela não contou a ninguém. Mas a mulher da cozinha viu muito bem a sanha assassina da garota.
De outra parte José Tomaz tinha severos argumentos contra a menor de idade. Ele sabia muito bem ter Salvador sempre profundo respeito para com a mocinha, apesar da cena de beijos na primeira ocasião de encontro entre ambos. Porém, ele ouviu por várias vezes a mocinha dizer ser o velho Amaro ser o seu pai e não pai adotivo como disse o idoso lago após a morte do motorista. Um fato agravante foi notado pela cozinheira. Após o disparo certeiro feito por Margarida a mulher tomou a arma da virgem dizendo-lhe boas verdades.
Tomaz:
--- Sei não.  A moça sabe mentir. Ela matou o motorista. – falou o homem a sua mulher.
Amália:
--- Tu não te metes nessa confusão. Se não, se não. – falou a mulher de Tomaz.
Tomaz:
--- Eu não estou me metendo, mulher. O caso está encerrado. Mas essa menina mentiu, ah se mentiu. Ah se eu pudesse desmanchar o feito. – lamentou o vaqueiro
Amália:
--- E o que é que tu fazias? Heim?  - indagou a mulher.
Tomaz:
--- Sei lá. Acho que nada. – lamentou o vaqueiro.
Amália:
--- Então deixa o caso como está. Tu não vai querer se importar com isso. É briga de cachorro grande! Ora! Quem já viu? – fez questão de dizer a mulher um pouco abusada.
O homem se escorou no umbral da porta e começou a pensar.

sábado, 29 de junho de 2013

"NARA" - 86 -

- Moro Anghileri -
- 86 -
GALÁXIAS
Após alguns dias na Terra, bastante feliz, Orion de Nereu teve que voltar à sua terra, pois a nave já o estava à espera na parte de forra do nosso planeta. O tempo que passou Orion conversou com o professor e mestre Sisenando ditando lhe culturas do seu conhecer ainda mais pesadas, como as galáxias. Orion de Nereu explicou sobre a nossa Via Láctea com aproximadamente doze bilhões de anos e deu conta ser a galáxia um disco enorme com braços espirais gigantescos e uma protuberância no meio. É apenas uma da imensa quantidade de galáxias no Universo. Levando-se em conta as galáxias têm cem bilhões de estrelas. Elas são o berçário estelar. É onde as estrelas nascem e morrem. As estrelas de uma galáxia nascem em nuvens de poeira e gás chamadas de nebulosas. Estes são os conhecidos núcleos da criação na nebulosa da Águia, um berçário de estrelas no coração da Via Láctea. A nossa galáxia contém muitos bilhões de estrelas e em volta de muitas delas existem planetas e luas. Orion de Nereu explicou que em nosso Universo temos bilhões de galáxias, como já é do nosso saber. A galáxia do Roda Moinho possui dois braços espirais gigantescos e contém cerca de cento e setenta milhões de estrelas. Outra é a galáxia elíptica gigante, uma das mais antigas do Universo. Suas estrelas tem brilho dourado. E temos a galáxia do “Sombrero” com o seu núcleo enorme e brilhante  circundada por um anel de gás e poeira. As galáxias são estupendas como unidade básica do próprio Universo como cata-vento girando no espaço, fogos de artifícios criados pela mãe natureza. As galáxias são enormes, realmente enormes. Na Terra, o homem mede distância em quilômetros. No espaço os astrônomos usam anos-luz, a distância que a luz viaja em um ano, ou seja, nove trilhões e trezentos bilhões de quilômetros.
Orion:
--- A nossa galáxia pode ser grande para nós. Mas comparada em outra ao seu redor é até bem pequena. A galáxia de Andrômeda, a nossa vizinha mais próxima, tem mais de duzentos mil anos luz de extensão, o dobro do tamanho da Via Láctea. A galáxia “Virgo” é a maior galáxia elíptica da nossa vizinhança cósmica e muito maior do que Andrômeda. Já a IC-1011 é a maior galáxia já descoberta sendo sessenta vezes maior do que a Via Láctea. – relatou o estrangeiro.
Sisenando:
--- O senhor, caro estrangeiro Orion de Nereu, já está deixando-me confuso com tanta ciência em um pouco tempo. Algo de tudo isso eu já verifiquei nos estudos que eu faço, pois desde os anos vinte cientistas têm descobertos novas galáxias. Mas com a vossa excelência a história muda toda por completo, uma vez ter eu a companhia de um grandioso mestre do ensino cósmico. – confessou o mestre professor.
Orion:
--- É provável ter vós esse seu conhecer um pouco mais estabelecido. Contudo, nossa gente de há muito estuda toda essa história. – sorriu o estrangeiro. – Veja bem o que vos lhe digo: as primeiras galáxias eram desordenadas. Um amontoado de estrelas, gases e poeira. Mas hoje as galáxias são elegantes e organizadas. A gravidade dá forma às galáxias e controla o seu futuro. Existe uma fonte de gravidade incrivelmente poderosa e destrutiva no centro da maioria das galáxias. Existe um bem no meio da Via Láctea. Há de se convir que as galáxias existam há mais de doze bilhões de anos. Hoje se sabe que esse vasto império de estrelas existe em todos os formatos e tamanhos. As espirais que giram até enormes bolas de estrelas. Mas ainda há muita coisa que não sabemos sobre as galáxias. – relatou o estrangeiro.
Sisenando:
--- O que, por exemplo? – perguntou o grande mestre.
Orion:
--- A força que une estruturas menores é a gravidade. Lentamente ela puxa as estrelas para dentro. Elas começam a girar cada vez mais rápido e se comprimem em um disco. Estrelas são varridas para enormes braços espirais. Esse processo se repete bilhões e bilhões em todo o Universo. Cada uma dessas galáxias parece diferente. Mas elas têm uma coisa em comum: todas parecem evitar algo que está no centro: um Buraco Negro. Um Buraco Negro gigantesco, supermaciço. Ele emite uma enorme quantidade de energia e a se alimentar do material a sua volta. O Buraco é formado por gases e estrelas que as devora. Não raro esses Buracos devolvem de volta ao espaço o que o Buraco comeu num feixe de energia pura. Esse feixe é um quasar. Quando se observa um quasar sendo lançado se tem a certeza ter alí um Buraco Negro supermaciço. A ciência um dia descobre se tem ou não um Buraco Negro no centro de vossa galáxia através de fotos de estrelas a orbitar no meio desse composto. Talvez se chegue a algo impressionante: o mover das estrelas a milhões de quilômetros por hora. As estrelas orbitam pela força de atração um Buraco Negro supermaciço no centro da galáxia. Esse Buraco Negro no centro da Via Láctea é por deveras gigantesco com vinte e quatro milhões de quilômetros de diâmetro. Na verdade, a Terra está bem longe do Buraco Negro. Há vinte e cinco mil anos luz desse sugador, o que representa muitos trilhões de quilômetros. – explicou o viajante do tempo.
Sisenando:
--- A Terra está segura. Pelo menos por enquanto. -  suou frio e grande mestre.
O viajante do tempo então sorriu por perceber Sisenando bastante preocupado. E Orion consultou o seu relógio do tempo e falou ter de ir para a nave espacial. Que o professor não incomodasse, pois haveria outras visitas e entrevistas nesse e em outros anfiteatros. Sisenando indagou se ele levaria consigo o corpo de José Rodrigues e o visitante extraterrestre deu como resposta.
Orion:
--- Ele vai ter que se acostumar com a nova vida. – sorriu o viajante.
Sisenando:
--- E tem burros no seu Planeta? –indagou perplexo o mestre.
Orion:
--- Dar-se um jeito. Não é como vós dizeis? – sorriu o homem do espaço.
E deixando anotações para o mestre, Orion de Nereu partiu por encanto direto para a sua nave estelar. Estava então concluída a missão.
Sisenando nada pode ver em face do imediato desaparecer de Orion. Apenas um frio intenso baixou por sua espinha dorsal ao sentir nada haver para o homem poder falar. Ele olhou para o alto e deu adeus ao viajante sem nada haver para saudar. Então o mestre saudou o amigo estelar sacudido por suas mãos o histórico deixado por Orion. Algum momento se passou e de onde Sisenando estava o vento cortante harmonizou o instante. Após o tempo o mestre olhou os apontamentos deixados pelo visitante de longe.
Os Buracos Negros supermaciços estão do centro das galáxias apontava as anotações de Orion de Nereu.  Os Buracos atraem as estrelas de modo impressionante. Mas eles não têm força suficiente para manter juntas todas as estrelas de uma galáxia gigantesca. E precisou de se haver uma Matéria Escura agindo como uma capa protetora. Tal matéria passa através de um ser como se nada existisse em sua volta. E o Universo está repleto dessa Matéria. Ela compõe seis vezes mais o peso do que a matéria normal. Nas profundezas do espaço foi detectado o que a luz pode fazer, curvando-se formando a lente gravitacional. A Matéria Escura é o ingrediente vital do Universo fazendo surgir às galáxias evitando que elas se desfaçam. O homem não consegue ver ou detectar. Mas mesmo assim a Matéria Escura comanda o Universo. As galáxias estão a trilhões de quilômetros umas das outras. Mas elas vivem em grupos chamados com sentido de aglomerados. E esses aglomerados de galáxias estão unindo em superaglomerados contendo dezenas de milhares de galáxias. A Via Láctea e a Andrômeda fazem parte de um grupo de galáxias, não mais de trinta, formando-se as duas maiores do grupo. O Universo parece uma esponja. Cada um dos filamentos encontrados abriga milhões de aglomerados de galáxias, todos unidos pela Matéria Escura. E tal Matéria brilha ao longo do filamento como a cola a segurar toda a estrutura do Universo. E tudo isso está entrelaçado numa teia de filamentos. Sem a Matéria Escura essa rica estrutura do Universo não existiria. Essa é a grande imagem de nosso Universo. Essa a explicação deixada por Orion de Nereu em seus apontamentos.
Sisenando verificou todos os apontamentos e nada falou. Apenas interpretou o que estava em suas mãos. Havia alí tanta informação capaz de levar até mesmo dezenas de anos para se concluir. Vivendo em um País pobre no avanço das pesquisas espaciais todo aquele manancial levaria o professor e mestre a interpretar sem meios de avanços, pois nada além dos escritos o homem tinha para poder, algum dia dissertar. E dissertar sobre tão volumoso conteúdo, era quase impossível de se atar e todos os outros cientistas o levariam como um débil louco.
Sisenando:
--- É uma pena se estar em um País totalmente atrasado em tal assunto. – falou em murmúrio.
Enquanto isso o tempo passou e no virar da historia, por acaso em um determinado dia um homem buscou informações no armazém do velho Amaro Borba sobre algo bastante incomum o qual a jovem moça Rócia nada sabia informar.  Certo dia, tal homem buscou informações sobre certo alemão de nome Humberto Paulo. Nada a jovem podia informar, uma vez de apenas saber ser um homem criador de gado. A pessoa agradeceu e, de vez, saiu do local de vendas sem nada mais falar. Rócia ficou a matutar.
Rócia:
--- Quem será esse homem? Ele nem mesmo se identificou. – falou em murmúrio.
O vaqueiro José Tomaz ouviu a conversa e de imediato falou o seu pensar também sem conhecer o homem alvo, de estatura alta e até certo ponto bastante forte.
Tomaz:
--- Esse homem também é alemão? – indagou meio cismado o vaqueiro.
Rócia:
--- Não sei. Mas tem um sotaque estranho mostrando não ser brasileiro. – falou com suspeita.
 
 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"NARA" - 85 -

- Bianca Rinaldi -
- 85 -
AS ESTRELAS
 
 Alguns dias após do encontro com o alienígena o professor Sisenando estava presente ao anfiteatro da Universidade onde se reuniam os mais expoentes mestres da Ciência. O homem Orion, também estava na mesa ao lado do Reitor e demais mestres, inclusive o professor Macedo um luminar da cultura do Universo. Todos, no anfiteatro mantinham silencio sepulcral para ouvir o mestre Sisenando começar a sessão. Os estudantes de química, física, biologia entre outras matérias estavam silenciosos à espera da fala do eminente mestre. E assim foi o começo de tudo. Após saudar o Reitor, aos professores e cientistas, Sisenando iniciou o seu pronunciamento a falar de alguém muito nobre a estar presente aquela reunião na hora incerta do tempo. O mestre falou sobre tudo o que ele havia visto e ouvido do convidado, então a anunciar com toda pompa e orgulho a sua presença do anfiteatro da Universidade.  O preletor vez ver a figura de um alienígena máximo chamado:
Sisenando:
--- Apresento-vos o grande Mestre Orion de Nereu – relatou o mestre.
As palmas foram a miúde. Quase nada. E em seguida o mestre fez o convite a Orion para ter a bondade de falar e poder ouvir as falas dos grandes mestres da Universidade. Nesse momento, o alienígena se dirigiu até a banca dos oradores. E agradeceu a todos a oportunidade, pois nunca pudera estar em uma mesa universitária. Em seguida o alienígena saudou toda a plateia. O seu modo de um cidadão expoente e culto não deixa a ver a situação de um alienígena, pois não diferia dos demais. Com  precisão de um mestre Orion de Nereu começou sua fala após os cumprimentos aos demais luminares.
Orion:
--- Meus caros mestres e alunos eu estou franco em poder detalhar a minha oratória. Antes, porém, ao ver o céu tão azul e tão límpido gostaria de preambular sobre as nossas estrelas, luzes da plena noite após crepuscular. O Universo. Como funciona? O Céu noturno é repleto de estrelas. A cada um de vós será capaz de ver três mil estrelas. Mas não vos impressionais. Nada ainda nem começou. Em nossa galáxia são para além de cem bilhões de estrelas. E existem para além de cem bilhões de galáxias no Universo observável. Há mais estrelas no Céu do que grãos de areia da Terra para bem vos dizer. Todas as estrelas são poderosas criando um sistema cósmico no Universo, inclusive nós. A maioria está tão distante que não sabemos quase nada sobre elas. Mas uma estrela está perto de vós: o Sol. Mesmo visto da Terra o Sol é tão poderoso que sua luz é capaz de nos pegar. Ele é uma bola de gás superaquecido que ilumina o nosso sistema solar a quatro bilhões e seiscentos milhões de anos. E domina toda a vida sobre a Terra. O Sol está a cento e cinquenta milhões de quilômetros de distancia de nós. Isso significa que ele é imenso. Caberia um milhão de Terras dentro do Sol. Um milhão e quatrocentos mil quilômetros de diâmetros. E mesmo assim esse magnifico Sol é minúsculo se comparado às estrelas realmente grandes do Universo. Tem estrelas no Universo que são um bilhão de vezes maior que o nosso Sol. Tem estrelas que emitem cores diferentes que vão do vermelho ao amarelo e ao azul. Algumas vivem sozinhas. Outras vivem m pares orbitando uma a outra. Juntam-se em galáxias gigantescas, verdadeiras cidades compostas de grilhões de estrelas.  Cada estrela é única. Mas todas elas começam a vida da mesma forma em nuvens de poeira e gás chamadas de nebulosas. Com bilhões de quilômetros de extensão elas flutuam pelo espaço tomando formas espetaculares. A Nebulosa da Chama, a Nebulosa da Cabeça do Cavalo, a Nebulosa de Orion. Cada nebulosa é uma maternidade onde bilhões de novas estrelas nascem. Mas esse nascimento não pode ser visto. As partes mais cruciais de uma nebulosa são as faces escuras que é onde o mais importante acontece em termos da formação de estrelas. As nuvens de poeira são tão grossas que os telescópios normais não conseguem enxergar lá dentro. Não há nada mais importante do que as estrelas. Mas não conseguimos ver os primeiros momentos de uma estrela. Quando nos tivermos capacidade de lançar ao espaço um telescópio que só enxergue calor, então podemos ver as grossas camadas das nebulosas permitindo se enxergar novas estrelas nascendo em seu interior. Nós poderemos ver os primeiros momentos da vida de uma estrela quando bolsas de gás de hidrogênio começam a se aquecer.  Para que uma estrela se forme basta haver hidrogênio, gravidade e tempo. A gravidade joga a poeira e o gás no redemoinho gigantesco. A gravidade une a matéria. Durante centenas de milhares de anos a nuvem vai ficando mais densas e forma um disco giratório imenso, maior do que nosso sistema solar. No seu núcleo a gravidade comprime o gás formando uma bola superquente e superdensa. A pressão aumenta até que novos jatos de gás explodem do seu centro. Isso nos mostra como o processo de formação de uma estrela é violento. A gravidade mantém a pressão comprimindo partículas de gás e poeira que se chocam umas com as outras gerando cada vez mais calor. Nos próximos quinhentos mil anos a jovem estrela ficará menor, mais brilhante e mais quente. A temperatura em seu núcleo poderá chegar a quinze milhões de graus. Quando a temperatura do astro atinge esse valor inimaginável os átomos de gás começam a se fundir gerando uma quantidade imensa de energia. E dessa forma nasce uma estrela. Ela brilhara durante trilhões de anos. Estrelas produzem quantidades gigantescas de calor e luz durante bilhões de anos. Mas isso exige combustível em grande quantidade. E elas produzem energia dentro dos átomos. A fusão de uma estrela de verdade a fusão continua  durante bilhões de anos. O motor de uma estrela é a gravidade. Esse é o segredo das estrelas. É por isso que as estrelas brilham. A fusão no núcleo de uma estrela gera uma força de explosão de um bilhão de bombas nucleares por segundo. Uma estrela é uma bomba de hidrogênio gigantesca e não explodem porque a gravidade comprime as suas camadas externas. A gravidade e a fusão entram em uma batalha épica. Essa tensão cria uma estrela. Esse choque de força dura toda a vida de uma estrela. Duas forças da natureza num impacto dinâmico. Cada raio de luz solar faz uma jornada épica. A luz viaja a um bilhão e oitenta milhões de quilômetros por hora. Um raio de luz circunda a Terra sete vezes em um segundo. Nada no Universo se locomove mais rápido. Porém a maioria das estrelas está tão longe que a sua luz leva bilhões de anos para chegar até nós. A luz do nosso próprio sol leva oito minutos para chegar até nós. Mas mesmo antes da luz começar a sua jornada pelo espaço ela já estava viajando a milhares de anos. Os fótons do sol são as fontes de luz e calor, mas também podem causar algo muito mais destrutivo: o vento solar. Os gases de alta velocidade também geram os poderosos campos magnéticos. Círculos magnéticos gigantescos são lançados ao espaço. Alguns são tão grandes que a Terra poderia passar pelo meio deles com milhares de quilômetros de folga Eles são espetaculares e mortíferos jogando uma torrente de partículas elétricas no espaço. Este é o Vento Solar.  Quanto maior a estrela mais mortífera é o vento. Entender como as estrelas funcionam pode nos ajudar na prevenção de suas forças destrutivas. Mas quando uma estrela morre não há mais nada que se possa fazer. Nos momentos finais ela aniquila tudo o que está ao seu redor. Desde o momento em que nasce toda estrela está destinada a morrer. O nosso sol se tornará uma gigante vermelha. Então a estrela inchada engolirá a Terra. A estrela está morta. Tudo que resta é um núcleo extremamente quente e denso. A estrela gigante vermelha se transformou em uma Anã Branca. No  centro de uma Anã Branca há um cristal gigante de carbono puro. Um diamante cósmico com milhares de quilômetros de comprimentos. Mas as estrelas podem criar algo muito mais precioso do que um diamante gigantesco. Quando estrelas muito maiores do que o nosso Sol morrem, sua morte é muito mais violenta. Mas ao morrer elas criam a matéria prima da vida. Estrelas gigantes vivem intensamente, brilham muito e morrem violentamente. Porém, de sua destruição surge à vida. A morte de estrelas enormes vira a matéria prima do Universo: a própria semente da vida. A gravidade sempre vence. – concluiu o físico.
Enfim os aplausos se seguiram a começar pelo Reitor seguido de toda a mesa e se conduzindo para a massa estudantil. O alienígena cruzou os braços no busto com as mãos encobertas como se fosse um japonês e agradeceu solene se curvando para a mesa e para os estudantes  em delírios a darem assobios como se tivesse escutado a brilhante preleção de um acadêmico comum. Após delirante espaço de tempo voltou a falar o seu preletor aduzindo mais algo não ter dito pelo homem das estrelas. Com uma das mãos, o professor e mestre Sisenando pediu um pouco de silencio, pois teria algo afalar.
Sisenando:
--- Meus caros alunos. Esse que os senhores ouviram não precisa de mais apresentação. Eu agradeço de modo especial ao seu talento em divulgar os seus enormes conhecimentos sobre os nossos astros. Eu ainda tenho a dizer o que o doutor Orion de Nereu me revelou ainda sobre essa luminosa estrela que vemos a noite. Tais estrelas ao morrer, ainda deixa a herança para os seus filhos: ouro, prata e platina. Após a explosão mais violenta do Universo algo é deixado para trás: o cadáver da explosão de supernova. Uma das matérias mais exóticas conhecidas pela ciência chamada de Estrela de Neutro, matéria nuclear sólida. Um estado de matéria mais fantástico do Universo, conforme afirmou o próprio professo Orion. Uma estrela morta incrivelmente pesada. Essa estrela agonizante não deixa só o cadáver de uma estrela de neutro. Ela joga os novos elementos no espaço sideral. As nuvens contém a matéria prima do Universo. Tudo o que conhecemos e amamos é criado dessa poeira estelar. Sem supernova não há vida. Não existiríamos nós mesmos. Quando estrelas maciças morrem elas enchem o Universo com poeira estelar  repleta de elementos como nitrogênio, carbono, oxigênio, silício e ferro, a matéria prima para a criação de novas estrelas, sistemas solares, planetas e nós. Tudo o que vemos em nosso redor veio de uma explosão no núcleo de uma estrela. Nós somos filhos das estrelas. – concluiu o professor.
Aplausos delirantes eram ouvidos de toda a parte com assobios e gritos de brados a todo o momento. O Reitor ficou impressionado por tanta sabedoria do homem estelar e, por conseguinte, do seu descobridor, o professor Antônio Sisenando de Almeida.
Alguém falou em murmúrio ao ouvido do Reitor ser uma sumidade esse grande mestre.
Alguém:
--- Um homem sem um vínculo universitário saber de tanta coisa?! – disse alarmado outro membro da mesa.
Reitor:
--- Há de convir que ele fosse testado e aprovado como um emérito professor! – responde o Reitor em cochicho.
Macedo:
--- Quantas sumidades nós temos perdidos nesse universo brilhante. – declarou o professor.
Estrelas mortas há muito tempo forneceram a poeira estelar que criaram o nosso o sistema solar que existe hoje na Terra. No núcleo de uma estrela há ferro, carbono e oxigênio. Tudo que compõe o mundo em volta de nós veio de uma estrela que explodiu muito tempo atrás. Até os átomos do nosso Sol são reciclados. São restos de uma estrela agonizante. O mundo, hoje vive no mundo de estrelas. Mas esse mundo talvez chegue ao fim. Há uma quantidade limitada de hidrogênio no Universo. Daqui a trilhões de anos ele será esgotado.
 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

"NARA" - 84 -

- Flávia Alessandra -
- 84 -
NEREU
O mestre e professor Sisenando pediu a Orion maiores informações a seu respeito. Ele deu a entender ser chamado Orion vindo da estrela Sirius onde havia o planeta Nereu. Era um planeta entre os muitos existentes na constelação de Sirius.  Em seu mundo planetário o povo tinha condições de voar e mesmo de se transmutar de acordo com cada necessidade. Na Terra, já esteve por vários tempos àquele que veio trazer novas noticias sobre o seu desenvolvimento e progresso. Era comum de se encontrar um nereusiano em nosso mundo, povo a semelhar com os gregos e os seus descendentes. 
Sisenando:
--- Quer dizer ser vós Orion vindo do planeta Nereu? – indagou o mestre.
Orion:
--- Sim. Eu sou Orion do planeta Nereu. – declarou o extraterrestre.
Sisenando:
--- E Nereu não outro significado? – indagou o mestre.
O moço sorriu olhou para um lado e para o outro e respondeu após alguns segundos
Orion:
--- Nadar. Em nossa terra temos essa faculdade. Somo até chamados como um deus marinho, pois em nosso planeta a água é abundante.
Sisenando:
--- Como o senhor fez para transmutar nesse jovem? – indagou o mestre
Orion:
--- Nossa capacidade é incrível como vós percebeis. Nós poderíamos inclusive ser incorporados em vosso corpo. – relatou sorrido o senhor de Nereu.
Sisenando:
--- Ah. Eu já entendo a vós. – relatou o mestre. –
E um pouco mais adiante  mestre após coçar a cabeça resolveu indagar a Orion.
Sisenando:
--- Quem foi Ponto, o grego? – indagou para ver se Orion sabia mesmo.
Orion sorriu e deixou a passar alguns segundos. Com o seu cajado socado a terra enfim ele deu a resposta.
Orion:
--- Há muitas coisas semelhantes. Mas o que vossa sabedoria a mim pergunta eu, na verdade, posso responder. Ponto foi em deus. Ele nasceu de Gaia, a Terra. Ele foi gerado por Éter, o Ar, e foi pai de Nereu, nessa Terra, um similar no nosso Planeta Mãe. Ponto quer dizer muito bem “fortuna” – sorriu Orion.
Sisenando sorriu e trocou olhares com seu futuro genro, Eurípedes. O rapaz não entendeu muito bem o pensar de Sisenando. Foi necessário o mestre falar a miúde ser preferível levar o homem Orion para um centro de recuperação ou outro qualquer onde pudesse ser examinado por especialistas. Em face do que Orion podia saber o normal era cuidar com maior precisão dos acontecimentos futuros. Tendo dito isso ao médico, Eurípedes então concordou. E foi nesse caso que o extraterrestre Orion prenunciou:
Orion:
--- Caso os senhores queiram que eu possa falar com maior discernimento às demais autoridades do ramo, podemos ir a qualquer local. – falou o extraterrestre.
Surpresa total entre os dois homens: Sisenando e Eurípedes. Eles tiraram a imediata conclusão de adivinhar o que se tratava. Mesmo assim, Sisenando não se deu por vencido e articulou para Orion ser preciso a ele concordar em estar de vez com autoridade a quem falasse de seus propósitos. E assim se fez. Foram os três homens – Sisenando, Eurípedes e Orion – para uma dependência do Hospital “Miguel Couto” onde o extraterrestre seria sabatinado por um corpo médico existente naquele local. O veículo era dirigido por Eurípedes e logo atrás vinham os dois cavalheiros a conversar sobre astros e estrelas bem como a Terra e o seu passado remoto. As ruas estavam tranquilas por onde o veículo trafegava e se podia perceber homens e mulheres buscando seus locais de compra e de trabalho. O jovem Eurípedes voltou pelo mesmo caminho, pois o local era o mais seguro de trafegar.
Nesse percurso, Sisenando aproveitou para explorar o conhecimento de Orion e falar um pouco sobre os astros já conhecidos pela ciência. E indagou sobre Alfa Centauro, uma estrela próxima do nosso Sol a mais brilhante da constelação Centauro e a terceira mais brilhante do nosso Céu. Se levar em conta ter a constelação Centauro setenta e cinco mil anos para o homem atingir com um avião ou coisa que o valha todo esse espaço/tempo não se poderia pensar em tão longo período para se conseguir uma informação. E se pensar em dois milhões de anos o tempo para se atingir uma estrela a cem anos luz de distância. Isso nem se pode pensar. Pode se admitir em uma transmissão de rádio nessa mesma direção o qual levaria quatro anos e meio. Mas para completar a viagem um sinal de rádio levaria cem anos se for para bem mais distante. Usar antenas de rádio começou ha bem pouco tempo, anterior à II Guerra Mundial.
Sisenando:
--- Eu gostaria de conhecer quais dos vossos instrumentos podem ter tal capacidade, uma vez que em Nereu a ciência está bem mais evoluída. – perguntou o mestre.
Orion:
--- Muito bem. Eu tentarei vos explicar. Em primeiro, os senhores terão de evoluir bem mais os seus sistemas de comunicação. Eu não teria tanta facilidade em chegar aqui se não houvesse  desenvolvido os sistemas em meu planeta. E segundo; os senhores poderão fabricar antenas capazes de localizar as nossas próprias vozes. Foi nesse ponto que nós chegamos. O rádio terá condições de captar os sinais emanados por transmissores em banda estreita, antes dos sinais de bandas longas ou médias. Esse sinal não será feito pela natureza. Mas sim, por um transmissor. Há a possibilidade de captar cem milhões de canais a um só tempo. Há centenas de bilhões de estrelas apenas nessa galáxia e centenas de bilhões em todo o Universo. – falou o homem estelar.  
Sisenando:
--- Em se pensar em um caso assim, apenas países com Rússia, França, Inglaterra ou mesmo os Estados Unidos terão tal capacidade e condições. – dissertou o mestre muito entristecido.
Orion:
--- Esses países estiveram envolvidos em recentes guerras. Por isso eu não admito ter nenhum o poder de fazer algo semelhante. Daqui a dez anos nós podemos pensar em algo de maior futuro. O homem da Terra não teve mesmo condições de pisar fora de seu destino. Milhões de estrelas estão próximas da Terra. Hoje, se os vossos mestres  cientistas procuram sem noção um alienígena, por assim dizer. Nós podemos mandar sistemas que falam todas as línguas em equipamentos robóticos. Enfim, os nossos avós já mandavam para a Terra sistemas avançados como nada havia parecido. Sempre que aterrissa uma nave alienígena os senhores procuram  colher certo informes. Nós podemos mandar máquinas pensantes e vosso Governo nunca descobrirá na verdade. O Universo é mais antigo do que a Terra. E tais máquinas pensantes já existem a bilhões de anos. Essa tem sido a realidade. – falou de modo tranquilo
Em instantes o automóvel estacionou em frente da casa de Sisenando. Foi a hora de todos saírem. Pois o mestre notou o traje um pouco roto de José Rodrigues e quis fazer um bem mais adequando para o extraterrestre, como se portava o alienígena. Após entrarem em casa, veio a filha Nara a procura de saber o sucedido. No momento, Sisenando disse não se preocupar. Apenas estava a procura de um traje adequado para por no homem. A roupa rota que ele usava não combinava com a pessoa e além do mais Orion teria de usar roupa mais nobre como outras pessoas usavam a frequentar um nobre salão seria para dar a melhor ênfase.
Nara:
--- Ele é um pobretão? – quis saber a moça perguntando ao cochicho.
Sisenando:
--- É melhor tu calar a tua boca porque não sabes com quem estas se metendo! – falou bravo o pai.
A moça deu uma rabisca e foi procura o noivo. Quando esse chegou a residência procurou de imediato o telefone para falar com o Reitor de Universidade. E ao sentir a aproximação da noiva foi logo dizendo para a moça ficar tranquila, pois nada havia a lhe dizer. A moça cruzou as mãos nas ancas e após o fora veio logo a resposta:
Nara:
--- Não estou dizendo mesmo! Aqui só tem animais! – e deu a meia volta para falar com sua mãe.
Ao chegar à sala de jantar ouviu da mulher o mesmo fora uma vez estar bastante ocupada e o homem carecia de tomar um belo banho.
Ceci:
--- Sai! Sai! Não te meta no assunto. Sai! Sai que estou com pressa! – respondeu a mulher sem nem ouvir o perguntar.
E dessa forma Ceci cuidou de ir para o seu quarto onde estava o seu marido a escolher o traje melhor.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"NARA" - 83 -

- Fátima Lobato -
- 83 -
REVOLTA
O homem, Manoel dos Burros, estranhou o procedimento do seu ajudante de sair da sua cama no casebre de duas águas e dizer ser um homem poderoso. Tal fato não lhe passou de forma significativa por sua acanhada memoria. Manoel não sabia o que falava José. Podia ser apenas loucura e nada mais vez que o rapaz estava diante de um homem mais idoso e, certamente mais conhecedor das histórias do capão. Mesmo assim, José estava solene com um cajado na sua mão. E então com voz altiva dissertou:
Orion:
--- Eu sou de Orion e venho das estrelas para cuidar daquilo que o meu povo um dia o fez. – falou majestoso o rapaz.
Manoel ficou confuso e nesse momento somente teve a dizer:
Manoel:
--- Ele está louco varrido. – comentou o pobre colhedor de capim.
E José Rodrigues do alto do seu saber falou mais uma vez para Manoel entender melhor.
Orion:
--- Eu vim porque os senhores não plantam e nem colhem o que serve para o corpo e para a alma como nossos ancestrais vos ensinaram. Eu estou aqui porque vim das estrelas. A mais brilhante estrela: Sirius. Nosso povo está mais adiantado que o vosso. Nosso povo pode voar, temos armas superiores a vossa, podemos estar invisíveis por um capacete igual ao que tenho. – e mostrou o chapéu ao terráqueo – Podemos nos defender por algo como raios e podemos voar por conta de sandálias postas nos nossos pés. Essa é uma tecnologia antiga que os nossos povos ainda possuem. Nós somos iguais ao vosso povo, mas o vosso povo não evoluiu desde que os deuses vieram até vós. Porém no vosso subconsciente perdura a mensagem de serem deuses como nós. Isso se dá por está implantado em vosso DNA, caso que vós desconheceis. – explicou o deus das estrelas como sendo um humano comum.
Nesse momento Manoel ficou pasmado com tanta sabedoria do jovem rapaz que nem atinou perguntar onde estava José e como foi ter o mesmo se transposto para outro corpo. Apenas pensava no rapaz como um louco. E o homem falou com sua voz tirana de fogos e armas ainda por um bom tempo. Foi então nesse ponto que Manoel pensou:
Manoel:
--- É melhor leva-lo ao médico no Hospital. – cogitou o tangedor de burro.
Após algum tempo, Manoel resolveu falar com o seu conhecido  José Luis Diamante, homem vivido por semelhante situação. Quando foi um pouco mais tarde, Diamante já estava em sua casa. E por esse tempo, a visita do almocreve se fez presente. E indagou-o se o homem do curtume conhecia muito bem aquele outro que o trouxera certa vez.
Diamante:
--- Por que a pergunta? – buscou saber.
Manoel:
--- Não é por nada. Acontece que o meu ajudante agora diz ele que é deus! Imagine só? – comentou o visitante.
Diamante sorriu e após instantes indagou:
Diamante:
--- Onde ele está? – indagou duvidando.
Manoel:
--- Bem. Ele agora está dormindo na cama. Mas, logo a tarde ele veio com essa história. Era Deus e era das estrelas e era mais não seu o que e coisa e tal. Só sendo louco para dizer tanta asneira. –relatou o almocreve.
Diamante:
--- Bem. Eu conheço o mais moço e o moço é médico. Eu não sei se faz do mesmo trabalho. – disse o homem do curtume.
Manoel:
--- Pelo menos ele é médico. E se estar com um doente mental em sua casa é bem perigoso. O senhor não acha? – indagou meio confuso
Diamante:
--- Isso é. Mas o rapaz esteve em algum lugar fora daqui? – indagou a suspeitar.
Manoel:
--- Não sei dizer. O certo é que José passou uns dias afastados e agora vem com a história de querer ser Deus. Ora! – falou sem graça.
Diamante:
--- O negócio é chamar o médico aqui. O Doutor sabe falar. Se o senhor está querendo ajudar o pobre, então vamos até a casa do médico. – relatou o trabalhador.
Manoel:
--- Mas hoje? Agora? – indagou aperreado.  
Diamante:
--- Pode ser. Eu estou arrumado e logo a gente chega. – fez ver o trabalhador
Horas após, estava no casebre de Manoel do Burro os dois conhecidos – Diamante e Manoel – além do médico Eurípedes e do seu futuro sogro, Sisenando a procurar falar com José Rodrigues, o rapaz que foi reencontrado em um dia qualquer.  O rapaz estava no sono ferrado e foi preciso muito sacolejo para poder despertá-lo. A acordar, meio zonzo, o rapaz reclamou pela luz do sol a bater em seus olhos. A tapera era feita como todas as taperas, um alpendre na frente, uma sala ao se entrar, uma divisão, um local de se almoçar e, por trás, um segundo alpendre onde era posto o fogão em uma panela de barro.  O  professor Sisenando aproveitou a oportunidade para cumprimentar o jovem José. E esse lhe perguntou:
Orion:
---- Quem sois vós? – indagou o ajudante.
Sisenando:
--- Apenas alguém desejoso de aprender mais. – falou tranquilo o mestre.
Orion:
--- O que buscais? – indagou o rapaz.
Sisenando:
--- O saber! – falou calmo.
Orion:
--- O saber. Pois muito bem. Vós sois o primeiro a procurar o saber. Viveis vós em uma galáxia povoada por um bilhão de estrelas e em um Universo constituído por cem bilhões de galáxias queres mais? – indagou o rapaz.
Sisenando:
--- Se possível for. Nuca se sabe tudo. – disse o mestre.
Orion:
--- Muito bom. Buscais outros seres? O Universo em si é incrível de se compreender por sua vastidão. Seres inteligentes existem. Isso é um fato. Alguém mais próximo um dos outros, pois é assim o Universo. Temos de vários tipos, como podeis ver. Altos, baixos, incrivelmente fortes. E outros incrivelmente franzinos. Alguns são tão diferentes dos demais como a árvore da folha. Para sermos justo, devemos por inicio como a vida na Terra teve inicio. Começaremos por aminoácidos, os blocos construtores das proteínas. E as proteínas são os elementos essenciais à vida. Tais reações ocorrem em todo o Universo: metano, amônia, hidrogênio e água são abundantes em outros corpos cósmicos. Essa é a vida. Esse é o Universo. E, é claro, onde existe água alguma forma de vida há de existir. A vida precisa de molécula de carbono. Quando a ciência conseguir descobrir o DNA da vida verá tudo isso com exatidão. Em outros mundos há gente parecida com os povos da Terra. No momento, astro biólogos e biólogos se debatem nesses estudos. Para nós, isso já é bastante superado.  Hoje ou amanhã, os cientistas da Terra terão percorrido caminhos para descobrir outros planetas iguais a esse. Os cientistas da Terra ainda estão engatinhando no saber da existência para além do seu planeta. Há procura, com dúvidas, de vida muito mais distante. Há a necessidade de se tornar inteligente tal vida como as existentes em outros planetas igual ao de aonde viemos há milhares de anos. – pontificou o extraterrestre.
Sisenando:
--- Pelo que acabo de saber, há vida, e vós sois essa vida, pois não havendo, esse episódio não teria êxito. Mas como tentarmos algum sinal de astros distantes como o vosso? – indagou o professor.
Orion:
--- A primeira causa é a paciência. Se nós estamos aqui é sinal de que não estamos sós. Existem muitos outros sistemas planetários e outros elementos solares com o mesmo ou até maior progresso que o vosso. – relatou o extraterrestre.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"NARA" - 82 -

- Bianca Rinaldi -
- 82 -
APARIÇÃO
Naquele mesmo dia, pela manhã, caminhava pela Avenida Dois o sapateiro Hortêncio, vindo apressado, cheio de compras para a sua oficina e atravessou a Avenida Onze sem prestar nem atenção ao movimento no Bar Quitandinha onde pessoas tomavam café e jogavam conversa fora. A pressa de Hortêncio era a de encontrar uma condução qualquer que o levasse a Mangabeira, caminho de Macaíba. A rua era de grande movimento e o Mercado do Alecrim dominava tudo. Cases de residências pregadas com pequenas lojas era tudo a se notar. Quando o homem atravessou a praça notou a presença de um antigo conhecido a matutar não sabia a razão. Era o homem José Rodrigues a estar sentado em um banco  plantado no lugar e viajante costumeiro a passar quase sempre pela oficina de Hortêncio. Foi então que o homem parou e falou:
Hortêncio:
--- José? Estas esperando um carro? – indagou o homem com bastante pressa.
José Rodrigues voltou o olhar para o alto e perguntou:
José:
--- Meus burros? Onde estão? – indagou confuso o homem.
Hortêncio ficou atônito. Por que o homem estava a procurar por seus burros? Logo no meio de tanta gente? E indagou:
Hortêncio:
--- Burros? Que burros? Você os trouxe para cá? – indagou com duvidas.
E o rapaz não soube dizer ao certo lamentando apenas ter perdido os jericos. Entre uma coisa e outra como a cozer a roupa ele por vezes olhava desatento para o homem.
José:
--- Estavam aqui comigo. Sumiram! – disse o rapaz com voz fraca.
O homem cheio de embrulhos nada pode comentar. Hortêncio nem coçar a cabeça ele podia. Mas, na certa admitiu:
Hortêncio:
--- Tá doido! Burros no Alecrim? Imagine só! – questionou o sapateiro.
E após alguns instantes o homem se despediu de vez quando alguém ao lado comentou:
Alguém:
--- Ele está assim desde que chegou aqui. Faz uns três dias. Parece. – foi o comentário.
Esse foi o comentário de um mendigo já idoso.
Mendigo:
--- Vosmicê conhece o homem? – indagou o mendigo a Hortêncio.
Hortêncio parou, mas de olho da condução se havia de passar e ouviu a pergunta do mendigo. E respondeu:
Hortêncio:
--- Eu o conheço sim. Ele segue sempre para Macaíba e, por vezes, passa em minha oficina. Faz alguns dias que eu não o avistava. Com certeza ele estava viajando ou mesmo em Natal. O que mais admira é José está procurando os burros. Estranho! – falou o homem com preocupação.
Mendigo:
--- Vosmicê sabe onde ele mora? O coitado não soube informar. – relatou o mendigo.
Hortêncio parou por alguns instantes e logo respondeu:
Hortêncio:
--- Sei. Ele mora na Curva. Quando se vai para Mangabeira. Curva da Morte. – falou o homem procurando observar se havia condução na parada.
Mendigo;
--- Por que o senhor não leva o pobre? – indagou o coitado sem ambição.
Hortêncio:
--- Eu? Ele sabe o lugar. – disse o sapateiro sem ver condução.
Mendigo:
--- Pra mim, eu acho que não. Eu já perguntei e ele não me deu noticia. – falou o mendigo.
Hortêncio:
--- Foi? Foi? Ele não sabe? Endoidou! – fez questão de dizer o sapateiro.
Em seguida, Hortêncio notou o caminhão a chegar à parada do Mercado e o povo a correr para pegar um lugar melhor. Ele sentiu vontade em ir, mas o José não lhe saía da lembrança. Nesse momento, Hortêncio agarrou o homem pelo braço e disse com bastante pressa:
Hortêncio:
--- Vamos! Vamos! Chega! Tá na hora! – relatou o homem cheio de pressa.
José Rodrigues seguiu o homem  a procura de suas vacas, pois era tudo o que lhe faziam falta. Logo em seguida os dois subiram na carroceria do caminhão e se largaram na viagem com o buzinar do carro e muita gente ao derredor.  Era o intrincado de desordenadas pessoas, umas quase a cair sobre outras e o carro de um feitio ridículo a correr e correr mais. Gado na rua sem calçamento, cães vadios a atrapalhar, menino a somente olhar e dar adeus, homens com cargas nas costas e tudo isso o carro via passar. O lugar era longe para Hortêncio e José chegarem com tanta pressa. O caminho era por demais acidentado. A lama na estrada encobria os buracos em baixo. Mulheres a lavar roupas no riacho das Quintas. Ônibus a atravessar o lugar do caminhão. Era tudo a matar o sono.  Quando o carro chegou ao capinzal o homem Hortêncio pediu parada. E ambos desceram do carro. Hortêncio estava ofegante e depressa chegou ao terreno a procura do dono, Manoel do Burro. Após se comprometerem Hortêncio apresentou o ajudante José Rodrigue e ficou sabendo que ele estava desaparecido há uns bons dias. Então Hortêncio teceu comentário:
Hortêncio:
--- Ele parece estar meio maluco, pois não diz coisa com coisa. Apenas pergunta pelos burros. – falou em sigilo o homem.
Manoel:
--- Pois não. Pois não. Deixa que eu mesmo converso. – respondeu o homem.
E daí começou a conversar com José Rodrigues e esse apenas dizia ter perdido os burros. Manoel disse ter soltado os burros da prisão quando foi a Mangabeira e quis saber mais alguma coisa acontecida por esses dias. O rapaz de nada entendia, pois apenas falava de recordações de sua vida infantil. Manoel entendeu ter ele estado numa maluquice terrível e não adiantava de nada a perguntar. O que se podia fazer era mandar o rapaz deitar e dormir para sossegar um pouco a mente.  José Rodrigues obedeceu ao mandado e Hortêncio ficou a conversar com Manoel. Nessa ocasião Hortêncio ter encontrado o rapaz na praça do Alecrim com o ar de total acabamento. Para Hortêncio, a primeira vista, o rapaz nada sabia falar e nem ao menos o reconheceu, apesar de ser um jovem frequentador da oficina do remendão. Isso, quando o rapaz estava seguindo ou voltando do município de Macaíba.
Hortêncio:
--- Confesso ao senhor ter eu não compreendido de nada do que José falava. – disse o homem
Manoel:
--- Era-me estranho o desaparecimento do rapaz a tantos dias. No início eu pensava que José Rodrigues tivesse algum caso pela cidade. Depois de dois dias, eu então duvidei. Eu pensei que ele tivesse sido preso por alguma arruaça ou mesmo por questão de cachaça. Mas José pouco bebia. Só em festas. E assim, era muito pouco. Quando eu vi o senhor chegar com o rapaz eu tive um susto tremendo chega eu fiquei com as minhas pernas bambas. - frisou Manoel ainda desencorajado.
A conversa prosseguiu até a chegada de outro caminhão de feira quando Hortêncio embarcou de vez após se despedir de Manoel do Burro. O dia estava quente e o mormaço subiu da terra. Arapuás zurravam a todo instante por conta do mel tirado das flores ou de coisa assim. Os viajantes se protegiam como podiam das ferroadas das abelhas negras. Com certeza, alguém  destruiu os ninhos das abelhas e essas voaram em busca do mel. Arapuá é abelha causadora de grandes perdas das flores ainda fechadas. Elas cortam as pontas das folhas novinhas para construir seu ninho. Além do mais os arapuás agem como predadores de outras abelhas, invadindo colmeias alheias para roubar mel. O caminhão corria como podia até avistar o local de desembarque de parte dos passageiros. Alguns ficavam em Mangabeira enquanto outros seguiam para mais longe até chegar ao seu destino final. Em um dia qualquer logo após a chegada de José, no capinzal de Manoel algo por demais surpreendeu o cortador de capim. O jovem rapaz apareceu saindo do seu rude quarto e disse então:
José:
--- Eu sou o Deus do Céu, do trovão, do temporal e do relâmpago. Não toque em mim porque eu não estou preparado e desapareço em um instante. – e levantou um cajado.