- Fátima Lobato -
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REVOLTA
O homem,
Manoel dos Burros, estranhou o procedimento do seu ajudante de sair da sua cama
no casebre de duas águas e dizer ser um homem poderoso. Tal fato não lhe passou
de forma significativa por sua acanhada memoria. Manoel não sabia o que falava
José. Podia ser apenas loucura e nada mais vez que o rapaz estava diante de um
homem mais idoso e, certamente mais conhecedor das histórias do capão. Mesmo assim,
José estava solene com um cajado na sua mão. E então com voz altiva dissertou:
Orion:
--- Eu sou de
Orion e venho das estrelas para cuidar daquilo que o meu povo um dia o fez. –
falou majestoso o rapaz.
Manoel ficou
confuso e nesse momento somente teve a dizer:
Manoel:
--- Ele está
louco varrido. – comentou o pobre colhedor de capim.
E José
Rodrigues do alto do seu saber falou mais uma vez para Manoel entender melhor.
Orion:
--- Eu vim
porque os senhores não plantam e nem colhem o que serve para o corpo e para a
alma como nossos ancestrais vos ensinaram. Eu estou aqui porque vim das
estrelas. A mais brilhante estrela: Sirius. Nosso povo está mais adiantado que
o vosso. Nosso povo pode voar, temos armas superiores a vossa, podemos estar
invisíveis por um capacete igual ao que tenho. – e mostrou o chapéu ao
terráqueo – Podemos nos defender por algo como raios e podemos voar por conta
de sandálias postas nos nossos pés. Essa é uma tecnologia antiga que os nossos
povos ainda possuem. Nós somos iguais ao vosso povo, mas o vosso povo não
evoluiu desde que os deuses vieram até vós. Porém no vosso subconsciente
perdura a mensagem de serem deuses como nós. Isso se dá por está implantado em
vosso DNA, caso que vós desconheceis. – explicou o deus das estrelas como sendo
um humano comum.
Nesse momento
Manoel ficou pasmado com tanta sabedoria do jovem rapaz que nem atinou
perguntar onde estava José e como foi ter o mesmo se transposto para outro
corpo. Apenas pensava no rapaz como um louco. E o homem falou com sua voz
tirana de fogos e armas ainda por um bom tempo. Foi então nesse ponto que Manoel
pensou:
Manoel:
--- É melhor
leva-lo ao médico no Hospital. – cogitou o tangedor de burro.
Após algum
tempo, Manoel resolveu falar com o seu conhecido José Luis Diamante, homem vivido por
semelhante situação. Quando foi um pouco mais tarde, Diamante já estava em sua
casa. E por esse tempo, a visita do almocreve se fez presente. E indagou-o se o
homem do curtume conhecia muito bem aquele outro que o trouxera certa vez.
Diamante:
--- Por que a
pergunta? – buscou saber.
Manoel:
--- Não é por
nada. Acontece que o meu ajudante agora diz ele que é deus! Imagine só? –
comentou o visitante.
Diamante
sorriu e após instantes indagou:
Diamante:
--- Onde ele
está? – indagou duvidando.
Manoel:
--- Bem. Ele
agora está dormindo na cama. Mas, logo a tarde ele veio com essa história. Era
Deus e era das estrelas e era mais não seu o que e coisa e tal. Só sendo louco
para dizer tanta asneira. –relatou o almocreve.
Diamante:
--- Bem. Eu
conheço o mais moço e o moço é médico. Eu não sei se faz do mesmo trabalho. –
disse o homem do curtume.
Manoel:
--- Pelo menos
ele é médico. E se estar com um doente mental em sua casa é bem perigoso. O
senhor não acha? – indagou meio confuso
Diamante:
--- Isso é.
Mas o rapaz esteve em algum lugar fora daqui? – indagou a suspeitar.
Manoel:
--- Não sei
dizer. O certo é que José passou uns dias afastados e agora vem com a história
de querer ser Deus. Ora! – falou sem graça.
Diamante:
--- O negócio
é chamar o médico aqui. O Doutor sabe falar. Se o senhor está querendo ajudar o
pobre, então vamos até a casa do médico. – relatou o trabalhador.
Manoel:
--- Mas hoje?
Agora? – indagou aperreado.
Diamante:
--- Pode ser.
Eu estou arrumado e logo a gente chega. – fez ver o trabalhador
Horas após,
estava no casebre de Manoel do Burro os dois conhecidos – Diamante e Manoel –
além do médico Eurípedes e do seu futuro sogro, Sisenando a procurar falar com
José Rodrigues, o rapaz que foi reencontrado em um dia qualquer. O rapaz estava no sono ferrado e foi preciso
muito sacolejo para poder despertá-lo. A acordar, meio zonzo, o rapaz reclamou
pela luz do sol a bater em seus olhos. A tapera era feita como todas as
taperas, um alpendre na frente, uma sala ao se entrar, uma divisão, um local de
se almoçar e, por trás, um segundo alpendre onde era posto o fogão em uma
panela de barro. O professor Sisenando aproveitou a oportunidade
para cumprimentar o jovem José. E esse lhe perguntou:
Orion:
---- Quem sois
vós? – indagou o ajudante.
Sisenando:
--- Apenas
alguém desejoso de aprender mais. – falou tranquilo o mestre.
Orion:
--- O que
buscais? – indagou o rapaz.
Sisenando:
--- O saber! –
falou calmo.
Orion:
--- O saber.
Pois muito bem. Vós sois o primeiro a procurar o saber. Viveis vós em uma
galáxia povoada por um bilhão de estrelas e em um Universo constituído por cem
bilhões de galáxias queres mais? – indagou o rapaz.
Sisenando:
--- Se possível
for. Nuca se sabe tudo. – disse o mestre.
Orion:
--- Muito bom.
Buscais outros seres? O Universo em si é incrível de se compreender por sua
vastidão. Seres inteligentes existem. Isso é um fato. Alguém mais próximo um dos
outros, pois é assim o Universo. Temos de vários tipos, como podeis ver. Altos,
baixos, incrivelmente fortes. E outros incrivelmente franzinos. Alguns são tão
diferentes dos demais como a árvore da folha. Para sermos justo, devemos por
inicio como a vida na Terra teve inicio. Começaremos por aminoácidos, os blocos
construtores das proteínas. E as proteínas são os elementos essenciais à vida.
Tais reações ocorrem em todo o Universo: metano, amônia, hidrogênio e água são
abundantes em outros corpos cósmicos. Essa é a vida. Esse é o Universo. E, é
claro, onde existe água alguma forma de vida há de existir. A vida precisa de molécula
de carbono. Quando a ciência conseguir descobrir o DNA da vida verá tudo isso
com exatidão. Em outros mundos há gente parecida com os povos da Terra. No momento,
astro biólogos e biólogos se debatem nesses estudos. Para nós, isso já é
bastante superado. Hoje ou amanhã, os
cientistas da Terra terão percorrido caminhos para descobrir outros planetas
iguais a esse. Os cientistas da Terra ainda estão engatinhando no saber da
existência para além do seu planeta. Há procura, com dúvidas, de vida muito
mais distante. Há a necessidade de se tornar inteligente tal vida como as
existentes em outros planetas igual ao de aonde viemos há milhares de anos. –
pontificou o extraterrestre.
Sisenando:
--- Pelo que
acabo de saber, há vida, e vós sois essa vida, pois não havendo, esse episódio
não teria êxito. Mas como tentarmos algum sinal de astros distantes como o
vosso? – indagou o professor.
Orion:
--- A primeira
causa é a paciência. Se nós estamos aqui é sinal de que não estamos sós.
Existem muitos outros sistemas planetários e outros elementos solares com o
mesmo ou até maior progresso que o vosso. – relatou o extraterrestre.
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