quinta-feira, 20 de junho de 2013

"NARA" - 83 -

- Fátima Lobato -
- 83 -
REVOLTA
O homem, Manoel dos Burros, estranhou o procedimento do seu ajudante de sair da sua cama no casebre de duas águas e dizer ser um homem poderoso. Tal fato não lhe passou de forma significativa por sua acanhada memoria. Manoel não sabia o que falava José. Podia ser apenas loucura e nada mais vez que o rapaz estava diante de um homem mais idoso e, certamente mais conhecedor das histórias do capão. Mesmo assim, José estava solene com um cajado na sua mão. E então com voz altiva dissertou:
Orion:
--- Eu sou de Orion e venho das estrelas para cuidar daquilo que o meu povo um dia o fez. – falou majestoso o rapaz.
Manoel ficou confuso e nesse momento somente teve a dizer:
Manoel:
--- Ele está louco varrido. – comentou o pobre colhedor de capim.
E José Rodrigues do alto do seu saber falou mais uma vez para Manoel entender melhor.
Orion:
--- Eu vim porque os senhores não plantam e nem colhem o que serve para o corpo e para a alma como nossos ancestrais vos ensinaram. Eu estou aqui porque vim das estrelas. A mais brilhante estrela: Sirius. Nosso povo está mais adiantado que o vosso. Nosso povo pode voar, temos armas superiores a vossa, podemos estar invisíveis por um capacete igual ao que tenho. – e mostrou o chapéu ao terráqueo – Podemos nos defender por algo como raios e podemos voar por conta de sandálias postas nos nossos pés. Essa é uma tecnologia antiga que os nossos povos ainda possuem. Nós somos iguais ao vosso povo, mas o vosso povo não evoluiu desde que os deuses vieram até vós. Porém no vosso subconsciente perdura a mensagem de serem deuses como nós. Isso se dá por está implantado em vosso DNA, caso que vós desconheceis. – explicou o deus das estrelas como sendo um humano comum.
Nesse momento Manoel ficou pasmado com tanta sabedoria do jovem rapaz que nem atinou perguntar onde estava José e como foi ter o mesmo se transposto para outro corpo. Apenas pensava no rapaz como um louco. E o homem falou com sua voz tirana de fogos e armas ainda por um bom tempo. Foi então nesse ponto que Manoel pensou:
Manoel:
--- É melhor leva-lo ao médico no Hospital. – cogitou o tangedor de burro.
Após algum tempo, Manoel resolveu falar com o seu conhecido  José Luis Diamante, homem vivido por semelhante situação. Quando foi um pouco mais tarde, Diamante já estava em sua casa. E por esse tempo, a visita do almocreve se fez presente. E indagou-o se o homem do curtume conhecia muito bem aquele outro que o trouxera certa vez.
Diamante:
--- Por que a pergunta? – buscou saber.
Manoel:
--- Não é por nada. Acontece que o meu ajudante agora diz ele que é deus! Imagine só? – comentou o visitante.
Diamante sorriu e após instantes indagou:
Diamante:
--- Onde ele está? – indagou duvidando.
Manoel:
--- Bem. Ele agora está dormindo na cama. Mas, logo a tarde ele veio com essa história. Era Deus e era das estrelas e era mais não seu o que e coisa e tal. Só sendo louco para dizer tanta asneira. –relatou o almocreve.
Diamante:
--- Bem. Eu conheço o mais moço e o moço é médico. Eu não sei se faz do mesmo trabalho. – disse o homem do curtume.
Manoel:
--- Pelo menos ele é médico. E se estar com um doente mental em sua casa é bem perigoso. O senhor não acha? – indagou meio confuso
Diamante:
--- Isso é. Mas o rapaz esteve em algum lugar fora daqui? – indagou a suspeitar.
Manoel:
--- Não sei dizer. O certo é que José passou uns dias afastados e agora vem com a história de querer ser Deus. Ora! – falou sem graça.
Diamante:
--- O negócio é chamar o médico aqui. O Doutor sabe falar. Se o senhor está querendo ajudar o pobre, então vamos até a casa do médico. – relatou o trabalhador.
Manoel:
--- Mas hoje? Agora? – indagou aperreado.  
Diamante:
--- Pode ser. Eu estou arrumado e logo a gente chega. – fez ver o trabalhador
Horas após, estava no casebre de Manoel do Burro os dois conhecidos – Diamante e Manoel – além do médico Eurípedes e do seu futuro sogro, Sisenando a procurar falar com José Rodrigues, o rapaz que foi reencontrado em um dia qualquer.  O rapaz estava no sono ferrado e foi preciso muito sacolejo para poder despertá-lo. A acordar, meio zonzo, o rapaz reclamou pela luz do sol a bater em seus olhos. A tapera era feita como todas as taperas, um alpendre na frente, uma sala ao se entrar, uma divisão, um local de se almoçar e, por trás, um segundo alpendre onde era posto o fogão em uma panela de barro.  O  professor Sisenando aproveitou a oportunidade para cumprimentar o jovem José. E esse lhe perguntou:
Orion:
---- Quem sois vós? – indagou o ajudante.
Sisenando:
--- Apenas alguém desejoso de aprender mais. – falou tranquilo o mestre.
Orion:
--- O que buscais? – indagou o rapaz.
Sisenando:
--- O saber! – falou calmo.
Orion:
--- O saber. Pois muito bem. Vós sois o primeiro a procurar o saber. Viveis vós em uma galáxia povoada por um bilhão de estrelas e em um Universo constituído por cem bilhões de galáxias queres mais? – indagou o rapaz.
Sisenando:
--- Se possível for. Nuca se sabe tudo. – disse o mestre.
Orion:
--- Muito bom. Buscais outros seres? O Universo em si é incrível de se compreender por sua vastidão. Seres inteligentes existem. Isso é um fato. Alguém mais próximo um dos outros, pois é assim o Universo. Temos de vários tipos, como podeis ver. Altos, baixos, incrivelmente fortes. E outros incrivelmente franzinos. Alguns são tão diferentes dos demais como a árvore da folha. Para sermos justo, devemos por inicio como a vida na Terra teve inicio. Começaremos por aminoácidos, os blocos construtores das proteínas. E as proteínas são os elementos essenciais à vida. Tais reações ocorrem em todo o Universo: metano, amônia, hidrogênio e água são abundantes em outros corpos cósmicos. Essa é a vida. Esse é o Universo. E, é claro, onde existe água alguma forma de vida há de existir. A vida precisa de molécula de carbono. Quando a ciência conseguir descobrir o DNA da vida verá tudo isso com exatidão. Em outros mundos há gente parecida com os povos da Terra. No momento, astro biólogos e biólogos se debatem nesses estudos. Para nós, isso já é bastante superado.  Hoje ou amanhã, os cientistas da Terra terão percorrido caminhos para descobrir outros planetas iguais a esse. Os cientistas da Terra ainda estão engatinhando no saber da existência para além do seu planeta. Há procura, com dúvidas, de vida muito mais distante. Há a necessidade de se tornar inteligente tal vida como as existentes em outros planetas igual ao de aonde viemos há milhares de anos. – pontificou o extraterrestre.
Sisenando:
--- Pelo que acabo de saber, há vida, e vós sois essa vida, pois não havendo, esse episódio não teria êxito. Mas como tentarmos algum sinal de astros distantes como o vosso? – indagou o professor.
Orion:
--- A primeira causa é a paciência. Se nós estamos aqui é sinal de que não estamos sós. Existem muitos outros sistemas planetários e outros elementos solares com o mesmo ou até maior progresso que o vosso. – relatou o extraterrestre.

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