quarta-feira, 12 de junho de 2013

"NARA" - 76 -

- Flavia Alessandra -
- 76 -
RETORNO
No dia seguinte, o doutor Eurípedes e o seu futuro sogro Sisenando já estavam a confabular com o homem do curtume, José Luis Diamante sobre o avistamento do Disco Voador, o conhecido por OVNI ou UFO. Diamante detalhou tudo o que ocorreu com ele desde a hora do avistamento do Disco até o instante em que foi posto a Terra aonde ele veio, a saber, quando recuperou sua consciência, tempos depois. Sem exagero, porém muito preocupado, Diamante falou de quando avistou o Disco, do raio de luz, das luzes em torno do objeto, de ninguém a aparecer, do salão que não tinha paredes, dos anjos a ver de perto o homem Diamante já dentro do objeto, de vários anjos a escutar os outros que falavam em língua misteriosa, do homem gigante parecendo Jesus. Enfim, de todos os participantes vestindo uma túnica de cor branca tendo sua face uma pele embranquecida, as mãos cobertas por uma espécie de luva e se calçavam sandálias Diamante não avistou.
Diamante:
--- Eles eram misteriosos! – falou com temor o homem.
Sisenando:
--- O senhor sabe quanto tempo ficou dentro da nave? – quis saber.
Diamante:
--- Não senhor. – respondeu inseguro.
Sisenando:
--- O senhor se lembra de ter visto outra pessoa como o senhor na grande sala. – perguntou.
Diamante:
--- Agora o senhor falou com exatidão. Outras pessoas. Eu tenho a impressão que sim, pois havia muitos leitos dispostos no grande salão e todos eles estavam ocupados por gente como eu. Eu não falei com ninguém, até por que não tive oportunidade ou condições de falar. Esse pessoal estava também sendo examinado pelos anjos. – disse mais.
E a conversa se prolongou por mais tempo chegando ao seu final com o acerto de na manhã seguinte, um sábado, ele poder visitar uns amigos onde isentando falaria sobre o seu rapto, pois José Diamante seria a figura central do acontecimento.
Sisenando:
--- Não se aflija. É negócio de pouco tempo e o senhor terá de vestir uma roupa mais descente do que essa que está usando. Não se aflija. – comentou.
Diamante:
--- Eu tenho medo senhor. – relatou assombrado.
Sisenando:
--- Não é preciso temer. Se lhe interessa, o senhor pode ir agora para a minha casa e depois seguiremos para o encontro. Não precisa ter vergonha ou ressentimento. – falou austero.
José Luis Diamante concordou em seguir após um tempo a pensar no teria de fazer ou falar. No entanto, já no automóvel de Eurípedes, o homem foi orientado a não falar a não ser quando por Sisenando indagado. E o restante do dia da sexta feira passou sem maior atropelo com o mestre a conversar sobre estranhos avistamentos ocorridos desde o ano passado e por muitos e muitos anos seguidos, antes mesmo de se ouvir falar em Jesus.
Sisenando:
--- Jesus pode ter sido um deles, com certeza! – falou com precisão.
Desse modo, o assunto teve seu prosseguir com o homem Diamante apenas a escutar.
No dia seguinte, muito bem preparado, estava Diamante pronto para seguir com Sisenando para o tal encontro não sabendo com quem. Às oito horas, o carro de Eurípedes estava estacionado em frente a residência de Nara. Com momentos, os homens chegaram ao embarque com a presença de Nara como convidada especial. Um pouco atrás estava o carro do doutor Macedo, o Física,  e seu acompanhante o professor França. Os personagens foram apresentados ao curtidor de couro, José Luis Diamante e, sem mais conversa todos, em pouco instantes já estavam no auditório da Universidade. O  salão estava repleto de convidados e à frente, ficaram o presidente dos trabalhos, outros participantes do evento, Nara, Diamante, o professor França, o doutor Macedo e, por fim, o palestrante, senhor e mestre Antônio Sisenando de Almeida. Após o discurso de abertura feito pelo presidente dos trabalhos e de outras palavras ditas pelo locutor da apresentação, teve inicio o debate com a participação do mestre Sisenando. E foi assim o acontecido:
Após os cumprimentos de praxe a todos os componentes da Mesa, Sisenando começou a sua fala:
Sisenando:
--- Senhores e senhoras. Eu fui convidado para participar desse debate e falar sobre o Universo que representa todo esse mundo. Mas deu-se um caso agora nessa capital e eu achei de melhor proveito. - (pigarreou o homem e olhou para o convidado Diamante) – A continuar: existe, nos Estados Unidos, a cidade do Roswell, Estado do Novo México. Essa cidade pouco conhecida e pacata. Mas, há um ano, mais ou menos, se tornou famosa pelos cientistas e até por ter servido de Base Militar. Foi nesse ponto que uma nave espacial caiu em suas terras. Esse assunto pouca gente sabe. Porém vem sendo divulgada pelos meios de comunicação do País. O próprio Exército confirmou ter uma nave alienígena caído na Terra em Roswell. É bom lembrar ter a maior parta da população mundial questionado sobre visitas de extraterrestres em nosso Planeta. O Universo é grande. Existem coisas que não entendemos. E é provável haver inteligência em muitas outras esferas. Existe também com certeza a inteligência em outros mundos. Bem. Nós temos a presença do senhor José Luiz Diamante. – falou o mestre.
Em seguida se dirigiu ao homem do curtume e o fez estar presente.
Sisenando:
--- Esse é o homem. Ele não podendo falar a contento, temo que explique com certeza o ocorrido. (pigarreou o mestre). – Pois muito bem. Em dias dessa semana, o senhor Diamante – (apontou para o homem) – estava saindo de sua humilde casa, citada na chamada Curva da Morte. ...Creio que os senhores conhecem ou ouviram falar. - e Sisenando olhou para o auditório que se fazia calado – É caminho para quem segue a Macaíba. –(argumentou sem pressa o mestre). - Por volta das quatro e meia da manhã, ainda estava tudo escuro na capital e consequentemente naquela estrada. Muito bem. A questão foi: ocorreu algo surpreendente. O senhor Diamante notou sobre sua cabeça um chamado “Disco”. Esse disco tinha para mais de sessenta metros em toda sua extensão. – (o homem fez uma volta em torno de si) – Seu Diamante relatou o que muito bem ele notou. – (falou o mestre) – Uma roda enorme. – ( e parou de falar para olhar a plateia totalmente calada) – Nesse ponto, uma luz bastante forte desceu do Disco em direção ao solo. Ele estava no meio da luz. Desse ponto em diante ele não mais se lembrar do ocorrido. – falou o mestre.  
E revelou o mestre Sisenando ter o homem contado: no interior do Disco, ele tranquilo despertou e pode ver seguidas fileiras de camas com outros homens e mulheres da Terra sendo verificados pelos “anjos” com a devida paciência.  Mas era um salão onde não havia paredes de separação. Era tudo um vão. E disse mais ter visto um ser cujo parecer era de um Jesus. Devido os seus trajes compridos e totalmente brancos Diamante não podia enxergar nem mesmo as pontas dos seus pés. Ouvia apenas o ser a comandar os “anjos” e a falar em uma língua estranha. Sua cor era pálida ou totalmente branca. Do ser era somente isso a se avistar. O resto do corpo era totalmente coberto por uma espécie de manto ou opa, o mesmo a ocorrer com os “anjos”. Diamante não compreendia o dialogo, porém sabia ser de um idioma estrangeiro. Em certa ocasião Diamante observou se havia mulheres no meio dos “anjos”, mas não sabia, pois todos eles eram “anjos”. O monologo continuo por vários minutos com as informações pelo mestre recebidas. Ao concluir Sisenando relatou:
Sisenando:
--- E o homem foi posto para fora não sabe dizer qual o tempo. Mesmo assim, ter sido no município de São José do Mipibu. Ele despertou não sabe quando e foi conduzido ao hospital Miguel Couto, em Natal. Quando chegou, era alucinado. Não sabia o que dizia. Foi conduzido para outro Hospital e, então, foi liberado pelos médicos dessa outra Casa. Esta é a versão de verdade que eu ajuntei para vos contar. – relatou o mestre.
Os participantes da mesa ficaram curiosos com tamanha exatidão do mestre. E apenas se perguntaram o que havia a inquirir do homem José Luiz Diamante. Mas, ao que se supôs nada mais a falar. Por fim, Sisenando relatou ser os homens dos planetas distantes os visitantes do passado e do presente:
Sisenando:
--- O Universo é grande. Existem coisas lá fora que não entendemos. Então, é evidente, existe vida inteligente em outras Terras. Nós estamos em um planeta de pouco mais de 4 bilhões e meio de anos. A presença da nossa civilização nessa única escala de tempo faz  um absurdo pensar que somos os únicos. Isso seria uma contradição. Nossa galáxia tem mais de cem bilhões de estrelas. E no Universo existem para além de cem bilhões de galáxias. Isso comprova da existência milhares de planetas a existir com vidas inteligentes como a nossa. Nós não podemos pensar sermos o único em todo o Universo. Quanto mais nós aprendermos, mais conhecer nós teremos. Nós, nesse pequeno mundo, somos os mais sábios. Contudo não pensamos de quanta energia precisamos para seguir de uma estrela a outra. Se um dia, nós podermos explorar outros mundos, então, por que seres não podem fazer o igual?. Eu estou convicto que os visitantes de outros mundos vieram a Terra a milhares de anos atrás. O passado humano é mais fantástico do que imaginamos. – concluiu o mestre.
O silencio persistiu até um aplauso surgir. E mais e mais outros. A filha de Sisenando vertia lágrimas a ouvir o seu genitor falar com tanta eloquência. Palmas se ouviram então de todo o auditório repleto de caloroso ardor.

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