- Flavia Alessandra -
- 76 -
RETORNO
No dia
seguinte, o doutor Eurípedes e o seu futuro sogro Sisenando já estavam a
confabular com o homem do curtume, José Luis Diamante sobre o avistamento do
Disco Voador, o conhecido por OVNI ou UFO. Diamante detalhou tudo o que ocorreu
com ele desde a hora do avistamento do Disco até o instante em que foi posto a
Terra aonde ele veio, a saber, quando recuperou sua consciência, tempos depois.
Sem exagero, porém muito preocupado, Diamante falou de quando avistou o Disco,
do raio de luz, das luzes em torno do objeto, de ninguém a aparecer, do salão
que não tinha paredes, dos anjos a ver de perto o homem Diamante já dentro do
objeto, de vários anjos a escutar os outros que falavam em língua misteriosa,
do homem gigante parecendo Jesus. Enfim, de todos os participantes vestindo uma
túnica de cor branca tendo sua face uma pele embranquecida, as mãos cobertas
por uma espécie de luva e se calçavam sandálias Diamante não avistou.
Diamante:
--- Eles eram
misteriosos! – falou com temor o homem.
Sisenando:
--- O senhor
sabe quanto tempo ficou dentro da nave? – quis saber.
Diamante:
--- Não
senhor. – respondeu inseguro.
Sisenando:
--- O senhor
se lembra de ter visto outra pessoa como o senhor na grande sala. – perguntou.
Diamante:
--- Agora o
senhor falou com exatidão. Outras pessoas. Eu tenho a impressão que sim, pois
havia muitos leitos dispostos no grande salão e todos eles estavam ocupados por
gente como eu. Eu não falei com ninguém, até por que não tive oportunidade ou
condições de falar. Esse pessoal estava também sendo examinado pelos anjos. –
disse mais.
E a conversa
se prolongou por mais tempo chegando ao seu final com o acerto de na manhã
seguinte, um sábado, ele poder visitar uns amigos onde isentando falaria sobre
o seu rapto, pois José Diamante seria a figura central do acontecimento.
Sisenando:
--- Não se
aflija. É negócio de pouco tempo e o senhor terá de vestir uma roupa mais
descente do que essa que está usando. Não se aflija. – comentou.
Diamante:
--- Eu tenho
medo senhor. – relatou assombrado.
Sisenando:
--- Não é
preciso temer. Se lhe interessa, o senhor pode ir agora para a minha casa e
depois seguiremos para o encontro. Não precisa ter vergonha ou ressentimento. –
falou austero.
José Luis
Diamante concordou em seguir após um tempo a pensar no teria de fazer ou falar.
No entanto, já no automóvel de Eurípedes, o homem foi orientado a não falar a
não ser quando por Sisenando indagado. E o restante do dia da sexta feira
passou sem maior atropelo com o mestre a conversar sobre estranhos avistamentos
ocorridos desde o ano passado e por muitos e muitos anos seguidos, antes mesmo
de se ouvir falar em Jesus.
Sisenando:
--- Jesus pode
ter sido um deles, com certeza! – falou com precisão.
Desse modo, o
assunto teve seu prosseguir com o homem Diamante apenas a escutar.
No dia
seguinte, muito bem preparado, estava Diamante pronto para seguir com Sisenando
para o tal encontro não sabendo com quem. Às oito horas, o carro de Eurípedes
estava estacionado em frente a residência de Nara. Com momentos, os homens
chegaram ao embarque com a presença de Nara como convidada especial. Um pouco
atrás estava o carro do doutor Macedo, o Física, e seu acompanhante o professor França. Os
personagens foram apresentados ao curtidor de couro, José Luis Diamante e, sem
mais conversa todos, em pouco instantes já estavam no auditório da Universidade.
O salão estava repleto de convidados e à
frente, ficaram o presidente dos trabalhos, outros participantes do evento,
Nara, Diamante, o professor França, o doutor Macedo e, por fim, o palestrante,
senhor e mestre Antônio Sisenando de Almeida. Após o discurso de abertura feito
pelo presidente dos trabalhos e de outras palavras ditas pelo locutor da
apresentação, teve inicio o debate com a participação do mestre Sisenando. E
foi assim o acontecido:
Após os
cumprimentos de praxe a todos os componentes da Mesa, Sisenando começou a sua
fala:
Sisenando:
--- Senhores e
senhoras. Eu fui convidado para participar desse debate e falar sobre o
Universo que representa todo esse mundo. Mas deu-se um caso agora nessa capital
e eu achei de melhor proveito. - (pigarreou o homem e olhou para o convidado
Diamante) – A continuar: existe, nos Estados Unidos, a cidade do Roswell,
Estado do Novo México. Essa cidade pouco conhecida e pacata. Mas, há um ano,
mais ou menos, se tornou famosa pelos cientistas e até por ter servido de Base
Militar. Foi nesse ponto que uma nave espacial caiu em suas terras. Esse
assunto pouca gente sabe. Porém vem sendo divulgada pelos meios de comunicação
do País. O próprio Exército confirmou ter uma nave alienígena caído na Terra em
Roswell. É bom lembrar ter a maior parta da população mundial questionado sobre
visitas de extraterrestres em nosso Planeta. O Universo é grande. Existem
coisas que não entendemos. E é provável haver inteligência em muitas outras
esferas. Existe também com certeza a inteligência em outros mundos. Bem. Nós
temos a presença do senhor José Luiz Diamante. – falou o mestre.
Em seguida se
dirigiu ao homem do curtume e o fez estar presente.
Sisenando:
--- Esse é o
homem. Ele não podendo falar a contento, temo que explique com certeza o
ocorrido. (pigarreou o mestre). – Pois muito bem. Em dias dessa semana, o
senhor Diamante – (apontou para o homem) – estava saindo de sua humilde casa,
citada na chamada Curva da Morte. ...Creio que os senhores conhecem ou ouviram
falar. - e Sisenando olhou para o auditório que se fazia calado – É caminho
para quem segue a Macaíba. –(argumentou sem pressa o mestre). - Por volta das
quatro e meia da manhã, ainda estava tudo escuro na capital e consequentemente
naquela estrada. Muito bem. A questão foi: ocorreu algo surpreendente. O senhor
Diamante notou sobre sua cabeça um chamado “Disco”. Esse disco tinha para mais
de sessenta metros em toda sua extensão. – (o homem fez uma volta em torno de
si) – Seu Diamante relatou o que muito bem ele notou. – (falou o mestre) – Uma
roda enorme. – ( e parou de falar para olhar a plateia totalmente calada) –
Nesse ponto, uma luz bastante forte desceu do Disco em direção ao solo. Ele
estava no meio da luz. Desse ponto em diante ele não mais se lembrar do
ocorrido. – falou o mestre.
E revelou o
mestre Sisenando ter o homem contado: no interior do Disco, ele tranquilo
despertou e pode ver seguidas fileiras de camas com outros homens e mulheres da
Terra sendo verificados pelos “anjos” com a devida paciência. Mas era um salão onde não havia paredes de
separação. Era tudo um vão. E disse mais ter visto um ser cujo parecer era de
um Jesus. Devido os seus trajes compridos e totalmente brancos Diamante não
podia enxergar nem mesmo as pontas dos seus pés. Ouvia apenas o ser a comandar
os “anjos” e a falar em uma língua estranha. Sua cor era pálida ou totalmente
branca. Do ser era somente isso a se avistar. O resto do corpo era totalmente
coberto por uma espécie de manto ou opa, o mesmo a ocorrer com os “anjos”.
Diamante não compreendia o dialogo, porém sabia ser de um idioma estrangeiro.
Em certa ocasião Diamante observou se havia mulheres no meio dos “anjos”, mas
não sabia, pois todos eles eram “anjos”. O monologo continuo por vários minutos
com as informações pelo mestre recebidas. Ao concluir Sisenando relatou:
Sisenando:
--- E o homem
foi posto para fora não sabe dizer qual o tempo. Mesmo assim, ter sido no
município de São José do Mipibu. Ele despertou não sabe quando e foi conduzido
ao hospital Miguel Couto, em Natal. Quando chegou, era alucinado. Não sabia o
que dizia. Foi conduzido para outro Hospital e, então, foi liberado pelos
médicos dessa outra Casa. Esta é a versão de verdade que eu ajuntei para vos
contar. – relatou o mestre.
Os
participantes da mesa ficaram curiosos com tamanha exatidão do mestre. E apenas
se perguntaram o que havia a inquirir do homem José Luiz Diamante. Mas, ao que
se supôs nada mais a falar. Por fim, Sisenando relatou ser os homens dos
planetas distantes os visitantes do passado e do presente:
Sisenando:
--- O Universo
é grande. Existem coisas lá fora que não entendemos. Então, é evidente, existe
vida inteligente em outras Terras. Nós estamos em um planeta de pouco mais de 4
bilhões e meio de anos. A presença da nossa civilização nessa única escala de
tempo faz um absurdo pensar que somos os
únicos. Isso seria uma contradição. Nossa galáxia tem mais de cem bilhões de
estrelas. E no Universo existem para além de cem bilhões de galáxias. Isso
comprova da existência milhares de planetas a existir com vidas inteligentes
como a nossa. Nós não podemos pensar sermos o único em todo o Universo. Quanto
mais nós aprendermos, mais conhecer nós teremos. Nós, nesse pequeno mundo, somos
os mais sábios. Contudo não pensamos de quanta energia precisamos para seguir
de uma estrela a outra. Se um dia, nós podermos explorar outros mundos, então,
por que seres não podem fazer o igual?. Eu estou convicto que os visitantes de
outros mundos vieram a Terra a milhares de anos atrás. O passado humano é mais
fantástico do que imaginamos. – concluiu o mestre.
O silencio
persistiu até um aplauso surgir. E mais e mais outros. A filha de Sisenando
vertia lágrimas a ouvir o seu genitor falar com tanta eloquência. Palmas se
ouviram então de todo o auditório repleto de caloroso ardor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário