sexta-feira, 28 de junho de 2013

"NARA" - 85 -

- Bianca Rinaldi -
- 85 -
AS ESTRELAS
 
 Alguns dias após do encontro com o alienígena o professor Sisenando estava presente ao anfiteatro da Universidade onde se reuniam os mais expoentes mestres da Ciência. O homem Orion, também estava na mesa ao lado do Reitor e demais mestres, inclusive o professor Macedo um luminar da cultura do Universo. Todos, no anfiteatro mantinham silencio sepulcral para ouvir o mestre Sisenando começar a sessão. Os estudantes de química, física, biologia entre outras matérias estavam silenciosos à espera da fala do eminente mestre. E assim foi o começo de tudo. Após saudar o Reitor, aos professores e cientistas, Sisenando iniciou o seu pronunciamento a falar de alguém muito nobre a estar presente aquela reunião na hora incerta do tempo. O mestre falou sobre tudo o que ele havia visto e ouvido do convidado, então a anunciar com toda pompa e orgulho a sua presença do anfiteatro da Universidade.  O preletor vez ver a figura de um alienígena máximo chamado:
Sisenando:
--- Apresento-vos o grande Mestre Orion de Nereu – relatou o mestre.
As palmas foram a miúde. Quase nada. E em seguida o mestre fez o convite a Orion para ter a bondade de falar e poder ouvir as falas dos grandes mestres da Universidade. Nesse momento, o alienígena se dirigiu até a banca dos oradores. E agradeceu a todos a oportunidade, pois nunca pudera estar em uma mesa universitária. Em seguida o alienígena saudou toda a plateia. O seu modo de um cidadão expoente e culto não deixa a ver a situação de um alienígena, pois não diferia dos demais. Com  precisão de um mestre Orion de Nereu começou sua fala após os cumprimentos aos demais luminares.
Orion:
--- Meus caros mestres e alunos eu estou franco em poder detalhar a minha oratória. Antes, porém, ao ver o céu tão azul e tão límpido gostaria de preambular sobre as nossas estrelas, luzes da plena noite após crepuscular. O Universo. Como funciona? O Céu noturno é repleto de estrelas. A cada um de vós será capaz de ver três mil estrelas. Mas não vos impressionais. Nada ainda nem começou. Em nossa galáxia são para além de cem bilhões de estrelas. E existem para além de cem bilhões de galáxias no Universo observável. Há mais estrelas no Céu do que grãos de areia da Terra para bem vos dizer. Todas as estrelas são poderosas criando um sistema cósmico no Universo, inclusive nós. A maioria está tão distante que não sabemos quase nada sobre elas. Mas uma estrela está perto de vós: o Sol. Mesmo visto da Terra o Sol é tão poderoso que sua luz é capaz de nos pegar. Ele é uma bola de gás superaquecido que ilumina o nosso sistema solar a quatro bilhões e seiscentos milhões de anos. E domina toda a vida sobre a Terra. O Sol está a cento e cinquenta milhões de quilômetros de distancia de nós. Isso significa que ele é imenso. Caberia um milhão de Terras dentro do Sol. Um milhão e quatrocentos mil quilômetros de diâmetros. E mesmo assim esse magnifico Sol é minúsculo se comparado às estrelas realmente grandes do Universo. Tem estrelas no Universo que são um bilhão de vezes maior que o nosso Sol. Tem estrelas que emitem cores diferentes que vão do vermelho ao amarelo e ao azul. Algumas vivem sozinhas. Outras vivem m pares orbitando uma a outra. Juntam-se em galáxias gigantescas, verdadeiras cidades compostas de grilhões de estrelas.  Cada estrela é única. Mas todas elas começam a vida da mesma forma em nuvens de poeira e gás chamadas de nebulosas. Com bilhões de quilômetros de extensão elas flutuam pelo espaço tomando formas espetaculares. A Nebulosa da Chama, a Nebulosa da Cabeça do Cavalo, a Nebulosa de Orion. Cada nebulosa é uma maternidade onde bilhões de novas estrelas nascem. Mas esse nascimento não pode ser visto. As partes mais cruciais de uma nebulosa são as faces escuras que é onde o mais importante acontece em termos da formação de estrelas. As nuvens de poeira são tão grossas que os telescópios normais não conseguem enxergar lá dentro. Não há nada mais importante do que as estrelas. Mas não conseguimos ver os primeiros momentos de uma estrela. Quando nos tivermos capacidade de lançar ao espaço um telescópio que só enxergue calor, então podemos ver as grossas camadas das nebulosas permitindo se enxergar novas estrelas nascendo em seu interior. Nós poderemos ver os primeiros momentos da vida de uma estrela quando bolsas de gás de hidrogênio começam a se aquecer.  Para que uma estrela se forme basta haver hidrogênio, gravidade e tempo. A gravidade joga a poeira e o gás no redemoinho gigantesco. A gravidade une a matéria. Durante centenas de milhares de anos a nuvem vai ficando mais densas e forma um disco giratório imenso, maior do que nosso sistema solar. No seu núcleo a gravidade comprime o gás formando uma bola superquente e superdensa. A pressão aumenta até que novos jatos de gás explodem do seu centro. Isso nos mostra como o processo de formação de uma estrela é violento. A gravidade mantém a pressão comprimindo partículas de gás e poeira que se chocam umas com as outras gerando cada vez mais calor. Nos próximos quinhentos mil anos a jovem estrela ficará menor, mais brilhante e mais quente. A temperatura em seu núcleo poderá chegar a quinze milhões de graus. Quando a temperatura do astro atinge esse valor inimaginável os átomos de gás começam a se fundir gerando uma quantidade imensa de energia. E dessa forma nasce uma estrela. Ela brilhara durante trilhões de anos. Estrelas produzem quantidades gigantescas de calor e luz durante bilhões de anos. Mas isso exige combustível em grande quantidade. E elas produzem energia dentro dos átomos. A fusão de uma estrela de verdade a fusão continua  durante bilhões de anos. O motor de uma estrela é a gravidade. Esse é o segredo das estrelas. É por isso que as estrelas brilham. A fusão no núcleo de uma estrela gera uma força de explosão de um bilhão de bombas nucleares por segundo. Uma estrela é uma bomba de hidrogênio gigantesca e não explodem porque a gravidade comprime as suas camadas externas. A gravidade e a fusão entram em uma batalha épica. Essa tensão cria uma estrela. Esse choque de força dura toda a vida de uma estrela. Duas forças da natureza num impacto dinâmico. Cada raio de luz solar faz uma jornada épica. A luz viaja a um bilhão e oitenta milhões de quilômetros por hora. Um raio de luz circunda a Terra sete vezes em um segundo. Nada no Universo se locomove mais rápido. Porém a maioria das estrelas está tão longe que a sua luz leva bilhões de anos para chegar até nós. A luz do nosso próprio sol leva oito minutos para chegar até nós. Mas mesmo antes da luz começar a sua jornada pelo espaço ela já estava viajando a milhares de anos. Os fótons do sol são as fontes de luz e calor, mas também podem causar algo muito mais destrutivo: o vento solar. Os gases de alta velocidade também geram os poderosos campos magnéticos. Círculos magnéticos gigantescos são lançados ao espaço. Alguns são tão grandes que a Terra poderia passar pelo meio deles com milhares de quilômetros de folga Eles são espetaculares e mortíferos jogando uma torrente de partículas elétricas no espaço. Este é o Vento Solar.  Quanto maior a estrela mais mortífera é o vento. Entender como as estrelas funcionam pode nos ajudar na prevenção de suas forças destrutivas. Mas quando uma estrela morre não há mais nada que se possa fazer. Nos momentos finais ela aniquila tudo o que está ao seu redor. Desde o momento em que nasce toda estrela está destinada a morrer. O nosso sol se tornará uma gigante vermelha. Então a estrela inchada engolirá a Terra. A estrela está morta. Tudo que resta é um núcleo extremamente quente e denso. A estrela gigante vermelha se transformou em uma Anã Branca. No  centro de uma Anã Branca há um cristal gigante de carbono puro. Um diamante cósmico com milhares de quilômetros de comprimentos. Mas as estrelas podem criar algo muito mais precioso do que um diamante gigantesco. Quando estrelas muito maiores do que o nosso Sol morrem, sua morte é muito mais violenta. Mas ao morrer elas criam a matéria prima da vida. Estrelas gigantes vivem intensamente, brilham muito e morrem violentamente. Porém, de sua destruição surge à vida. A morte de estrelas enormes vira a matéria prima do Universo: a própria semente da vida. A gravidade sempre vence. – concluiu o físico.
Enfim os aplausos se seguiram a começar pelo Reitor seguido de toda a mesa e se conduzindo para a massa estudantil. O alienígena cruzou os braços no busto com as mãos encobertas como se fosse um japonês e agradeceu solene se curvando para a mesa e para os estudantes  em delírios a darem assobios como se tivesse escutado a brilhante preleção de um acadêmico comum. Após delirante espaço de tempo voltou a falar o seu preletor aduzindo mais algo não ter dito pelo homem das estrelas. Com uma das mãos, o professor e mestre Sisenando pediu um pouco de silencio, pois teria algo afalar.
Sisenando:
--- Meus caros alunos. Esse que os senhores ouviram não precisa de mais apresentação. Eu agradeço de modo especial ao seu talento em divulgar os seus enormes conhecimentos sobre os nossos astros. Eu ainda tenho a dizer o que o doutor Orion de Nereu me revelou ainda sobre essa luminosa estrela que vemos a noite. Tais estrelas ao morrer, ainda deixa a herança para os seus filhos: ouro, prata e platina. Após a explosão mais violenta do Universo algo é deixado para trás: o cadáver da explosão de supernova. Uma das matérias mais exóticas conhecidas pela ciência chamada de Estrela de Neutro, matéria nuclear sólida. Um estado de matéria mais fantástico do Universo, conforme afirmou o próprio professo Orion. Uma estrela morta incrivelmente pesada. Essa estrela agonizante não deixa só o cadáver de uma estrela de neutro. Ela joga os novos elementos no espaço sideral. As nuvens contém a matéria prima do Universo. Tudo o que conhecemos e amamos é criado dessa poeira estelar. Sem supernova não há vida. Não existiríamos nós mesmos. Quando estrelas maciças morrem elas enchem o Universo com poeira estelar  repleta de elementos como nitrogênio, carbono, oxigênio, silício e ferro, a matéria prima para a criação de novas estrelas, sistemas solares, planetas e nós. Tudo o que vemos em nosso redor veio de uma explosão no núcleo de uma estrela. Nós somos filhos das estrelas. – concluiu o professor.
Aplausos delirantes eram ouvidos de toda a parte com assobios e gritos de brados a todo o momento. O Reitor ficou impressionado por tanta sabedoria do homem estelar e, por conseguinte, do seu descobridor, o professor Antônio Sisenando de Almeida.
Alguém falou em murmúrio ao ouvido do Reitor ser uma sumidade esse grande mestre.
Alguém:
--- Um homem sem um vínculo universitário saber de tanta coisa?! – disse alarmado outro membro da mesa.
Reitor:
--- Há de convir que ele fosse testado e aprovado como um emérito professor! – responde o Reitor em cochicho.
Macedo:
--- Quantas sumidades nós temos perdidos nesse universo brilhante. – declarou o professor.
Estrelas mortas há muito tempo forneceram a poeira estelar que criaram o nosso o sistema solar que existe hoje na Terra. No núcleo de uma estrela há ferro, carbono e oxigênio. Tudo que compõe o mundo em volta de nós veio de uma estrela que explodiu muito tempo atrás. Até os átomos do nosso Sol são reciclados. São restos de uma estrela agonizante. O mundo, hoje vive no mundo de estrelas. Mas esse mundo talvez chegue ao fim. Há uma quantidade limitada de hidrogênio no Universo. Daqui a trilhões de anos ele será esgotado.
 

Um comentário:

  1. Você copiou a sua oratória do Discovery Channel http://www.youtube.com/watch?v=uVs6AMTihgE

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