sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - VINTE -

- Kristin Scott Thomas -
- 20 -
REFÚGIO
Poucas horas depois de terem sido salvos por um navio de bandeira sueca, os nazistas que estavam refugiados em Natal, foram embarcados em um barco a vela de procedência não conhecia, pois não apresentava qualquer bandeira de sua origem. Notava-se apenas ser um barco de quatro mastros, de cor branca e todas as velas eram também de cor branca. O barco era um gigante dos mares e podia navegar a motor e a vela a depender das circunstancias. A noite era fria e o céu estava nublado a prometer chuva no decorrer da noite. Moderno navio onde estavam os fugitivos, tão logo procedeu ao desembarque trocou de bandeira assumindo uma de cor espanhola. As duas embarcações tomaram destino diferente, tendo o navio voltado à proa para o norte e a moderna caravela à vela seguindo sua viagem para o oeste. Provavelmente com destino à Venezuela. O braço forte de Adolf Hitler estava nesse veleiro como estava a se supor. Após escapar do julgamento de Nuremberg por comer crimes contra a humanidade, Wagner Rahner esteve em países diversos e, por último, no Brasil de onde comandava a sua operação no tráfico de drogas. Com o passar dos anos e escapar da forca onde vários criminosos de guerra foram executados, o genocida estava a viver de forma desconhecida e com identidade falsa na cidade do Natal. Então descoberto por acaso no seu apartamento, Wagner Rahner voltou a empreender nova fuga, caso o qual era de fato exímio conhecedor.
Mesmo sabendo ter o corredor do Brasil o maior número de viciados em cocaína, chegando ao topo de cinco milhões de crianças entre 14 a 17 anos e o restante acima de 18 anos de idade, o nazista não se importava em conhecer quantos morriam por ano. A cocaína era um mercado aberto para todos os consumidores tendo os Estados Unidos seu principal tráfico. Era assim a vida de Herr Rahner. Os números não eram contados por ele em tempo algum. E nesse momento, ele atravessava o mar a bordo de uma caravela para tomar novos rumos em existência. Rahner fazia de conta não ouvir falar em seis milhões de mortos nos campos de concentração, pois a URSS tinha grossa vantagem vez ter Josef Stalin executado 27 milhões de civis na horda de seus assassinatos em massa por onde passava sem contar com a eliminação de Leon Trotsky. E por considerar a religião como o ópio do povo Stalin exterminou DEZ mil padres, monges e freiras. Ao todo, 100 mil religiosos foram mortos. Essa era a maior regalia de Wagner Rahner sobre o seu opositor homicida.
Após três dias de viagem em tempo chuvoso e constante, à caravela branca chegou a uma das ilhas de Tortuga, na Venezuela. Apesar das nuvens pesadas o clima permanecia razoável. O capitão da caravela “Gigante” cuidou dos documentos de “James Loureço” denominação concordado pelo general Rahner para despistar as autoridades aduaneiras da Venezuela. E com todo o cuidado, o navegado fretou uma avioneta capaz de transportar seus quatro passageiros. James Lourenço se deu por satisfeito com pouco tempo mudou de embarque. O navegador se despediu e desejou boa sorte ao seu compatriota. A avioneta tomou rumo desconhecido percorrendo toda a selva venezuelana. Para qualquer informação, o piloto estava autorizado a dizer sua missão. Ele estava a conduzir o professor James Lourenço em viagem de estudos por todo o território a concluir sua viagem na Bolívia.  Com as credenciais em ordem o piloto pode seguir viagem.
Após dois dias de voo o aparelho chegou à Bolívia aterrissando no aeroporto de La Paz. Apresentando os seus documentos, o velho professor James Lourenço buscou informações por um Hotel aprazível onde pudesse descansar os ossos como se não conhecesse de nada em tal lugar. A recepcionista delegou um hotel para onde ele seguiu com os seus auxiliares.
James:
--- Esse pessoal não sabe nada de espanhol. – sorriu o ancião para a moça.  
Já nos seus aposentos do Hotel de Classe, o Hotel Torres del Sol com vista panorâmica para o Vale de Conlara em quarto confortável e estacionamento privado o professor James Lourenço telefonou para o seu amigo Gabriel Agostinho, homem do melhor relacionamento possível e o convidou para um almoço amigável. Prontamente Gabriel Agostinho se deu ao luxo de aceitar o convite deleitando o maior afeto em poder rever o velho amigo. Com pouco de tempo os dois velhos amigos estavam então reunidos em coloquiais palestras. No decorrer do encontro, James Lourenço (Wagner Rahner) solicitou ao amigo íntimo:
James:
--- Eu necessito voltar para o Brasil. – falo com bons modos.
Agostinho:
--- Tão logo? – indagou surpreso.
James:
--- Não. É preciso fazer um estudo por aonde eu vou. Tenho o pressentimento que podemos ir pelo Paraguai. Eu preciso dar maior sumiço a mim. Deixar o negócio de aquietar. Que achas? – indagou, mas tendo a resposta.
Agostinho:
--- O Herr fugiu do local? – perguntou temeroso.
James:
--- Não digo fuga! Escapada! Como o senhor é sabedor. Eu tenho várias identidades. Essa é a recomendação do partido. Foi assim que Hitler fez. – justificou o homem.
Agostinho:
--- Eu não conheci o “Líder”. Mas o admiro bastante! – respondeu
James:
--- Eu quero sair daqui para o Paraguai. ....Eu tenho amigos no Paraguai. No campo, tem uma fazenda. Eu vou até a fazenda e procuro um médico. Eu quero que ele faça uma imagem nova para o meu rosto. Eu sei que o médico saber como se faz essa mudança. Isso leva um tempo. Um tempo. Depois, então, eu volto para o Brasil. Eu volto para o Brasil. O senhor compreende ou não? – perguntou o homem de forma sossegada.
Agostinho:
--- Claro. Claro. Eu tenho uma avioneta e parto quando o senhor estiver pronto. – falou o amigo com bastante calma.
James:
--- Eu digo quando. Os rapazes, o senhor sabe o que fazer. -  falou o General querendo dizer ter de matar os três.
Após algum tempo, quando Wagner Rahner já estava consciente de ter passado um bom tempo para notar o seu desaparecimento da Terra quando houve a extinção do avião em que escapou de vez, o homem se aquietou e resolveu partir para o Paraguai onde podia se sentir mais a vontade. A bordo da avioneta do seu amigo Gabriel Agostinho ele viajou por longas horas até chegar ao aeroporto de Internacional Silvio Pettirossi uma das mais importantes portas de entrada de estrangeiros no País. O aeroporto está localizado em Luque, uma cidade suburbana de Assunção capital do país. O aeroporto era um monumento onde podia receber todos os tipos de voos de várias partes do mundo. Após a identificação do tripulante a avioneta recebeu ordem de pouso. Após este breve pouso o piloto chegou até a sala de desembarque a mostrar a identificação do se passageiro e então recebeu ordens de ter o visto no passaporte. Tudo foi normal naquele dia, caso de um mês depois do acidente em alto mar. O General Wagner Rahner teve seu passaporte entregue após mais de uma hora de espera e então seguiu viagem em um automóvel fretado. Ao se despedir de Agostinho, ele fez questão em declarar ter chegado a hora dos demais componentes de seu pelotão.
Agostinho:
--- Eu estou ciente. A mercadoria será entregue em breve. – relatou o piloto.
O piloto queria dizer ter a incumbência cumprida com a máxima certeza. Dali em diante, o General Rahner partiu para o setor por ele escolhido. A fazenda ficava distante da capital e levaria algum tempo para se alcançar.  Após um longo período de tempo o General chegou à granja do seu compatriota, Cléver Herzog. Ele era filho do velho Herzog, executado após o Julgamento de Nuremberg pelas forças invasoras da Alemanha. Herzog filho ainda era menino de pouca idade quando o seu pai foi executado. A fuga para o Paraguai se deu com a sua mãe e as irmãs. O menino se tornou rapaz e agora era um homem a viver da lavoura de tomates ainda com as suas irmãs, filhos, e netos deles resultado da longa viagem do refugio. Por tanto tempo passado o homem Herzog já pouco se lembrava da figura do General Rahner e custou muito a se adaptar ao novo e velho homem. Por estar a residir em definitivo no Paraguai Herzog teve de mudar de nome pra ser mais coerente com os termos. Assim, em vez de Cléver o homem mudou para Renan permanecendo o Herzog. E assim foi o sucedido:
Renan:
--- Boa tarde senhor Rahner. Eu não me lembrava de quase nada como era o seu semblante! – destacou o homem.

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