domingo, 2 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - QUINZE -

- Anne Hathaway -
- 15 -
INVASÃO
Caio Teixeira apenas modesto, simplesmente indagou se a moça havia tido a conhecer tudo o que lhe contara naquele momento. Ela afirmou sem dúvidas ter levantado todo o setor sigiloso da Inteligência alemã mesmo depois da II Grande Guerra. O Comandante Wagner Rahner era também conhecido como o “carniceiro” no tempo quando era um simples homem do Serviço Secreto. Com o final da Guerra ele fugiu para países sul-americanos e findou a se fixar em Natal, com o nome de Klaus Renner. A mulher tinha modificado o seu nome quando teve que ir fazer o papel de faxineira no apartamento do alemão. Com efeito, o seu verdadeiro nome era Élia Pontes, divorciada e trabalhava o setor de Segurança da Policia Civil.  
Caio:
--- O “animal” veio a se refugiar debaixo das minhas barbas. – confessou distraído.
Élia:
--- Bem debaixo do teu nariz. – disse isso vagarosamente e gargalhou
Caio.
--- Sim. É claro. Mas voce acha que ele ficou surpreso ou não com a tua visita? – perguntou.
Élia:
--- Eu tenho a impressão que sim. O ancião é muito astuto. Ele não levou grande importância à história da barata. Ele sabia muito bem não haver barata na sua estante. Mas. ...-  falou a mulher.
Caio:
--- E na cozinha? – indagou a imaginar o fato.
Élia:
--- Cheio de “baratas”. O interessante é ele usar um inseto asqueroso nas suas investigações. E uma coisa: Os insetos são apenas no aspecto. Eles são radio escuta. – relatou com razão.
Caio:
--- Baratas! – comentou o homem a investigar o céu.
Élia:
--- Ele obtém pagamento de uma empresa “fictícia” alemã e recebe através de um Banco dos Estados Unidos. A sua missão é inspecionar os novos pró-nazistas em nosso País. Esses são jovens decididos. Matam os homossexuais, gente do nordeste e mendigos. Klaus Renner investiga a todos os neonazistas. – declarou a espiã.
Caio:
--- Mentalidade muito alemã! – reportou deveras.
Élia:
--- Como disfarce ele usa o título de uma empresa. – disse mais.  
Caio:
--- O livro! – entregou a Élia uma edição antiguíssima do Mein Kampf – Minha Luta.
Élia:
--- Se ele ainda aceitar! – sorriu a mulher.
Era noite e Caio Teixeira chegou a seu apartamento no 10º andar e cuidou de acionar o botão da sineta. Porém notou algo de anormal. Com muita cautela, ele pressionou a porta e o trinco se mexeu lentamente. Logo em seguida, pôs os seus pés na sandália e notou a falta da outra pertencente a bela senhora Dalva Tavares. Bem lento ele caminhou sem fazer barulho para ouvir qualquer murmúrio no seu viandar. Notou Caio a porta do quarto de Dalva ligeiramente aberta. Ele caminhou lento e ouviu murmúrio. Um ruído de alguém. Mais lento ainda, ele abriu a porta do quarto e viu com surpresa a moça amarrada pelos pés e uma de suas mãos. A sua boca estava amordaçada com uma toalha. Tão de repente ele se abraçou a moça a soltar as cordas bastante acochadas a atar suas pernas. Em seguida, Caio tirou a mordaça para assim a moça poder falar. Com bastante tristeza, ela balbuciou algo inteligível. A cama onde Dalva estava também fazia a moça mais paralisada com a força do atar nos seu braço direito, vez que o outro braço continuava paralisado por conta da tipoia. Finalmente a garota falou com desatino.
Dalva:
--- Eles! Foram eles! Foram eles! Prenderam-me! Eles! – chorava e gritava a um só tempo.
Caio:
--- Certo! Certo! Fique deitada! Descanse! Eu vou olhar quem foi! – adiantou o homem ao sair do cômodo com sua arma na mão.
Enquanto isso, do elevador saltou o novo provável inquilino Bartolo Revoreto, despreocupado e a cantarolar uma peça musical qualquer. Ele caminhava de cabeça abaixada como se tivesse pensando no tempo. Ao chegar à frente de seu apartamento enfiou a mão no bolso a procura da chave. Porem não a encontrou de momento. Ele deu meia volta por se lembrar da anterior inquilina, a senhora ou senhorita Dalva Tavares.
Bartolo:
--- Deve ter ficado com Dalva, com certeza. – aventou o homem ainda a cantarolar.
E foi a frente. Ele tocou o botão da sineta e viu não precisar, pois a porta estava sem tranca. Por isso Bartolo Entrou a procura as suas sapatilhas de couro de carneiro, uma vez ter recebido recomendação de trocar os sapatos a não fazer zoada. Como de costume, se pôs ainda a cantarolar quando, de repente, notou a presença de Caio com o revolver apontado para ele. E Bartolo indagou com surpresa.
Bartolo:
--- O que foi que eu fiz homem? – indagou surpreso
Caio fez para ele em troca um sinal de silêncio com a mão levada à boca.
Caio:
--- Psit! – e o mandou chegar para perto uma vez que ele estava perscrutando algum ruído.
Bartolo seguiu adiante e quando chegou à porta do quarto de Dalva ele não se conteve e soltou um espirro rigoroso. Irritado, Caiu falou bravo com o moço por causa das suas narinas.
Caio:
--- Porra! Tinha que ser agora? – indagara o homem intranquilo e cheio de ira.
Bartolo:
--- Foi o que deu. O que houve? Onde está Dalva? Ou seja: a senhorita? – reclamou.
Sem mais nem menos Caio Teixeira baixou a arma e olhou com raiva a cara do seu amigo, Bartolo e disse apenas com a arma na mão a apontar para o lado.
Caio:
--- Lá dentro. Na cama! – disse ele atormentado com voz abafada de muita raiva.
Bartolo:
--- Ocorreu algo? – exclamou o homem com voz espantada.
Caio:
--- Talvez! Não sei! Vou agora verificar! – confessou o homem totalmente irritado
Bartolo:
--- E Dalva? – perguntou inquieto.
Caio:
--- Dentro! Entre!. – disse o homem com ódio a sair à procura de vestígios de alguém.

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