segunda-feira, 1 de abril de 2013

"NARA" - 31 -

- Jennifer Lawrence -
- 31 -
SINGELEZA
Aquele amor parecendo de estudante começou a explodir na face ingênua da pequena boneca de porcelana vestida de cetim. Margarida, filha de seu Amaro, em um momento de encanto estava feliz por ter encontrado com o vagar aquele simples motorista a cruzar os passos de sua virginal existência. A virgem vestal parecia saber preservar a sua castidade e não lhe valia a pena se alguém tivesse a intenção maliciosa de iludir tais puros e requintados sentimentos. A singeleza da extasiante virgem era como um lírio no pântano das agressões da vida. E por isso a linda pura Margarida ostentava o seu saber do precioso ser no qual estava como uma santa na pureza imaculada do sentimento. A virgem do culto era igual a uma sacerdotisa do fogo sagrado por seu sublime encanto vestal em cuidado perpétuo. E assim sem acaso, foi de sua boca a pergunta da virgem de Gaia:
Margarida:
--- O senhor é casado? – indagou a moça com pura simplicidade.
Salvador percebe da jovem a indagação e desceu o rosto para o chão para depois soerguer.
Salvador:
--- Não. ... Eu estive com uma mulher tão moça como à senhora. Porém quis o destino nos separar de vez. – falou o homem contrito em suas palavras e emoções.
Margarida ficou a pensar ate de lhe indagar de certo. Até a fazer a indagação.
Margarida:
--- Ela morreu? –perguntou assustada com seus olhos pequeninos bem abismados.
Salvador:
--- Quis o destino. Em uma noite soturna quando o vento sopra em sinal de tempo ruim. Ela morreu e a criança nem veio a nascer. – relatou sombrio.
Margarida:
--- E ela estava para dar à luz? – perguntou depressa a virgem selênica.
Salvador:
--- Sim. Ela estava agonizante, sem forças e essa coisa toda. – reportou o homem.
Margarida:
--- Coitada! E não se pode fazer nada? – quis saber a moça.
Salvador teve de olhar para a sua boneca de porcelana e acabou por chorar. Era como se, na verdade, fosse o fim de um caso antigo ter a moça lhe lembrado. Ele se afastou devagar para um canto remoto da fazenda a mastigar um palito de feno e a recordar o seu primeiro amor juvenil de então. O caminhão continuava a despejar a água aos cântaros e barris trazidos em seu enorme tanque tal como se fosse um animal feroz. O gado preso no curral mugia ao leu. A água já posta para o alimento desse gado era o suficiente para a vaca ou o touro não fenecer de então em diante. Por certos momentos, jogando pedras com os pés, o rapaz a se lembrar de Dalva, a sua primeira mulher se esqueceu até de viver. Olvidada do seu enigma, Margarida foi ao encontro do rapaz a lhe pedir desculpas. O rapaz a soluçar com olhar vago, perdido no fim do mundo nada ouviu. A menina-moça teve a dizer ao rapaz o seu pedir de perdão, pois não queria magoar tão profundamente o garboso solitário homem. Salvador, após longo instante olhava Margarida como se estivesse vendo Dalva, a sua gentil companheira de anos passados. E sorriu então. Margarida, acanhada, não entendeu de coisa qualquer. Ela estava parada no ponto onde o estranho rapaz há deixou um minuto atrás. Por fim, a virgem vestal pediu clemencia.
Margarida:
--- Desculpe-me. Não foi por mal. – disse a pequena dama.
Salvador sorriu por ver Dalva tão bela de formosura total. Jamais a vira tão deslumbrante e meiga mais do que podia ser. Ela era uma divindade feminina de cantos e encantos do fascínio. E Salvador ficou parado, extasiado com tanta formosura e graça da sua mulher amada. Para o homem aquele era o inicio de um prazer adorado para o qual nunca sentira. E nesse impacto de êxtase o rapaz buscou um ósculo na fascinante deidade. E de só instante Sandoval buscou sentir num deslumbre sem fim a união de sua amada a soluçar inerte. Ali mesmo, o homem deu-lhe um beijo fatal. E a formosa deusa se entregou total e inebriante ao ente amado. Assim sem mais nem meios a virgem vestal se debruçou nas ondas da sublime paixão. Houve o silêncio calado do universo entre cores desesperadas da janela da sedução. No Céu tudo era cálido e calmo sem cintilar como uma serenata a fulgurar no senhor de um sofrimento calado.
Os vaqueiros retornaram quase uma hora após. O motorista do caminhão já estava a concluir o seu trabalho. O vaqueiro Tomaz entregou-lhe o dinheiro e o motorista Salvador se deu por agradecido cuidando ter esse volume de água o tempo de mais duas semanas. Ele procurou saber se havia outro local para por novo carregamento. O vaqueiro ficou a meditar, mas não teve conclusão alguma. Contudo, Tomaz chegou a declarar ter as casas dos moradores.
Salvador:
--- Para amanhã? – perguntou o motorista
Tomaz:
--- Seria bom. O senhor pode buscar? – indagou preocupado
Salvador:
--- Quantos queiram. – sorriu o motorista
Tomaz?
--- Assim tá certo. – respondeu o vaqueiro
Nesse ponto chegou a virgem Margarida trazendo um pouco de almoço. O homem nem mais queria, pois ainda estava de barriga cheia com o café e o refresco, tudo quase de uma só vez. Ele agradeceu a dizer está satisfeito e não era preciso o almoço. A virgem fez uma cara trancada e retornou à casa-grande com o prato de comida. De dentro da casa a moça ficou a olhar o seu primeiro namorado, vez ter havido entre ambos um suntuoso colóquio amoroso. O motorista Salvador ligou o motor do caminhão e se largou depressa para outro local, com certeza.
O vaqueiro Tomaz foi verificar o estado da água para saber se prestava ou não. E constatou ser de primeira qualidade, pois nenhum caso de aparente contaminação ele pode enxergar à meia luz podendo a água ser usada até mesmo pelos moradores da fazenda. Tomaz averiguou bem a água e do seu modo disse após:
Tomaz:
--- Bom! – disse o homem de modo baixo.
O outro vaqueiro estava acocorado, com a cabeça abaixada, ciscado a terra e a pensar consigo mesmo o que deveria se fazer àquela hora da manhã já quase meio dia ou pouco antes. Anselmo levantou a cabeça quando Tomaz lhe chamou. Tomaz notara ter havido algo demais com relação ao motorista e a menina moça moradora da casa grande. E ele não queria que o caso se espalhasse tão de repente, uma vez ser a menina moça pessoa muito querida pelo o “doutor”  Amaro Borba.
Anselmo:
--- O que o senhor notou? – indagou o moço levantando a cabeça.
Tomaz ficou a pensar e a olhar distante a fazenda do “velho” Amaro como quem não quisesse de imediato falar muito. Mesmo assim, o vaqueiro novo indagou o caso e disse não notar nada. Tomaz ficou a pensar, passando a mão em seu pescoço para espantar as moscas.
Tomaz:
--- É. Deixa pra lá. – falou desatento o vaqueiro.
E assim o homem bravo se afastou do lugar onde estava e foi a procura de um pouco de água para beber na cozinha da casa grande. E lá ele entrou e pediu um pouco de água a verificou se a mulher estava atenta para o caso acontecido. A mulher nada falou e disse não ter visto nada de anormal.
Maria:
--- Não vi nada. E por que tu estas procurando cutucar essa pereba? – falou meio zangada a mulher
O vaqueiro Tomaz disse não ter provas. Apenas um arranhado do chão do cercado.
Tomaz:
--- Nada não. Eu não sei. Parece que me impressionei por demais. – disse o vaqueiro
Maria:
--- Tu te impressionas por qualquer coisa. – respondeu a mulher lavando a louça.
Naquele instante surgiu Margarida a trazer uns panos de mesa nas mãos. Ela olhou o vaqueiro e esse a olhou de volta. A mocinha perguntou de repente.
Margarida:
--- Que foi que viu que estás com cara de mortalha? – indagou abusada a virgem.
 

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