- Jennifer Lawrence -
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SINGELEZA
Aquele amor
parecendo de estudante começou a explodir na face ingênua da pequena boneca de
porcelana vestida de cetim. Margarida, filha de seu Amaro, em um momento de
encanto estava feliz por ter encontrado com o vagar aquele simples motorista a
cruzar os passos de sua virginal existência. A virgem vestal parecia saber preservar
a sua castidade e não lhe valia a pena se alguém tivesse a intenção maliciosa
de iludir tais puros e requintados sentimentos. A singeleza da extasiante
virgem era como um lírio no pântano das agressões da vida. E por isso a linda
pura Margarida ostentava o seu saber do precioso ser no qual estava como uma
santa na pureza imaculada do sentimento. A virgem do culto era igual a uma
sacerdotisa do fogo sagrado por seu sublime encanto vestal em cuidado perpétuo.
E assim sem acaso, foi de sua boca a pergunta da virgem de Gaia:
Margarida:
--- O senhor é
casado? – indagou a moça com pura simplicidade.
Salvador
percebe da jovem a indagação e desceu o rosto para o chão para depois soerguer.
Salvador:
--- Não. ...
Eu estive com uma mulher tão moça como à senhora. Porém quis o destino nos
separar de vez. – falou o homem contrito em suas palavras e emoções.
Margarida
ficou a pensar ate de lhe indagar de certo. Até a fazer a indagação.
Margarida:
--- Ela
morreu? –perguntou assustada com seus olhos pequeninos bem abismados.
Salvador:
--- Quis o
destino. Em uma noite soturna quando o vento sopra em sinal de tempo ruim. Ela
morreu e a criança nem veio a nascer. – relatou sombrio.
Margarida:
--- E ela
estava para dar à luz? – perguntou depressa a virgem selênica.
Salvador:
--- Sim. Ela
estava agonizante, sem forças e essa coisa toda. – reportou o homem.
Margarida:
--- Coitada! E
não se pode fazer nada? – quis saber a moça.
Salvador teve
de olhar para a sua boneca de porcelana e acabou por chorar. Era como se, na
verdade, fosse o fim de um caso antigo ter a moça lhe lembrado. Ele se afastou devagar para um canto remoto da
fazenda a mastigar um palito de feno e a recordar o seu primeiro amor juvenil de
então. O caminhão continuava a despejar a água aos cântaros e barris trazidos
em seu enorme tanque tal como se fosse um animal feroz. O gado preso no curral
mugia ao leu. A água já posta para o alimento desse gado era o suficiente para
a vaca ou o touro não fenecer de então em diante. Por certos momentos, jogando
pedras com os pés, o rapaz a se lembrar de Dalva, a sua primeira mulher se
esqueceu até de viver. Olvidada do seu enigma, Margarida foi ao encontro do
rapaz a lhe pedir desculpas. O rapaz a soluçar com olhar vago, perdido no fim
do mundo nada ouviu. A menina-moça teve a dizer ao rapaz o seu pedir de perdão,
pois não queria magoar tão profundamente o garboso solitário homem. Salvador,
após longo instante olhava Margarida como se estivesse vendo Dalva, a sua
gentil companheira de anos passados. E sorriu então. Margarida, acanhada, não
entendeu de coisa qualquer. Ela estava parada no ponto onde o estranho rapaz há
deixou um minuto atrás. Por fim, a virgem vestal pediu clemencia.
Margarida:
---
Desculpe-me. Não foi por mal. – disse a pequena dama.
Salvador
sorriu por ver Dalva tão bela de formosura total. Jamais a vira tão deslumbrante
e meiga mais do que podia ser. Ela era uma divindade feminina de cantos e
encantos do fascínio. E Salvador ficou parado, extasiado com tanta formosura e
graça da sua mulher amada. Para o homem aquele era o inicio de um prazer
adorado para o qual nunca sentira. E nesse impacto de êxtase o rapaz buscou um
ósculo na fascinante deidade. E de só instante Sandoval buscou sentir num deslumbre
sem fim a união de sua amada a soluçar inerte. Ali mesmo, o homem deu-lhe um
beijo fatal. E a formosa deusa se entregou total e inebriante ao ente amado. Assim
sem mais nem meios a virgem vestal se debruçou nas ondas da sublime paixão.
Houve o silêncio calado do universo entre cores desesperadas da janela da
sedução. No Céu tudo era cálido e calmo sem cintilar como uma serenata a
fulgurar no senhor de um sofrimento calado.
Os vaqueiros
retornaram quase uma hora após. O motorista do caminhão já estava a concluir o
seu trabalho. O vaqueiro Tomaz entregou-lhe o dinheiro e o motorista Salvador
se deu por agradecido cuidando ter esse volume de água o tempo de mais duas
semanas. Ele procurou saber se havia outro local para por novo carregamento. O
vaqueiro ficou a meditar, mas não teve conclusão alguma. Contudo, Tomaz chegou
a declarar ter as casas dos moradores.
Salvador:
--- Para
amanhã? – perguntou o motorista
Tomaz:
--- Seria bom.
O senhor pode buscar? – indagou preocupado
Salvador:
--- Quantos
queiram. – sorriu o motorista
Tomaz?
--- Assim tá
certo. – respondeu o vaqueiro
Nesse ponto
chegou a virgem Margarida trazendo um pouco de almoço. O homem nem mais queria,
pois ainda estava de barriga cheia com o café e o refresco, tudo quase de uma
só vez. Ele agradeceu a dizer está satisfeito e não era preciso o almoço. A
virgem fez uma cara trancada e retornou à casa-grande com o prato de comida. De
dentro da casa a moça ficou a olhar o seu primeiro namorado, vez ter havido
entre ambos um suntuoso colóquio amoroso. O motorista Salvador ligou o motor do
caminhão e se largou depressa para outro local, com certeza.
O vaqueiro
Tomaz foi verificar o estado da água para saber se prestava ou não. E constatou
ser de primeira qualidade, pois nenhum caso de aparente contaminação ele pode
enxergar à meia luz podendo a água ser usada até mesmo pelos moradores da
fazenda. Tomaz averiguou bem a água e do seu modo disse após:
Tomaz:
--- Bom! –
disse o homem de modo baixo.
O outro
vaqueiro estava acocorado, com a cabeça abaixada, ciscado a terra e a pensar
consigo mesmo o que deveria se fazer àquela hora da manhã já quase meio dia ou
pouco antes. Anselmo levantou a cabeça quando Tomaz lhe chamou. Tomaz notara
ter havido algo demais com relação ao motorista e a menina moça moradora da
casa grande. E ele não queria que o caso se espalhasse tão de repente, uma vez ser
a menina moça pessoa muito querida pelo o “doutor” Amaro Borba.
Anselmo:
--- O que o
senhor notou? – indagou o moço levantando a cabeça.
Tomaz ficou a
pensar e a olhar distante a fazenda do “velho” Amaro como quem não quisesse de
imediato falar muito. Mesmo assim, o vaqueiro novo indagou o caso e disse não
notar nada. Tomaz ficou a pensar, passando a mão em seu pescoço para espantar
as moscas.
Tomaz:
--- É. Deixa
pra lá. – falou desatento o vaqueiro.
E assim o
homem bravo se afastou do lugar onde estava e foi a procura de um pouco de água
para beber na cozinha da casa grande. E lá ele entrou e pediu um pouco de água
a verificou se a mulher estava atenta para o caso acontecido. A mulher nada
falou e disse não ter visto nada de anormal.
Maria:
--- Não vi
nada. E por que tu estas procurando cutucar essa pereba? – falou meio zangada a
mulher
O vaqueiro
Tomaz disse não ter provas. Apenas um arranhado do chão do cercado.
Tomaz:
--- Nada não.
Eu não sei. Parece que me impressionei por demais. – disse o vaqueiro
Maria:
--- Tu te
impressionas por qualquer coisa. – respondeu a mulher lavando a louça.
Naquele
instante surgiu Margarida a trazer uns panos de mesa nas mãos. Ela olhou o
vaqueiro e esse a olhou de volta. A mocinha perguntou de repente.
Margarida:
--- Que foi
que viu que estás com cara de mortalha? – indagou abusada a virgem.
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