segunda-feira, 8 de abril de 2013

"NARA" - 35 -

- Britney Spears -
- 35 -
SORRISOS
A menina moça se pôs a sorrir com a cabeça arqueada devido à posição da mesma. Pernas encolhidas, saia comprida cobrindo tudo. Era a donzela a sorrir. O rapaz ficou com bastante ira e a mandou descer de imediato. Ela fez que não apenas com o dedo indicador e sorrindo ainda mais. Salvador desligou o carro e abriu a porta do veiculo para a jovem descer. Ela se fez de mouca com o absurdo do homem. Após alguns segundo Margarida reforçou a sua manhã estirando o braço e pegando a chave dizendo:
Margarida:
--- Ou o senhor me leva ou não sai daqui. Pronto. E eu solto alarme. Todos vêm ver por que. Eu digo que o senhor me deflorou. – respondeu com malícia.
O homem se aborreceu e procurou descer do caminhão. Nesse mesmo instante se lembrou da chave de ignição e reclamou:
Salvador:
--- Passe a chave. Bora! – reclamou com aspereza.
Margarida, então, pôs a chave de partida do carro por dentro do vestido e sorriu de veras. Após colocar a chave a moça disse ao homem:
Margarida;
--- Vem tirar, vem! Duvido! Está escondido em um cantinho! Vem! Vem! – falou o sorriu como que.
O motorista se desesperou e passou alguns minutos da mesma forma. Insensato. Calado. Pensando em alguma forma de buscar a chave. Ele recuou de sair do caminhão e ficou apenas a olhar a moça. Sentado no banco do carro, Salvador abaixou a cabeça escorando na roda da direção e a olhar a garota. E essa estirou as pernas sem parar de sorrir. Os dois ficaram nessa forma por um bom período. O caminhão de recolher ossada de vaca começara a sair. Salvador cumprimentou seu motorista sem ao menos falar. Ele apenas fez um sinal com a mão. Um vaqueiro tangia um garote para dentro do curral e a mulher chegou à porta da frente da casa grande. Ela observou cismado o caminhão de Salvador, porém nada falou, porquanto o carro estava distante. Pássaros voavam de galho em galhos das árvores existentes do sítio. O vento morno não movia folha alguma. O silencio era comum naquela hora, já por volta das dez horas da fazenda. Um cachorro despertou de sua preguiça e latiu a esmo. E depois saiu para outro local a se deitar a contento. A mulher da porta, tinha já entrado sem nada falar. Um garoto veio à casa grande e penetrou correndo. Uma menina saiu de dentro da casa. Ela estava a sorrir talvez por alguma traquinagem. O vaqueiro Tomaz se aproximou do caminhão tanque e perguntou ao motorista:
Tomaz:
--- Algo errado? – indagou com cara enfarruscada.
O motorista despertou de sua inércia e respondeu ao vaqueiro estar tudo certo. Ele estaria fazendo hora para chegar a sua casa onde talvez almoçasse. Água só buscaria à tarde, pois era distante o local. O vaqueiro agradeceu e saiu sem deixar de olhar a frente do carro. Os pneus, com certeza. Um dos pneus já estava “careca”. E o vaqueiro olhou bem para esse pneu. Com certeza dizendo algo de veras.
Tomaz:
--- Murcho. – pensou nisso e de imediato saiu para o curral.
Bodes pinoteavam ao longe em um penhasco existente. E, por fim, Salvador resolveu falar. A moça de pernas estiradas ouviu a conversa mantida com o motorista. E ficou tensa e calada. O motorista falou para Margarida:
Salvador:
--- Eu vou partir. Vamos. Para onde, não sei. Mas vamos. – disse o motorista bastante zangado.
A mocinha ficou a olhar Salvador e de repente retirou do vestido o molho de chaves. Em seguida entregou o molho e se acautelou no recanto escondida. O motorista fez cara feia. E com certo cuidado pegou as chaves e colocou na ignição. Ele deu partida e saiu sem mais nada a falar. Depois de se largar de cercado da fazenda, Margarida, se moendo por conta dos solavancos do caminhão se sentou no banco distante do motorista. Esse olhava à moça e nada falava. E o caminhão seguiu estrada a fora por uma hora ou mais. Destino: Macaíba. No meio do caminho o motorista parou o carro para comprar iguarias e verificar o pneu careca. No pneu, ele deu um chute. E procurou verificar onde havia um quiosque de troca e venda de pneus já em desuso. Salvador indagou de um rapaz qual seria o local.
Rapaz;
--- Bem alí. O senhor não tem erro. – respondeu sem que nem mais.
O homem agradeceu e se pôs a pagar os pacotes de broa e solda. Em seguida, o sertanejo foi a pé até mais a frente para verificar o endereço dado. De onde estava observou a garagem de troca de pneus. De então o rapaz retrocedeu para pegar o seu caminhão e seguir viagem para o local destinado. Ao entrar na cabine procurou à donzela e nem um tico encontrou. Ele voltou a descer do caminhão e foi indagar do rapaz das broas.
Salvador:
--- O senhor viu uma moça que estava no caminhão? – indagou apreensivo.
Rapaz:
--- Foi na casa da dona desse quiosque. – respondeu o rapaz sem se preocupar.
Salvador agradeceu e, com o pacote de broas foi para dentro da cabine a esperar a donzela. Com um pouco mais a moça retornou e entrou na cabine. Ela se sentou e não disse nada. Salvador a olhou como fosse algo estranho, porém nada indagou. Passou marca e o carro saiu até a borracharia. Antes de sair da boleia do caminhão, ele olhou para a donzela sem nada a declarar. Então procurou o homem dos pneus para fazer um trato. E articulou para se por um pneu menos velho no lugar do outro. Era um pneu acanhado. O homem refez de certa forma os sulcos do pneu e trouxe de imediato para colocar no local do velho pneu. Isso demorou uma meia hora. O calor era abafado. Mesmo assim, no local tinham uns pés de árvore. E essas árvores davam um pouco de tranquilidade ao motorista. E ele foi até a cabine e depositou para a moça um pacote de broa.
Salvador:
--- Coma! – disse abusado o homem.
Margarida:
--- O que é isso? – indagou a moça a olhar as broas.
Salvador:
--- É bosta! Coma! – disse com raiva o motorista.
Margarida fez cara feia e tomou de conta o pacote de broa. Depois de cheirar de leve as proas, agarrou de uma e passou a comer com certa cisma. Com o passar dos segundos se acostumou a delícia e passou a comer a vontade. O carro não tinha água de beber e ela, depressa, desceu e pediu um gole na barraca. O rapaz trouxe uma caneca e Margarida agradeceu. Após sorver, entregou a caneca e voltou para a boleia. E Margarida observou o rapaz a fazer troca do pneu do mesmo lado no qual estava sendo na frente do veículo. Todo suado, o mecânico trocou o estepe com rapidez incrível. Depois Margarida notou os dois homens a conversar e deram volta no caminhão. O dono da borracharia mostrou o estrago sofrido por outro pneu de trás. Sandoval concordou e responde ter na volta de trocar esse por outro em melhor forma. Findo o trato, o homem seguiu direto para o setor onde buscaria água para levar a seu destino.
Uma hora da tarde. Foi quando o carro estacionou no local onde brotava água de beber. O rapaz saltou do caminhão e a moça correu para um matagal onde, por certo, teria a cumprir as suas necessidades. O rapaz notou a saída da moça, porém nada declarou. Ele buscou um velho. Esse homem era quem ordenava a por água nos tanques dos caminhões. O velho morava em uma cabana junto com dois filhos. Sandoval queria apenas abastecer o tanque do caminhão. O velho se comprometeu em encher e mando os dois filhos executarem o serviço. Enquanto isso Salvador conversou um tanto com o velho sobre o manifestado nos últimos meses da cidade do Natal, onde até ficou sem água e luz elétrica. O velho disse saber por ouvir dizer a falta de água da capital. Ele mesmo não saiu do seu canto.
Velho:
--- Os rapazes contam histórias da falta de água na Capital. Porém, isso foi apenas uns três dias ou coisa assim. Pra mim, nada significou. Eu até pergunto aos motoristas como andam os negócios da Cidade. E eles me informam que, a despeito de exigir documento para quem vai e para quem volta, anda tudo normal. – falou de monta.
Salvador:
--- Eu fui até a capital buscar água. Mesmo assim não entrei. Fiquei preso na Corrente do outro lado. O pior é que eu mostrei minha carteira de motorista e os militares levaram e não mais trouxeram. Foi uma confusão dos diabos. Eu só vim receber meus documentos quatro dias após de ter sido detido na passagem. – explicou com preocupação.
Velho:
--- É... Mas aqui não veio ninguém pra me perturbar. E viesse, o que poderiam levar eram essas tralhas onde eu durmo. Eu não tenho dinheiro, não tenho saber. E o que me falta agora é uma mulher pra me coçar os dedos dos pés. – e gargalhou o velho
Depois de tanta conversa, Salvador notou a presença de Margarida. A garota voltou assim que pode e ficou sentada em um toco ao lado de Salvador apenas a escutar a história da cidade. Com a mão no queixo, a mocinha também sorria quando o velho contava as suas doidices.

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