terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O FIM DO MUNDO - 30 -

- Sherlyn Chopra -
- 30 -
MORTE
Foi uma inquietude de morte a vivida pela mulher. Ao mesmo tempo, os três filhos ao desespero clamavam pelo pai não se deixar levar por aquela fenda enorme a se abrir no chão coberto pelo rio. Com todo esforço possível o homem se segurou em galhos de árvores a descer e fez o impossível para se firmar até chegar, ao longo do percurso a uma abertura melhor e ali conseguir pular para fora da cratera, já todo moído de cansaço e esgotamento. A cratera prosseguia em direção a serra como uma serpente a devorar sua presa. Corpos de gente de animais se viam passar vindo das demais localidades do saco cobertos pela lama onde estava a residir o vaqueiro. De imediato Nina se abraçou com o seu homem ao mesmo tempo ter os filhos a fazer. Chagas olhou para a cratera de enorme tamanho e viu passar os corpos das pessoas mortas. A aflição tomou conta daquela família atormentada pelo terror da morte. Nina e os seus três filhos se agarraram a Chagas com toda força dada por Deus. O homem, inquieto, tentou prosseguir o caminho e, mesmo assustado pelo terror vivido também não parava de chorar pela emoção vivida e o escapar do extermínio certo. E a fenda varava o espaço em busca da mata fechada do monte. Outros corpos seguiam para o além, pelo visto de Chagas. Ele então procurou local mais seguro e caminho até o seu casebre todo falido pelo terrível estrondo ainda ameaçador. Aves, porcos, cavalo tinham fugido do seu cercado a procura de melhor amparo. Chagas olhou desolado para o casebre e caminhou com seus filhos e a mulher para local mais seguro. Em instante o homem parou e voltou o olhar para a tremenda fenda vista de longe e por fim comentou.
Chagas:
--- Eta lasqueira! Eu escapei por pouco. – falou Chagas a se tremer todo.
A mulher abraçada com o homem apenas chorava assim como seus três filhos.
O prefeito da cidade, empossado logo após a morte do titular em um acidente na capital do Estado, estava se deslocando para a sua fazendo quando a terra tremeu, rachou e em seu interior havia um mar revolto de lama. Orestes era o seu nome. No instante em que a Terra estremeceu o homem, em seu carro, também estremeceu de pavor. Ela não atinava ser aquele o terremoto algo tão impressionante a ponto de mover toda uma população de um lado e de outro. Ao seu lado seguia o vaqueiro José. Esse também ficou alarmado com o estrondo havido. A distância percorrida pelo o novo Prefeito não permitiu para ele ver o estrago ocorrido na cidade. Apenas o homem estremeceu de pânico diante do balançar das árvores existentes à margem da estrada como se todas viessem ao chão batido. Dado o inicio o Prefeito Orestes não atinou o certo. E o vaqueiro José apenas disse:
José:
--- Trovão!!! – falou alarmado o homem
O prefeito verificou em varias direções e perguntou:
Prefeito:
--- Que estrondo é esse?! – indagou sobressaltado o chefe do executivo municipal.
José:
--- Parece um trovão na serra! – falou alarmado o vaqueiro.
A essa altura o Prefeito Orestes estava bem distante do centro da cidade. Ele olhou para todos os lados e observou uma casa velha e de dentro saiu uma mulher a segurar o seu filho. A mulher olhou para o céu e nada percebeu. Apenas observou e tocou caminho em direção oposto a procura talvez de alguém. O Prefeito olhou muito bem para a mulher e teve a intenção de dizer.
Prefeito:
--- Senhora! O que sucede? – indagou aquela autoridade.
A mulher olhou em volta teve a intenção de responder:
Mulher:
--- Parece um estrondo! Talvez seja a mina! – falou alarmada a mulher começando a correr.
José;
--- Pra onde ela vai? – indagou o vaqueiro ao prefeito.
Prefeito:
--- Não sei. O chão está balançado! – falou o homem com temor.
José:
--- Tudo está tremendo senhor Orestes! – falou com terrível alarme o vaqueiro.
E a Terra tremia como samambaias ao vento. O prefeito desistiu de falar com a mulher. Essa já estava longe, na carreira dada à procura de alguém, talvez o homem ou a sua mãe. Com certeza. E o certo foi o Prefeito entrar no seu veículo e caminhar em direção a sua casa, em um sítio bem ao longe da cidade. A Terra tremia e o homem, ao solavanco, corria sem trégua para alcançar de vez a sua casa. E tão logo chegou encontrou um pandemônio. A sua mulher abraçada a sua filha menor implorando socorro em preces comoventes. O pessoal da casa estava todos do lado de fora a procurar o destino do trovão inconsequente e ameaçador. Era isso o sentir do pessoal. O povo do sitio também estava alarmado com o terror do chão àquela altura dos acontecimentos. José vaqueiro estremeceu de temor e logo saiu do carro em busca da senhora do Seu Orestes, a dona Diná para acudi-la sem temor de algo suceder por parte do marido de Diná. Mas esse também veio em socorro da mulher e segurou a menina caçula. Essa menina estava a tremer de pavor pelo acontecido. A terra tremia cada vez mais e o vaqueiro largou a patroa e foi ao encontro de sua mulher a correr em desabalada carreira para um canto qualquer.  Tudo era confusão na fazenda. Mulheres e homens, meninas e mocinhas sem contar com os rapazes e idosos. Galos, galinhas, porcos, carneiros, ovelhas, bodes, cabras além do gado. Todos estavam desatinados. Os animais com a correria da gente grande. E o pessoal a temer o fim do mundo, com certeza. Uma mulher de vaqueiro foi dizer ser aquele o final dos tempos:
Mulher:
--- O pastor disse no seu sermão ser esse o final dos tempos! – fez vez horrorizada a mulher evangélica.
Marido:
--- Cala tua boca, peste! Queres por fim a tudo?! – indagou alarmado o marido.
Um homem vindo a cavalo da cidade foi logo contar o sucedido.
Jagunço:
--- O sino da Igreja veio ao chão! – falou alarmado o homem.
O Prefeito Orestes nem sequer notou o que o homem acabara de dizer. O Prefeito estava atormentado com o estado de sua filha, aflita a chorar bastante e ele a tomou nos braços indo para mais além da casa grande. A mulher Diná procurava buscar a filha amada pedindo em clamor;
Diná;
--- Eu quero a minha filha! Eu quero a minha filha! – soluçava a mulher em busca da menina.
O Prefeito já não prestava atenção ao dizer da mulher. Apenas seguia sem rumo acalentado a menina enquanto os estrondos prosseguiam constantemente. O jagunço, alarmado, falou para qualquer um.
Jagunço:
--- Pessoal! A cidade está arruinada! Não tem mais nada onde se anda. Nem padre, nem delegado, nem juiz. Ninguém! – relatava inquieto o jagunço;
Foi a vez de outro jagunço ir ao encontro do homem e perguntar:
Jagunço 2:
--- Mas ninguém mesmo? – quis saber assustado o outro jagunço.
Jagunço 1:
--- Não! A gente só encontra cadáver no chão. – falou desesperado o jagunço.
Jagunço 2;
--- Mas o prefeito é o homem! – relatou exaltado o outro.
Jagunço 1:
--- E o que se faz agora? – tremia o jagunço ajudado pela Terra.
Nesse ponto se aproximou o vaqueiro José em meio do tumulto gerado em toda a fazenda com o pessoal às tontas sem saber para onde seguir. E de pronto indagou:
José:
--- O que houve Penetra? – indagou sem saber o motivo da conversa.
O jagunço se virou e, alarmado, voltou a contar a história:
Penetra:
--- A cidade está acabada! Os caminhões de gasolina caíram no buraco! – fez ver alarmado o jagunço.
José:
--- Que buraco? Que buraco? – indagou perplexo José Vaqueiro.
Penetra:
--- O chão se abriu! E tudo foi caindo no buraco! Gente, bicho e até mesmo os caminhões! – relatou sem sentido o homem.
José:
--- Meu Deus do Céu!!! Buraco?! – quis saber com precisão o vaqueiro.

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