domingo, 12 de fevereiro de 2012

ACASO - 40 -

- Rani Mukhrerjee -
- 40 -
NINFAS
Na noite daquele dia, Joel estava a dormir. Silêncio na rua e na estrada a passar bem próximo em nada a incomodar aos eternos donos do sonhar. O vento morno da noite sombria era igual à nuvem passageira ao luar quase penumbra e encantar devaneios. Borboletas de asas tenras e douradas, pequeninas por sinal, voluteavam em torno da lâmpada e da luz do poste ao largo da rua naquele instante sem ninguém ao seu redor. Ouvia-se um pigarrear constante de um ancião em uma casinha pequenina posta ao largo da rua. O choro de uma criança quebrava a monotonia da noite quente em outro casebre qualquer. O ladrar de um cão se fazia presente como a luz da lua. O apitar de um guarda noturno quebrava a monotonia silenciosa do acaso. O gargalhar de uma meretriz açoitava a noite. E depois, silêncio.
Naquele tropical noturno Joel dormia um sono terno e aconchegante. E em seu sono ele ouvia três jovens ninfas a conversar; Ele estava em edifício parecendo um estúdio de rádio ou coisa assim. Apenas Joel ouvia o som de uma voz como de um locutor a falar com ligeira pressa as noticias do dia. Porém, o garoto não notava o senhor locutor. Uma gigante parede  o separava da cabine. Mesmo assim, não lhe fazia interesse conhecer o locutor, pois estava a vislumbrar as três jovens ninfas a conversar, em uma marcha apressada para seguir o caminho e a descer um vão de escada, enveredar por um bosque e sumir de vez. As ninfas vinham de um setor próprio para as ninfas sempre uma das tais a conversar solene para as outras duas ninfas. Seus cabelos tinham a cor de um sol brilhante a cintilar constante ao léu. Para Joel aquela ninfa de vestes longas e de cor suave como às ninfas se vestem. Ela e as duas outras mais eram a personificação criativa e fecundadoras da plena natureza.
Por acaso Joel permaneceu a olhar a deusa do bosque de Ártemis ou dos prados de Melíades, nascida da árvore da perseverança. Delírio estremado e sedutor viveu naqueles magnos instantes o jovem moço ainda pequeno ao vislumbrar a ninfa do bosque do Jardim do Éden. A noiva dos espíritos percorria para sempre tentadora a sorrir em desvario trilhando o caminho das verdadeiras ninfas fascinantes. E Joel apenas a observar aquela filha de Zeus cuja rainha das fadas era Hérmia. Talvez a sua ninfa fosse Alseídes ou Leimáquides. Quem sabe Efidríades então uma das ninfas de Nereidas. E na suavidade de seu sonho Joel tomou rumo ao ignoto a acompanhar a sua verdadeira ninfa da eventualidade. Sabia ele o aparecer da ninfa nas lendas onde o amor é o motivo central. Fonte de inspiração de arte as ninfas emprestaram suas características a seres mitológicos. E por assim sentir, o jovem moço se arcou em desenhos mil a busca de sua sonhada ninfa encantadora. Risos e lampejos ele ouvia cantar nos eternos bosques da fascinação. Joel a observar terno às ninfas do desejo deitou o seu véu encantado para ser o mago de sua adorada deusa. Um terno e brando abraço lhe aconchegou o seio. Era a ninfa dos seus sonhos. E ele explodiu em chamas a devoção do amor.
Manhã logo cedo, após refazer o seu estomago, Joel saiu para a escola e encontra no seu caminho com a doce fada Elizabete. E a jovem moça estava-o a esperar silente. O garoto a beijou na face ao encontrar a terna figura e marcharam os dois para o colégio. No caminhar a mocinha lhe perguntou de vez:
Elizabete:
--- O que são ninfas? – indagou a moça ao assustado garoto.
Joel:
--- Ninfas? Só eu procurando no dicionário! Por que a pergunta? – reviu o moço.
Elizabete:
--- Por nada. Eu queria saber apenas. – sorriu a moça ao chegar a frente do Grupo.
Eles já estavam a chegar ao Grupo Escolar quando Joel percebeu de qualquer forma o questionamento da linda e meiga garota ao lhe perguntar tal fato. E Joel se lembrou do sonho que ele tivera durante a madrugada de três ninfas. O caso era até muito complexo uma vez ter a mocinha a indagar quais seriam as ninfas. Certa vez Joel olhou em um almanaque uma historia de ninfas. Mas o bom tempo fugira-lhe da memoria. A olhar a deusa dos prados de Melíades o mocinho então começou a investigar em sua mente a questão da tal enigmática dúvida. E por isso mesmo o jovem garoto começou a sorrir ao ver se distanciar a frente aquela boneca de carne, o esplendor da fascinação a caminhar solitária. E daí de ponto respondeu:
Joel:
--- Minha Santa! ...- e foi interrompido na hora pelo brutal palavreado de enfeitiçada donzela.
E Elizabete de pronto respondeu:
Elizabete:
--- Burra é a sua mãe! – respondeu Elizabete de forma bastante agressiva.
Joel ficou atônito e em seguida lhe replicou.
Joel:
--- Mas eu disse: Minha Santa! – rebateu de face enrugada o moço Joel.
Elizabete:
--- Pois é! O que é uma Santa? A Padroeira da Cidade! E o que se faz com a padroeira? Põe-se num andor! E quem acompanha o andor? Uma multidão! E o que é uma multidão? Um punhado de gente marchado um atrás do outro! E quem anda um atrás do outro? É burro! Por isso eu disse logo! Burra é a sua mãe! Humpf!  - e se voltou para frente do Grupo à meiga e afetuosa donzela. E dessa vez nada lhe restava de meiga.
Joel se pôs a sorrir. E de uma forma tal que se deitou no pleno leito de areia enxuta. Era tanto sorrir que outros estudantes também sorriram dele. Em um casebre de taipa existente na frente do Colégio, estava à porta o moço magrão. E magrão ouvira toda a atitude a mocinha. Quando acabou viu o jovem mancebo se deitar a gargalhar. Por todo esse evento o Magrão gargalhou também, saindo da porta de entrada do casebre para o seu terminal batendo as mãos e com o corpo encurvado para frente por causa de tanto riso.
A aula começou e foi à vez da sorridente professora Sonia Andrade a fazer a chamada e dar prosseguimento ao assunto interrompido no dia passado. Como não sabia de nomes de todos os escolares levou por bem chamar a turma como crianças. E então Sônia falou:
Sônia:
--- Crianças, meu bom dia. É o seguinte: hoje nós vamos aprender um pouco de Historia. Não dessa historia que se conta nos livros. Mas de uma historia que nem se ouve mais. A história antiga. Isso é bom porque vocês irão ter a capacidade de ver o passado distante com certos passados recentes e, assim, versarão o que foi antigamente e o que foi bem mais recente. Alguma dúvida? – indagou Sônia a sorrir.
E a turma em peso gritou:
A turma:
--- Nããããoooo! – falou toda a turma em uníssono.
Sônia a sorrir:
--- Pois muito bem! Crianças! A História é muito complexa. Se formos estudar de verdade o ser da História terá de começar pela pré-história. E o que é a pré-história? É o acontecer bem antes de haver a civilização na Terra. Há cerca de Dois milhões. ... Vejam vocês: Dois milhões de anos começaria a se encontrar vestígios de civilizações. Isso importa porque essa pré-civilização veio a perdurar até cinco mil anos antes de Cristo. Cinco mil anos. Entenderam? – perguntou Sônia, a mestra.
A turma:
--- Siiiimmmm! – a turma toda respondeu.
Sônia:
--- Pois bem: (sorrindo). Para vocês terem uma noção do tempo, cinco mil anos são um bocado de tempo. E como se deu essa descoberta? Tudo tem um motivo! Não é? – indagou a mestra.
A turma:
--- Éeéééé! – gritaram os alunos.
Sônia:
--- E qual foi esse motivo? Vocês sabem? – indagou com olhos abertos a mestra;
A turma:
--- Nããããooo! – respondeu a turma.
Sônia:
--- Pela pintura! – sorriu a mestra Sônia.

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