terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ACASO - 42 -

- Michelle Zen -
- 42 -
SUMÉRIA
Por um acaso qualquer, naquele dia, após a aula, Joel Calassa ao sair da classe onde estudava se deparou com a sua amiga da eternidade e foi assim em sua companhia ao sabor do vento e das asas do telúrico. Isabel amada veio suave como uma pluma perdida no ar e com o jovem garoto se foi para o espaço sem fim onde as ninfas dos deuses orbitavam o firmamento. O garoto, assustado, indagava a todo o momento para onde eles estariam indo. E Isabel sorria e dizia:
Isabel:
--- Você verá. – sorria Isabel a caminha em um vôo imaginável para o tempo sem fim
A Terra era um imenso paraíso visto do alto de onde os dois estavam. Alguma coisa se pôs diferente e a cada instante a Terra mudava de forma. Não a Terra propriamente dita. Mas o que do alto podia se verificar. E em uma fração de segundo Joel já estava em um local como se fosse deserto. O garoto viu em algum período após uns guerreiros com armaduras entras as pessoas normais. O  garoto estranhou tudo o que notava. Era agora um povo sem nome e de cabeças negras. Isabel disse-lhe:
Isabel:
--- Essa é a Suméria, o “lugar dos senhores civilizados!” – falou Isabel ao garoto.
Joel estava de boca aberta ao olhar toda aquela formosura de País ou nação. Ele no podia acreditar no que estava a ver. A Suméria, antiga civilização desaparecida nos dias atuais de Joel Calassa. A moça, já posta em terra junto com Joel recomendava para ele não falar com ninguém, pois Joel era o homem do futuro. E mesmo porque ninguém olharia para ele com seus trajes diferentes. De uma forma ou de outra era melhor não falar com ninguém apesar de poder falar algo. Mesmo assim, a sua fala seria incompreendida e os guerreiros o tomariam por intruso. Um homem do mal. Joel respondeu entender tudo aquilo que Isabel dissera. E para não demorar, eles seguiram pelas terras de Ur. É Isabel falou ao garoto com paciência:
Isabel:
--- Estias a procurar Gilgamés Rei da cidade de Uruk? Vejamos! Ele é um Rei! Seu poema se perde no tempo até quando os judeus copiaram tudo o que estava escrito por Gilgamés e transformam em um livro. Esse livro é chamado no seu tempo de Bíblia com apenas cinco apêndices. Por isso é conhecido pelo povo judeu de “Pentateuco”. – relatou Isabel a sorrir
Joel:
--- E o que é esse nome? – indagou atônito o garoto.
Isabel:
--- (sorriu) – Pentateuco? Significam “os cinco rolos”. É uma palavra grega a traduzir por “cinco estojos!”.  Nesses estojos se guardavam os rolos de papiros ou material escrito. Entendes? – indagou Isabel ao moço Joel.
Joel:
--- Ah! Em lembro porque o meu pai tem uma caixa de charutos onde ele guarda documentos para não se mexer neles, - sorriu o garoto a moça Isabel.
Isabel:
--- Justamente. Até os seus livros nos dias atuais não passam de papiros. Você os guarda para não perder. Um dicionário é um grande papiro agora escrito de outra forma. – sorriu Isabel.
Joel:
--- Entendo. Entendo. – relatou Joel a sorrir.
E Isabel retornou as conversas a dizer ter a Suméria várias cidades-estados:
Isabel:
--- Aqui temos o Eridu, o Lugar do Príncipe. Larsa, reino antediluviano, centro de culto ao deus sol; Sippar, cidade do Paraiso; Uruk, cidade construída e rodeada por uma muralha de 9km de extensão e edificada por ordem do Rei Gilgamés. Esse Rei mandou erguer o famoso templo de Eana, dedicado à Inana. Na Epopeia de Gilgamés é conhecido como um antigo poema épico e uma das primeiras obras conhecidas na literatura mundial. A sua importância está descrita como sendo Aquele que se Eleva Sobre Todos os Outros Reis.  – sorriu a ninfa Isabel ao contemplar a face de Joel Calassa.
Joel:
---E onde estamos agora? – perguntou Joel sobressaltado.
Isabel;
--- (sorrindo) Agora? Estamos em Ur. A cidade que criou o primeiro código de leis. Foi nessa cidade que nasceu Abraão e levou todo o saber para o povo hebreu. E daí teve origem a Bíblia, a chamada Sagradas Escrituras. Essa é a verdade. – sorriu Isabel ao afagar o garoto.
Os dois amigos viajaram por ampla região da Suméria em um vôo ignoto onde tudo o visível era uma surpresa para o garoto Joel.  Recintos Sagrados não eram postos com exclusividade ao culto dos deuses. Os sacerdotes tinham outras funções, como ainda hoje fazem os padres da Igreja Católica. Dízimos, impostos e oferendas à comunidade tinha obrigação em fazer sendo tudo anotado em tabuinhas de barro. Ainda não se conhecia o dinheiro cunhado. Os impostos eram pagos em espécie; cada habitante de Ur pagava a sua maneira. Muitas mercadorias eram beneficiadas no próprio templo.
À tarde, quando o sol descambava no horizonte, Joel Calassa já estava em sua casa a rever os manuscritos guardados pelo seu amado pai. E olhando com cuidado todos os manuscritos, ele observou apenas um em que trazia a palavra de Suméria. Os olhos de Joel se alargaram como a lua e de imediato começou a ler o que estava escrito no manuscrito. Era algo bastante antigo, talvez herdado por herança de seu avô ou bisavô. De quem fora então o manuscrito para Joel pouco importava. O que lhe interessava era ler todo aquele alfarrábio. O manuscrito era tão velho, pois em certo espaço o documento se fragmentava com o descuido do garoto. E nem mesmo assim ele deixou de ler com cuidado o que estava escrito nas páginas já impressas do arcaico documento. E Joel folheou tudo o que estava escrito no paupérrimo documento inclusive gravuras estranhas impressas de qualquer forma.
Joel:
--- Viva! Achei! Está tudo aqui! – gritou o jovem ao encontrar aqueles manuscritos.
E a noite, ao deitar, Joel Calassa voltou a lembrar do passeio eterno dado pela jovem Isabel com ele as terras da Suméria. E ainda fez a pergunta crucial:
Joel:
--- Para que inventar tanta mentira se é mais fácil se por a verdade? – exultou Joel no seu pensar.
A noite cálida e terna chegou a desassombro e Joel se pôs a sonhar com as viagens de homens alados a conhecer estranhas terras nunca antes visitadas. Um sonho azul e cheio de brilhos como não existe em todo o Universo qualquer. Joel, em seu sonho, visitou as mais longínquas paragens onde ninfas estelares sorriam a cada passo não por ele. Mas era um sorriso fraterno como que diz algo em anseio mais. As ninfas eram na verdade um botão de rosas. E para o rapaz eram elas as puras deusas do Olimpo. Fadas sem asas, leves e delicadas eram elas a personificação da graça. Habitantes dos lagos, bosques e florestas. Musas inspiradoras da criação da arte. O templo das musas eram o Museion, local de cultivo e preservação das artes. A inspiração de Joel percorria imensos vales das orações de universo. Musas e verdadeiras ninfas adormecidas entre o ocaso da leve bruma do prazer.
A manhã chegara e Joel já estava desperto. A deitar na cama entre lenços aconchegantes ele recordava as doces fases de prazer. Quando sua mãe passou em seu quarto ele se virou para a parede e fez de conta que dormia o doce sono da infância. A mulher bateu a porta para acordar o seu rebento sem nem mesmo precisar abrir.
Isaura:
--- Acorda malandro! Está na hora! – dizia a sua mãe.
Joel quis ouvir. Estava a sonhar com as suas ninfas soltas a perambular pelos os bosques e a sorrir meiguices de amor. A luz do sol penetrou por entre uma fresta do velho telhado e se ambientou logo no espelho da alcova do garoto. E ele fez que não viu.
Isaura:
Acorda! Ou irei te puxar pelos pés. – reclamou a sua mãe de volta a sala de vistas. 


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