sexta-feira, 13 de julho de 2012

ISABEL - 23 -

- Katy Perry -
- 23 -
A ORIGEM
E no seu olhar, Toré ficou a pensar se contaria ou não algo sabido por ele há poucos tempos. Gonzaga era filho adotivo, disse o homem tinha a conhecer. E sabia por um advogado ter herdado herança de sua mãe de sangue, a senhora Maria Francisca Algarve, cuja imagem ele nunca sobe dizer qual. Poderia ser uma portuguesa rica e teve o garoto como único filho e o seu marido morrera antes ou outras situações de tal forma. Ele – Gonzaga – nunca se aprofundou em saber qual era a sua ascendência. Gonzaga jamais se importou em saber quais seus parentes, mesmo se tivesse algum. Ele vivia, antes de comprar o bar, como um servidor do Estado, lotado no Teatro e vivia daquela renda quando não era afortunado no jogo do bicho para bem dizer. Teve uma esposa e essa morreu. A casa na qual vivia, era uma simples casa. Com o correr do tempo conheceu Isabel. Ele, para bem dizer, nunca pensou em casar pela segunda vez. Dormia, as vezes, em uma esteira no palco do Teatro, pois o movimento não deixava ele sair para a sua casa simples. No atual momento, o homem já estava mais confortado e até caso com Isabel. E para completar, veio a noticia de ter herdado uma fazenda ou um sitio da sua mãe verdadeira: Maria Francisca Algarve. Para Gonzaga essa noticia era uma dor de cabeça. Procurar papel e coisas mais. Tudo isso para justificar a sua origem.
Gonzaga:
--- É. Vamos ver se isso vai dar certo. Ou se vai ser mais uma dor de cabeça. – disse ele e sorriu
Toré ficou a pensar, E depois de alguns instantes ele resolveu falar.
Toré:
--- Eu conheci um homem. ....Já idoso. ... E ele conhece você. Pelo que me disse, é desde você criança. – fez ver o rapaz um pouco desconfiado.
Gonzaga:
--- É. E que ele sabe de minha vida? – indagou sorrindo o homem.
Toré:
--- Bem. Ele pouco falou. Mas conheceu a sua mãe verdadeira. – disse mais o rapaz.
Gonzaga:
--- Conheceu minha mãe? Conversa! Isso é coisa prá boi dormir. Eu não conheci essa mulher? E ele a conheceu? – gargalhou o homem
Toré:
--- É essa misteriosa mulher não era tão misteriosa assim. Ela estava com você todos os dias. Pelos nesse momento. – falou com precaução o rapaz.
Gonzaga:
--- É. E você sabe também que é a tal mulher? – indagou o homem sem parar de sorrir.
Toré:
--- Eu estive com ela. E conversamos até demais. E ela me disse que um dia se declarava a você – falou o rapaz um tanto cauteloso.
Gonzaga:
--- Você conhece a minha mãe? Tais conversando? E que ela? – perguntou de modo serio o homem.
Toré:
--- O nome você já tem. Falta apenas sincronizar a pessoa. Maria Francisca Algarve é a mulher que morreu atropelada no dia do seu casamento. – falou sério o rapaz.
O homem então parou de flutuar e encarou o rapaz para logo perguntar em seguida:
Gonzaga:
--- Você é doido ou fala sério? – indagou o homem com cara muito seria.
Toré:
--- Eu já sabia da história. Apenas não te contei. Maria Francisca esteve na Igreja assistindo o teu casamento. E abençoou ao final. E partiu com aquele jeito acorcovado de andar. – falou sério o rapaz.
Gonzaga:
--- Meu do céu! Minha vó? Aquela mulher acabada? Ela era a minha mãe? – indagou o homem com as lágrimas caindo dos olhos.
Toré:
--- Pois é. Ela me contou toda a história. Desde o começo. Quando teve que dar para uma família. Tudo, tudo! – respondeu o rapaz.
E Gonzaga então chorou por demais. Ela já não duvidava da palavra do seu amigo. Não raro a verde sempre dói. Mesmo assim é melhor se saber logo cedo do que tarde demais. A anciã passava todos os dias pela calçada do Teatro. Não raro, Gonzaga pagava almoço para a anciã. Todos a chamava de minha vó. Ele também seguiu o exemplo dos mecânicos. Na verdade, Maria Francisca tinha um corpo franzino. Ele nunca perguntou qual a causa a motivar a anciã ficar daquele jeito. Também era um defeito de pouca monta para Gonzaga ficar ciente. E o homem perambulou pela frente do bar, com as mãos para trás, uma sobre a outra, em divagar em seus próprios pensamentos. Quantas vezes ele dera de o que comer àquela anciã sem nunca perguntar de onde era ela. Ás vezes, e tão somente, ele articulava uma conversa  sem desejos:
Gonzaga:
--- Está bom um almoço? – perguntava o homem.
E a anciã respondia:
Anciã:
--- Sim! Bom demais! – dizia a anciã Maria Francisca sem precisar seu nome.
Ela apenas olhava para Gonzaga com uma fisionomia triste como de alguém a estar bem longe daquele lugar. Em cismar consigo mesma, ali está diante do filho seu. Porém nada articulava nesse real sentido. Apenas Maria Francisca ficava alheia a todo sentimento do homem. Esse sorria por vez e nada apenas falava. Ele era calado e nada sabia indagar à mulher. Em certa ocasião dona Maria Francisca olhou bem a face de Gonzaga. Por alguns minutos ela sentiu vontade de acaricia-lo. Esse ate foi notado pelo próprio Gonzaga. Em determinado instante o homem se levantou de uma prancha onde sempre ficava e falou qualquer coisa para Maria Francisca. Assim acabou a cena de ternura da mulher. Ele foi até a banca de jogo onde estava o homem que bancava bicho e pediu para verificar a extração da noite anterior. O homem com a cara abusada pegou um papel e deu para Gonzaga. Esse com esmero anotou a casa dos bichos para dar oportunidade a anciã sair de vez do local, na pensão de dona Marina. O homem ficou receoso com a velha mulher por um bom espaço de tempo desde àquela hora de almoço.
Gonzaga:
--- Mas por que você não disse logo essa história? – perguntou revoltado o homem
Toré ficou calado por certo tempo e afinal deu o testemunho.
Toré:
--- Quem sabe muito da história é Zacarias, sogro da minha irmã Luiza. – fez ver Toré.
Gonzaga:
--- Quem é esse Zacarias?! – indagou esquentado o homem cheio de raiva.
Toré:
--- Você não o conhece. Mas ele te conhece. Aliás, ele esteve no Teatro fazendo um serviço no palco. Mas Zacarias o conhece há bastante tempo. Desde criança. – falou Toré ainda arrependido com a conversa em torno de Maria Francisca.
Gonzaga:
--- Teatro? Fazendo serviço no palco? Nunca vi tal homem. – relatou o dono do bar com a cara abusada.
Toré:
--- Você se lembra. Pelo menos de um ajudante que meteu o martelo no pé. – sorriu o rapaz ao lembrar o fato.

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