- Katy Perry -
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A ORIGEM
E no seu
olhar, Toré ficou a pensar se contaria ou não algo sabido por ele há poucos
tempos. Gonzaga era filho adotivo, disse o homem tinha a conhecer. E sabia por
um advogado ter herdado herança de sua mãe de sangue, a senhora Maria Francisca
Algarve, cuja imagem ele nunca sobe dizer qual. Poderia ser uma portuguesa rica
e teve o garoto como único filho e o seu marido morrera antes ou outras
situações de tal forma. Ele – Gonzaga – nunca se aprofundou em saber qual era a
sua ascendência. Gonzaga jamais se importou em saber quais seus parentes, mesmo
se tivesse algum. Ele vivia, antes de comprar o bar, como um servidor do
Estado, lotado no Teatro e vivia daquela renda quando não era afortunado no
jogo do bicho para bem dizer. Teve uma esposa e essa morreu. A casa na qual
vivia, era uma simples casa. Com o correr do tempo conheceu Isabel. Ele, para
bem dizer, nunca pensou em casar pela segunda vez. Dormia, as vezes, em uma
esteira no palco do Teatro, pois o movimento não deixava ele sair para a sua
casa simples. No atual momento, o homem já estava mais confortado e até caso
com Isabel. E para completar, veio a noticia de ter herdado uma fazenda ou um
sitio da sua mãe verdadeira: Maria Francisca Algarve. Para Gonzaga essa noticia
era uma dor de cabeça. Procurar papel e coisas mais. Tudo isso para justificar
a sua origem.
Gonzaga:
--- É.
Vamos ver se isso vai dar certo. Ou se vai ser mais uma dor de cabeça. – disse
ele e sorriu
Toré
ficou a pensar, E depois de alguns instantes ele resolveu falar.
Toré:
--- Eu
conheci um homem. ....Já idoso. ... E ele conhece você. Pelo que me disse, é
desde você criança. – fez ver o rapaz um pouco desconfiado.
Gonzaga:
--- É. E
que ele sabe de minha vida? – indagou sorrindo o homem.
Toré:
--- Bem.
Ele pouco falou. Mas conheceu a sua mãe verdadeira. – disse mais o rapaz.
Gonzaga:
---
Conheceu minha mãe? Conversa! Isso é coisa prá boi dormir. Eu não conheci essa
mulher? E ele a conheceu? – gargalhou o homem
Toré:
--- É
essa misteriosa mulher não era tão misteriosa assim. Ela estava com você todos
os dias. Pelos nesse momento. – falou com precaução o rapaz.
Gonzaga:
--- É. E
você sabe também que é a tal mulher? – indagou o homem sem parar de sorrir.
Toré:
--- Eu
estive com ela. E conversamos até demais. E ela me disse que um dia se
declarava a você – falou o rapaz um tanto cauteloso.
Gonzaga:
--- Você
conhece a minha mãe? Tais conversando? E que ela? – perguntou de modo serio o
homem.
Toré:
--- O
nome você já tem. Falta apenas sincronizar a pessoa. Maria Francisca Algarve é
a mulher que morreu atropelada no dia do seu casamento. – falou sério o rapaz.
O homem
então parou de flutuar e encarou o rapaz para logo perguntar em seguida:
Gonzaga:
--- Você
é doido ou fala sério? – indagou o homem com cara muito seria.
Toré:
--- Eu já
sabia da história. Apenas não te contei. Maria Francisca esteve na Igreja
assistindo o teu casamento. E abençoou ao final. E partiu com aquele jeito
acorcovado de andar. – falou sério o rapaz.
Gonzaga:
--- Meu
do céu! Minha vó? Aquela mulher acabada? Ela era a minha mãe? – indagou o homem
com as lágrimas caindo dos olhos.
Toré:
--- Pois
é. Ela me contou toda a história. Desde o começo. Quando teve que dar para uma
família. Tudo, tudo! – respondeu o rapaz.
E Gonzaga
então chorou por demais. Ela já não duvidava da palavra do seu amigo. Não raro
a verde sempre dói. Mesmo assim é melhor se saber logo cedo do que tarde
demais. A anciã passava todos os dias pela calçada do Teatro. Não raro, Gonzaga
pagava almoço para a anciã. Todos a chamava de minha vó. Ele também seguiu o
exemplo dos mecânicos. Na verdade, Maria Francisca tinha um corpo franzino. Ele
nunca perguntou qual a causa a motivar a anciã ficar daquele jeito. Também era
um defeito de pouca monta para Gonzaga ficar ciente. E o homem perambulou pela
frente do bar, com as mãos para trás, uma sobre a outra, em divagar em seus
próprios pensamentos. Quantas vezes ele dera de o que comer àquela anciã sem
nunca perguntar de onde era ela. Ás vezes, e tão somente, ele articulava uma
conversa sem desejos:
Gonzaga:
--- Está
bom um almoço? – perguntava o homem.
E a anciã
respondia:
Anciã:
--- Sim!
Bom demais! – dizia a anciã Maria Francisca sem precisar seu nome.
Ela
apenas olhava para Gonzaga com uma fisionomia triste como de alguém a estar bem
longe daquele lugar. Em cismar consigo mesma, ali está diante do filho seu.
Porém nada articulava nesse real sentido. Apenas Maria Francisca ficava alheia
a todo sentimento do homem. Esse sorria por vez e nada apenas falava. Ele era
calado e nada sabia indagar à mulher. Em certa ocasião dona Maria Francisca
olhou bem a face de Gonzaga. Por alguns minutos ela sentiu vontade de
acaricia-lo. Esse ate foi notado pelo próprio Gonzaga. Em determinado instante
o homem se levantou de uma prancha onde sempre ficava e falou qualquer coisa
para Maria Francisca. Assim acabou a cena de ternura da mulher. Ele foi até a
banca de jogo onde estava o homem que bancava bicho e pediu para verificar a
extração da noite anterior. O homem com a cara abusada pegou um papel e deu
para Gonzaga. Esse com esmero anotou a casa dos bichos para dar oportunidade a
anciã sair de vez do local, na pensão de dona Marina. O homem ficou receoso com
a velha mulher por um bom espaço de tempo desde àquela hora de almoço.
Gonzaga:
--- Mas
por que você não disse logo essa história? – perguntou revoltado o homem
Toré
ficou calado por certo tempo e afinal deu o testemunho.
Toré:
--- Quem
sabe muito da história é Zacarias, sogro da minha irmã Luiza. – fez ver Toré.
Gonzaga:
--- Quem
é esse Zacarias?! – indagou esquentado o homem cheio de raiva.
Toré:
--- Você não
o conhece. Mas ele te conhece. Aliás, ele esteve no Teatro fazendo um serviço
no palco. Mas Zacarias o conhece há bastante tempo. Desde criança. – falou Toré
ainda arrependido com a conversa em torno de Maria Francisca.
Gonzaga:
---
Teatro? Fazendo serviço no palco? Nunca vi tal homem. – relatou o dono do bar
com a cara abusada.
Toré:
--- Você
se lembra. Pelo menos de um ajudante que meteu o martelo no pé. – sorriu o
rapaz ao lembrar o fato.
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