- Katy Perry -
- 21 -
PASTOR
Nos dias
seguintes Luzia costumava ir com a sua cunhada levando dona Dulce ao hospital
onde a mulher conversava com o médico de todos os males surgidos na sua vida e
as venturas quando estava boa de saúde. Era costume levar a mulher a cada 15
dias para verificar o processo de andamento da enfermidade até o ponto onde o
médico deu alta há dois meses depois considerando o bom progresso na paciente.
Desde então a mulher não mais falou em sua filha Silvia. Eram também dois meses
de gravidez de Otilia. A mulher já sentia um leve aperto nos vestidos e foi não
foi Otilia estava a cosicar as saias de casa ou de rua. Toré era o homem mais feliz
do mundo por ter Otilia como grávida. Ele não tinha outro assunto a não a ser a
gravidez. Certa vez, chegou à oficina um novo freguês para fazer conserto no
seu automóvel. Ele era um homem calado e a todo tempo estava por perto do
mecânico a procura de saber maiores detalhes do serviço. Vez por outra outro
mecânico passava por perto do dono do carro e o cumprimentava dizendo sempre
“irmão”. Por fim Toré para tirar a dúvida foi perguntar ao proprietário do
automóvel se o homem era ”crente”. Então recebeu por resposta ser ele Pastor:
Pastor:
--- Sou
pastor da Igreja. – relatou o homem sério e de poucas palavras.
Toré:
--- Sabe?
Nunca tinha visto um Pastor de perto! – falou Toré.
O homem
não deu resposta. Era calado e calado permaneceu. Toré saiu de baixo do carro e
olhou bem o pastor para poder perguntar.
Toré:
---
Pastor é uma autoridade? – perguntou o rapaz.
Pastor:
--- Sim.
Ele responde pelo seu rebanho! – confirmou o pastor com indiferença.
Toré:
---
Rebanho de gente? – indagou alarmado e de olhos bem abertos o rapaz.
Pastor;
--- Sim.
Rebanhos. Todos nós somos rebanhos de Cristo, nosso Salvador. – comentou o
pastor.
Toré:
---
Danado. Eu pensava que rebanho era só de ovelhas! – vaticinou o rapaz meio
desconfiado.
O Pastou
olhou bem sério para o mecânico e depois de alguns segundos, respondeu:
Pastou:
--- O
Senhor é o meu Pastor, nada me faltará. – recitou o proverbio bíblico
Toré:
--- Quem
disse isso? – perguntou desconfiado o mecânico.
Pastor;
--- O Rei
David, quando estava no Oasis, à noite, cercado por tropas do Rei inimigo:
Salmo 23.
Toré:
--- Isso
é do tempo do “Ronca”. – falou o mecânico e se voltou ao serviço por baixo do
carro.
O Pastor
nada respondeu. Na sua mudez ele atinava ser o rapaz uma alma perdida, alheia
ao conjunto do rebanho. Depois de algum tempo, o mecânico se voltou para a
parte de dentro do carro a continuar o serviço. Naquele momento foi tomado de
surpresa. Ele encontrou um preservativo por dentro do assento de traz do
automóvel. Toré teve muito cuidado em pegar o envelope. Após alguns segundos,
saiu do automóvel e entregou ao Pastor o nobre preservativo abençoado e disse:
Toré:
--- Salmo
UM de Toré. – e saiu fora sem mais dizer coisa alguma.
O Pastor
ficou com o preservativo na mão a olhar e procurando então saber de quem foi ou
quando foi deixado aquele protetor de pênis em seu carro.
Certo
dia, quanto ainda fazia dois meses de gestação, Otilia foi até ao bar de Isabel
mostrar a barriga já crescida e trocar ideias com a amiga. No tempo Otilia
ficou surpresa com o visto. Isabel também estava grávida. Pouco mais de um mês.
E Otilia gritou de felicidade.
Otilia:
--- Você
também? – gargalhou a moça apontando a barriga de Isabel.
Isabel:
--- Pois
é. Nós duas. Você em um mês e eu no outro. Ô castigo! – respondeu Isabel
olhando a barriga de Otilia.
Na
verdade, o que Isabel falou – ô castigo – não tinha nada demais. Era apenas por
mostrar coincidência das duas amigas estarem grávidas quase ao mesmo tempo. E
nessa história rumou a conversa durante a tarde inteira. Roupas de criança,
babador, berço, cortinas, brinquedos entre tudo o mais. Isabel falou ter de ir
ao ginecologista todos os meses para ele poder acompanhar a evolução do parto.
Otilia nem se preocupava com tal motivo. E respondia apenas:
Otilia:
--- Deus
dará o frio conforme a roupa! – sorriu a jovem gravida a sua amiga.
Mas, em
contra partida, Isabel tinha que ir ao dentista para extrair ou obturar um
dente. Esse era o maior problema a ser enfrentado por aquela mãe gestante.
Isabel já teve um filho. Esse morreu de uma doença nunca revelada para ela.
Assim já existia de como se comportar durante a gravidez. Ela era criada, como
pode se dizer, no mato. Mesmo assim, de quando em quando tinha a visita de um
ginecologista no posto de saúde existente nas redondezas de sua casa. Além do mais,
uma parteira famosa tinha sempre de ir a sua casa a examinar a barriga da
mulher. Essa tal ação dava vergonha a jovem por ter de mostrar a barriga a uma
mulher ‘de fora’, como sempre dizia em sua conversa com Otilia. Por sua vez,
Otilia teve um parto de uma criança de um mês. Isso, a mulher se lembrava de
muito bem.
Isabel:
--- Eu
nunca tive problema de aborto. – respondia a mulher gravida a sua colega.
Otilia:
--- Nós,
mulheres, sofremos demais. Os pais não estão nem aí. – falou Otilia achando
graça por demais.
Nesse
ponto chegou Gonzaga com uma feira para descarregar do seu carro. E quando viu
a moça Otilia totalmente grávida, admirou-se por demais. E logo foi dizendo:
Gonzaga:
--- Olha
ela? Mas aquele Toré! – gargalhou Gonzaga ao ver a moça em estado de gestação.
Ele falou
em Toré porque nunca se falou em ser pai. Alias Gonzaga nunca falou nem mesmo
de outros assuntos, a não ser quando já estavam ambientados para o rapaz ser o
padrinho de casamento de Gonzaga. E com o passar dos dias, nada mais se falava.
Otilia, então falou numa oferta de trabalho para Toré:
Otilia:
--- Agora
está pensando em montar uma loja de artigos de automóveis. – sorriu a mulher.
Gonzaga:
--- Quem?
Aquele arruaceiro? – falou espantado o velho amigo.
Isabel:
--- Não
me digas? Isso é novidade das boas! – sorriu contente e alarmada a companheira.
Otilia:
--- É.
Ele e um homem. Os dois entraram em sociedade. O homem entrou com o dinheiro e
Toré com seu aprendizado e mecânico. – ressaltou a jovem gravida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário