- Jessica Alba -
- 19 -
A TERRA
Horas e horas se passaram com a
família em volta reunida a fomentar o futuro de cada qual. Vanesca, entre tais lamentações, tentava falar com a sua
família no interior do Estado. Porém nada conseguia. E a moça chorava por tudo
e por nada. A falta de comunicação já perdurava há bastante tempo sem previsão
de se resolver o angustiante problema. Na conversa da família seu Horácio era o
menos a falar em questão da sua deficiência de voz. Em certo tempo, o homem
cochilava ante a conversa da família. Otto indagou para foram as pessoas da
vizinhança. A irmã disse apenas ter algum fugido, outros moradores foram para
casa de parentes ou mesmo a procura de um médico. Mesmo assim Eleanor não sabia
muito bem, pois essas pessoas ainda nem voltaram.
Eleanor:
--- Eu acho que muita gente está
jogada no chão por aí. – sugeriu a irmã um tanto desalenta.
Otto:
--- Eu acredito. Nós passamos por
sérias dificuldades. Dormimos no mato. Comemos ovos de uma casinha onde não
havia ninguém. Somente as galinhas. ... – havia dito o rapaz quando foi
atalhado por Vanesca.
Vanesca:
--- E um bode. Não se esqueça do
animal. – fomentou a moça com a cara trancada.
Otto:
--- Sim. Tinha um bode e tinham
cabras também. – sorriu o rapaz tirando a vista da noiva.
Vanesca:
--- E galinhas. Teve uma que caiu
na minha cara! – respondeu a moça meio abusada.
Eleanor:
--- Como? Galinha? Caiu na tua
cara? – indagou surpresa a irmã de Otto.
Foi só contar para ver. Todo
mundo soltou uma bela gargalhada em plena noite, menos seu Horácio por não
prestar atenção os desmantelo de Vanesca. E a moça, desiludida e com a cabeça
um pouco descrente nem teve tempo de enxugar as lágrimas. Apenas respondeu:
Vanesca:
--- Foi. E nem era tão grande
assim. – respondeu acabrunhada a moça.
Foram soluços de risos para se
contar. Alguém fazia o tamanho da galinha muito pequena. Isso servia para
alguém mais discorrer ter sido um susto terrível por conta da penosa. Foi tempo
para não acabar mais. E nem a Terra tremeu de tanta azafama incontida. Otto se
largou para dentro da casa fazendo a pequenez da galinha e sempre a dizer:
Otto:
--- E não era tão grande assim! –
fomentou o rapaz fazendo o gesto da galinha.
Já estava amanhecendo quanto Otto
saiu de casa a procura de uma carroça o algo que o satisfizesse para ele poder
tomar por empréstimo vez não haver dinheiro para efetuar pagamento. Ao passar
em um terreiro viu uma carroça e um jegue, esse desgarrado da carroça. Otto
procurou quem estava em casa, porém não havia ninguém. Por certo todos estariam
no hospital ou em casa de parentes. Os tremores ainda sacudiam a Terra, muito
embora fosse um pouco mais distanciado. Já vestindo roupa em melhor condição, o
homem arrodeou a casa humilde para ter certeza de não haver ninguém por aquelas
bandas. O pessoal da vizinhança era morador distante e ele não carecia saber de
mais nada. Amarrou o jegue à carroça e rebocou o animal até a sua casa. Com
esse tempo já fazia pelo menos hora e meia. Quando chegou a sua casa – ou a
casa de seus pais – chamou a todos para se prepararem para a viagem. Ao notar a
carroça a frente da casa, dona Luiza pôs a mão na boca e apenas disse:
Luiza;
--- Essa é a carroça do finado! –
falou intranquila a mulher.
Otto:
--- Finado? Quem diabo é esse? –
indagou com certa inquietude o rapaz
Eleanor:
--- Finado Joca. Ele morreu de
medo quando a Terra tremeu. A mulher dele foi embora depois de sacudir o corpo
no quintal. Não teve ninguém que
acudisse a velha. Apenas um moço arrastou o corpo até o quintal do velho sítio.
Depois, seguiram os dois não sei pra onde. – declarou a moça sem piedade.
Vanesca:
--- Nossa! Se ele voltar? – falou
assombrada a moça.
Otto:
--- Quem voltar? O morto? Eu digo
que é emprestado! – sorriu o rapaz.
Vanesca:
--- Não seu bruto! O rapaz que
foi com a velha! – falou sisuda a moça.
Otto:
--- Ah. Ai eu compro a carroça ou
tomo por empréstimo. – falou o rapaz amarrando o burro à carroça.
Luiza:
--- E que tu vai fazer com essa
carroça? – falou cismada a mulher.
Otto:
--- Nós vamos embora. Aqui não dá
para ficar. O estrondo continua. Talvez nós consigamos ir até a fazenda do pai
de Vanesca. Ou mais para dentro. Só vendo! – falou com pressa o rapaz.
E a carroça foi preparada de modo
a colocar o velho Homero sentado em uma cadeira em cima e com uma cobertura
improvisada por cima de todos os quais deviam seguir à caravana de mendigos,
por assim dizer. Otto seguiu por dentro evitando comboiar por onde muita gente
estava sua família escoltando em meio de burros, porcos, cabras, gente miúda e
graúda, em sua maior parte a pé. Ao lado do velho Homero seguia também a
senhora Luiza. Esta fazia turno com a sua filha Eleanor a fazer companhia ao
velho. Com os estrondos a repercutir de forma irregular Otto peregrinou por uma
estrada distante da pista, atravessando por casas quase abandonadas. Ele teve o
cuidado de levar bastante água e algumas comidas, de forma especial as frutas,
pois carne e feijão não eram propicio para se levar em viagem cansativa e
extenuante. Passava-se do meio dia e a nostalgia era vencida pelo cansaço de
cada qual. O sol enevoado como dos dias mais recentes não era bem oferecido aos
viandantes. O horizonte era imaginário para se puder notar a nem distante.
Serras e montanhas se erguiam ao longo do caminhar entre pedras ao caminho. As
árvores eram a verdadeira paz dos desesperados. Uma cobra deslizava entre os
galhos do arvoredo quase doentio pela ausência de chuva em boa hora
Vanesca:
--- Cansada! – ratificou a moça
ao seu noivo
Otto:
--- Vamos parar um pouco. –
resolveu o guardião da tropa.
Eleanor:
--- Faz pouco tempo. Meu pai está
em ânsia. – reportou a moça.
Otto:
--- Ele nunca fez viagem assim. –
resolver dizer o rapaz.
Eleanor.
--- Só da cama para o banho. –
fez ver a moça atordoada.
Otto:
--- Ele precisava era de um médico.
– reportou o rapaz,
Eleanor:
--- E onde se encontra? – indagou
a moça de modo acanhado.
Otto:
--- Não tem médico. Estão todos
ocupados com a sua família. – fez ver o homem a caminhar.
Vanesca:
--- Isso é doidera. – reclamou a
moça.
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