quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O FIM DO MUNDO - 19 -

- Jessica Alba -
- 19 -
A TERRA
Horas e horas se passaram com a família em volta reunida a fomentar o futuro de cada qual. Vanesca, entre  tais lamentações, tentava falar com a sua família no interior do Estado. Porém nada conseguia. E a moça chorava por tudo e por nada. A falta de comunicação já perdurava há bastante tempo sem previsão de se resolver o angustiante problema. Na conversa da família seu Horácio era o menos a falar em questão da sua deficiência de voz. Em certo tempo, o homem cochilava ante a conversa da família. Otto indagou para foram as pessoas da vizinhança. A irmã disse apenas ter algum fugido, outros moradores foram para casa de parentes ou mesmo a procura de um médico. Mesmo assim Eleanor não sabia muito bem, pois essas pessoas ainda nem voltaram.
Eleanor:
--- Eu acho que muita gente está jogada no chão por aí. – sugeriu a irmã um tanto desalenta.
Otto:
--- Eu acredito. Nós passamos por sérias dificuldades. Dormimos no mato. Comemos ovos de uma casinha onde não havia ninguém. Somente as galinhas. ... – havia dito o rapaz quando foi atalhado por Vanesca.
Vanesca:
--- E um bode. Não se esqueça do animal. – fomentou a moça com a cara trancada.
Otto:
--- Sim. Tinha um bode e tinham cabras também. – sorriu o rapaz tirando a vista da noiva.
Vanesca:
--- E galinhas. Teve uma que caiu na minha cara! – respondeu a moça meio abusada.
Eleanor:
--- Como? Galinha? Caiu na tua cara? – indagou surpresa a irmã de Otto.
Foi só contar para ver. Todo mundo soltou uma bela gargalhada em plena noite, menos seu Horácio por não prestar atenção os desmantelo de Vanesca. E a moça, desiludida e com a cabeça um pouco descrente nem teve tempo de enxugar as lágrimas. Apenas respondeu:
Vanesca:
--- Foi. E nem era tão grande assim. – respondeu acabrunhada a moça.
Foram soluços de risos para se contar. Alguém fazia o tamanho da galinha muito pequena. Isso servia para alguém mais discorrer ter sido um susto terrível por conta da penosa. Foi tempo para não acabar mais. E nem a Terra tremeu de tanta azafama incontida. Otto se largou para dentro da casa fazendo a pequenez da galinha e sempre a dizer:
Otto:
--- E não era tão grande assim! – fomentou o rapaz fazendo o gesto da galinha.
Já estava amanhecendo quanto Otto saiu de casa a procura de uma carroça o algo que o satisfizesse para ele poder tomar por empréstimo vez não haver dinheiro para efetuar pagamento. Ao passar em um terreiro viu uma carroça e um jegue, esse desgarrado da carroça. Otto procurou quem estava em casa, porém não havia ninguém. Por certo todos estariam no hospital ou em casa de parentes. Os tremores ainda sacudiam a Terra, muito embora fosse um pouco mais distanciado. Já vestindo roupa em melhor condição, o homem arrodeou a casa humilde para ter certeza de não haver ninguém por aquelas bandas. O pessoal da vizinhança era morador distante e ele não carecia saber de mais nada. Amarrou o jegue à carroça e rebocou o animal até a sua casa. Com esse tempo já fazia pelo menos hora e meia. Quando chegou a sua casa – ou a casa de seus pais – chamou a todos para se prepararem para a viagem. Ao notar a carroça a frente da casa, dona Luiza pôs a mão na boca e apenas disse:
Luiza;
--- Essa é a carroça do finado! – falou intranquila a mulher.
Otto:
--- Finado? Quem diabo é esse? – indagou com certa inquietude o rapaz
Eleanor:
--- Finado Joca. Ele morreu de medo quando a Terra tremeu. A mulher dele foi embora depois de sacudir o corpo no quintal.  Não teve ninguém que acudisse a velha. Apenas um moço arrastou o corpo até o quintal do velho sítio. Depois, seguiram os dois não sei pra onde. – declarou a moça sem piedade.
Vanesca:
--- Nossa! Se ele voltar? – falou assombrada a moça.
Otto:
--- Quem voltar? O morto? Eu digo que é emprestado! – sorriu o rapaz.
Vanesca:
--- Não seu bruto! O rapaz que foi com a velha! – falou sisuda a moça.
Otto:
--- Ah. Ai eu compro a carroça ou tomo por empréstimo. – falou o rapaz amarrando o burro à carroça.
Luiza:
--- E que tu vai fazer com essa carroça? – falou cismada a mulher.
Otto:
--- Nós vamos embora. Aqui não dá para ficar. O estrondo continua. Talvez nós consigamos ir até a fazenda do pai de Vanesca. Ou mais para dentro. Só vendo! – falou com pressa o rapaz.
E a carroça foi preparada de modo a colocar o velho Homero sentado em uma cadeira em cima e com uma cobertura improvisada por cima de todos os quais deviam seguir à caravana de mendigos, por assim dizer. Otto seguiu por dentro evitando comboiar por onde muita gente estava sua família escoltando em meio de burros, porcos, cabras, gente miúda e graúda, em sua maior parte a pé. Ao lado do velho Homero seguia também a senhora Luiza. Esta fazia turno com a sua filha Eleanor a fazer companhia ao velho. Com os estrondos a repercutir de forma irregular Otto peregrinou por uma estrada distante da pista, atravessando por casas quase abandonadas. Ele teve o cuidado de levar bastante água e algumas comidas, de forma especial as frutas, pois carne e feijão não eram propicio para se levar em viagem cansativa e extenuante. Passava-se do meio dia e a nostalgia era vencida pelo cansaço de cada qual. O sol enevoado como dos dias mais recentes não era bem oferecido aos viandantes. O horizonte era imaginário para se puder notar a nem distante. Serras e montanhas se erguiam ao longo do caminhar entre pedras ao caminho. As árvores eram a verdadeira paz dos desesperados. Uma cobra deslizava entre os galhos do arvoredo quase doentio pela ausência de chuva em boa hora
Vanesca:
--- Cansada! – ratificou a moça ao seu noivo
Otto:
--- Vamos parar um pouco. – resolveu o guardião da tropa.
Eleanor:
--- Faz pouco tempo. Meu pai está em ânsia. – reportou a moça.
Otto:
--- Ele nunca fez viagem assim. – resolver dizer o rapaz.
Eleanor.
--- Só da cama para o banho. – fez ver a moça atordoada.
Otto:
--- Ele precisava era de um médico. – reportou o rapaz,
Eleanor:
--- E onde se encontra? – indagou a moça de modo acanhado.
Otto:
--- Não tem médico. Estão todos ocupados com a sua família. – fez ver o homem a caminhar.
Vanesca:
--- Isso é doidera. – reclamou a moça.  

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