- AS IRMÃS FOX -
PARTE SEXTA
Certo tempo quando eu estava
aprendendo sobre os casos do espiritismo. Ouvi da minha mãe que uma casa
abandonada era de mau-assombro. Naquela ocasião eu não de preocupei por demais.
A casa ficava em uma esquina de uma rua central da cidade e foi toda construída
para um casal quanto ambos se cassassem. Mas o destino tem dessas coisas. No
intervalo do casamento, a virgem veio a óbito. E o casamento teve fim. O rapaz
seguiu a sua vida até também, um dia, ele sucumbir. O casarão ficou abandonado
sem ninguém para residir. O homem fez questão de não alugar a ninguém. Hoje, o
casarão não existe mais e quem tem fotos do prédio é uma preciosidade a
existir. No local, anos depois, construiu-se um novo edifício moderno e de
assombro nunca se ouviu falar. Em Natal (RN) tem vários sítios desta mesma
forma. Um deles fica no centro da cidade e, de quando em vez, se houve algo
estranho no casarão. Às vezes dizem as pessoas, mas sensíveis que um homem
gordo transita pela sala e desaparece. O casarão continua intacto para todos os
efeitos. Ele foi construído para servir de sede de um casamento. Houve festas e
brindes durante as núpcias e, logo em seguida, os noivos foram veranear em uma
praia distante da capital. Um caso terrível ocorreu. Quando ainda o casal
estava em suas núpcias, um alguém entrou na casa de veraneio e trucidou a
ambos. O criminoso desapareceu. A polícia nunca descobriu o feitor do
assassinato. Os corpos, depois de poucos dias do casamento, foram trazidos para
Natal onde houve o sepultamento. Ficou apenas a lembrança do casarão. Varias
pessoas costumam a dizer ter visto um homem a passear na sala e desaparecer de
vez. Verdade?
As irmãs Fox foram três mulheres
que, nos Estados Unidos tiveram um importante papel na gênese do Moderno
Espiritualismo Ocidental. As irmãs eram
Katherine “Kate” Fox, Leah Fox e Margaret “Maggie” Fox. As irmãs fizeram
sucesso por muitos anos como médiuns que diziam possibilitar espíritos a se
manifestarem por batidas (tipologia). Em 11 de dezembro de 1847, a família Fox,
de origem canadense, instalou-se em uma casa modesta na povoação de Hydesville,
no Estado de Nova Iorque, distante cerca de trinta quilômetros da cidade de
Rochester. O nome da família Fox origina-se do sobrenome “Voss”, depois “Foss”
e finalmente “Fox”. Eram de origem alemã, por parte paterna; e francesa,
holandesa e inglesa, por parte materna. O grupo compunha-se de chefe da
família, Sr. John D. Fox, da esposa Sra. Margareth Fox e de mais duas filhas:
Kate, com 11 e Margareth, com 14 anos de idade. O casal possuiu mais dois
filhos e filhas. Entre estas, Leah, mais velha, que morava em Rochester, onde lecionava música. Leah
escreveria um livro (em 1885), no qual fez referencia às faculdades paranormais de seus ancestrais.
Inicialmente, apenas Margareth e Kate tomaram parte nos acontecimentos.
Posteriormente, Leah juntou-se a elas e teve participação ativa nos
episódios subsequentes ao de Hydesville.
A fonte mais conhecida e
divulgada sobre o ocorrido em Hydesville é o depoimento da Sra. Margareth Fox
que consta do livro Histórias do
Espiritismo de Sir Arthur Conan Doyle.
--- “Na noite da primeira
perturbação, todos nos levantamos, acendemos uma vela e procuramos pela casa inteira, enquanto o barulho continuava e
era ouvido quase no mesmo lugar. Conquanto não muito alto, produzia um certo
movimento nas camas e cadeiras a ponto de notarmos quando deitadas. Era um
movimento em trêmulo, mais que um abalo súbito. Podíamos perceber o abalo
quando de pé no solo. Nessa noite continuou até que dormimos. Eu não dormi até quase meia-noite. Os rumores
eram ouvidos por quase toda a casa. Meu marido ficou à espera, fora da porta,
enquanto eu me achava do lado de dentro, e as batidas vieram da porta que
estava entre nós. Ouvimos passos na copa, e descendo a escada; não podíamos repousar, então
conclui que a casa deveria estar assombrada por um Espírito infeliz e sem
repouso. Muitas vezes tinha ouvido falar desses casos, mas nunca tinha testemunhado qualquer coisa no gênero, que
não levasse para o mesmo terreno.
Na noite de sexta-feira, 31 de
março de 1848, resolvemos ir para a cama um pouco mais cedo e não os deixamos
perturbar pelos barulhos; íamos ter uma noite de repouso. Meu marido aqui
estava em todas as ocasiões, ouviu os ruídos
e ajudou a pesquisa. Naquela noite fomos cedo para a cama – apenas
escurecera. Achava-me tão quebrada e sem repouso que quase me sentia doente.
Meu marido não tinha ido para a cama
quando ouvimos o primeiro ruído naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A
coisa começou como de costume. Eu o distinguia de quaisquer outros ruídos
jamais ouvidos. As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as
batidas e procuraram fazer ruídos semelhantes, estalando os dedos.
Minh filha menor, Kate, desse,
batendo palmas: “Senhor Pé-Rachado, faça o que eu faço”. Imediatamente
seguiu-se o som, com o mesmo número de palmadas. Quando ela parou, o som logo
parou. Então Margareth disse brincando: “Agora faça exatamente como eu. Conte
um, dois, três, quatro”. E bateu palmas.
Então os ruídos se produziram como antes. Ela teve medo de repetir o
ensaio. Então Kate disse, na sua simplicidade infantil: “Oh! Mamãe! Eu já sei o
que é. Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira”.
Então pensei em fazer um teste de
que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem indelicadas as idades de
meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata idade de cada
um, fazendo uma pausa de um para o outro, a fim de separá-los até o sétimo,
depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas,
correspondendo a idade do menor, que havia morrido.
Então perguntei: “É um ser humano
que me responde tão corretamente?. Não houve resposta. Perguntei: “É um
Espírito? “Se for dê duas batidas”. Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o
pedido. Então eu disse: “Se for um Espírito assassinado dê duas batidas”. Estas
foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: “Foi
assassinado nesta casa?” A resposta foi como a precedente. “A pessoa que o
assassinou ainda vive?” A resposta foi idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo
processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta casa e os seus
despojos enterrados na adega; que a sua família era constituída de esposa e
cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte,
mas que depois a esposa morrera. Então perguntei; “Continuará a bater se chamar
os vizinhos para que também escutem?”. A resposta afirmativa foi alta.
Meu marido foi chamar Mrs.
Redfield, nossa vizinha mais próxima. É uma senhora muito delicada. As meninas
estavam sentadas na cama, unidas uma à outra e tremendo de medo. Penso que
estava tão calma como estou agora. Mrs. Redfield veio imediatamente, seriam
cerca de sete e meia, pensando no que faria rir às meninas. Mas quando às viu
pálidas de terror e quase sem fala, admirou-se e pensou que havia algo mais
sério do que esperava. Fiz algumas perguntas por ela e as respostas foram como
antes. Deram-lhe a idade exata.. Então ela chamou o marido e as mesmas
perguntas foram feitas e respondidas.
Então, Mrs. Redfield chamou Mr. Duesler e a esposa e
várias outras pessoas. Depois Mr. Duesler chamou o casal Hyde e o casal Jewell.
Mr. Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas. Em seguida, indiquei
vários vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por
algum deles, mas não obtive resposta. Após isso, Mr. Duesler fez perguntas e
obteve as respostas. Perguntou: “Foi assassinado?”. Resposta afirmativa. “Seu
assassino pode ser levado ao tribunal?”. Nenhuma resposta. “Pode ser punido
pela lei?”. Nenhuma resposta. A seguir, disse: “Se seu assassino não pode ser
punido pela lei dê sinais”. As batidas foram ouvidas claramente. Pelo mesmo
processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado no quarto de
leste, há cinco anos passados, e que o assassínio fora cometido à meia-noite de
uma terça-feira, por Mr.; que fora morto
com um golpe de faca de açougueiro na garganta; que o corpo tinha sido levado
para a adega; que só na noite seguinte é que havia sido enterrado; tinha passado pela despensa,
descido a escada, e enterrado a dez pés abaixo do solo. Também foi constatado
que o motivo fora o dinheiro.
“Qual a quantia: cem dólares?”
Nenhuma resposta. “Duzentos? Trezentos?” etc. Quando ele mencionou quinhentos
dólares as batidas confirmaram.
Foram chamados muitos vizinhos
que estavam pescando no ribeirão. Estes ouviram as mesmas perguntas e
respostas. Alguns permaneceram em casa naquela noite. Eu e as meninas saímos.
Meu marido ficou toda a noite com Mr. Redfield. No sábado seguinte a casa ficou superlotada. Durante o dia não
se ouviram os sons; mas ao anoitecer recomeçaram. Diziam que mais de trezentas
pessoas achavam-se presentes. . No domingo pela manhã os ruídos foram ouvidos o
dia inteiro por todos quantos se achavam em casa. Na noite de sábado, 1º de
abril, começaram (os homens) a cavar na adega. ‘Eles’ cavaram até dar n’água.
Então (os homens) pararam. Os sons não foram ouvidos nem na tarde nem na noite
de domingo. Stephen B. Smith e sua esposa, minha filha Marie, bem como meu
filho David S. Fox e sua esposa dormiram no quarto aquela noite. Nada mais ouvi
desde então até ontem. Antes de meio-dia, ontem, várias perguntas foram
respondidas da maneira usual. Hoje ouvi os sons várias vezes. Não acredito em
casas assombradas nem em aparições sobrenaturais. Lamento que tenha havido
tanta curiosidade neste caso. Isso nos causou muitos aborrecimentos. Foi uma
infelicidade morarmos aqui neste momento. Mas estou ansiosa para que a verdade
seja conhecida e uma verificação correta seja procedida. Ouvi as batidas
novamente esta manhã, terça-feira, 4 de abril. As meninas também ouviram. a) Margareth
Fox. 11 de abril de 1848.
Esse foi o início da história da
família Fox. As batidas constantes. Era alguém do além tumulo a se comunicar
com os vivos. Esse pessoal estava, naquele momento, no domínio do post-mortem e
podiam ouvir qualquer mediunidade de momento. A ação mediúnica é facultada a
certas pessoas de acordo com o seu potencial. Alguns ouvem. Outros veem. Tem
certos médiuns que só recebem o espirito de alguém já morto. Muitos nada sabem.
Mas, todos nós somos, evidentemente, médiuns. E a ação dos Fox continuou por
anos a fio.
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