quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

DOIS AMORES - DOZE -

- Melissa Rauch -
- 12 -
SUSPENSE
De imediato, Caio Teixeira se levantou de onde estava e correu para o seu quarto de dormir se trancando afinal. Os que estavam com ele ficaram intrigados com a estranha atitude do cidadão. Por conta disso Bartolo indagou assustado.
Bartolo:
--- Pra onde vai? – indagou perplexo
Dalva:
--- Endoidou? – perguntou sem saber de fato o que sucedera.
Bartolo:
--- Vou lá! – disse o homem assustado.
Dalva:
--- Calma! Ele volta! – reclamou a jovem senhora.
Com um tempo, dito isso, Caio Teixeira voltou conduzindo um punhado de artefatos e se dirigiu direto para a cozinha do apartamento onde procurou colocar os objetos. Ele não fazia nada, a não ser cantarolar uma melodia sem nexo. Apenas um ronronar. E todos aqueles artefatos o homem procurou colocar em definidos cantos a passar então para a sala de visita e outros locais. Ao chegar à sala, olhou para os dois amigos e fez um aviso de silencio. Mesmo assim ninguém soube relatar o por quê. Com seus passos arrastados ele usou de forma atrapalhada para dar um par de sapatos de pele de carneiro ao amigo Bartolo e outro para a moça usar em lugar dos sapatos de solados. E fez o mesmo aviso de silêncio. Subiu os degraus da pequena escadaria e entrou no quarto onde dormia a senhora Dalva e depois de algum tempo saiu, voltando para a sala e foi até a radiola a colocar uma melodia qualquer. Nesse ponto se sentou e se espreguiçou por completo. Dessa vez, Bartolo indagou a ele o que estava fazendo com tamanha precaução:
Bartolo:
--- Que houve? – indagou perplexo.
Caio Teixeira fez sinal de silencio para poder falar com um pedaço de tempo.
Caio:
--- Se nós estamos lidando com um nazista todo cuidado é pouco. Eu rastreei todo o apartamento com aparelhos de escuta. Isso mesmo ele pode ter feito no dele. Agora estamos empatados. Se estamos dispostos a conversar, então vamos sair para algum lugar longe daqui. – declarou com precaução.
Bartolo:
--- Sair? – declarou espantado.
Caio:
--- É o mínimo. Talvez a praia ou outro local. – disse o investigador        
Os três amigos resolveram sair para um local distante, com certeza uma margem de praia onde ficaram a sós. E conversa vai conversa vem, o homem Caio lembrou a Bartolo ter preferido trafegar em seu carro, pois ele era um “estranho” ainda e podia não ter nada a ver com o caso do nazista. Porém, era seguro seguir em outro veículo, afinal, o nazista poderia não estar a sós nesse trabalho e ter mais alguém a auxiliar. O carro do policial, ele mandaria inspecionar no dia seguinte para ter certeza de que não havia nenhum equipamento estranho. E disse mais haver ligado os equipamentos de escuta em um gravador de baixa rotação. Esse aparelho era capaz de “ouvir” por oito dias tudo o que se passava no apartamento do nazista. E agora, era a luta. Todos se combinaram a não usar sapatos de sola do apartamento de Caio.
Caio:
--- Eu coloquei uma rosa vermelha na sandália de Dalva. No sua sandália eu coloquei uma rosa escura. Estamos combinados? – indagou o policial.
Bartolo:
--- Escura? E eu sou algum defunto? – indagou inquieto.
Caio:
--- Bem. Podemos trocá-lo! Aceita? – indagou sorrindo.
Dalva:
--- E quando chegar outro? – perguntou um pouco assustada.
Caio:
--- Tenho mais. Tenho mais. Agora, o importante é a mulher. Logo amanhã vou acionar o Plano “B” e a senhora recebe uma empregada um pouco idosa. Ela irá fazer o papel da domestica para lavar as coisas do apartamento do Nazi. Ela sabe executar a sua missão. – dialogou.
Dalva:
--- E se ele não for nazi? – indagou.
Caio:
--- Então nada feito. Nós tiramos a suspeita. – falou o policial.
No dia seguinte, o policial civil Caio Teixeira, esteve com a mulher policial e recomendou-lhe a fazer o papel de empregada de uma empresa de limpeza. Ela teria de ir ao apartamento de um alemão fazer a o recomendado e dizer-lhe estar no lugar da outra doméstica, ausente por estar de férias. O assunto foi tratado de forma confidencial com o condômino e então era o acerto devido com a policial.
Caio:
--- Troque-se é vá à luta. Bata foto do que puder. E verifique estantes retratos. Tudo enfim que houver. – foi à recomendação passada.
O apartamento do alemão era um luxo de antiquários. A mulher se identificou e disse estar ocupando o lugar da mulher anterior por estar de férias. O alemão olhou para um lado e para o outro e mandou entrar para buscar os entulhos guardados do dia anterior. A nova empregada, mulher dos seus 50 anos de idade, de nome Maria das Dores, buscou o balde de despejo e ainda lavou tudo o havido no apartamento. E indagou ao homem – um velho de seus aparentes 90 anos – se teria de limpar as estantes ainda cobertas por toalhas. O ancião reclamou ter tudo feito e nada mais teria a limpar.
Maria:
--- Mas o chão! Ó! Sujo! A mulher parece que nem lavava as coisas direito! – relatou a empregada.
Alemão:
--- Pois limpe. É só isso. A estante não se incomode! – respondeu o ancião alemão.
Maria:
--- Não está vedo o tapete? Quer que eu lave? Não custa nada! É melhor do que botar fora! – falou a mulher sem assombro.
O ancião já impaciente de qualquer jeito autorizou fazer e ficou de pé junto a Maria. E essa perguntou qual o seu nome. Ele respondeu.
Alemão:
--- Sou germânico! – respondeu grosseiro.
Maria:
--- Ah. Eu trabalhei por muitos anos para a família do seu Germano. Capaz de o senhor ser parente do outro! – disse a mulher retirando o tapete para lavar.
Alemão:
--- Não. Sou de outra família! – declarou irritado.
Maria:
--- Pena! Eram tão distintos. A mulher, então! E as filhas também! – respondeu devagar

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