quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

AMANTES - 59 -

- Anne  Hathaway -
- 59 -
Pedro era o seu nome. Ele era primo de Ligia. Quando meninos, os dois deliravam e brincavam no descampado, sobre as pedras rolantes da montanha bem longe de suas casas. Corriam a floresta por trás de seus casebres e, não raro, tomavam banho em um lago entre a floresta. Nus. Completamente nus. Inteiramente despidos. Era a alegria dos dois meninos peraltas. Quando estavam na lagoa, uma lagoa imensa cobrindo vasta área e toda cercada pela floresta que se fazia presente, os dois meninos dos seus cinco ou seis anos, sacudiam gotas de água um no outro. Ambos brincavam a valer e não raro Pedro urinava sobre sua prima e ela fazia o mesmo sobre Pedro. Eram apenas os dois brincalhões ao fazer algazarra ao brincar e tomar banho na lagoa por toda a manhã de um dia qualquer. Passaram-se os anos e os garotos a brincar sempre todos nus ou desvestidos. Certa vez, quando os dois estavam a tomar banho, viram um casal entrar no matagal. A mocinha, eles a conheciam. Era Marilu, bem conhecida do lugarejo, pois apesar de ser menor de idade, já era uma infante rebelde saindo com qualquer um. E a mocinha veio com um homem, entrou no matagal para fazer sexo. Ligia sabia que a mocinha era de programa. Porém não ligava para tal. E nesse dia, ao ver o homem e Marilu entrarem na mata, os dois garotos resolveram ir também espiar por entre as folhas do mato o que Marilu estava a fazer com o tal homem. Eles chegaram bem próximo de Marilu e viram em ânsia a mocinha, toda desnuda a receber um homem desnudo até a metade das pernas a fazer sexo com a moça. O homem chupou o bico do peito de Marilu e fez de tudo o que era certo com a mocinha. Em desvario Marilu se deixava ansiar até se alquebrar nas suas emoções.
Pedro, vendo aquilo tudo, teve ereção. Com Ligia por bem próxima, inteiramente despida, ele quis fazer o mesmo anseio de Marilu. A principio a menina dos seus sete anos não quis  fazer o mesmo, pois preferia apenas olhar para a façanha de Marilu. O menino, desesperado, agarrou Ligia e fez como o homem vinha a fazer com sua fêmea. Apenas, o seu sexo não penetrava nos antros de Ligia, pois a garota lhe fechou as pernas finas iguais a um palito. Com o desassossego do garoto Ligia empurrou o seu primo e saiu a correr para se vestir com suas vestes deixadas na margem da lagoa. E o garoto se levantou de sobre um tronco de madeira e correu também. Eles somente ouviram a voz do homem.
--- Um barulho! – disse alarmado o homem procurando ver quem estava escondido a olhar os dois amantes.
--- Deve ser gambá. – respondeu a mocinha Marilu.
--- Gambá? – perguntou de certa forma amedrontado o homem.
--- Tem muito aqui. Ou outro animal qualquer. – respondeu a moça sorrindo para tranqüilizar seu homem.
O certo foi a menina vestir os seus trapos e fazer viagem para a sua casa, em seguida do garoto a qual pedia desculpa a todo instante.
--- Bruto. Não tem desculpa. – respondia Ligia ao seu primo. Ela estava bastante enraivecida.
O garoto baixou a cabeça e saiu estremecido para o seu casebre de duas águas. Desse dia em diante eles não foram mais tomar banho na lagoa, a não ser quando Ligia seguia com sua mãe, irmãs, irmãos, tias e outros primos. Também, por muito tempo os dois deixaram de se falar quando a menina disse ao menino.
--- Estou de mau. Corte aqui! – falou Ligia com a cara trombuda e mostrando os dois dedos indicadores juntos uma ao outro para o garoto corta com o seu próprio dedo.
Levou tempo para eles se falarem. Somente quando Ligia entrou para o Convento das Freiras, com seus treze anos foi quando a mocinha deu adeus a Pedro de forma bem alheia. O rapaz por esses tempos pegou outra garota e fez sexo com ela. A mocinha ficou grávida e então os dois se ajuntaram para morar em combinação na casa da mãe de Pedro, a irmã mais velha de todas as mulheres da casa de dona Bela, mãe de Ligia. Nesse meio tempo, enquanto Ligia estava no Convento das Freiras, Pedro não se esquecia da lagoa e nem da besteira de Ligia em não aceitá-lo em conluio naquele verdadeiro momento de amor por coisa nenhuma.
Quando Ligia voltou da cidade para rever a sua mãe, Pedro estava ao longe a olhar a prima com outros rapazes das moradias. Toda bem vestida deixava Ligia entusiasmada a sua mãe por seus requintados agasalhos. A prima de Ligia também corria o olhar para ver de perto aquelas jóias, braceletes e estamparias que a sua prima usava. Por algum tempo Lia correu para o quintal para urinar atrás das matas. Era costume dos rapazes urinarem no quintal desmatado dos casebres, muito embora houvesse aparelho sanitário nas suas vivendas. As moças do lugar preferiam os matinhos. Muito embora estivesse vestida com um camisolão, Lia prima de Ligia, não colocava peça alguma por baixo da veste. Se ela vestia uma roupa, era do mesmo jeito. Às vezes, Ligia notara que suas irmãs mais velhas também faziam o mesmo. Ela, Ligia, costumara a usar calcinhas quando entrou para o Convento. Às vezes, quando estava menstruada, em casa, ainda menina de doze anos, ela usava uns panos. Em outras ocasiões, também não usava calcinhas. E nem calça comprida. Por isso mesmo quando esteve em Brasília, Ligia dormira sempre despida. Houve visitas das irmãs, sobrinhos e primas quando a moça chegou logo ao meio da tarde. O pai e os irmãos bem próximos da querida irmã também estavam em festas antes do por do sol. Quase todos da família chegaram entusiasmados de contentes para rever Ligia há anos distante. Quem mais se ocupou da moça foi a sua prima Lia. Em todos os assuntos essa metia a colher a querer saber como tinha sido o que a prima falava. Todo o pessoal de juntaram para provar do  café do dona Bela, coisa já bem ao costume de cada um.
A lua brilhava no céu. Era hora de dormir, pois no dia seguinte Ligia, Lia e demais primos tomariam banho na famosa lagoa onde, quando pequena, Ligia fez daquele lugar o seu local favorito para o banho de todos os dias. Se não de todos, pelo menos de quase todos os dias. A moça dormiu no mesmo quarto em que Lia se acomodou. Naquele local a conversa rolou por longos tempos. Foi o momento onde Lia pediu a sua prima para levá-la para a capital, pois arranjaria pela cidade algum local para trabalhar. Ou, pelo menos, trabalharia no kitnet da prima fazendo arrumação e varrendo a casa, ajudando nos pratos e coisa e tal. Ligia concordou com a idéia de Lia desde que a sua irmã também pudesse permitir.
--- A vida na grande cidade é bem diferente. – disse Ligia a sua prima.
--- Eu me ajeito. Estando com você, não tem importância. – sorriu Lia a conquistar a prima.
--- Vamos ver se dá certo. – argumentou Ligia com ar de preocupação.
No dia seguinte, logo cedo do dia, saiu a turma para tomar banho da lagoa onde a floresta parecia ser mais gigantes aos olhos de Ligia. Foi uma pouca caminhada, entrando pelo bosque até chegar a margem do lago onde outras poucas pessoas já estavam a se banhar, pois era um dia de domingo. Ligia vestia um maiô ultimo modelo e as primas vestiam roupas simples de casa, menos Lia que vestia um camisolão e sem calcinhas. Sem ter ninguém a notar, pelas brenhas adiantou, se escondendo por entre o matagal o primo Pedro para ver bem de longe a sua prima Ligia. Há muito que ele não avistara Ligia. E, quando a moça chegou, nem perguntar por ele, ela quis saber. A malquerença entre os dois parecia não ter passado de modo algum. Ela não esquecera, talvez, do gesto do garoto de querer fazer amor como a mocinha Marilu estava a fazer com o seu homem. Assim era o que pensava Pedro e por isso veio às escondidas por entre o matagal espreitar o corpo exuberante e vivaz da bela prima, com o tempo bem mais faceiro vez de quando garota.
Todas as primas de Ligia, inclusive Lia experimentavam o gosto do banho de lagoa, evento há muito pensado pela ninfa daquela mesma lagoa de tempos bastante passados. Os nados eram belíssimos onde cada qual fazia o seu modo de saber até mesmo de fisgar um peixe pequeno para depois soltá-lo. Era uma manhã de alegre e risonho prazer entre todos os conhecidos da cidade e do campo. Enquanto isso, na mata, Pedro apenas olhava a prima a se banhar ao seu bel prazer. Não demorou muito, então o rapaz com sua forte e majestosa ereção de quem jamais há tempo notara se fez masturbar em intenção a primorosa Ligia moça de encantos mil para o modesto homem. Foi um gozo tamanho o qual Pedro se desnorteou e caiu sobre uma mata fechada de urtiga braba. Dessa queda o rapaz se levantou e saiu a correr se coçando por todo o corpo afetado pelos espinhos da urtiga. Com as suas calças penduradas até a metade das pernas, ouvia-se o grito de Pedro mata a fora. O estranho berro das garotas e da moça também despertar e perguntar:
--- Que foi aquilo? – perguntou Lia apavorada.
--- Um homem – alertou Ligia pelo impacto do grito.
--- Um homem? – despertou a atenção de outra prima por vez assustada.
O impacto fez da mocinha Lia se guardar dentro da água da lagoa e se abaixa e por completo. Uns garotos tiveram a coragem de subir o barranco que dava acesso ao lago e ver de melhor ângulo quem podia ter sido o vadio. Cada qual se armara com uma tora de pau e correram na direção do grito, porém nada eles encontraram. Foi carreirão aquela de Pedro, a se coçar e a se esconder de quem pudesse ver o rapaz todo pinicado pelos espigões da urtiga. À noite, ninguém ainda tinha noticia de Pedro admitindo ter ele saído para outra feira mais distante em outro município. Ou senão, estava bêbado por completo dormindo em baixo de um pé de pau qualquer. Quando deu as dez horas da manhã, todo o grupo estava de volta da lagoa, inquieto com os berros ouvidos de alguém. E ninguém se aventurava em dizer ser pleno sabedor de quem fizera tal alarde.
--- Foi um louco! – dizia alguém sobre os gritos ouvidos.
--- Um tarado! – alarmou Lia ainda com vestes de camisão.

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