sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AMANTES - 60 -

- Jodie Foster -
- 60 -
No sábado, pela manhã, bem cedo ainda, Diomedes dirigia o veículo da repartição para a qual trabalhava em direção a Praia dos Coqueiros onde ele havia construído a casa nova para de modo especial à sua mãe querida. Ele viajava orgulhoso e satisfeito com a casa. A Construtora fez de tudo o que era bom e magnífico. E isso deixava Diomedes feliz. A praia dos Coqueiros ficava a certa distancia da cidade onde Diomedes trabalhava já há algum tempo. O vento frio batia no rosto do homem, pois esse dirigia o veículo com seus vidros abertos. Entrara ele na pista principal onde mulheres com cachimbo na boca esfumaçavam o meio ambiente. Muitas das quais caminhavam para o rio onde batiam roupas da semana. Com as mulheres seguiam as suas filhas. Cada qual com uma trouxa na cabeça, com certeza, de muita roupa. As filhas das mulheres apenas conversavam entre si, pois não tinham o habito de fumar cachimbo. No caminho, vinha um homem todo de palitó, calça, camisa, Bíblia e outros livros nas mãos. Com ele seguiam mais a mulher e dois filhos, sendo uma mulher. Caminham em direção à Igreja dos Crentes como era assim chamado do templo religioso. Eles passavam por uma banda da pista sem nada a conversar. De longe, Diomedes avistou um jovem de pouca idade a fazer sinal para o veículo. Diomedes caminhou um pouco e parou seu carro no acostamento esperando pela jovem. Na certa era uma carona. E foi com toda a certeza. A mocinha se acercou do veículo e perguntou a Diomedes se ele caminhava para os Coqueiros. O homem disse que sim. A moça então entrou no carro e se acomodou como pode. Suas vestes eram de certo modo bastante curtas. Era uma saia e blusa. Talvez usasse calcinha. Talvez.
--- Você mora por essas bandas? – indagou a moçinha a sorrir.
--- Sim. Em uma casa depois do rio. – afirmou Diomedes sem colocar os olhos nas pernas bem torneadas da linda moça.
--- Nunca vi o senhor por essas bandas! – sorriu a moça ao falar contente.
--- Eu trabalho na capital. Só venho aqui no final de semana. – argumentou Diomedes com a vista presa na estrada.
--- E sua mulher? – indagou a linda moça ao velho homem.
--- Não tenho mulher. E nem filhos. Eu moro com a minha mãe. – falou Diomedes sem meias palavras a agradável jovem.
--- Ah bom. Eu tenho mãe. Meu pai se mandou para outra cidade e nunca mais voltou. Com certeza está com outra.  – respondeu a bela jovem a cruzar as pernas mostrando toda sua formosura juvenil.
O homem nem mesmo sorriu. As vacas passavam pela estrada e Diomedes teve de parar um bom tempo. Era as vacas do velho Artur, seu criador. Os vaqueiros tangiam o gado para abrir o caminho para o motorista passar. E a moça continuou a conversar.
--- Vacas! Tenho é medo desses animais! – relatou a jovem com certa inquietude.
--- Elas não fazem mal a ninguém. Somente dão leite e boa carne. – respondei Diomedes sem olhar as coxas da moça.
A moça sorriu leve e se pôs mais abertas com as suas coxas, fazendo com um dos joelhos chegarem bem perto do homem. Diomedes notou. E percebeu a falta das calcinhas. Pois a moça não trajava essa indumentária. Então o velho indagou:
--- A senhorita reside na praia o fora? – quis saber Diomedes da moça.
--- Na praia. Mas passo a noite no bar. Você conhece o bar? – sorriu a mocinha.
--- Têm muitos por essas bandas. Eu já conheci alguns. – falou a velho enquanto os vaqueiros tocavam o gado para sair da pista.
--- Eu sempre estou no bar de Giba. Conhece? – perguntou a moça a Diomedes.
--- Devo conhecer. Mas não me lembro. – respondeu o motorista.
--- O senhor não tem mulher. E como faz? – indagou a moçinha sorridente de prazer.
--- Como faz o que? – perguntou Diomedes olhando  a frente o gado se dispersando.
--- Como faz! Arranja mulher na rua? – pesquisou a mocinha a sorrir.
O homem olhou para o rosto da moça e então respondeu com severidade.
--- Eu não faço. E não sou crente também. Se quiser saber. – falou sisudo o homem.
--- Bobo. Eu sei que faz. Não quer é dizer. Eu não me importo com isso. Faço com os homens casados, solteiros, viúvos. Faço com qualquer um que aparecer - sorriu a moça aconchegando-se a Diomedes.
O homem sentiu o aperto da jovem em seu sexo e preferiu dizer que àquela hora não era tão propícia para tal arrumação. A jovem sorriu e se aquietou em sua bancada. As mulheres das trouxas com as suas filhas já passavam junto ao carro e uma delas olhou para a cara da moça dizendo a seguir.
--- É a filha de Joana. Dá por um derreis. – disse a mulher caindo na risada.
As filhas das lavadeiras também sorriram. A jovem moça ficou acanhada com a insinuação da mulher lavadeira. E argumentou para quem havia dito.
--- Um derreis uma porra! Tome aqui, ó!  - apontou o dedo maior para as mulheres.
O homem Diomedes refletiu e logo disse a jovem caroneira.
--- Deixa pra lá. Elas dizem qualquer coisa. – falou Diomedes muito sério.
--- Mas eu não dou por um derreis. – reclamou a jovem pouco acanhada.
--- E como te chamas? – perguntou o homem a jovem.
--- Eu? Rosa. – sorriu a jovem para o homem.
--- Belo nome. – respondeu Diomedes arrancando com o seu carro.
--- Quer fazer comigo? – perguntou a sorrir Rosa.
--- Não senhora. – respondeu o homem trancando a cara.
--- Eu masturbo, faço oral, deixo penetrar por trás. Pela frente, se você quiser. Faço de todo jeito. Vamos amorzinho. – falou a moça como quem chora.
--- Você é uma menina. Dá cadeia. E nem assim eu vou. Estou velho demais para essas relações amorosas. – reclamou Diomedes a Rosa.
--- E o que tem isso? Ninguém vai saber. Só nós dois. Vamos? Estou morrendo de excitação por sua causa. – replicou Rosa aquietando nas pernas do motorista.
--- Nem pensar! Se você quiser ir para a minha casa, até eu posso pensar. Aceita? – perguntou o velho a jovem Rosa.
--- Não sei. Você mora apenas com sua mãe ou tem mulher? – indagou Rosa ao homem.
--- Têm minha mãe, minha irmã, minhas sobrinhas. Tudo isso! – sorriu Diomedes ao responder tal indagação.
--- Basta. Salto aqui. – relatou Rosa ao motorista.
E logo a frente, antes da passagem do rio, Rosa resolveu ficar. Logo em seguida Diomedes seguiu viagem até a sua casa, depois do rio, onde estavam a sua mãe, irmã e sobrinhos. Foi uma festa ao ver o tio Diomedes chegar pelo grosso da meninada. Todos queriam abraça o tio, principalmente aqueles esperançosos de uns chocolates a mais. Diomedes, a sorrir, aquietou a todos. A sua irmã, ele deu um queijo do reino e a sua mãe, ale de frutas, teve também abraços e intensos beijos enquanto a anciã reclamava horrores de tais agrados querendo apenas se balançar em sua rede de malha.
--- Sai daqui! Tanto beijo! Ora já se viu! – reclamava a anciã impertinente.
A praia estava cheia e os pescadores singravam o mar aberto a procura de peixes. Outros ficaram à beira do mar a lançar a rede já tão escura na espera de colher alguns peixes grandes daquela vez. Gente da cidade ou de outros locais já chegavam a praia para aproveitar o sol e o sal. Alguns rapazes atiravam suas linhas no mar e se escorando das pedras onde eles ficavam. Um grupo de rapaz já estava a buscar água doce tirada das pedras onde tinham as mais doces águas descidas dos lençóis subterrâneos vindos do alto dos morros. Alguns garotos jogavam bola de meia em um terreno mais enxuto da praia. O homem dos burros já levava seus animais carregados com água doce para as residências de cima da tão longa praia. Barcos de pesca eram avistados ao longe. Navio de carga quase desaparecendo pelo nevoeiro ainda se podia vislumbrar ao longe. Era a praia. A praia dos Coqueiros do velho Molambo.
--- Você vai querer café? – perguntou Luiza ao seu irmão Diomedes.
--- Um pouco. Eu saí logo cedo e nem deu tempo de fazer café. – lembrou Diomedes já fora de casa olhando para o mar. 


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