segunda-feira, 4 de abril de 2011

DESEJO - 21 -

- Elizabeth Taylor -
- 21 -
Dois dias depois de gozar um amplo feriado na praia. Armando Viana estava no seu escritório na Rua Visconde do Uruguai, no bairro da Ribeira, batendo a maquina as noticias do dia para deixar no jornal de remetê-las para o sul do País como fazia sempre. Era costume fazer sempre aquele serviço o rapaz. Na parte da manhã, trabalhou o redator Humberto Patrício. À tarde ele não voltaria, pois estava de serviço na FAB. Canindé, o fotógrafo, terminara o seu serviço no Laboratório e postara as fotos em cima da mesa do amigo Aramando. E depois de uma “até logo” ele rumou para a rua. Armando nem ouvira bem a despedida de Canindé, pois estava cuidando das matérias do dia. Quando eram três horas da tarde, alguém entrou na porta do escritório de Armando e logo a fechara. O rapaz nem olhou para ver que era. Apenas ele pensava ser Canindé a procura de seja lá o que for. No entanto, quem entrara era uma moça. Quando teve tempo, Armando olhou para ver quem estava ali escorada na porta. Surpresa. Era alguém muito conhecida e ele não esperava jamais. Seu nome:  Sueli, irmã de Leane, a moça com quem Armando mantinha namoro. E de repente, o rapaz com surpresa, indagou:
--- Você aqui? – perguntou Armando Viana em sobressalto.
A moça plenamente sorria. Ela trajava um vestido branco de bolinhas pequenas e vermelhas. Seu comprimento descia abaixo dos joelhos em forma godê. A parte de cima do vestido era uma blusa e no meio, um cinto bem acochado dando a impressão de ter a moça o corpo esbelto. Os sapatos de salto alto eram todos brancos. Seus cabelos estavam penteados como uma diva do cinema. A boca rubra a seduzir formava uma esplendorosa forma no seu divinal e belo rosto. Ela era um encanto de mulher a seduzir a qualquer adorado vivente encantador. Seu sorriso era por vez enigmática e inebriante. Era na verdade uma boneca encantadora feita mulher. A seduzir Sueli sorriu enfim ao embebedado e misterioso repórter.
--- Olá querido. Sou eu mesma. Que achas? – indagou a moça em êxtase.
--- Que estas a fazer por aqui? – perguntou Armando torcendo os olhos por ver tão misteriosa diva dos deuses do Olimpo.
--- Apenas vim te ver. – sorriu a moça em encantos embriagadores.
--- Muito bom. Eu estou a trabalhar agora,. Nem posso te dar atenção. – disse o rapaz.
--- Que importância tem. Eu vendo você, já tenho todo o tempo da vida. – sorriu a moça acercando-se de Armando igual a fruta a desejar amor.
--- Ora. Que tolice. Tu és boba. – relutou Armando ao dizer tal simples frase.
--- Eu sou mulher. Amante do desejo. – sorriu Sueli naquele ponto do êxtase.
E sacudiu o vestido até a cintura para mostrar a sua nudez. Armando acordou ter visto a dama da ternura a fazer o mesmo no sábado em um cinema. Ele sabia o que a dama da tarde teria o que fazer àquela hora em seu escritório plenamente fechado. Ele podia querer como também não querer. Era apenas um gesto próprio do rapaz. Então o jovem voltou a indagar:
--- Onde está a chave? – perguntou Armando com um pouco de remorso.
--- A chave? Qual chave? – indagou suavemente a doce criatura dos deuses do monte.
--- Da porta! Da porta! – fez questão Armando em saber o que tinha sido feito da chave.
--- Está em meu coração. Querido! Que achas da Clementina? – indagou a moça a sorrir.
--- Clementina? Que Clementina? Não te entendo! – respondeu o homem se acabando em suor ao meio da tarde.
--- Eu tenho Clementina. Tu: Valdivino. Clementina e Valdivino.  – sorriu Sueli a mostra o seu órgão sexual.
--- Ora que bosta é essa. Por o nome de pessoa em um órgão. - declarou Armando surpreso.
Sueli se aproximou suavemente do rapaz e com o vestido soerguido até ao alto da cintura, a blusa entreaberta a mostrar os seios, então sentou entre as pernas de Armando. Esse nada fez, porém recusou o gesto da moça em querer fazer amor em plena sala de redação do escritório.
--- Espera! Espera! Você deve lembrar-se de sua irmã. Eu sou namorado. – respondeu o rapaz com um pouco de temor.
--- Que importa! Ela não sabe usufruir da fruta. – lembrou Sueli da irmã.
--- Mas isso não está certo. Ele é a minha namorada. – respondeu Armando a moça.
--- Bobo! Você é bobo! – falou a moça a roçar em Armando o seu órgão sexual como querendo despertar a emoção adormecida no rapaz.
A chama embriagadora da virgem mulher ardente e fatal foi êxtase estranha capaz de alucinar ao rapaz impelido pela dura emoção dos arcanjos da divindade. E entre formas abstratas, a jovem moça extraiu de si todo o esmerado indumento para poder se aconchegar por toda a sua vida mais fielmente ao corpo do homem quente e abrasador. A emoção era extasiante cheia de candura. Sueli apenas dizia:
--- Ponha Valdivino! Ponha!! – dizia alarmada e alucinada entre beijos perpétuos.
Sem suportar demais, o homem fez o que era preciso. E neste instante, bateu a porta o rapaz Canindé a pedir a Armando a chave. O rapaz se assustou arrebatado e empurrou a dama da tarde para um quanto qualquer. Ele pediu-lhe silêncio para quem batia não soubesse haver alguém no recanto da sala. Mesmo assim Canindé continuou a bater a porta.
--- Abra essa porta seu merda. Eu tenho de pegar as minhas chaves no laboratório! Ah corno gigante esse porra. – dizia Canindé pelo lado de fora da porta.
Sueli quis sorrir, mas Armando tapou-lhe a boca para não fazer ensurdecedor barulho. Deixar o rapaz a resmungar, pois Armando sabia ser por pouco tempo. E como Armando pensou Canindé levou pouco tempo para ir embora. Algumas vezes, o fotógrafo chutou a porta com força e isso despertou a atenção do dentista no fim do corredor. Esse abriu sua porta e nada declarou. Canindé saiu com a sua maquina fotográfica esbravejando aos montes contra o colega de redação:
--- Eu sei que estás aí. Pensa que me engana? – falou bravo Canindé fotógrafo.
Por fim, Armando esperou um tempo e abriu de modo suave a janela e poder vislumbrar a saída do fotógrafo na direção do Jornal matutino A IMPRENSA para ter certeza de não ter sido observado mais um pouco. Tudo estava quieto. Então ele mandou a moça sair porque uma vez ou outra Canindé poderia voltar ao seu escritório.
--- Vá! Vá! Vá! Depressa! Ele é um tipo moreno, baixo, barrigudo. Veja se está lá fora e me avise fazendo um sinal passando a mão no cabelo se ele estiver. Vá logo. – resolveu Armando inquieto pela forma da moça fazer fincapé pra não sair do escritório.
Por fim Sueli obedeceu. Ao chegar à porta de entrada, olhou para um lado e para o outro e passando a mão no cabelo dando sinal do homem está por perto. Armando ficou assustado e correu para o banheiro do prédio onde passou um bom tempo trancado. E por não vir ninguém ele saiu às presas, topando-se na saída com Joel, um rapaz jornaleiro. Ele boa tarde a Joel e desceu as escadas apressado. Ao chegar a porta da rua encontrou Canindé. E como estava avisado pela moça não fez nenhuma cerimônia ao dizer:
--- Estava no aparelho, homem! Você não sabe esperar? – fez de conta que foi assim o que aconteceu com ele.
--- Eu sei qual era o aparelho! Até no aparelho? – argumentou Canindé olhando desconfiado o seu amigo.
--- Que aparelho? Eu estava lá mesmo! – argüiu o rapaz de forma truculenta.
--- Sei. Espera que vou buscar minhas chaves!. Deixa-me ver a tua! – falou Canindé aborrecido.
Armando Viana lhe entregou a chave e viu nesse mesmo instante, Sueli passando de volta pela o lado de lá da calçada o olhando a gozar pela mentira aplicada do fotógrafo. A moça sorriu e entrou no beco próximo e sumiu de vez. Canindé entrou no escritório de Armando Viana e encontrou tudo desarrumado.
--- Parece que passou um vendaval por aqui! NOSSA! Eu, heim? – fez o fotógrafo.
Ao voltar ele ainda olhou por mais uma vez a tragédia feita e desceu as escadas até onde estava o repórter. Ao chegar na rua ele olhou para o rapaz e disse apenas.
--- Que tragédia! – e olhou para o repórter como quem dizia algo mais.
Armando olhou para o fotógrafo e apenas sorriu. Com o passar do tempo  foi dizendo:
--- Sei não! Ela é louca da vida. Mas não diga nada a ninguém. – respondeu Armando.
--- Dizer o que? Foi uma tragédia. – relatou o fotógrafo do seu modo.
E então o repórter sorriu a bessa. Não havia outra solução a não ser sorrir. E os dois amigos caminharam até o jornal. Quando perto o fotógrafo se lembrou e disse?
--- O Governador quer falar com você. – relatou o fotógrafo Canindé.

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