terça-feira, 9 de outubro de 2012

O FIM DO MUNDO - 07 -

- Adele Laurie -
- 07 -
FAMÍLIA
Dentro de mais alguns minutos Otto resolveu partir em direção à casa de sua mãe, Luiza casada com seu Homero, enfermo de um AVC que o deixou praticamente acamado. O homem não sabia mais falar compreensível. A sua língua se juntava quando Homero queria dizer alguma coisa. A sua mulher era quem entendia o que o homem falava. Homero era pai de quatro filhos: Viveca, Carmen, Eleanor e Otto. Apenas Otto de masculino. Duas moças estavam casadas e moravam em outros Estados. Em casa ficou apenas Eleanor a cuidar do pai e a auxiliar a sua mãe nos afazeres domésticos. Eleanor era moça donzela com seus 27 anos e nunca pensou em casamento. Quando o carro parou em frente à casa a mulher Luiza fez uma cara de quem não sabia:
Luiza;
--- Quem é? – indagou a mulher de forma estranha.
Foi quando Otto desceu e a sua noiva também pela porta do lado direito do passageiro. Então a mulher reconheceu o filho e veio dar-lhe um abraço de satisfação. Eleanor foi ao encontro de Vanesca a quem a abraçou firmemente. E saldou a visita inesperada do casal. Otto entrou na casa e foi visitar o pai Homero. Quando Otto era menino procurava ajudar seu pai no conserto de relógios. Homero era um celebre feitor de consertar relógios de todos os tipos e marcas. Otto era apenas um ajudante. Ele se lembrava da vez que deixou cair no chão um belo relógio de bolso e foi repreendido pelo seu pai.
Homero:
--- Cuidado menino! Sabe quando vale um relógio desses? – e torceu a cabeça se mergulhando no conserto de outro relógio com a lupa no olho. Cabeça abaixada por sinal.
O menino teve um susto e não mais quis consertar relógios.  Mas isso já eram águas passadas e Otto resolveu seguir a carreira de jornalista. O que o rapaz fazia era ler. E assim tomava conhecimentos de fatos novos com o acabar de jornais a venda em bancas. O fim de gravador de fitas; fax;  Arquivos de fichas de papel; horário de trabalho padrão; telefone de mesa; computadores de mesa; roupa de trabalho formal; escritório especial para gerentes; pen-drives; escritórios com porta; cartão de visitas; máquinas de fotocópias entre os demais. Em seus lugares irão surgir: tabletes; horários de trabalho flexível; trabalho em casa; documentos baseados da web; uso de redes sociais para o trabalho e roupas casuais. Esse também era um fim dos consertadores de relógio. Mesmo assim, isso demoraria mais um pouco e seu Homero já era aposentado por sinal. Naquela hora o que interessava era saber como tudo estava se comportando com a família em face do tremor de terra, furacão e efeitos da onda gigante. Otto tomou a benção do seu pai e lhe disse como estava a passar depois da tempestade da sexta feira. O homem entendia a Otto, mas não falava quase nada. A deficiência atacou seus membros inferiores. Para se locomover, Homero precisava de ajuda. As mãos eram trêmulas e tinha de se receitar constantemente, a cada dois meses.
A conversa foi rápida e Otto quis saber de como se comportou a família com o terremoto, o temporal e a onda gigante. A mulher – Luiza – disse-lhe ter sido um inferno para todos os habitantes da localidade. A família morava em uma casa simples. E não viu a tal onda gigante. Porém soube de muito desastre as vilas em outras regiões. O abalou, em sua casa, não causou tantos estragos. Mas a família sentiu pelo menos cinco ou mais tremores. Porém as pessoas disseram ter havido tremores menores. O sismo veio forte uma vez. A sua devastação pegou, principalmente, os edifícios mais elevados. As casas planas terra sofreram menores danos. Apenas se sentiu o tremor abalar moveis; cristais; camas; louças entre outras coisas.
Luiza:
--- Meu filho! Foi um barulho forte! Eu me segurei na mesa para não cair. Era noite. Chovia forte como nunca. Havia falta de luz. Eu tentava engatinhar até a cozinha para pegar fósforo. Foi quando veio um trovão assustador e as cadeiras chacoalharam de um lado para o outro. Eleanor caiu da cama. Nem sei por que. Eu apenas ouvi o estrondo. Ela se levantou bem depressa a ainda perguntou:
0
Eleanor:
--- Que barulho é esse? – indagou a moça assustada com o terremoto.
0
Luiza:
--- Com esse estrondo veio tudo abaixo. Louças, pratos, panelas. Foi um horror! – relatou a mulher a chorar.
Otto:
--- É verdade. Eu pensava em vocês. Mas onde eu estava não tinha nem saída. Eu percorri vários edifícios. As paredes estavam rachadas. Eu não senti nenhum sismo. Apenas uma rádio falou no fenômeno. Á tarde de ontem eu fui para a redação. E dali para os escombros  da praia  onde havia grande numero de barcos arrastados para o mar. Os carros estavam empilhados uns sobre os outros. O meu virou bagaço. A cobertura de uma garagem voou como uma folha de papel. Hoje, eu tentei ligar para a senhora e não deu linha. Tudo está totalmente mudo. – falou constrangido o rapaz.
A conversa prosseguiu até a chegada hora do almoço com a troca de impressão sobre o desastre devastador. A cada instante se ouvia pequeno tremor de terra. E a família ficava assustada com novas ondas gigantes a varrer toda a cidade. Uma rádio foi ouvida quando prestou informação sobre a devastação de vários lugarejos ao longo das praias de norte a sul da cidade. Otto pediu silencio e anotou os dados do tremor de terra e da onda gigante a assustar vários cantos por aonde chegava. Com certeza, milhares de pessoas teriam morrido em consequência da onda e do sismo. O rapaz anotava com pressa as informações colhidas dos habitantes das praias e passava de imediato para Vanesca. Enquanto a sua mãe, Luiza, chegava com um prato de almoço para os dois. Eleanor fazia a refeição do seu pai Homero e dona Luiza voltava à cozinha para cuidar das almondegas do almoço, alimento tradicional dos domingos, quando não havia carne branca ou galeto assado.
A emissora de rádio continuava a transmitir fatos novos e Otto a rabiscar os informes. Vanesca, a sua noiva, alertava para o rapaz sobre a comida a estar a esfriar. Ele a mandava esperar um pouco enquanto anotava os dados feitos pela emissora a ouvir residentes das praias mais distantes.
Otto:
--- Espere! Espere! – dizia o rapaz meio compenetrado com as declarações colhidas.
E ele colhia as informações transmitidas pela emissora até esgotar a sua caneta. A partir de então ele foi buscar no automóvel uma mochila com o notebook para fazer das informações o seu texto com a resma rapidez. Ele então chamou Vanesca para ela por em dias as informações ouvindo declarações dos Governos do Estado e do Município. Além disso, Vanesca era bom procurar ver as medidas tomadas pelo Governo Federal com relação aos estragos sofridos pela cidade. Desacertado como quem Otto  não para de redigir matérias e mais matérias. Logo terminado essa tremenda luta, Otto voltaria, mesmo sendo domingo, à redação do jornal para entregar a seu Chefe todo o material colhido naquela extenuante hora de aflição e desespero. A sua mãe ficou um tanto contemplativa com a luta do filho.
Luiza:
--- Mas vai nem comer, filho? – indagou a mulher um tanto desconsolada.
Otto:
--- Eu como um bife. E está bem. – respondeu o rapaz com toda a pressa.
Luiza:
--- Mas não tem bife, filho! – declarou desnorteada a mulher.
Otto:
--- Qualquer coisa serve. Almondegas frias. – disse o rapaz a engolir de vez três almondegas.
Em seguida, puxando Vanesca pelo braço, ele se despediu de todos garantindo ter de voltar no dia seguinte para conversa mais sobre o acidente da sexta feira. Com a benção do pai e da mãe e de um abraço da irmã Eleanor o rapaz tomou o carro e desapareceu no mundo. Na redação não havia ninguém, a não ser o guarda. Esse foi logo dizendo ter o jornal sido impresso em outro jornal para não se perder de todo. Otto nada respondeu e subiu as escadas para pegar o elevador e fazer o máximo de matérias junto com Vanesca e por tudo em dias até a manhã da segunda feira. Com certeza, já era quase noite quando Otto e Vanesca terminaram o trabalho exaustivo da tarde de domingo. Quando Otto terminou olhou para a moça e indagou:
Otto:
--- Pronto? – chamou a atenção de Vanesca.

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