quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O FIM DO MUNDO - 13 -

- Lana Del Rey -
- 13 -
IQUITOS
O médico ficou admirando a beleza suave de Vanesca antes de entrar na verdade da historia do enteógeno, o tema da conversa mantida entre os dois. O enteógeno é uma substancia onde a pessoa pode ingerir e na continuação entra em um transe psicodélico e se mante fora da realidade chegando a pensar ser ela um próprio Deus. É por isso ser o enteógeno vindo do grego querendo dizer Deus interior. Os condicionados nada sabem a respeito do estágio neurovegetativo do enteógeno. Atravessando uns bons segundo o doutor Melo voltou à conversa acercando-se do birô para dizer ser a cidade de Iquitos no Peru próximo à fronteira com a do Brasil, cerca de três mil quilômetros.
Melo:
--- A Ayahuasca é uma árvore. Iquitos fica a três mil quilômetros da fronteira brasileira. A Ayahuasca é usada a milhares de anos pelas tribos da floresta. O Xaman utiliza a Ayahuasca para tratar do enfermo de várias doenças. Por isso, os Xamans consideram o chá um remédio sagrado e não uma droga recreativa. Ao dizer dos Xamans as pessoas vindas da cidade vêm em busca de uma vida espiritual. A ingestão do chá permite uma nova relação com a pessoa. Os adeptos encontram no chá uma relação consigo mesmo, com o Universo e até com Deus. – explicou com muita calma o médico.
Vanesca:
--- Meu Deus do céu! Quer dizer que eu bebi esse chá e o que pensei não era verdade? – indagou extasiada a moça.
Melo:
--- Eu sei que a Ayahuasca é misturada com outras plantas nativas, como a Chacrona. Essa planta inclui atividade antibiótica. Em casos os pacientes têm visões alucinógenas. Tal substancia não se compromete com a corrente sanguínea. Na cidade, tem agente de turismo a ajudar os visitantes a encontrar os xamãs confiáveis. Os agentes de viagem que pode muito ser mulher, chegam a falar que a Ayahuasca faz parte da cultura do seu povo. É uma tradição se tomar o chá. As pessoas procuram tomar o chá do Santo Daime quando não estão bem equilibradas. – explicou o medico.
Vanesca:
--- Mas é natural se tomar o chá naquele país? – indagou atônita a moça.
Melo:
--- Na verdade as pessoas procuram os Xamans para participar de uma cerimônia. Pelo se sabe a Ayahuasca tem “ajudado” muitas pessoas com problema psicológico. Eles dizem estar mais sintonizados com os seus problemas. Eles se sentem mais felizes neste mundo.  E chegam a dizer ter se sentido melhor conexão com o Cosmo. É tanto que os xamãs introduzem do chá uma substancia conhecida por nome de “Céu” ou “cielo”.  – sorriu com vagar o médico.
Vanesca ficou bem mais abismada com as explicações das pelo Doutor Melo. E quanto o homem parava ela voltava a prosseguir.
Vanesca:
--- Continue! Continue! – alertou a moça como se tudo estava a acontecer de novo para o ser conhecer.
Medico sorriu em silencio e deu a prosseguir a sua conversa se ajeitando na cadeira. Dessa vez ele retornou a posição de ficar bem próximo ao birô e faz a sua palavra.
Melo:
--- Escute. Mas escute mesmo. Quando uma pessoa “bebe” a sua porção do Santo Daime, ela se transporta para “o espaço”. A senhora entendeu? – indagou o médico a fazer a alusão com as mãos por sobre sua cabeça dando o sinal de se transpor.
A moça ficou ainda mais curiosa. E não para de falar para o médico;
Vanesca:
--- Continue! Continue! – declarava a moça com enorme curiosidade nos efeitos da poção.
E o medico sorriu mais uma vez em silencio. Por fim voltou a contar sobre os efeitos do Santo Daime.
Melo:
--- Há pessoas que buscam no Santo Daime a explicação para um determinado problema. E por isso tomam a infusão. Tais pessoas tomam banhos de flores. É uma purificação da pessoa. O Xamã toma a droga para poder guiar os participantes. Os que já participaram da cerimonia dizem que beber a Ayahuasca não é nada fácil. A pessoa se liberta de todas as toxinas. É tanto que não se permite a beber a infusão a pessoas que estejam a tomar medicamento de tarja preta. Não raro a pessoa vomita tudo que tem no seu organismo. E além do mais, a pessoa passa um bom período de alucinação até o Santo Daime perder o seu efeito.  – calou o médico.
Vanesca:
--- Eu sei disso. O efeito dura de cinco a seis horas. Algumas pessoas superam a crise em quatro horas. Mas comigo foi de seis horas. É horrível! Com o tempo de sessões a gente vai se acomodando e se toma o chá mesmo em casa. Apesar de não ser recomendado. – falou a moça em tom de abandono.
Melo:
--- Quer dizer que estou ensinando o Padre Nosso a Vigário! – sorriu o doutor pela ânsia mulher.
Vanesca:
--- Não. De forma alguma! Eu estou querendo é entender o porquê da coisa! – falou depressa a moça.
Melo:
--- É isso mesmo. Os Xamãs contam que a droga permite abrir a mente para o encontro com o Divino. Os Xamãs chamam a Ayahuasca de televisão da floresta, pois as visões parecem estar em uma tela. Tem gente que se mudou para Iquitos para viver um mundo da Ayahuasca. Há que diga ter o Santo Daime curado do vicio da embriagues ou da droga. O que os dependentes dizem é que a Ayahuasca escolhe as pessoas. E não o contrário. O certo é que o iniciado sempre acredita ser ele uma espécie de Deus.  – falou de vez o médico psiquiatra.
Nesse ponto da conversa entre o Doutor Melo e a moça Vanesca, algo de súbito ocorreu. Um tremor de Terra a sacudir a todos por alguns segundos. Foi algo tão terrível como se estivesse a envergar todo o consultório. O medico procurava se apoiar no birô e nada conseguia. Vanesca caiu ao solo vendo as dependências do prédio da mesma forma querer sucumbir. Vidros caiam ao chão. Estantes viraram para um lado e outro. As lâmpadas apagaram de vez. E uma escuridão mortal enveredou de vez pela sala. Na sala do Doutor Melo um lustre despencou da parte de cima da cobertura do ostentoso edifício e se espatifou no chão. Molduras de retratos de coleções despencaram também de vez. Ouviram-se tenazes gritos aterradores por todo o corredor do edifício. Enfermeira a cair ao chão derramando todos os frascos de soros e medicamentos. O enfermo passou deitado em sua cama tão ligeiro que ninguém pode deter. Era um verdadeiro pandemônio o que se estava vendo por todo o prédio. Vanesca, caída ao chão, tentava se soerguer naqueles incertos segundos, porém não podia. O terremoto prosseguiu por alguns segundos e o povo foi tomado de pânico em todas as dependências do Hospital. Do lado de fora, nas tendas armadas para socorrer os doentes, era igual situação. Os enfermos caíram de suas camas e o povo todo era com se recebesse uma ducha de água quente. Esse povo se estendia pelo chão de qualquer forma como sendo levado por uma força gigante e aterradora. Brados horrendos e inquietantes  se ouviam. Crianças e idosos eram os mais prejudicados pelo terremoto. Carros tombaram e ficaram de rodas para cima como se fossem brinquedos de crianças. Um barulho ensurdecedor vibrava por todo canto do Hospital e da cidade. Nem mesmo o gerador de energia da Casa de Saúde foi possível ativar naquele hipotético instante. Após ligeiros segundos Vanesca se apoio em uma estante que veio abaixo e se manteve em pé, meio aturdidas com todo o tremor. O Medico também se levantou atordoado procurando divisar algo a sua frente. Tudo estava às escuras e nada se podia enxergar. O coração de Vanesca batia forte como se fosse sair por sua boca. O doutros Melo parecia ter engolido uma porção de fuligem. Era todo a tossir. O seu consultório estava ao desalinho e ele não podia enxergar um palmo a sua frente. O medico tentou escapar dos entulhos espalhados pelo chão e seguir até a porta. No caminho topou com a moça e se foi ao chão. Ele não podia divisar entre um e outro espaço. O tremor provocou uma cortina de poeira. Parecia ter sido o gabinete atingido por uma avalanche de terra como se estivesse caído em cima do homem. Vanesca então meio aturdida nem sequer conseguia atinar a porta do consultório. Na verdade, eram tudo feito as avessas. Em um distinto instante a moça ficou atenta e começou a gritar por qualquer coisa. Ela nem sequer pode perceber ter um médico caído sobre si. Com todo o jeito a moça indagou:
Vanesca:
--- É o senhor? – reclamou a moça estando por baixo do médico.
Melo:
--- Desculpe. Onde está a porta! – procurava divisa o médico a porta de seu consultório.
Vanesca:
--- Não sei. Eu estou amassada pelo senhor. – gritava a moça quase sem forças.
Melo:
--- Tenho de achar a porta! – disse de qualquer forma o médico.
 
 

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