sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O FIM DO MUNDO - 14 -

- Sabrina Sato -
- 14 -
SEGUNDOS
Em questão de segundos, toda uma cidade virou o clima de pânico total. Na capital, havia falta de energia elétrica e igualmente nos Hospitais. Não chegara nem mesmo a um minuto quando Vanesca totalmente desnorteada com o médico por cima, fez finca-pé e conseguiu sair daquele apertado. E o médico fez por igual e chegou alcança a porta. A fechadura estava travada pelo impacto do sismo violento daquele momento de angústia e desespero. Pelo lado de fora do consultório apenas se ouvia gritos de pessoas ao passarem rápidos de norte a sul. Ouviam-se camas correndo com seus pacientes a gemer entre outras que estavam na metade do caminho atrapalhado o transito dos que desejavam sair correndo com medo do sismo. No entanto era tudo meio confuso, pois não se sabia do caos iminente sobre suas cabeças. No consultório, o médico torcia a maçaneta da porta, dava chutes contra a porta, se zangava por demais por conta do escuro imperante e da falta de ar condicionado com a parada do equipamento. Tudo isso foi em questão de um minuto apenas. O tremor de terra continuava a sacudir moveis estantes e mesmo um computador de mesa já sem valia alguma, pois não mais funcionava pela falta de energia. Vanesca se soergueu de vez, meio tonta, com a mão na cabeça, tossindo pelo engasgo da poeira a cair desordenada não se sabia de onde. Todo esse momento era um desassossego vital. O acontecido dentro e fora do Hospital se transformou em gritos e alardes de quem podia então clamar por socorro. Após um breve instante o médico destravou a tranca da porta e conseguiu abrir para seguir pelo corredor do Hospital. Era inútil essa ação, pois todo o corredor estava tomado de gente caída pelo chão, poeira desordenada, pacientes a clamar por socorro, médicos de outros consultórios a tossir para poder respirar, assistentes, enfermeiras, auxiliares e técnicos eram da mesma forma. Nunca se viu tamanho tumulto dentro de fora daquela casa de saúde. Era uma verdadeira algazarra a se formar. Em alguns segundos ou minutos tudo parecia acabado. Um grito de longe se ouviu:
Pessoa:
--- Fogo! Fogo! Acudam! Fogo! – gritava alguém de fora do corredor.
O doutor Melo nada podia fazer, a não ser retirar a poeira vinda do céu a lhe cobrir a face. Vanesca conseguiu sair para o corredor. Naquele local, igual ao médico, a moça também nada podia enxergar por conta do véu de fumo a se formar.  Alaridos de pessoas a correr apressada como se tudo estivesse a se romper era o mais a se notar. Uma enfermeira caída ao solo bem em cima de Vanesca pedia socorro para por de pé. O edifício havia tombado de um lado devido ao forte tremor dos últimos segundos. Outros tremores se seguiam ao primeiro fazendo voar ao espaço objetos de uso hospitalar. O tumulto aterrador era geral. Na parte interna do Hospital havia desmoronamento total de próprias repartições. Quando menos se percebia, eram repartições tombadas por conta do sismo cruciante. Quem reparasse na estada a passar em frente da Casa de Saúde, teria verdadeiro assombro. A avenida era totalmente arruinada por conta do sismo. A pavimentação subiu do seu nível de solo por causa do rompimento da pavimentação feita em escombros. As residências de frente da Casa de saúde vieram abaixo trazendo morte e destruição total e soterrando seus moradores. Em alguns pontos da cidade edifícios tombaram de vez abrindo-se em um esquema de “V”.  As casas de moradas de um pavimento ruíram por completo. A ponte de ligação norte-sul se rompeu de vez. Automóveis, ônibus, caminhões e mesmo carroças de tração animal ficaram soterrados pelo abalo. A grande ponte norte-sul pelo Rio Amarelo veio abaixo de qualquer forma como brinquedo.  O Aeroporto Central ficou ao desleixo com suas aeronaves tombadas de qualquer forma. Não se falava em epicentro, pois nem se sabia o que motivou o sismo. As estações de radio e TV ficaram fora do ar no mesmo instante. Alguém pedia por socorro através de equipamento de radio amador, mas na verdade sem sucesso. Outros Hospitais da cidade sofriam da mesma agonia. Era o verdadeiro advindo caos da capital. Engatinhando como podia, Vanesca se voltou para a suíte onde estava Otto, percorrendo um andar de cima. No meio dos escombros encontrou enfermeiras e seus ajudantes a chorar recuperando frascos de medicamentos. A maca hospitalar estava no meio do caminho na subida de um andar para outro sem se poder nem mesmo se mexer. Após vários minutos Vanesca alcançou a porta da suíte onde estava a enfermeira Irmã Cecília a procura de ajuda para dar apoio ao enfermo Otto. Esse não se movia dado o estado de sono ao qual foi submetido. Vanesca adentrou a suíte e logo se pôs a ajuda da Irmã Cecília, toda coberta de fuligem vinda do espaço. A Irma tossia com o engasgo da poeira reinante no ambiente e em toda a cidade. Um escuro véu se abateu sobre a capital aduzindo ser  aquele instante inseguro o de maior contratempo. Era um véu enegrecido toldando até mesmo o sol. A enfermeira deu uma olhadela e depois se voltou ao labor com a ajuda da parceira tentando consertar a cama onde estava a dormir o rapaz. Com o impacto do sismo a cama se desajeitou virando ao contrario e fazendo do enfermo um verdadeiro janota. As duas auxiliares juntaram força para consertar a cama de modo a repor em seu verdadeiro local. Porém, tudo estava escuro, a não ser por uma luza vaga a entrar pela janela. Era por essa janela que Vanesca notou o enegrecido véu a dominar o ambiente. A Irmã Cecilia também já notara o véu negro. No corredor da frente passavam pessoas na correria para socorrer algum paciente ou para salvar sua própria pele. O gritar de assombro de alguém se tornava a se repetir:
Alguém:
--- Tragam o extintor! Tragam o extintor! Tem muito fogo! – gritava sem esperanças uma pessoa.
Talvez fosse um fogo mesmo de maior consequência. A iluminação elétrica do Hospital em seu gerador não estava a se refazer. Isso, porém, nem conseguia alertar as duas moças. Elas tentavam a todo custo trazer de volta a cama de Otto. A se olhar para frente por entre a janela da suíte, se podia notar o alvoroço dos pobres indigentes e as aberturas das fendas no asfalto. Por ali não se podia trafegar a lugar algum. Alias ninguém pensava em sair de seus locais sofridos e miseráveis  de inquieto labor vez os quais todos estavam a se levantar, socorrer os enfermos solitários ou mesmo a procurar algum parente. As crianças pobres eram as mais inquietas daquele nostálgico momento sempre a chorar e acudir o auxilio de sua mãe ou parente. Após muito esforço a enfermeira Cecilia e a noiva de Otto, senhorita Vanesca conseguiram repor a cama em seu devido lugar. Mas em consequência tudo era muito vago. A falta de energia era o mais grave. E não adiantava se pedir por ajuda pois todos os enfermeiros, técnicos de enfermagem e pessoal de apoio estavam a correr de um lado para outro a procura de algo para poder prestar socorro ou simplesmente para se livrar de um hecatombe maior, as catástrofes naturais de o terremoto.
O sol empalideceu por completo e o véu negro dominou todo aquele ambiente. A desordem abafou o ambiente hospitalar. Fora, eram os gritos por socorro de toda gente. Carros virados eram o mais visível. A Irmã Cecilia, condoída pela situação logo declarou:
Cecília:
--- Vou descer e ajudar toda aquela gente sofrida. A senhora fique aqui com o seu noivo! – alertou a Irmã procurando uma saída de emergência para se por ao lado dos miseráveis.
Vanesca nada respondeu. Apenas ficou a moça agoniada com a tragédia o terremoto assustador.
 

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