domingo, 15 de janeiro de 2012

ACASO - 12 -

- Brigitte Bardot -
- 12 -
VIRGO
Na noite de domingo, quando tudo era silêncio na rua onde Joel Calassa morava, ele também dormia. Os cães ladravam contra o infinito entre miados de gatos. Um baque surdo era uma fruta caída do pé pela ação infrutífera do morcego. O zig-zag dos morcegos não perturbava ninguém. Todos estavam a dormir o mais profundo dos sonos. Foi em um instante assim que o espírito de Isabel apareceu radioso e brilhante como a luz difusa das estrelas. A mocinha veio bem devagar e falou para Joel com terna e suave voz angelical.
--- Menino! Queres ir agora! – perguntou Isabel com sua voz serena ao garoto Joel.
O garoto então em sonhos perguntou a sua ninfa protetora do espírito.
--- Ir para onde? – indagou o sereno jovem com sua voz quase perdida.
A garota sorriu e respondeu.
--- Para o Universo. Talvez Virgo ou mais além. Tem muito que se vê por lá! – sorriu Isabel para o garoto.
O rapaz miúdo sentiu um aperto no seu coração e perguntou a Isabel.
--- Mas eu estou desprevenido! – falou o garoto ao mostrar suas vestes.
Isabel ainda a sorrir lhe disse apenas;
--- Mas não tem importância. Nós vamos visitar os planetas. São mais de dois mil planetas nesse pequeno Universo estelar. – respondeu a mocinha com suave paciência.
O garoto ficou a pensar e por fim perguntou:
--- É muito longe? – indagou Joel querendo decifrar o enigma.
A mocinha declarou a sorrir para Joel Calassa.
--- Não. É a distancia de o seu pensar. Um vapt-vupt. – respondeu Isabel a sorrir.
O garoto se inquietou e voltou a indagar da moça;
--- Onde é que fica esse negocio? – indagou Joel querendo saber o nome.
A moça sorriu e respondeu:
--- Nós podemos visitar duas mil galáxias existentes na constelação de Virgo ou ir mais além ver mais cinco outras galáxias, bem menores. Mas de igual importância. Esse agrupamento de galáxias são as maiores estruturas do Universo. – respondeu a ninfa.
O menino quase não acreditava no que Isabel dizia. E então indagou febril.
--- É longe assim? Eu tenho que mudar de traje. – respondeu o garoto a Isabel.
A moça olhou para Joel e sorriu dizendo.
--- Vamos ver o Universo. É apenas isso! – relatou com ênfase a moça.
O menino indagou com nostálgica paciência.
--- Mas sem roupas? – indagou o garoto a observar suas vestes.
A moça lhe respondeu:
--- Isso não importa. Vamos? – perguntou Isabel a sorrir.
E os dois seres universais partiram para a distante constelação galáctica de Virgo a percorrer um grupamento de planetas distante a 13 bilhões de anos da Terra. Eles somente queriam ver os planetas habitáveis, pois o Universo sem fim dista muito mais anos do que se imagina. Como o voo da Fênix ambos percorreram vasta região de planetas, todos eles iluminados por sois diversos, grandes e pequenos, alguns semelhantes ao sol da Terra. O aglomerado Virgo, a galáxia virgem era uma imensidão no Universo. Para o garoto Joel Calassa aquele era o final do mundo. Mas Isabel lhe disse haver mais o que se ver em outros territórios galácticos. Esse era apenas o inicio de tudo.
--- Veja bem! Você está em uma das galáxias de Virgo. Não está em um planeta e nem uma Terra como a que nós viemos. – respondeu a moça Isabel.
--- Nossa! Como é que eu faço? – perguntou o garoto a Isabel meio estabanado.
A mocinha sorriu e disse:
--- Vamos descer em um planeta. – sorriu Isabel para Joel.
O garoto se espantou e perguntou em seguida:
--- Descer? E eu vou descer? Mas como? – indagou perplexo o garoto.
A ninfa sorriu e disse:
--- Assim, ó! – disse Isabel ao garoto.
E os dois desceram tao de imediato que o garoto teve um susto de não voltar jamais. Em uma Terra distante, mas semelhante a sua Terra, ele pode observar o mundo que havia naquele planeta tao fiel aos demais, rodado em espiral, com três luas ao redor de si. Então o garoto perguntou a Isabel um pouco aflito.
--- Tem três luas aqui? – perguntou atormentado o garoto.
A moça Isabel sorriu e respondeu:
--- Sim. Aqui, tem. Mas outros planetas têm mais luas. Na verdade se você observar de certo verá um cinturão de luas em torno de um planeta. Nós estamos em um planeta entre mais de dois mil outros existentes apenas aqui em Virgo. Além desse sistema de galáxias temos outro Aglomerado, como o de Fornax. Ele é considerado o mais rico aglomerado dentro de 100 milhões de anos, porém menor que o aglomerado de Virgo. Existe ainda o aglomerado de Erídanos. Bem menor do que nós vimos. – explicou Isabel ao garoto Joel.
O garoto se estarreceu com essas explicações de nomes:
--- Vimos? Você disse um punhado de nome que me deixou louco. E não sei explicar mais o que estou a ver. Esse negócio de não sei o que? Como é mesmo? – indagou embaraçado Joel.
A mocinha sorriu e mostrou a cidade astral de Guna como para dar um exemplo:
--- Veja como é bela a cidade que você está. Essa é a cidade de Guna. Porém tem outras mais nesse planeta. Essa é uma das mais adiantadas. Se você quiser ir, nós podemos observar ao mais atrativo com Venon, Legol, Pene, e outras pelo mundo de Guna. – relatou a moça.
O garoto sorriu e com certeza perguntou:
--- Cidade, cidade como a que eu moro? – indagou sorrindo o garoto.
A mocinha sorriu e olhou bem para o garoto e declarou:
--- É. Cidade. Você tem um mero segundo para estar comigo em todas elas! – sorriu a ninfa voando para o sem fim.
Após esse voo extragaláctico o par resolveu voltar para a Terra e Joel feliz apenas dizia ser maravilhoso se voar daquele jeito. Ele nunca teria imaginado ser possível conhecer tantas galáxias em um minuto de tempo. O garoto findou por despertar e chamar a sua mãe para relatar o que vira afinal em um minuto de sonho. Mas desistiu e disse consigo mesmo.
--- Deixa prá lá. Ela não sabe disso. É melhor dormir. – disse Joel ao examinar o pinico e se levantar para urinar.
O garoto estava sorridente e procurou Isabel por entre o quarto e já não viu mais viva alma. Ele desejou felicidade e um breve regresso para a virgem. Sua mãe chegou ao seu quarto e encontrou o garoto a urinar com o rosto a estampar uma alegria sem fim. A mulher perguntou um pouco desesperada por acordar a noite e ver o menino bem alegre. E perguntou por fim Isaura.
--- Fez xixi? – indagou a mulher
--- Sim. – respondeu Joel Calassa a sua mãe.
--- Tá bom. Vou derramar no sanitário. – disse Isaura apanhando o velho pinico de saído do quarto.
O menino olhou para a sua mãe como quem queria dizer algo, mas se calou. Voltou a dormir o sono dos justos apenas a perguntar.
--- Isabel! Você está aí? – falou Joel Calassa de seu leito.
A noite correu tranquila e calma e Joel apenas acordou na hora de ir para escola.

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