sábado, 21 de janeiro de 2012

ACASO - 18 -

- Elisha Cuthbert -
- 18 -
O VENCEDOR
No mesmo instante que a professora do Grupo, Maria Eugenia afagava o menor um turbilhão de repórteres se acercava de Joel Calassa a fazer-lhe perguntas sobre o tema em foco e do seu aprendizado escolar. Nada o garoto respondeu, pois seguiu com o seu pai, Jaime também Calassa e a professora Eugenia, ela muito meiga e carinhosa, abraçada com firmeza o infante carregado do colo da senhora a lhe beijar constante. Então os dois e a pequena presença de professores e estudantes de grau mais elevado percorreram o auditório da Secretaria de Educação até alcançarem uma lanchonete onde podia se servir comidas típicas regionais. Os repórteres eram os mais esfomeados pela noticia do garoto e esse nada falou. Apenas disse o que tinha a dizer:
--- Eu estudei tudo que a professora mandou. – falou Joel Calassa se atormentando com tamanhas perguntas.
Alguns minutos passados o erudito professor Jaime dos Campos conheceu melhor o pai de Joel e então soube de como se chamava. Não foi sacrifício para que ambos se cumprimentassem, pois os dois eram Jaime.
--- Folgo em saber ser um Jaime também. Sabe ilustre patriota: Jaime quer dizer: Vencedor. É um nome hebraico. E isso quer significa: Ousadia, Independência e Força de Vontade. – falou alegre o ilustre presidente da mesa dos trabalhos.
Joel estava alegre sem dar a mínima importância. E a professora Eugenia apenas brilhava seus olhos ao sentir a presença do meigo e delicado jovem aluno. A diretora do Grupo, professora Maria da Penha a observar os dois comentava sem pressa com outro nobre professor:
--- Parece até que são mãe e filho. – sorria Maria da Penha a sentir tanto afeto de Eugenia.
Os dois – Joel e Eugenia – não davam a mínima importância sob os olhares vigilante e atento de Jaime Calassa a conversar constante com o professor também Jaime: Jaime dos Campos.
Há certo tempo, em meio da pouca presença dos convivas, dos fotógrafos e repórteres a querer saber ainda os pormenores a respeito do aluno, e por isso indagava da diretora do estabelecimento, o belo e jovem rapaz tão moço ainda, o garoto se dirigiu ao ouvido da mestra Maria Eugenia a dizer-lhe algo em surdina. A professora Eugenia foi tomada de surpresa e disse ainda:
--- Já? (de olhos arregalados e cara de riso) – e perguntou ao pai: - Seu filho está necessitando ir ao mictório – e sorriu para Jaime.
O pai:
--- Vamos! É ali! – e saiu com o filho até o mictório onde o garoto se esvaziou a contento.
A presença do menino Jaime Calassa foi manchetes nos jornais da cidade: “Aluno dá quinal em Professor!” era a manchete de um. E mais: “Uepa! Professor não sabe Nada!”. E um da oposição: “Com quem andam os nossos Filhos?” – perguntava o pasquim.  Esse pasquim foi o mais vendido nas bancas e nas ruas, servindo tão somente para os homens galhofarem do ensino fundamental que se passava nas escolas públicas do Estado.
Alguém dizia:
--- No meu tempo era muito diferente! Se o aluno não soubesse: palmatória nele. – dizia com garbo um velho negociante de artigos domestico.
Outro comentava:
--- Mas um aluno fez esse todo estardalhaço? – indagava o homem com o rosto a franzir
Alguém mais:
--- Eu acho é pouco! Professores de meia tigela! – respondia outro a bater com o jornal na perna e sair perambulando pela rua a fora com o rosto alegre de um benfazejo.
Duas mulheres a conversar:
--- Eu vou tirar meu filho daquela escola agora mesmo! – relatava assombrada uma das mulheres depois de ler o pasquim.
E a outra:
--- E eu. Não acredito mais naquelas professoras! Unq! – respondia a segunda com a cara pra cima e fazendo o gesto de “unq”.
Isso deu pano para as mangas. No decorrer da semana uma entidade de apoio aos filhos carentes se reuniu para saber da verdade e por seus servidores a reclamar em praça pública do péssimo ensino dado aos alunos pela falta de salários justos:
--- Os professores não podem aprender se não se lhes paga um salário condigno com a sua capacidade de ensino!!!. – reclamava ao microfone um louco desvairado.
E os estudantes na rua:
--- Queremos melhor ensino! Queremos melhor ensino! – diziam os alunos a uma só vez insuflados por meia dúzia de professores de “esquerda”.
A polícia:
Em cima de caminhões a polícia armada até os dentes esperava a ordem de descer e espancar os manifestantes a todo custo. O movimento aumentava de volumo de gente, com alunos universitários entre outros passantes. A polícia se defendia das pedradas que levava. A turba ignara queria então:
--- Justiça! Justiça! Justiça! – gritavam eles a todos os presentes.
E a polícia metia o couro nos estudantes e professores de “esquerda” sem dó nem piedade. No fim de tudo os mais apanhados eram levados pelas ambulâncias para o Hospital Central. Tudo isso em meio de chorou e lamentações enquanto um ou outro menos machucado dizia assim: 
A apartheid:
--- Calma! Companheiros! Calma! Isso não vai ficar assim. O nosso líder disse que precisamos se unir para podermos reivindicar melhores salários. Dessa forma não se pode fazer nada! Peço a vocês, companheiros e companheiras, que se unam. Porque a massa unida jamais será vencida. Eu quero dizer agora a vocês que um dos nossos representantes está seguindo para a Capital da Republica para falar com o Ministro da Educação. E se possível. E se possível ir até o presidente da Republica relatar tudo o que acontece nesse pequeno Estado. Companheiros e companheiras, eu peço a vocês. Eu peço a vocês e a cada um que não se desvaneça. Caros amigos e companheiros: Vamos à luta! – disse o barbudo representante da classe de professores de “esquerda” no centro do hospital.
--- Vamos à luta! – gritavam aqueles que ainda podiam falar.
De sua parte:
O estudante Joel Calassa estava alheio a tudo que ocorria no centro da cidade. E uma hora qualquer da tarde, ele passa em frente à casa da sua amiga de escola, Elizabete, pois o seu caminho levava até o mercado público do bairro. No instante em que               Joel chegava à frente da casa verde, ele ouviu um chamado da menina.
A mocinha:
--- Macarra! Vem cá! – chamou a mocinha o seu colega Joel.
Joel olhou com antipatia e mau gesto pelo apelido que lhe fora dado pela mocinha e detonou em seguida:
O garoto:
--- Você quer que eu diga quem é esse nome? Quer? – perguntou branco de cólera o moço.
A mocinha:
--- Ora. Besteira! Todo mundo diz que é parecido com macarrão! – sorriu a mocinha com a estupidez do garoto ele com muita ira.
O garoto:
Já estava pronto para sair do seu local quando algo lhe surtiu e ele quis observar mais de perto para ter certeza. Averiguando com exatidão ele perguntou a mocinha:
--- O que é isso na sua blusa? – indagou o garoto estupefato com a saliência apresentada na blusa da menina à altura do busto.
A mocinha:
--- Que? – e olhou para baixo e viu o que o garoto perguntava. Em seguida a jovem moça detestou a pergunta e malcriadamente falou.
--- Bruto! Canalha! Cafajeste! Macarrão! – e entrou para o interior da casa fechando a porta.

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