segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CREPÚSCULO - 53 -

- Elizabeth Taylor -
- 53 -
OS VISITANTES
Na visita que estava fazendo no COLOSSO DE OURO, Orlando e sua filha Marina receberam instrução de que no planeta em que eles estavam os seus nomes eram muito complicados para se decifrar. E por isso era preferível se adotar novos nomes bem mais compreensível. E por isso era melhor eles adotarem novos nomes mais simples e de fácil entender. No caso de Orlando ele passou a ser chamado de Prana e a sua filha teve o nome de Navratri. A mocinha fez uma cara descabida, mas, se era assim que assim fosse. Ela teria de se acostumar de ser chamada Navratri e o seu pai, Prana.
--- Horrível! – comentou a moças a voz baixa com seu pai.
--- Nem tanto. – comentou sorrindo o cicerone Nguyen.
--- Ele te ouve. E nem precisa pensar porque ele entende o que tu pensas. – sorriu o homem Prana.
Nguyen voltou a sorrir. Com seus passos curtos, como se tivesse arrastando no chão, o cicerone levou os dois visitantes já com os nomes esquisitos e trocado para conhecer o celebre Palácio de Ouro onde tudo reluzia ao então magnifico palácio da Terra. Eles sabiam estar no planeta Nhã da galáxia Akô. Para não se esquecer de algum nome, Navratri teve de decorar o nome de Tattva – a verdadeira forma de vida -. Não era uma deusa. Mas, se podia tê-la como tal, pois em nenhum planeta além da Terra, mesmo nas galáxias mais próximas o Deus adorado, Ele não existia.
--- É danado! Eu me acostumar com isso! – disse Navratri a si mesma.
--- Com o passar das horas vós vos acostumeis. – sorriu Nguyen com falar tranquilo.
--- Eu não quero nem pensar! – falou Navratri consigo mesma.
Nguyen sorriu e caminhou um pouco mais depressa com seu arrastar irritante de chinelas no chão e mãos encruzadas junto ao peito. E pelo tempo que os dois – pai e filha – tiveram deu para conhecer o COLOSSO DE OURO ou simplesmente o Palácio. A certa altura Navratri indagou a Nguyen.
--- Mas, na verdade, quem é Tattva? – quis saber Navratri pesquisado o seu cérebro.
--- É a verdadeira forma do todo. – disse o cicerone a caminhar rápido com os pés arrastando no chão de ouro.
--- E ela existe? – voltou a indagar Navratri cheia de dúvidas.
--- Por acaso vós existis? – indagou Nguyen olhando para a moça que estava bem atrás do Mestre.
--- Ah bom. Entendi. Faz de conta. -  falou bem mansa a moça Navratri.
Após um breve caminhar por diversos compartimentos do Colosso de Ouro, eles, por fim foram fazer uma breve refeição feita de carne de ovelha, batatas, mel e queijo. E Nguyen explicou que todo aquele almoço continha nutrientes calóricos para sustentar qualquer ser vivente. Duas horas após, os três e os ocupantes da nave viajaram por longos caminhos onde Prana pode ver as riquezas do sertão daquele mundo e até olhou as mais belas paisagens ali existentes, como o campo florido e as ovelhas, carneiros, cabras e outros mais a pastar. Um angkoreano deu com a mão as viajantes do espaço como sinal de bom progresso. A viagem foi maravilhosa para os novos visitantes, principalmente para Prana (doutor Orlando). Ele pode observar a cultura para ele milenar de se criar o gado no campo sem receio do animal vir a ser intoxicado ou mesmo fenecer por um surto de aftosa ou algo de semelhante doença. E a espaçonave mergulhou para outras terras onde o homem de labor fazia o seu sustento de forma bem mais eficiente da forma com que trabalhava. E para surpresa de Prana, ele não viu qualquer menino a trabalhar no campo. Havia mulheres, é claro. Mas menino algum. Por isso Prana indagou ao seu amigo cicerone:
--- Não tem menino ou rapaz no trabalho? – indagou Prana com bastante surpresa.
O homem sorriu e disse sem seguida.
--- Menino está na escola. Rapaz está também na escola. Há lugares para todos! – sorriu Nguyen se encostando ao acento da nave espacial.
E olhou para mais uma vez dizer.
--- Sua cadeira está reclamando. – sorriu Nguyen enquanto se encostava ao seu acento.
--- Oxe! O que eu fiz de errado? – perguntou Prana assustado com a observação.
E Nguyen voltou a cochilar sem dar mais conselhos. Esperava ele que o seu jeito fosse seguido por Prana, o seu visitante.
Após um longo percurso que o nativo apenas fazia dormir, um auricular acordou Nguyen. E ele atendeu de pronto sem tirar o aparelho do ouvido. Alguém conversou em voz baixa e ele tomou ciência do caso. Após breve tempo, a nave chegou ao seu destino inicial. Mas o homem Prana ficou intrigado com a chamada telefônica somente escutada pelo visitante, pois estava próximo de Nguyen. Apesar de incomodado Prana na quis saber de maiores detalhes. Por um bom tempo, Nguyen ficou profundamente em silêncio. Só depois de algum tempo ele falou ao seu visitante:
--- Nós temos problemas da Terra! – falou com voz baixa e caminhando apressado o nativo.
--- Alí só tem problemas. É de manhã à noite. – falou sem mágoa o visitante Prana.
O cicerone calou por um tempo. E depois disse a Prana.
--- O vosso governo ordenou a deflagração dos nossos templos dos mortos. Tudo aquilo foi queimado. E o nosso Governo tomou uma decisão em defesa dos mortos de Nhã. E o senhor terá de pensar em quem vai ser resgatado da Terra, os seus amigos, parentes e quem mais for. Por que, nós vamos seguir uma ação de represália. O senhor apenas pense. Os nossos astronautas ficarão sabendo de imediato. O senhor tem mãe, pai, mulher, filhas, irmãs, amigos, pessoas da sua repartição. Esses têm parentes também. E por isso apenas  pense.  – fez ver Nguyen a Prana.
--- Eu? Pensar? Mas como assim? – Prana ficou desesperado com a informação.
O homem demorou um instante para poder responder.
--- Nossas astronaves têm riquezas impressionantes. Por isso é bastante o senhor pensar. E com o seu pensamento, da vossa filha, nós estaremos ligados às pessoas da Terra. Vamos fazer na Terra o que ninguém há de saber. Por isso, pense. – disse mais uma vez o amigo Nguyen.
--- Mas é algo devastador? – indagou Prana cheio de temor.
O homem calou certo tempo e depois falou.
--- De certo modo é devastador. Mas é a única forma de nós revertermos tal situação. Há tempos os homens da Terra vêm negligenciando a sorte. Agora se deu o momento. Vós e seus parentes irão para um lugar seguro. Um lugar de Dunga, a deusa de além do alcance dos terrenos. Dunga é uma deusa. Preste bem atenção. Ela não é Deus. E sim, deusa. A deusa Dunga. Os senhores ficarão nesse canto da Terra por alguns milhares de anos até que cesse o que os outros mortais sofrerão. – relatou o homem ao seu visitante.
--- Eu estou confuso! Eu tenho que pensar? – perguntou mais uma vez atordoado o homem Prana.
Nguyen bem solícito explicou a Prana o ter de pensar aquele homem.
--- Sim. Apenas pensar. Pense enquanto puder. E nós resgataremos todos de uma única vez. – fez ver o homem da terra de Nhã.
Prana então calou e por mais uma vez perguntou a Nguyen se poderia contar com a sua filha, pois assim estaria ele mais seguro em não poder errar.
--- O senhor pode, pois não. Agora o senhor explique muito bem a vossa filha que agora em diante ela não pode mais voltar a cidade de onde veio. Tem um lugar majestoso para onde ireis vós ao terminar de pensar. É um planalto ao norte da cordilheira do Himalaia. A região mais alta do mundo.  – relatou o ao que parecia ser um monge. Talvez um monge iluminado. Um Buda. Quem sabe.
E o pai de Navratri foi ter com ela e explicar a situação que se sucedia da Terra. A promessa de Nguyen; o fazer pensar dos dois Terráqueos; e a visão que teriam de sentir da cidade ainda intacta, pois o bombardeio ainda estava a ocorrer sem trégua.
--- Mas pai? O senhor pensar numa coisa dessas? Tá vendo que isso não é uma cilada? – refletiu insensata a moça Navratri plenamente assustada.
--- Não sei. Não sei. Estamos sós e com as mãos atadas. É isso que eu penso. – refletiu Prana de cabeça abaixada temendo pelo medo.
E a moça calou. Alguns instantes após teve que dizer.
--- Taí no que deu o seu pé de baobá! – falou a moça emburrada e com bastante raiva do seu pai.
Uma espécie de televisão de dentro da nave mostrava a destruição sofrida pela cidade de Panelas. O povo a correr em todas as direções e os aviões caça a bombardear o cemitério onde estavam plantadas as tumbas dos homens que tinham morrido sobre a Serra do Monte Sagrado. A moça Navratri ao ver a sua terra, não teve jeito e chorou de emoção e temor.

  

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