- Kristen Stewart -
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NOS TRILHOS
E o rapaz ficou sozinho na sala de vistas a
contemplar o passado como a indagar o que ele teria feito de errado. O sol
encandecia na rua em frente da moradia e meninos a saltitar, a brincar de um
tema corriqueiro como sempre acontecia. O apito de trem se fez presente
anunciando ter o comboio a passar. Duas moças alegres e de esmerado traje de
domingo seguiam por onde transitavam e
sorriam sem tréguas como se fosse aquele recanto a maior maravilha do mundo. O
homem do arroz doce passava a oferecer a sua bem feita mercadoria para qualquer
um. Uma mulher em casa próxima gritava para o garoto:
Mulher:
--- Menino!!!
– foi o grito ouvido.
E na sala
continuava em silencio de pé e de forma patética o doutor Euripedes a fazer com
as suas mãos um toque comum com os seus dedos. E dona Cecí falava com altivez
em direção à sua filha e se introduziu no recinto alegando;
Cecí:
--- Levanta
dessa cama e vai lá fora conversar com o rapaz! E deixa o menino aqui! Eu levo!
– agarrou o menino a sair do quarto
A moça ficou
mais uns segundos e com pouco tempo tentou sair do quarto quando ouviu sua mãe
colérica a falar.
Cecí:
--- Chega! Vai
embora! Ora! Não digo mesmo! – falou embrutecida a mulher.
E a moça deu
os seus primeiros e inseguros passos de cabeça abaixada a olhar acanhada com
seus meigos olhos de azul celeste e vendo o médico a se postar como se nada
acontecesse. A face de Euripedes era tão engraça de fazer medo a qualquer
mortal. E em um ímpeto Nara saiu a correr e se agarrar segura ao seu indeciso
noivo ou namorada coisa que ninguém sabia ao certo a declarar. A virgem pôs sua
face como a estar embebida no busto do rapaz e alí mesmo encheu-se de lágrimas.
Com ternura e todo afeto Eurípedes acolheu em seus braços a sua eterna amada. E
o tempo se foi para os longos caminhos da incerteza finda. As plenas nuvens do
acaso vibravam com toda carícia e seguro afago. Os afetuosos e coloquiais
pássaros da juventude gorjeavam um acenar diverso dos habituais. Tudo era afeto
e verdadeiro amor.
Nara;
--- Por que
você fez diferente? – a virgem indagou
magoada e falado em sussurro.
Eurípedes;
--- Eu? Mas eu
só perguntei se você me aceitaria casar! – respondeu com ternura o rapaz.
Nara:
--- Mas não era
para perguntar daquele jeito! – falou a virgem ainda em choro.
Eurípedes:
--- E tem
jeito diferente de pedir a tua mão? – sorriu calmo o rapaz.
Nara:
--- Tem. Não
sei como. Mas tem. – falou chorosa a virgem.
Ao meio dia já
em sua casa o senhor Sisenando contou tudo ao reportar quando colheu de modo
primordial no Mercado da Cidade. Retrocedendo um pouco: ao retornar de sua
viagem ao Mercado, Sisenando trouxe uma bolsa com frutas, verduras e uma perna
de vaca. Essa questão gerou uma bruta discussão com a sua mulher. Isso porque
dona Cecí tinha preparado o almoço e abatido galinhas para todos, inclusive o
médico Eurípedes. Quando Sisenando retornou da caminhada vinha todo sorridente
com sua perna de vaca. Ele entrou pela porta da frente e deu um bom dia ao
medico e passou à frente cheio de graças mostrando a perna tirada da sacola. A
mulher do cidadão ao ver todo aquele pacote foi de encontro a Sisenando:
Ceci:
--- Você pensa
que tem criada nessa casa?! – falou embrutecida a mulher, com as mãos nas ancas
e os olhos esbugalhados.
O homem a
sorrir foi dizendo à sua mulher:
Sisenando:
--- Perna de
vaca! –mostrando a mulher com a porção na mão e os seus olhos brilhando mais
riso na face.
Cecí.
--- Pois não
trato! Matei duas frangas e tem bastante comer até demais! – discutiu bastante
brava a mulher.
Sisenando:
--- Ora! O que
eu faço com a minha perninha? – indagou o homem sem saber mais de nada com sua
perna desembrulhada.
Cecí;
--- Jogue no
lixo! – esbravejou a mulher.
E o homem
ficou sem qualquer ação apenas conduzindo a perna de vaca em sua mão em direção
à sua patroa. Dona Cecí, falando crueldade aos montes seguiu para a cozinha da
casa nem se importando com perna ou outra coisa qualquer a estar naquele
instante jogada na mesa ou mesmo a segurar o esposo. O coitado do velho senhor
nada sabia o que fazer e se virou em um instante para um lado e estava naquele
local o berço com a criança. Então, o velho prosseguiu em sua missão a levantar
ainda a perna de vaca e ficou a olhar para o início do corredor da casa onde
estavam Nara e o seu então namorado, o médico Eurípedes. Com uma cara de bobo,
Sisenando, com a mão estendida para o alto e nela a perna de vaca olhou para
ambos sem nada falar. Apenas e ficar como um bobo. E Nara, no seu lugar a estar
com o seu pretendente noivo olhava para o seu pai com um riso declarado na face.
Aquele quadro patético e lastimoso estava a continuar por alguns meros segundos
e ninguém nada oferecia a dizer. Apenas Nara, seu noivo Eurípedes e velho
ficaram a escutar coisa alguma. Foi nesse total instante, a sorrir do nada ter
Nara se ajeitado toda e a sair na carreira para se encontrar com o seu pai, ele
apenas confuso com sua cara estranha. A sorrir delirante a virgem chegou ao
destino e pediu a mão de vaca para tratar.
Nara;
--- Me dê a
mão, meu pai! É para tratar? Então pronto! – falou a moça a sorrir.
Dona Cecí se
voltou depressa e logo estava com as partes das galinhas em suas mãos tendo de
imediato falado ter ela mesmo a cuidar da perna e puxou depressa aquela parte
tão desejada de comer deixando as partes das galinhas em cima da mesa. E
reprovou então a sua filha.
Cecí:
--- Ora! Me dá
isso pra cá! Vai cuidar do seu namorado! Tu tens mais o que fazer! – falou
abusada a mulher com seu andar como quem cambaleia.
E a moça, sem
noção, declarou em instante como se tudo ou nada ocorresse. Nara se mostrou
disposta a tratar mesmo da mão ou perna da vaca. E segurou firme aquela parte
do animal abatido e querer ela mesmo de tratar. Por sua vez a sua mãe se dispôs
em não deixar, pois a moça tinha algo mais importante a declarar naquela hora.
E dona Cecí falou seria:
Ceci:
--- Vai cuidar
do teu namorado! E você, velho! Tens de declarar se aceita ou não o namoro dos
dois! – falou brava a mulher.
Sisenando com
as mãos bastante sujas de tanto pegar nas patas da vaca passou a se limpar nele
mesmo, enxugando-se nas calças. E nesse ponto indagou mais preocupado:
Sisenando:
--- Quem? Eu?
E Eurípedes está ai? – perguntou preocupado o velho.
E se virou
para ver ao longe na sala de entrada a figura de Eurípedes. O rapaz parecia
tranquilo e nada falou a espera de alguma questão. Ele apenas olhou para o
piano a estar encostado à parede da sala. Sorriu um pouco e acenou com a mão
levada a testa mostrando a seu Sisenando estar naquele local. O velho viu
Eurípedes e não compreendeu do rapaz estar naquele lugar, pois quando Sisenando
entrou em sua casa, ele não notou presença de alguém. No momento, o velho olhou
para a sua filha como a perguntar se os dois estavam na sala quando ele
adentrou a casa, mas não formulou pergunta. O velho apenas se dirigiu à sala
com seus braços abertos para saudar o doutor e saber das novidades. Nara, sua
filha, veio logo atrás. A mãe de Nara ficou na porta do corredor a dar para a
sala de jantar, com suas mãos nas ancas e a vista perdida no horizonte da casa,
À chegada de seu Sisenando à sala de visitas foi a perguntar sem nada mais:
Sisenando:
--- Olá meu
caro jovem. Como vai você? Nunca mais tinha te visto! – falou o velho ao moço.
Nara:
--- Meu pai.
Tem algo de Euripedes que ele quer saber! – falou pouco assustada a moça.
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