terça-feira, 26 de março de 2013

"NARA" - 28 -

- Kristen Stewart -
- 28 -
NOS TRILHOS
E  o rapaz ficou sozinho na sala de vistas a contemplar o passado como a indagar o que ele teria feito de errado. O sol encandecia na rua em frente da moradia e meninos a saltitar, a brincar de um tema corriqueiro como sempre acontecia. O apito de trem se fez presente anunciando ter o comboio a passar. Duas moças alegres e de esmerado traje de domingo  seguiam por onde transitavam e sorriam sem tréguas como se fosse aquele recanto a maior maravilha do mundo. O homem do arroz doce passava a oferecer a sua bem feita mercadoria para qualquer um. Uma mulher em casa próxima gritava para o garoto:
Mulher:
--- Menino!!! – foi o grito ouvido.
E na sala continuava em silencio de pé e de forma patética o doutor Euripedes a fazer com as suas mãos um toque comum com os seus dedos. E dona Cecí falava com altivez em direção à sua filha e se introduziu no recinto alegando;
Cecí:
--- Levanta dessa cama e vai lá fora conversar com o rapaz! E deixa o menino aqui! Eu levo! – agarrou o menino a sair do quarto
A moça ficou mais uns segundos e com pouco tempo tentou sair do quarto quando ouviu sua mãe colérica a falar.
Cecí:
--- Chega! Vai embora! Ora! Não digo mesmo! – falou embrutecida a mulher.
E a moça deu os seus primeiros e inseguros passos de cabeça abaixada a olhar acanhada com seus meigos olhos de azul celeste e vendo o médico a se postar como se nada acontecesse. A face de Euripedes era tão engraça de fazer medo a qualquer mortal. E em um ímpeto Nara saiu a correr e se agarrar segura ao seu indeciso noivo ou namorada coisa que ninguém sabia ao certo a declarar. A virgem pôs sua face como a estar embebida no busto do rapaz e alí mesmo encheu-se de lágrimas. Com ternura e todo afeto Eurípedes acolheu em seus braços a sua eterna amada. E o tempo se foi para os longos caminhos da incerteza finda. As plenas nuvens do acaso vibravam com toda carícia e seguro afago. Os afetuosos e coloquiais pássaros da juventude gorjeavam um acenar diverso dos habituais. Tudo era afeto e verdadeiro amor.
Nara;
--- Por que você fez diferente? –  a virgem indagou magoada e falado em sussurro.
Eurípedes;
--- Eu? Mas eu só perguntei se você me aceitaria casar! – respondeu com ternura o rapaz.
Nara:
--- Mas não era para perguntar daquele jeito! – falou a virgem ainda em choro.
Eurípedes:
--- E tem jeito diferente de pedir a tua mão? – sorriu calmo o rapaz.
Nara:
--- Tem. Não sei como. Mas tem. – falou chorosa a virgem.
Ao meio dia já em sua casa o senhor Sisenando contou tudo ao reportar quando colheu de modo primordial no Mercado da Cidade. Retrocedendo um pouco: ao retornar de sua viagem ao Mercado, Sisenando trouxe uma bolsa com frutas, verduras e uma perna de vaca. Essa questão gerou uma bruta discussão com a sua mulher. Isso porque dona Cecí tinha preparado o almoço e abatido galinhas para todos, inclusive o médico Eurípedes. Quando Sisenando retornou da caminhada vinha todo sorridente com sua perna de vaca. Ele entrou pela porta da frente e deu um bom dia ao medico e passou à frente cheio de graças mostrando a perna tirada da sacola. A mulher do cidadão ao ver todo aquele pacote foi de encontro a Sisenando:
Ceci:
--- Você pensa que tem criada nessa casa?! – falou embrutecida a mulher, com as mãos nas ancas e os olhos esbugalhados.
O homem a sorrir foi dizendo à sua mulher:
Sisenando:
--- Perna de vaca! –mostrando a mulher com a porção na mão e os seus olhos brilhando mais riso na face.
Cecí.
--- Pois não trato! Matei duas frangas e tem bastante comer até demais! – discutiu bastante brava a mulher.
Sisenando:
--- Ora! O que eu faço com a minha perninha? – indagou o homem sem saber mais de nada com sua perna desembrulhada.
Cecí;
--- Jogue no lixo! – esbravejou a mulher.
E o homem ficou sem qualquer ação apenas conduzindo a perna de vaca em sua mão em direção à sua patroa. Dona Cecí, falando crueldade aos montes seguiu para a cozinha da casa nem se importando com perna ou outra coisa qualquer a estar naquele instante jogada na mesa ou mesmo a segurar o esposo. O coitado do velho senhor nada sabia o que fazer e se virou em um instante para um lado e estava naquele local o berço com a criança. Então, o velho prosseguiu em sua missão a levantar ainda a perna de vaca e ficou a olhar para o início do corredor da casa onde estavam Nara e o seu então namorado, o médico Eurípedes. Com uma cara de bobo, Sisenando, com a mão estendida para o alto e nela a perna de vaca olhou para ambos sem nada falar. Apenas e ficar como um bobo. E Nara, no seu lugar a estar com o seu pretendente noivo olhava para o seu pai com um riso declarado na face. Aquele quadro patético e lastimoso estava a continuar por alguns meros segundos e ninguém nada oferecia a dizer. Apenas Nara, seu noivo Eurípedes e velho ficaram a escutar coisa alguma. Foi nesse total instante, a sorrir do nada ter Nara se ajeitado toda e a sair na carreira para se encontrar com o seu pai, ele apenas confuso com sua cara estranha. A sorrir delirante a virgem chegou ao destino e pediu a mão de vaca para tratar.
Nara;
--- Me dê a mão, meu pai! É para tratar? Então pronto! – falou a moça a sorrir.
Dona Cecí se voltou depressa e logo estava com as partes das galinhas em suas mãos tendo de imediato falado ter ela mesmo a cuidar da perna e puxou depressa aquela parte tão desejada de comer deixando as partes das galinhas em cima da mesa. E reprovou então a sua filha.
Cecí:
--- Ora! Me dá isso pra cá! Vai cuidar do seu namorado! Tu tens mais o que fazer! – falou abusada a mulher com seu andar como quem cambaleia.
E a moça, sem noção, declarou em instante como se tudo ou nada ocorresse. Nara se mostrou disposta a tratar mesmo da mão ou perna da vaca. E segurou firme aquela parte do animal abatido e querer ela mesmo de tratar. Por sua vez a sua mãe se dispôs em não deixar, pois a moça tinha algo mais importante a declarar naquela hora. E dona Cecí falou seria:
Ceci:
--- Vai cuidar do teu namorado! E você, velho! Tens de declarar se aceita ou não o namoro dos dois! – falou brava a mulher.
Sisenando com as mãos bastante sujas de tanto pegar nas patas da vaca passou a se limpar nele mesmo, enxugando-se nas calças. E nesse ponto indagou mais preocupado:
Sisenando:
--- Quem? Eu? E Eurípedes está ai? – perguntou preocupado o velho.
E se virou para ver ao longe na sala de entrada a figura de Eurípedes. O rapaz parecia tranquilo e nada falou a espera de alguma questão. Ele apenas olhou para o piano a estar encostado à parede da sala. Sorriu um pouco e acenou com a mão levada a testa mostrando a seu Sisenando estar naquele local. O velho viu Eurípedes e não compreendeu do rapaz estar naquele lugar, pois quando Sisenando entrou em sua casa, ele não notou presença de alguém. No momento, o velho olhou para a sua filha como a perguntar se os dois estavam na sala quando ele adentrou a casa, mas não formulou pergunta. O velho apenas se dirigiu à sala com seus braços abertos para saudar o doutor e saber das novidades. Nara, sua filha, veio logo atrás. A mãe de Nara ficou na porta do corredor a dar para a sala de jantar, com suas mãos nas ancas e a vista perdida no horizonte da casa, À chegada de seu Sisenando à sala de visitas foi a perguntar  sem nada mais:
Sisenando:
--- Olá meu caro jovem. Como vai você? Nunca mais tinha te visto! – falou o velho ao moço.
Nara:
--- Meu pai. Tem algo de Euripedes que ele quer saber! – falou pouco assustada a moça.

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