sábado, 10 de março de 2012

ACASO - 52 -

- Jennifer Connolly
- 52 -
O REPOUSO
No dia seguinte, o garoto Joel estava paciente, encostado na cadeira estofada do birô do seu ai com as mãos postas para trás de sua cabeça e as pernas esticadas para cima da escrivaninha a sonhar com o seu futuro um pouco distante. O radio estava e divulgar mensagens publicitarias na sintonia da emissora onde seu pai trabalhava e o garoto, talvez a ouvir as tais mensagens, mas em uma atitude de garoto a sorrir com o tempo do momento. A sua mãe Isaura Calassa estava a preparar o almoço na cozinha da casa e nada mais importava a Joel. Ele, naquele dia, não fora a aula pela reprimenda que levou de sua professora no dia passado. A jovem moça ficou irada com a atitude de Joel e mando o garoto se retirar da sala. O garoto levou o caso muito a sério e, por isso, não foi à aula nesse dia, ficando em sua casa. A sua mãe perguntou afinal:
Isaura:
--- Não tem escola hoje? – indagou dona Isaura logo cedo da manhã.
E o garoto respondeu que sim. Porém teve discussão com a professora e essa o colocou para fora da classe. E a mulher, com surpresa, averiguou um pouco mais:
Isaura:
--- Pôs pra fora é? E você o que respondeu a mestra? – perguntou inquieta dona Isaura.
Joel:
--- Foi só uma questão de História. Ela respondeu braba e não sabia dizer coisa alguma. É um caso antigo acontecido há 13 mil anos. Ela falou não ter nascido nesse tempo. E eu disse que ela estudasse mais. – respondeu o garoto a sua mãe.
Isaura:
--- Menino. Isso é grave! Pois se eu fosse a professora tinha posto você de castigo. Pois basta! Ora uma coisa dessas! – rebateu Isaura a todo custo.
Joel:
--- Mas é história, mãezinha! Ela deve saber! E não me expulsar da Escola. Ela é burra mesmo! – discutiu o garoto com a sua mãe.
Isaura:
--- Deixa teu pai saber disso! Deixa teu pai saber! – relatou a mulher um tanto malcriada a enxugar os pratos para por à mesa.
Joel:
--- Eu já disse a meu pai. E ele achou foi graça! – destacou o garoto sem muita importância ao sucedido.
Já estava o relógio cuco batendo as 11,30 quando alguém bateu a porta da casa de Joel. De dentro a mulher procurar ver quem estava a bater. E olhou para um homem sem reconhecer, pois lhe parecia o homem da prestação. E ela foi logo a rezingar.
Isaura:
--- Diabos de prestação. Já vou indo! – disse a mulher para o homem no portão do muro.
O homem esperou. E Joel, que estava sentado na cadeira estofada da escrivaninha, continuou sentado sem nada a reclamar.              A mulher passou por ele foi ter de perto com o tal homem da prestação. Mas o homem não era bem o da prestação. Para melhor dizer, era o homem da sineta, o valho Josino. Ele foi indagar porque o garoto não tinha ido a aula naquele dia.
Josino.
--- Bom dia senhora! Eu sou do Grupo onde seu filho estuda. E a professora mandou saber o que ele tem que faltou a aula! – comentou o velho Josino a dona Isaura.
Com essa teima a conversa mudou de tom. E dona Isaura quis saber do garoto a verdade. Por isso a mulher chamou o seu filho para ir até ao portão.   E depois de chamar por três vezes, dona Isaura foi até a porta buscar o garoto.
Isaura:
--- Você não está ouvindo, não? Vem cá dizer para o homem do teu descanso hoje! Vem! Segueta! – falou brava a mãe de Joel da porta onde estava.
E o garoto se levantou do estofado bem devagar como não querendo ir a parte alguma, e chegou até a porta da sala. Dali mesmo perguntou a sua mãe.
Joel:
--- O que é que está havendo? É esmola? – perguntou meio desaforado o garoto.
E dona Isaura respondeu sem ter sossego.
Isaura:
--- É esmola, é! É esmola! Não estas vendo que é o homem do Grupo seu entrevado? Parece um entrevado! Dorme que só bêia! Ele quer saber por que tu não foste à aula, seu peste! – respondeu malcriada dona Isaura arrochando a orelha do garoto.
E o menino sentiu a dor forte do muxicão da orelha ao ser dado por sua mãe. E falou:
Joel:
--- Arra mãe! Assim dói! Eu já não disse a senhora? A professora me expulsou do Grupo. Por isso eu não tenho que voltar.
O homem estava com os pés queimando na areia fofa e disse a mãe do menino ter havido um equivoco da professora. E o menino não precisava temer, pois a Escola estava aberta para ele.
Josino:
--- Menino! Você não precisa guardar raiva, pois o Grupo está aberto para o senhor. Pode voltar a assistir aula amanhã. Aqui pra nós: a professora levou um carão danado da diretora. – falou baixo seu Josino prendendo um largo sorriso com a mão na boca.
A mãe do menor repreendeu o garoto afirmando ter ele no dia seguinte a participação na aula.
Isaura:
--- Nem que seja a muque! – repreendeu dona Isaura fervendo de raiva para o menor.
***
No dia seguinte Joel estava todo arrumado para assistir a aula. No meio dos colegas, cada um com o seu passatempo a discutir as figurinhas das artistas de cinema ou as partidas de futebol, ele e Elizabete esperavam a tocar a sineta para poderem entrar no Grupo Escolar. Alguém dizia a lamentar a longa espera de cinco minutos:
Aluno:
--- É um Calvário! – relatava um menor entre muitos pela espera insidiosa.
Outros gritavam como se estivesse em pânico:
Estudantes:
--- Essas eu tenho! – gritavam os estudantes ao verem a figurinha da artista de cinema apontada por outro colecionador.
Em cinco minutos a sineta tocou e todos entraram em seguida. Apenas uns três alunos ainda caminhavam da bodega de seu Ferrer apontando serem aquelas figuras aquelas bem novas.
O seu Josino marchava para o setor de aulas a caminhar com uma perna defeituosa e o monte de garotos e garotas a infernizar o ambiente com seus alaridos estridentes com a história das figurinhas de artistas. Os dois colegas – Joel e Elizabete – conversavam a miúde. A mocinha a perguntar pela falta do colega ou namorado no dia passado.
Elizabete:
--- Por que tu não vieste ontem? – indagou preocupada a linda menina.
Joel:
--- A professora me expulsou da classe! Você não viu? Ora! Ela vai se vê comigo, hoje. Eu tenho umas perguntas que até Deus divida! – respondeu Joel a sua colega e namorada.
Elizabete:
--- Conta pra mim qual pergunta! – esfregou as mãos uma na outra a aluna.



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário