quinta-feira, 15 de março de 2012

OS QUATRO CAVALEIROS - 02 -

- UMA BELA MULHER -
- 02 -
A AÇÃO
Bancas do centro do bar por certo eram poucas para a façanha dos pistoleiros do comandante  Satanás. A ordem dava foi para se vascular por fora a quem estava a atirar. Essa ordem foi cumprida pelos dois pistoleiros, Renovato Chulé e seu comparsa Antero Foguetão. Satanás fez sinal apenas com sua arma de fogo um Colt 45. O homem fez um arrodeio com a arma por cima da sua cabeça e os bandidos entenderam muito bem. A ação de procura se deu por conta dos bandoleiros Renovato Chulé e Antero Foguetão. Estes não usava arma de fogo. E por isso mesmo o líder da tropa lhe passou um segundo Colt 45. O bandoleiro fez ver a arma e saiu às escondidas pela porta de trás onde havia o depósito de cereais e bebidas em companhia do seu comparsa, o bandoleiro Renovato Chulé. De dentro do salão do bar o primeiro quadrilheiro Otelo Satanás acertou em cheio o outro salteador do rifle. Ouviu-se um berro e o bandido se soergueu do porto onde estava e caiu na frente do armazém onde se escondera. Foi um baque surdo e abafado do facínora. Outro celerado veio em sua proteção a deflagrar rápidos tiros contra o bando de Satanás. Esse se esquivou fechando à última porta do bar para maior segurança. Mesmo assim o tiroteio continuava de um lado e do outro sem meios de cessar. Pelo visto, eram seis ou mais pistoleiros a sacar as suas armas sem medo de errar. Quatro foram mortos. Mesmo assim ainda restava alguém para matar ou morrer.  Satanás ouviu um grito de dor, mas não ouve tiro algum. Esse contou:
Satanás:
--- Cinco! – disse o bandoleiro.
O seu lugar tenente, Júlio Vento, recarregava a sua arma e nem fez ouvido para Satanás. Apenas procurou o celerado de cima do telhado da casa em frente e fez mira. E acerto no homem. Esse caiu bem perto do outro bandido. Um tropel se ouviu. Um cavalo em disparada. O relinchar dos outros animais se fez presente.  Alguém de cima do telhado mirou sem sucesso acertar no bandido a fugir. Era o bandoleiro Renovato Chulé. Algum tempo se passou para Satanás dizer:
Satanás:
--- Tudo acabou. – relatou Otelo Satanás.
Os quatro homens se juntara a caminharam atentos para fora da Vila da Lagoa julgando está todos protegidos. E nesse momento, de trás de um pé de pau alguém fez fogo contra o grupo de homens bem armados. A bala passou zunindo a cabeça de Júlio Vento. Em revide Antero Foguetão usou da arma emprestava do comandante Satanás. Ninguém sabia dizer se foi um tiro certeiro ou não. O certo foi um galho de pau a cair e acertar em cheio a cabeça do celerado. Ao sentir a pancada do galho da sua cabeça o homem se disse:
Celerado:
--- Ui. – e desmaiou sem mais nem menos.
Os bandoleiros correram até o local da chacina e viram de perto o homem caído sob um monte de galhos. Júlio Vento procurou acertar em cheio na cara do marginal, porém foi suspenso pelo seu comandante Satanás.
Satanás:
--- Deixa ele vivo. O coronel é quem dita à ordem. – falou grosso Satanás.
O lugar tenente do bando suspendeu o bandido e fez montar em seu cavalo amarrado por trás de onde o homem estava e marchou sem pressa para a fazenda “Guandu”, sede de onde imperava o coronel Marcolino Godinho. Eram 09,00 horas da noite e chegava a parecer um dia, pois a lua do céu era a iluminar como um farol noturno. Lua Nova. Poucas nuvens. Estrelas a brilhar ofuscadas pelo esplendor da noite clara. Raposas em plena luz noturna a atravessar correndo o caminho dos viandantes notívagos e serenos.  Em outra vez a coruja piava como um agouro por ter a luz da lua. Um chafurdar intenso na mata: era a onça pintada com um guaxinim. Os quatro homens e seu prisioneiro não ligaram para tal feito. O caminhar era longo para se assumir a extensa distancia. Júlio Vento batia com a mão em seu pescoço: era para espantar os mosquitos noturnos. Uma cusparada de fumo. Renovato Chulé expeliu forte para um lado. E nada se havia de dizer quanto faltava para chegar à Fazenda Guandu, terra de muitos andantes ao redor dos anos. Antero Foguetão olhava para a lua como se nunca a tivesse visto no céu límpido e vazio. Mesmo assim, ele só olhava a lua e nada mais. O prisioneiro da matança de Vila da Lagoa conservava-se calado temendo a sua sorte. Dentro de si um só pensamento: a fuga. Era tempo de se esperar. Satanás era homem valente. Para o prisioneiro não valia a pena tentar fugir naquele instante. Ele estava no meio dos quatros viajantes. Qualquer um matava a sangue frio. Desde ter sido feito prisioneiro, o jagunço estranhava nenhum dos quatro ter inquirido seu nome. Ele era como uma peça morta no jogo de damas ou mesmo no baralho. Com tais pensares o jagunço, atordoado da pancada na cabeça, seguia calado entre os demais bandoleiros. Uma serpente a cruzar caminho fez o cavalo de Satanás se soerguer nas patas dianteiras e a relinchar bem alto como se estivesse amedrontado. O seu montador fez apenas:
Satanás:
--- Heia! – fez o montador.
E o cavalo se aquietou. A serpente se perdeu na mata à esquerda da tropa. Os demais companheiros nada interrogaram o porquê da razão do homem. Por si só eles deduziam não ser preciso matar a serpente. E pegaram o caminho como já estavam a fazer desde muito tempo quando se organizou o grupo de violentos assassinos sanguinários. Os quatro faziam parte de uma época onde imperava no País um coronelismo muito mais arraigado, de modo especial no nordeste do Brasil. Sempre eles estavam a caminhar, de sol a sol no intento de alguma empreitada. Assim era a vida do bandoleiro. Homem rude, traço forte, vingador a qualquer preço. Falava pouco e ouvia muito esse quadrilheiro.
Ao cabo das dez horas da noite os quadrilheiros chegaram a Fazenda Guandu. Para se chegar à casa grande ainda era preciso percorrer longa distancia. Parado em frente à porteira, Satanás falou para um moço. Esse estava escondido por entre o matagal. Mas ao notar a presença de estranhos engatilhou sua carabina e despejou o vocabulário entre os capangas o mais notado pelos andantes do sertão bravio;
Moço:
--- Quem vem lá? – perguntou o jagunço ainda moço, quase um garoto.
Satanás ouviu o dito e respondeu para o jagunço.
Satanás:
--- É de paz. Vim entregar um presente para o coronel Godinho.
O cangaceiro um tanto desconfiado ainda disse:
Moço:
--- Entregue as armas. Depois o senhor recebe tudo.
Satanás não tinha dúvidas ter ali um jagunço brabo e valente. E com isso ele entregou suas armas e em seguida fez sinal para os demais entregarem também. Sem armas os bandoleiros se sentiram nus. Mas essa era a ordem dada pelo coronel Godinho.
Godinho:
--- Ninguém de fora entra armado nessas terras! – havia dito certa vez o coronel.
Não precisava dizer: “Se não morre”. Pois o jagunço já estava, a saber, do dito. Os bandoleiros já estavam sabedores do dito e então entregaram as armas. Menos um: Antero Foguetão. Esse caminhava sem arma de fogo. Mesmo assim, o jagunço desconfiou. E perguntou a seguir:
Moço:
--- E o senhor anda sem armas? – indagou o jagunço com poucos modos.
E Satanás deu o recado a Foguetão:
Satanás:
--- Dê a tua arma a ele! – e fez sorriso breve.
Foguetão tirou seu punhal de dentro de um pequeno saco pregado às costas por baixo da camisa e passou com ele a mostrar a lâmina. O jagunço muito astuto deu outra ordem ao dono do punhal.
Moço:
--- De outro jeito é melhor. – declarou o jagunço não pegando a arma como estava sendo ofertada.
Foguetão sorriu e virou a arma ao contrario e entregou ao jagunço. Esse pegou com a devida segurança e ainda indagou ao mandante da turma:
Moço:
Qual é o presente para o coronel? – indagou o jagunço.
Satanás sorriu e respondeu.
Satanás:
--- Se tem curiosidade é só seguir. – disse Satanás e olhou de modo torto para o prisioneiro feito no decorrer da estrada.
O jagunço apeou o seu cavalo e seguiu com a tropa a deixar na porteira outro jagunço. Esse estava escondido por trás de um pé de pau viçoso de cedro. E não disse nada ao jagunço principal. Para ter segurança o jagunço foi depois da turma.
Após dez minutos de cavalgada leve o bandoleiro ou pistoleiro de aluguel Otelo Gonçalves Dias conhecido por Otelo Satanás chegou a soleira da casa grande onde esperava o Coronel Marcolino Godinho – José Marcolino Godinho era o seu nome. Após os cumprimentos e a apresentação dos outros três pistoleiros, Otelo Satanás fez ver ao coronel Godinho ter tido  uma recepção “calorosa” e graças ao combate da turma ele levou vantagem. Agora o coronel respondesse quem era o tal jagunço a estar diante do coronel.
Godinho:
--- Esse é da turma do criador Severino Policarpo. Mate-o! - respondeu o coronel Godinho
Satanás respondeu de imediato:
Satanás:
--- É bem melhor solta-lo para ele dizer qual fama ele tem. Não paga o pato matar um cangaceiro desse tipo. – falou sorrindo Satanás matador de aluguel.
Godinho:
--- Faça o que quiser. Eu não me meto em assuntos de bandidos dessa laia. – falou brabo o coronel e entro para o interior da casa.
Ao final dessa discussão, Godinho chamou Otelo Satanás para sentar em uma cadeira de seu escritório e o por lá os dois conversaram sobre a empreitada a qual teria de ser feita. Foi conversa demorada e longa com os acertos pera um lado e para outro. De inicio era bom ficar atento para se acercar de onde devia ser o tira-teima.
Godinho:
--- Não precisa ser amanhã. Vamos deixar a ferida adormecer. – fez ver Godinho ao pistoleiro.
As armas foram entregues aos pistoleiros e os quatros foram dormir no celeiro dos cavalos onde dormiam os capangas chamados pelo Coronel Godinho quando tinha serviço a cumprir. Por precaução, Satanás passou a dormir sem ninguém saber em outro local. Era prudente sair do celeiro, pois ele era esperto demais para servir de cobaia a outro pistoleiro. Portanto, acendeu o fogo próximo do ser acompanhante Renovato Alvarenga, o Chulé, e depois saiu de mansinho para dormir em outro canto do celeiro. Chulé foi quem não gostou nem um pouco de ver o fogo nos seus pés. E respondeu a Satanás.
Chulé;
--- Tá com vontade de assar peru? – indagou Chulé a Otelo Satanás.



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