- Gloria Swanson -
- 18 -
APARIÇÃO
Em um dia
de sexta feira da semana seguinte, dona Dulce acordou pela madrugada e notou a
lâmpada da sala acesa. Como Dulce havia desligado a lâmpada então imaginou ser
Toré a estar na sala para fazer qualquer
coisa. Ela chamou o filho e esse não respondeu. Outra vez o chamou, e nada de
resposta. A mulher se levantou da cama, com cuidado, calçando as suas chinelas
em baixo da cama, reunindo sua mantilha a cobrir os seus ombros e seguiu ao
quarto do filho, bem devagar. Então pode ver o casal a dormir e então voltou a
sala para apagar a lâmpada acesa. Com certeza o filho acordou pela madrugada e
acendeu a luz, verificou os seus petrechos e voltou para o quarto. Dulce pensou
desse jeito. Mas, a chegar à sala, Dulce se espantou com o visto. Em uma
cadeira onde punha os tecidos para costurar, ali estava sentada uma menina de
seus doze anos. Ela olhou por mais tempo e notou uma filha sua que morrera
quanto completara doze anos. A sua filha sorriu para a sua mãe e não falou coisa
alguma. A mulher, tomada de espanto, gritou o nome do filho Toré:
Dulce:
--- Toré!
Toré! Acuda-me! – gritou Dulce Pontes e a seguir desmaiou.
O filhou
acordou sobressaltado a imaginar a voz de sua mãe e em seguida chamou por ela.
Toré:
--- Mãe!
Mãe! A senhora me chamou? Mãe! - gritou mais alto o rapaz.
No igual
momento Otilia, mulher de Toré, acordou e indagou algo a comentar:
Otilia:
--- Toré!
Pra onde vai? – indagou Otilia tão de repente.
Toré:
--- Minha
mão parece me chamar. – correu para o quarto pegado com o seu.
Otilia de
imediato acompanhou o marido e foi em busca de informação.
Otilia:
--- Que
foi? Que foi? – indagou espantada a mulher de Toré.
Esse saiu
do quarto, pois nada de sua mãe estava no recinto. Ele rumou em direção à sala
de entrada onde estava a lâmpada acesa. O que o homem viu tomou-lhe de espanto.
A sua mãe prostrada sem sentido em um divã ali existente. Ele olhou em torno e
nada pode ver. Segurou o pulso de Dulce e gritou alarmado.
Toré:
--- Mãe!
O que a senhora tem? – gritou com alarme o rapaz.
Otilia
correu com pressa e pediu para ouvir o seu coração se estava a bater. A mulher
demorou por alguns segundos e declarou ao final:
Otilia:
--- Está
viva, sim. É chamar alguém! – comentou Otilia a se referir a outra filha da
mulher.
Toré olhou
com agonia o declarado por Otilia. E pensou um pouco:
Toré:
--- Tem
álcool? – perguntou agoniado o rapaz;
Otilia:
--- Lá
dentro! – informou as pressas Otilia.
Toré:
--- Vou
buscar! – deu a ver o rapaz.
Otilia:
---
Espere. Eu vou. É bom chamar Luiza! – disse Otilia aperreada.
Toré:
--- Não
posso agora. Traga o álcool! – reclamou amedrontado o rapaz.
Otilia:
--- Vou
já! Vou já! – respondeu com pressa a mulher.
Nesse
mesmo instante a vizinha bateu à porta a procura de saber o havido, pois ouvira
a gritaria de Toré pedido ajuda a dona Dulce. A mulher disse isso após entrar
na sala. Quem abriu a porta foi a própria Otilia e logo voltou para a cozinha
numa correria desenfreada. Ela procurava a garrafa de álcool com toda a presa e
nem observou a menina que estava na sala de jantar. Foi preciso de alguns
segundos para olhar para trás e ver a menina de doze anos a apontar a garrafa
de álcool em cima da mesa. Ela pensou se tratar de alguém da casa vizinha e ao
mesmo tempo não deu a maior importância. A menina trajava vestido branco e
comprido pelo o que Otilia pode observar de relance. De posse do vidro correu
para a sala de visita e esfregou álcool no pulso de Dulce. A mulher continuava
sem sentidos. Otilia pediu para Toré ir à casa de sua irmã. O homem não sabia o
que fazer.
Otilia:
---
Depressa! Vá embora! – reclama a sua mulher. A vizinha procurava despertar dona
Dulce de qualquer forma.
Outras
pessoas chegaram à casa de dona Dulce. A casa se encheu de gente, por assim
dizer. O homem parecendo ser enfermeiro chegou às pressas e pediu licença. Ele
tomou o pulso de dona Dulce e recomendou levar com urgência ao pronto-socorro.
Otilia:
--- Levar
em que? – perguntou sem sossego a mulher.
Enfermeiro:
--- Eu
tenho um carro. Pode-se levar com urgência. Eu posso aplicar uma injeção de
coração. Mas é forma paliativa. O que ela se alimentou essa noite? – indagou o
enfermeiro.
Otilia:
--- Ela
comeu macaxeira! – falou desassossegada a mulher.
Enfermeiro:
--- Vou
buscar o carro em pouco tempo. Depois de aplicar a injeção! – disse o homem.
Nesse
instante chegou à casa a filha da mulher. Desesperada como que, Luiza reclamava
por socorro e abraçou a mãe de uma só vez. O seu marido veio logo a seguir.
Otavio indagou a Toré se a mulher passava bem. O rapaz confirmou que sim.
Otavio:
--- É bom
levar ao pronto socorro. – recomendou o outro genro de Dulce.
O
enfermeiro já estava com o seu carro estacionado na frente da casa. Ele entrou
e observou o estado de torpor da mulher.
Enfermeiro:
--- Não
reage. Vamos levar para o Hospital. Imediatamente! – falou com pressa o
enfermeiro
Toré:
--- Agora
assim? – indagou aperreado o seu filho.
Enfermeiro:
--- Logo!
Não tem jeito! Ela não reage! Vamos! – reclamou o enfermeiro.
Em alguns
instantes a mulher dava entrada no pronto socorro para ter o atendimento
devido. O médico de plantão observou a paciente quase morta e orientou colocar
a mesma em um balão de oxigênio até poder internar de vez dona Dulce. O filho
Toré e a sua mulher mais a outra filha Luiza ficaram no salão a espera de
alguma noticia. O enfermeiro entrou com pressa acompanhado a doente. Josino era
o enfermeiro do socorro de dona Dulce. Ele trabalhava no hospital. Naquela
madrugada era sua folga. Mesmo assim, voltou ao serviço para acompanhar aquela
paciente. Luiza não se conformava. E dizia:
Luiza:
--- Minha
mãe! Minha mãezinha! – chorava a mulher ao colo de Otilia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário