domingo, 17 de junho de 2012

ISABEL - 18 -

- Gloria Swanson -
- 18 -
APARIÇÃO
Em um dia de sexta feira da semana seguinte, dona Dulce acordou pela madrugada e notou a lâmpada da sala acesa. Como Dulce havia desligado a lâmpada então imaginou ser Toré  a estar na sala para fazer qualquer coisa. Ela chamou o filho e esse não respondeu. Outra vez o chamou, e nada de resposta. A mulher se levantou da cama, com cuidado, calçando as suas chinelas em baixo da cama, reunindo sua mantilha a cobrir os seus ombros e seguiu ao quarto do filho, bem devagar. Então pode ver o casal a dormir e então voltou a sala para apagar a lâmpada acesa. Com certeza o filho acordou pela madrugada e acendeu a luz, verificou os seus petrechos e voltou para o quarto. Dulce pensou desse jeito. Mas, a chegar à sala, Dulce se espantou com o visto. Em uma cadeira onde punha os tecidos para costurar, ali estava sentada uma menina de seus doze anos. Ela olhou por mais tempo e notou uma filha sua que morrera quanto completara doze anos. A sua filha sorriu para a sua mãe e não falou coisa alguma. A mulher, tomada de espanto, gritou o nome do filho Toré:
Dulce:
--- Toré! Toré! Acuda-me! – gritou Dulce Pontes e a seguir desmaiou.
O filhou acordou sobressaltado a imaginar a voz de sua mãe e em seguida chamou por ela.
Toré:
--- Mãe! Mãe! A senhora me chamou? Mãe! - gritou mais alto o rapaz.
No igual momento Otilia, mulher de Toré, acordou e indagou algo a comentar:
Otilia:
--- Toré! Pra onde vai? – indagou Otilia tão de repente.
Toré:
--- Minha mão parece me chamar. – correu para o quarto pegado com o seu.
Otilia de imediato acompanhou o marido e foi em busca de informação.
Otilia:
--- Que foi? Que foi? – indagou espantada a mulher de Toré.
Esse saiu do quarto, pois nada de sua mãe estava no recinto. Ele rumou em direção à sala de entrada onde estava a lâmpada acesa. O que o homem viu tomou-lhe de espanto. A sua mãe prostrada sem sentido em um divã ali existente. Ele olhou em torno e nada pode ver. Segurou o pulso de Dulce e gritou alarmado.
Toré:
--- Mãe! O que a senhora tem? – gritou com alarme o rapaz.
Otilia correu com pressa e pediu para ouvir o seu coração se estava a bater. A mulher demorou por alguns segundos e declarou ao final:
Otilia:
--- Está viva, sim. É chamar alguém! – comentou Otilia a se referir a outra filha da mulher.
Toré olhou com agonia o declarado por Otilia. E pensou um pouco:
Toré:
--- Tem álcool? – perguntou agoniado o rapaz;
Otilia:
--- Lá dentro! – informou as pressas Otilia.
Toré:
--- Vou buscar! – deu a ver o rapaz.
Otilia:
--- Espere. Eu vou. É bom chamar Luiza! – disse Otilia aperreada.
Toré:
--- Não posso agora. Traga o álcool! – reclamou amedrontado o rapaz.
Otilia:
--- Vou já! Vou já! – respondeu com pressa a mulher.
Nesse mesmo instante a vizinha bateu à porta a procura de saber o havido, pois ouvira a gritaria de Toré pedido ajuda a dona Dulce. A mulher disse isso após entrar na sala. Quem abriu a porta foi a própria Otilia e logo voltou para a cozinha numa correria desenfreada. Ela procurava a garrafa de álcool com toda a presa e nem observou a menina que estava na sala de jantar. Foi preciso de alguns segundos para olhar para trás e ver a menina de doze anos a apontar a garrafa de álcool em cima da mesa. Ela pensou se tratar de alguém da casa vizinha e ao mesmo tempo não deu a maior importância. A menina trajava vestido branco e comprido pelo o que Otilia pode observar de relance. De posse do vidro correu para a sala de visita e esfregou álcool no pulso de Dulce. A mulher continuava sem sentidos. Otilia pediu para Toré ir à casa de sua irmã. O homem não sabia o que fazer.
Otilia:
--- Depressa! Vá embora! – reclama a sua mulher. A vizinha procurava despertar dona Dulce de qualquer forma.
Outras pessoas chegaram à casa de dona Dulce. A casa se encheu de gente, por assim dizer. O homem parecendo ser enfermeiro chegou às pressas e pediu licença. Ele tomou o pulso de dona Dulce e recomendou levar com urgência ao pronto-socorro.
Otilia:
--- Levar em que? – perguntou sem sossego a mulher.
Enfermeiro:
--- Eu tenho um carro. Pode-se levar com urgência. Eu posso aplicar uma injeção de coração. Mas é forma paliativa. O que ela se alimentou essa noite? – indagou o enfermeiro.
Otilia:
--- Ela comeu macaxeira! – falou desassossegada a mulher.
Enfermeiro:
--- Vou buscar o carro em pouco tempo. Depois de aplicar a injeção! – disse o homem.
Nesse instante chegou à casa a filha da mulher. Desesperada como que, Luiza reclamava por socorro e abraçou a mãe de uma só vez. O seu marido veio logo a seguir. Otavio indagou a Toré se a mulher passava bem. O rapaz confirmou que sim.
Otavio:
--- É bom levar ao pronto socorro. – recomendou o outro genro de Dulce.
O enfermeiro já estava com o seu carro estacionado na frente da casa. Ele entrou e observou o estado de torpor da mulher.
Enfermeiro:
--- Não reage. Vamos levar para o Hospital. Imediatamente! – falou com pressa o enfermeiro
Toré:
--- Agora assim? – indagou aperreado o seu filho.
Enfermeiro:
--- Logo! Não tem jeito! Ela não reage! Vamos! – reclamou o enfermeiro.
Em alguns instantes a mulher dava entrada no pronto socorro para ter o atendimento devido. O médico de plantão observou a paciente quase morta e orientou colocar a mesma em um balão de oxigênio até poder internar de vez dona Dulce. O filho Toré e a sua mulher mais a outra filha Luiza ficaram no salão a espera de alguma noticia. O enfermeiro entrou com pressa acompanhado a doente. Josino era o enfermeiro do socorro de dona Dulce. Ele trabalhava no hospital. Naquela madrugada era sua folga. Mesmo assim, voltou ao serviço para acompanhar aquela paciente. Luiza não se conformava. E dizia:
Luiza:
--- Minha mãe! Minha mãezinha! – chorava a mulher ao colo de Otilia.

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