terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

"NARA" - 08 -

- Nicole Kidman -
- 08 -
FESTIVAL
O rapaz – médico – sorriu pela decisão de Nara e resolver se entrosar com o grupo. Os rapazes e moças estavam com toda certeza destinados a participar do Festival da Juventude a ter lugar também em Natal. Dos seis ou oito  iniciais participantes pelo menos Nara estava acertada em ter de participar. Com boas notícias iniciais o rapaz ficou de voltar à casa de Nara as primeiras horas da noite daquele dia para poder levar Nara e, possivelmente, o seu filho, o pequeno Neto como passou a ser chamado o menino Sisenando. Entre outros assuntos Eurípedes teceu comentário sobre o Festival e os ensaios da garagem da casa de Fred. Apesar de ser apertada, a garagem serviria de algum modo para a turma ensaiar. No vai e vem da conversa, Nara indagou se alguém pusera nome no grupo. Eurípedes relatou não saber ao certo. E perguntou;
Eurípedes:
--- Você alguma ideia? – perguntou sem muita precisão.
Nara:
--- Não. ... A não ser um nome simples. Que tal “Garagem”? – sorriu relutante a moça.
O rapaz ficou a meditar se o nome era propício. E demorou um pouco até perguntar;
Eurípedes:
--- Garagem? – indagou o moço com cara duvidosa.
Nara:
--- Foi uma ideia. Afinal é onde estamos a ensaiar. Não é em uma garagem? Então? – falou sorrindo a moça.
Eurípedes:
--- Sim. Nesse ponto você tem razão. Vamos ouvir os outros. De momento eu também fico com o termo “Garagem”. – sorriu o homem.
E a conversa prosseguiu até quase às onze horas da manhã quanto Eurípedes pediu para sair e Nara o convidou para ficar,  pois sua mãe  já estava a preparar o almoço. Nesse tempo, a moça já estava com seu filho no colo afagando e pondo a mamadeira para o garoto com leite lacto uma vez ser o bebê de tenra idade. Eurípedes ficou a olhar o jeito daquela mãe a cuidar do seu filho de modo tão deleitoso.  Um caso típico. Havia mães a adotar filhos “dos outros”, mesmo assim, Eurípedes jamais teve a oportunidade de ver uma simples moça tão jovem a cuidar de um pimpolho  como seu. A moça não tinha leite e por isso dava leite de mamadeira. O rapaz ainda olhou terno para a criança pensando em um dia ser pai com o mesmo afago.
Pouco antes do meio dia, chegou o senhor Sisenando com uma verdadeira “feira” nos braços para por em cima da mesa. Ele cumprimentou o rapaz e  indagou de quem se tratava. Nara respondeu ser o Doutor Eurípedes, médico. O pai quase se lembrou da figura. Mesmo assim achou por bem indagar:
Sisenando:
--- O  senhor é o mesmo do carnaval? – indagou com pressa o homem.
Eurípedes sorriu e observou seu o seu disfarço não mágico, pois estava sendo reconhecido até mesmo pelo pai de Nara. E resolveu o assunto.
Eurípedes:
--- Sim. Sou a mesma pessoa. – sorriu o homem.
Nesse momento Sisenando sentiu um puxar em suas calças e, de repente, olhou e viu ser de Nara fazendo silencio para o homem evitar chamar o rapaz pelo apelido “Baiacu”.  O velho entendeu e sorriu. Nessa mesma ocasião relatou um assunto vindo do rádio. Era de um meteorito caído numa região da Rússia, atingido seis ou mais cidade, provocando mortes e feridos em cerca de mil pessoas.
Sisenando:
--- Houve pânico geral entre a população.  Um rastro de fumaça foi visto no Céu. Bolas de fogo foram lançadas a Terra. As pessoas estão em desespero. – relatou o velho todo suado por conta do calor do meio dia.
Nara;
--- O senhor ouviu a notícia? – indagou meio confusa com a situação dos feridos e mortos.
Sisenando:
--- Sim. Estava sendo divulgado há instantes. – falou o homem a despejar o conteúdo do saco.
Eurípedes calou por instantes e ficou pensando no Hospital onde trabalhava. O assunto era por menos questionável. Afinal ocorreu numa região distante, em outro país. Por Natal não tinha algo nesse sentido. Ele ouvira falar de um meteorito a se aproximar da Terra para um dia qualquer desses dias. Talvez fosse esse o caso. Sem se ligar muito ao assunto, Eurípedes deu menos importância ao fato. Apenas pensou em um amigo ter se lançado numa aventura e morar na URSS – A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – depois de longa espera. Desde  um certo tempo ele não escrevia para seus parentes, pois não tinha “disposição” para tal. A União Soviética era a chamada Cortina de Ferro. Chegava-se noticia da China, no extremo oriente um país “trancado” e, pois isso mesmo chamado “Cortina de Bambu”. No Brasil não havia nenhuma repressão àqueles jovens dispostos da entrar na Cortina de Ferro. Mesmo assim, quem fosse para a União Soviética era visto como “aventureiro” e a política norte americana fazia pressão para que o Brasil não permitisse brasileiro a entrar nesse país muito “distante”. A Cortina de Ferro foi implantada nos anos vinte. A II Guerra Mundial facilitou mais o ingresso de estrangeiros no império russo. Contudo, após o final da Guerra, o Governo da União Soviética teve de reestruturar para sair de um melancólico final e as pequenas nações do Império Soviético implantaram a mesma política do governo central de Moscou.
Às sete horas da noite Eurípedes estacionou o carro em frente a casa de Nara. Ela já estava em pé na porta com os braços em forma de asas fincando cada lado do corpo. O jovem entrou na sala com o seu sorriso de sempre e logo notou um presente posto ao lado, porém ainda fechado. A moça estava braba com o moço e foi logo a perguntar:
Nara:
--- Quem mandou? - e balançando o pé mostrava o piano ao seu lado.
Eurípedes:
--- Primeiro: boa noite. E então? Esse é bom? – sorriu o homem a cumprimentar o pai de Nara.
Nara:
--- Você não respondeu! – falou a moça pouco brava.
Eurípedes:
--- Ora. Não foi nada. Você disse ter aprendido tocar piano e eu adquiri um e mandei para você continuar os estudos. – respondeu o rapaz a sorrir.
Sisenando:
--- Esse piano é de uma marca excelente. Um Fritz Dobbert. Eu fiz estudos em um piano desses quando era pequeno. – falou o pai de Nara sem se levantar de onde estava.
Eurípedes:
--- Isso. Na minha casa temos um piano desses. Ele é uma maravilha. Espero ser esse também.  – sorriu o homem esfregando as mãos.
A moça calou e olhou para o seu pai a dizer:
Nara:
--- Até o senhor? – perguntou a moça de forma brava.
Sisenando:
--- E o que é que tem? Todo mundo tem piano em sua casa. Quase, quis dizer. Eu até toco alguma coisa sem me lembrar de tudo. – sorriu o homem encostando o jornal já lido.
Nara:
--- Quer dizer que eu estou entre dois maestros? – falou brava a moça.
Sisenando:
--- Ora minha filha. É só um presente. E se não quiser me dê. – sorriu o velho.

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