- Natalie Wood -
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DESATENTO
Por motivo alheio ao seu saber, o
rapaz voltou e disse não ter ideia de qual seria o nome. Mesmo assim, ainda
aventou em falar nomes como “Marechal do Ritmo” ou mesmo “Grupo Sabiá”. O caso
foi à votação. E continuou a prevalecer o nome de “Garagem” vitorioso por um
voto. Nara então sorriu por dentro de si e relatou ter posto o nome por motivo
da turma está ensaiando em uma garagem. Na verdade, ela defendeu o estilo do
grupo em ser Sabiá, pois era uma ave muito querida e de um catar doce. Se houvesse desacordo Nara retiraria o nome
de “Garagem”. E a turma se esquivou de votar por ter número pequeno para tal. E
se seguiu em outras conversas como quanto eram os cantores. E então se deu a
confusão. Cada qual que quisesse ser cantor. E a hora foi passando sem ninguém
chegar a uma definição. E tudo acabou sem qualquer definição definitiva.
Na volta para casa, Nara resolveu
abrir mais para o seu amigo Eurípedes e relatou não ser a intenção resolver a
questão de uma vez por todas. Contudo, a questão ser a de todos falava e não se
entendia. Desse modo muita gente a falar e nada a resolver. Nara tinha a
intenção de se fazer um grupo formado por três ou quatro componentes e nada
mais. Esses eram os que fariam o grupo. E tinha mais:
Nara:
--- Não se falou em diretoria.
Quem manda ou não. Isso faz a questão importante. Alguém tem que presidir.
Outro o de secretariar e um de tomar conta dos lucros e prejuízos. O grupo deve
ser formado por três ou quatro pessoas não dependente de ser um componente de
tal diretoria. – falou com certeza a moça.
Eurípedes:
--- Você tem razão. Ninguém
pensou em tal caso. – falou o amigo de Nara.
A noite corria serena. Eram dez
horas. O Bonde estacionou no ponto inicial e por uns instantes os passageiros
tardios ocupavam seus bancos. Porém o motorneiro avisou está o Bonde sendo
recolhido à estação do Baldo. E quem subiu tornou a descer, pois nada se podia
fazer. O carro seguiu para à rua de Nara onde pouca gente andava a perambular.
O carro entrou por uma esquina da rua e logo à frente parou. Euripedes notou um
grupo de homens todos de preto vindos a conversar assuntos alheios a rapaz.
Nara vislumbrou seu pai e saltou do carro a levar seu violão. Eurípedes ainda
voltou a dizer sobre a próxima reunião. Ela ouviu e caminhou para a sua casa.
Uma janela da casa em frente se abriu para alguém ver quem estava a chegar
aquela hora tardia da noite. Em seguida, uma mulher robusta se trancou fechando
da janela.
Dona Ceci dormia com a cabeça
caída sobre o braço direito e o menino estava acordado fazendo um grunhido como
de alguém ou criança pronta para sujar o pano vestido. Nara olhou para o neném
e procurou ver se ele estava enxuto e notou os grunhidos feitos não era nada
menos do que sujar a frauda. Quando Nara pegou o menino a sua mãe acordou quase
sobressaltada indagou as horas. No mesmo instante entra na sala o velho
Sisenando um pouco “eufórico” e fala para o pequeno:
Sisenando:
--- Ele está sujo? – perguntou o
homem ligeiramente alcoolizado.
Nara:
--- Está. Vai agora para o banho.
– reclamou a mãe do bebê saindo com pressa da sala de jantar para o seu quarto.
O pai ficou atônito com a zanga
de sua filha e não sabia por qual motivo. Meio alcoolizado ele indagou de sua
esposa qual foi à causa de tanto aborrecimento. A mulher disse não saber e se
possível Ceci acharia melhor ir para o seu quarto, pois era tarde e ela era
preciso dormir. E se levantou da cadeira e foi saindo. Sisenando nada se
importou e deu de ombros. Ele foi então para o banheiro onde tomaria uma ducha de água fria a qualquer
preço.
Naquela noite/madrugada, o sonho
atroz perturbou a mente de Nara. Ela sonhava está no Mercado da Cidade e
observou vagas mercadorias expostas. Tudo no Mercado era ruim. Os locais eram
poucos. Uma mulher pedia uma sopa de lagartixa. A moça ficou desnorteada com
tanto abuso da mulher faminta. E com o passar das horas Nara viu um local de
vender coisas velhas. Ela temeu. Mais outros locais, tudo de quinquilharias.
Eram quinquilharias miúdas. E mais: todos os que passavam sempre olhavam para as
velharias. Para Nara, aquilo não era tão velho assim, em seu sonho. O homem do
jogo do bicho conferia os seus pules para ver se tinha acertado em algumas
apostas feitas. Outro chegava ao seu lado e oferecia um bilhete de um
automóvel. Teve alguém a lhe oferecer frutas, todas verdes. Mesmo assim, Nara
não desejava ver mais. Na saída do Mercado ela notou uma mulher a atravessar a
rua para pegar o Bonde. E nessa angústia, o sonho terminou.
Foi uma náusea constante feita
pelo sonho na mente de Nara naquela madrugada. A moça acordou sobressaltada e
no restante da manhã o sonho não saía de seu pensamento. Às vezes sentia
vontade de chorar. Angustia pesada por ela sofrida. Remorso e vontade de sumir.
Um caso de paranoia e delírio. Foi assim ter Nara pensado do amargo sonho da
madrugada. Em um instante, ela verificou
como estava a dormir o seu filho amado. Parecia um boneco de porcelana no jeito
como dormia. Nara se impressionou com o bebê e observou terna como um garoto
podia dormir tão repousado assim. E o tempo passou rápido quando Nara olhou
para o seu relógio de cabeceira e viu já às cinco horas da manhã. A moça saiu
para esquentar a água no fogão da cozinha. Dona Ceci acabara de chegar e olhou
o céu vendo nuvens pesadas dando a impressão de chuva a qualquer instante. A
mulher recolheu seus braços em forma cruzada e suspendeu os ombros.
Ceci;
--- Vai chover. – relatou a
mulher se voltando para a cozinha.
Nara nada respondeu. Ela estava a
acender o fogão como sempre fazia. Riscou quase uma caixa inteira de fósforos
com o seu desespero de não acende por causa do tempo frio a estar a fazer. O menino acordou. Nara ouviu a sua
forma de chamar alguém. Era um ronronado. Ela ouvira muito bem. E de imediato a
moça largou a chaleira ainda sem acender o fogão e foi buscar a criança. A sua
mãe se encarregou de acender o fogo e por a chaleira. O marido de Ceci entrou
no gabinete sanitário sem dizer nada. Pássaros gorjeavam nas árvores do
quintal. As nuvens se acercaram. O tempo mudou. A chuva cai de repente. A
passarada silenciou. As biqueiras começaram a jorrar. Um homem gritou na rua:
Homem:
--- Chuva! – gritou um homem.
O homem de entregar pão apenas
bateu à porta da casa e chamou por quem estava:
--- Olha o pão! – gritou o
padeiro.
Mais tarde, depois das oito horas
da manhã Nara ainda pensado no sonho da madrugada estava ensaiando em seu
violão e balançando o neném Neto no seu berço. Ela acompanha o sono da criança
embalando o berço amarrado por uma tira indo do pé de Nara à pequena cama. As
músicas cantadas por Nara tinham um acorde leve e embalava mais a criança. A chuva era insistente com as biqueiras
jorrando água aos borbotões. O homem do leite chegou bem atrasado e fez a
entrega. Ele estava apressado e todo encharcado de lama. Por seu lado, Nara se
preocupou. Foi dona Ceci quem recebeu o leite. Ela recebeu e entrou para a sala
de jantar. O toque do violão lembrou a Nara os acordes de um piano. Ela não
sabia por que. Apenas olhou para o móvel ao lado. Era o piano modelo vertical.
Esse tomava menos espaço que o piano de cauda. Tal piano, sendo de cauda
precisaria de um espaço maior. A observar o móvel Nara fez um leve sorriso. Mas
fechou a cara em seguida.
Nara;
--- Bruto! Ignorante! Que está
pensando? – foi o que refletiu a moça.
Em tal momento ela notou a
insistente chuva a cair copiosa. Então Nara se levantou e, na carreira, sacou
de um lençol o qual cobria a sua cama e, de imediato, voltou fazendo daquele
pano uma coberta para o piano temendo a chuva a cair e um respingo manchar a
pintura do piano. Na rua, a enxurrada corria franca pela calçada formando uma
lagoa a todo custo. A rua era início de uma descida e Nara viu as outras casas
com suas portas e janelas fechadas. O
frio imenso açoitava o tempo. Meninos
desaforados corriam pela rua a tomar banho de chuva. Um entregador de compras
passou com o balaio na cabeça, cambaleando por conta da pesada encomenda. O
carro coletor de detrito vinha devagar, batendo a sineta e a buzinar constante
advertindo aos constantes o carro do lixo. A meninada nem se importava com tal
caso. Todos a gritar ensaiavam uma dança no meio da rua. Era o mundo todo a cair
tão de repente por conta do temporal insistente. A terra escureceu de luto dado
a tempestade arrasadora. Uma mulher moradora em uma casa quase em frente
chamava seu filho de volta, pois o menino tinha a intenção de cair na borrasca.
Um homem veio assustado do baixio e a gritar.
Homem;
--- Cuidado!!!
A ponte do riacho do Baldo caiu!!! Cuidado!!! – gritava o home em desespero
O caminhão
coletor nesse momento parou. O motorista quis saber do que estava a acontecer.
E o homem apenas dizia para não seguir, pois
a ponte do Baldo caiu por conta da
tempestade abatida.
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