domingo, 4 de agosto de 2013

"DEUS" - 28 -

- ALMOÇO -
- 28 -
VIAGEM
O Sacerdote Ótaka convidou a todos para uma lauta refeição após a decisão dos Governos da Terra em permitindo a chegada dos Sumérios ao seu habitat natural, criado há vários milênios pelos próprios homens sumerianos. O Sacerdote não se esquecia em falar dos “infernos” de fogo por os Sumérios atravessados quando eles estiveram na Terra pela vez primeira a quinhentos mil anos quando tudo nesse local precisava de toda a sorte de engenharia sumeriana. Foi um trabalho gigantesco com a ajuda dos Anunnakis os homens que vieram do Céu e por isso mesmo a gente da Terra, uns poucos habitantes, chamavam-nos de “deuses”. Não havia progresso nenhum como água encanada ou coisa assim. Os Anunnakis procuravam fazer dos poucos seres encontrados uma família maior de homens e mulheres. Queriam eles reduzir em tamanho o povo aqui encontrado. Se conseguissem reduzir os aborígenes já era um passo de gigante. Para tanto, os Anunnakis começaram a fecundar as mulheres e fazer com os homens o mesmo principio para que pudessem fazer o mesmo. Foram muitos anos a se fazer homens e mulheres da forma mais parecida com os Sumérios. Um dia então, eles vibraram com a capacidade de se fazer o gênero humano. O homem Adamo estava fabricado em uma experiência exemplar de colher os seres então pacíficos.
Ótaka.
--- Para melhor vós o conhecerdes temos uma vasta história a contar. E nós podemos iniciar com o primeiro ser que os terráqueos intitularam de “deus”. Seu nome era Enki caracterizado com a ave, a cabra e as correntes de água. Enki entre nosso povo era o “deus” das águas doces. A água tinha um significado também relacionado com o conhecimento ou a sabedoria. Por esse motivo Enki era também conhecido coo o deus do conhecimento e da sabedoria, portador dos segredos da vida e da morte. Eu peço a Sacerdotisa Maja Magda para contar mais um pouco da história. Prossiga! –
A Sacerdotisa sorriu. Logo após se compenetrou e falou com o Monge, o Noviço e o restante do pessoal sumério em volta à mesa do almoço.
Sacerdotisa:
--- Com imenso prazer senhor Sacerdote. Bem, falo para os visitantes. Enki é o filho primogênito de Anu com uma concubina chamada Ninki que significa “Senhora da Terra”. Ela era filha de Alalu onde este se tornou pai de Enki por matrimônio. Ninki teve filhos com Enki, dos quais se destacam Marduk antes de Nabucodonosor. A descendência genealógica de Enki narrada em tábuas de argila pelas antigas civilizações começa a se tornar desconhecida após a queda do antigo império Babilônico. Mas Enki continuou a ser relatado e renomeado como Deus da Suméria. O nome Enki significa “Senhor da Terra” em referencia ao vosso planeta Terra. A civilização suméria criou os doze signos do zodíaco. Enki foi ele que iniciou a extração de pedras e minerais das águas, com exclusividade do ouro. Uma tábua de argila Suméria descreve tais fatos. Enki, após trabalhar duro na construção de Eridú que em Sumério significa ”lar distante”, passou a descansar no sétimo dia, um claro paralelo encontrado na Bíblia, onde o sétimo dia de descanso do grupo de 50 heróis também deveria ser o dia de festejo e recordações de seus feitos. Após esse tempo, Anu envia Enlil, meio irmão de Enki para governar a cidade de Ki. Enlil fundou a cidade de Eridú e em conjunto com sua meia irmã Ninmah e seu filho Ningishzidda participou do momento da criação do homem usando o seu próprio sangue – hoje chamado DNA – na concepção. Nesse tempo houve o diluvio e uma grande Arca foi construída a qual se introduziu partes da sua gente. Essa Arca foi conduzida por Ziusudra. Esse nome foi modificado por outros homens. O Genesis escrito séculos depois intitulou o homem como Noé. É claro que foram usurpadas as escrituras do nosso povo.  Alguma dúvida? – indagou a Sacerdotisa. E olhou para os dois convidados.
E o Monge ficou calado. Em um momento apenas disse:
Monge:
--- Não. Prossiga. – falou o monge com os braços cruzados.
A mesa estava posta com diversos tipos de assados, inclusive o peru que agradou demais ao noviço. Ele olhava constantemente para a ave então assada. Mas não se atrevia a tocá-la. E dessa forma apenas a olhar o peru ficou atento o noviço acompanhou a fala da Sacerdotisa.
Sacerdotisa:
---  Um dos símbolos de Enki também era a serpente devido a sua participação na criação de Adamu entrelaçando as duas essências, dos Deuses e dos homens. Por este motivo existe há quem defenda que este Deus seria também a serpente do Éden por um ato deliberado cometido contra uma de suas próprias criações onde nasce Adapa, a Eva por assim dizer. Segundo os Sumérios é a partir de Adapa e não de Adamu que nasce K-in e Aba-el que eram irmãos gêmeos. O (Caim de Abel na bíblia). Enlil era deus (dingir) sumério do Ar, senhor das tempestades e outras manifestações naturais ligadas à atmosfera como o raio e o trovão. – e a Sacerdotisa olhou para o Monge. Nada a falar, ela continuou – Era, a cima de tudo, considerado o conector entre o Céu e a Terra, sendo o responsável pelo distanciamento entre os mesmos. Era também o senhor dos ventos e do ar. Segundo os mitos, assim que apareceu se colocou entre seu pai Anu (o Céu) e sua mãe Antu-Ki (a Terra), distanciando-os para sempre. Tal evento provocou um coito interrompido e uma má gestação que ocasionou no nascimento de deuses híbridos, os Utukku. – a Sacerdotisa parou e olhou para o Monge, mas nada perguntou. E resolveu continuar a ler os escritos de sua Bíblia – Livro Sagrado -.
Sacerdotisa:
--- Os mitos principais de Enlil estão relacionados com as disputas com os meio-irmãos Enki e Ereshikigal, o casamento com Ninlil. Quando Enlil ainda era um deus jovem, se apaixonou por Ninlil. Mas antes a violentou antes mesmo do casamento. Ninlil foi até a presença dos grandes Anunnakis e pediu justiça. Os 12 grandes deuses decidiram pela morte de Enlil. Então ele foi expulso de Dilmun (a casa dos deuses) para habitar com Ereshkigal em Kur-Nu-Gia “A Terra do Não Retorno”. Porém Ninlil o amava e decidiu seguí-lo até o submundo. A chegar diante dos três primeiros portões do reino de Ereshkigal, encontrou com seus guardiões, que na verdade eram disfarces de Enlil. Sob esses disfarces, Enlil convenceu Ninlil de que só poderia passar se lhe concedesse favores amorosos. Ninlil logo percebeu quem era e assim o fez, sendo fecundada e gerando Ashnan, Ninazu, Nergal, Ninurta e Nanna. Durante o período em que esteve nos domínios de Ereshkigal, teve de se submeter a ela para retornar ao reino dos vivos e assim gerou com ela Namtar, o vizir da rainha infernal. A tradução do seu nome em sumério dá precisamente “Senhor dos Ventos”. Era particularmente venerado na cidade de Nippur e tinha um caráter nacional em toda a Suméria. – falou a Sacerdotisa ao Monge e ao olhar o noviço. Como se nada apresentou a mulher continuou.
Sacerdotisa:
--- De resto, durante um período anterior há 60.000 anos antes de Cristo, Nippur tornou-se um centro político muito importante. Inscrições obtidas das placas sumerianas escritas em cuneiformes mostram que Enlil era o líder de um extenso o populoso panteão de deuses e deusas. Essas inscrições referem-se a ele como o Rei das Terras, Rei dos Céus e da Terra ou Pai dos Deuses. O Pavilhão em Nippur tinha o nome de Ekur, ou seja, “A Casa da Montanha”. Existe inclusive  quem queira associar esse templo à Torre de Babel, uma vez que esta sugere uma construção enorme semelhante a uma montanha. Enlil fazia parte dos Anunnakis – aqueles que do céu a terra vieram -. A Terra estava sob o comando de Enki, que teria sido o primeiro da família dos Anunnakis a chegar a este lugar. Enlil criou o Jardim do Éden e o homem. Enki aperfeiçoou o Homem. A Bíblia usurpada refere em Gênesis: ”Façamos o homem à NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhança”. Isto é: “DEUSES”. Embora os Sumérios tiverem criado um tipo de paralelo entre Enlil e Elói existe diferenças básicas e cruciais entre um pensamento hebreu e sumério acerca de tal coisa. Todo o Tanak – a Bíblia Judaica – dedica-se ao conceito de que Deus não tem forma e não pode ter uma representação física ou qualquer tipo de característica humana ou animal, diferente da forma de adoração e interpretação de Enlil, onde as imagens e personificações eram tidas como atributos reais sempre foram interpretados pelos eruditos judeus que os versículos do Tanak que admitiam características a Deus, como “bom” ou “forte” ou “poderoso”, são metáforas feitas para que o ser humano tivesse capacidade de entender em suas limitações, tanto que a tradição judaica explica que a Torá (Pentateuco) possui quatro níveis de interpretação, indo do mais raso ao mais profundo. Nós podemos dizer que temas bíblicos como “Adão e Eva”, “Dilúvio”, podem ser tomados como metáforas, e não eventos reais, inclusive a explicação judaica para Adão e Eva consiste em que tal metáfora é um mapa da mente humana, e não um fato real. Na verdade, Adamu é a “humanidade”. Eva é “a vida”. Não pode haver um sem a outra. – finalizou sua explicação a Sacerdotisa.
O Monge estava atônito com tais explicações. Duvidar era impossível. Acreditar em um só Deus era uma questão de fé. Ele poria dúvida na palavra da Sacerdotisa. E para esfriar completo a refeição seria bem melhor comê-la a uma só vez a saborosa carne do peru o qual deixava transparecer a sua delícia. E à ordem de Ótaka, o Monge alargou a saborear como um glutão as coxas receadas da ave. E em seguida fez o mesmo o “frangote” Euclides de Astúrias estudante do noviciado. E todos os mais degustavam com prazer a comentar os feitos heroicos dos sumérios na Terra do Sol. Alguns perguntava o por que do dilúvio. A resposta vinha a qualquer modo:
Comandante:
--- Chuvas torrenciais! – falava sem sossego o comandante enquanto degustava a carne de porco.
Após o almoço, a Sacerdotisa Magda procurou falar com seu rebelde aluno se ele estava disposto a conhecer o multiverso e observar de perto aquilo que dizia haver, na verdade. O noviço, angustiado, não sabia o que falar. E apena perguntou:
Noviço:
--- É longe? – indagou cismado.
Sacerdotisa:
--- Nem um pouco. Logo depois do Sol! Vamos? – indagou com um olhar bem aceso para o noviço.
O rapaz manteve-se quieto por alguns momentos para ouvir o Monge Ambrósio se estaria de acordo:
Monge:
--- Você está louco? Vai se meter numa aventura desse tipo? – esbravejou o monge.
E o rapaz ficou em um impasse terrível. A coçar a sua cabeça e fazer a cara feia como desgosto, nada pode falar se podia ir ou não. Uma coceira das partes de baixo deixou o noviço mais intranquilo. Seria melhor desistir ou deixar para outra vez, com certeza. No entanto o sonho de conhecer o ser de outro Universo era inquietante. O noviço conhecer um buraco negro era uma aventura sem igual. Viajar pelo tempo sem fim à procura de mais vidas e, talvez ele mesmo, seria uma fantástica viagem ao mundo distante e tão perto de se alcançar.

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