quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"DEUS" - 43 -

- AS BRUXAS -
- 43 -
AS BRUXAS
O inverno parecia rigoroso naquele tempo. O gado voltou todo ao curral do Mosteiro, salvo alguns que morreram. Cabras, ovelhas e o gado em si. Era o alimento fatal dos Monges. As arvores já não davam frutos necessários ao consumo. Na adega sobrava o vinho, licores e alguns vidros feitos com essências naturais. O trovejar vinha acompanhado de relâmpagos cortantes a toda hora do dia e da noite. Havia notícias de cheias do rio coberto de gelo, embaixo da Serra. Gente moradora em fazendas abandonou suas casas a procura de locais mais seguros. Esse pessoal residia nos locais mais remotos do vilarejo. Falta de recursos tornava o Mosteiro um ambiente morto. Os víveres eram guardados em toneis de madeira carvalho onde havia maio segurança. O vinho também era armazenado em toneis. O Mosteiro era um imenso lugar existente há de trezentos anos. O local de maior preciosidade era o seu Observatório. Assim mesmo, as tormentas invernais empalideciam suas buscas no firmamento. Os monges escribas se enfurnavam na Biblioteca com seus estojos de tintas e canetas como era o seu habito costumeiro há dezenas de anos. Visitantes: esses nem pensar, pois a íngreme subida da serra não dava acesso a nenhum caminhante. Árvores tombadas na passagem era o aspecto único e desolador da congregação dos Monges. O local era bem mais conhecido como o fantasma da Serra por seu aspecto sinistro e desconfortável durante as ocorridas tormentas invernais. Por esses tempos os Monges se recolhiam à capela da Igreja, um local mais aconchegante dentre outros e então oravam como era o costume de todos. O Abade Euclides mantinha-se reservado nos seus aposentos frequentando quase sempre a adega particular então ali existente onde se punha ao calor do vinho a ingerir de quando em quanto um cálice do vermute. Essa era a rotina de todos os dias no Monastério, salvo quando os Monges tinham que assistir a Santa Missa. Após o ato litúrgico o Prior corria para os seus aposentos onde então se recolhia com as pernas esticadas e passava a ler algum compêndio perdido após fazer os seus despachos de costume.
E dessa vez, o Abade, com suas vestes vermelhas por cima de belos cortes de tecido grosso a lhe cobrir todo o corpo para enfrentar o tenebroso frio das manhãs e tardes costumava a ler tão devagar. E então  ele estava com as mãos em um famoso manual antigo dedicado a se matar as bruxas. Era esse o destino de quem fazia rituais de cunho sobrenatural. Era na verdade, um reino de terror. Por trás, histórias de loucuras, fraudes e escândalos. Uma conspiração secreta de adoradores do demônio. Era essa a atração fatal do Martelo das Bruxas. Duzentas e cinquenta e seis páginas de um denso texto em latim escrito em 1486. É, sem dúvida, a enciclopédia e o manual escolhido como o mais abrangente já criado para provar que as Bruxas são reais. E que devem ser mortas.  Não por acaso, as ideias do livro chegaram ao Novo Mundo. Além da perseguição, o Martelo havia ajudado a enviar cerca de sessenta mil vítimas à morte. O Martelo não inventou a caça as bruxas. A maior caçada a elas na Europa aconteceu mais de um século antes do surgimento do livro. E outros religiosos já haviam escrito textos condenando as bruxas. Mesmo assim, até hoje, mais de meio mil anos depois nenhum outro livro sobre bruxaria e mais conhecido, mais lido e mais debatido do que o “Martelo das Bruxas”.  A caça as bruxas do século XVI e inicio do século XVII foi motivo foi motivada pelas ideias intelectuais, popularizadas pelo medo. O Martelo passou por várias versões. Foi lido por inúmeras pessoas. E aqueles que tinham dúvidas em relação à bruxaria passaram a acreditar.
Agora, uma equipe de peritos internacionais, tradutores e estudiosos do mundo medieval estão investigando, examinando edições originais e cópias detalhadas em dois continentes, descobrindo documentos raros e seguindo as evidencias por que o Martelo das Bruxas era tão poderoso. As evidencias começam a surgir mais de 500 anos atrás com um dos mais famosos caçadores de bruxas dessa história. Um homem considerado desvairado. Até louco. 1485, Innsbruck, Áustria. Quarenta e oito mulheres e dois homens são acusados de praticar magia nociva: BRUXARIA. O suposto crime é amaldiçoar amantes adúlteros, usando encantamentos e poções para causar doença e morte. Uma mulher é a principal acusada. Em seu julgamento, um inquisidor de passagem assumiu o comando e dá início a um escândalo. Ele a questiona sobre atos sexuais executados sobre influência diabólica e afirma que a promiscuidade sexual é o portal para seus poderes mágicos. Um advogado enviado por um Bispo local acusa o inquisidor de conduta inadequada e ilegal e exige que todas as acusações sejam retiradas. O inquisidor então deixa a cidade após o fracasso de seu julgamento no Tribunal. Ele é chamado de “Institucionalistas”, famoso inquisidor e seria o autor de o “Martelo das Bruxas”. 1486. Após o fracasso no julgamento de Innsbruck, Heinrich Kraemer inicia sua obra prima. Um livro que prova que bruxas são motivadas pela fraqueza e pela luxuria, recipientes através dos quais o Diabo encarna. E as bruxas devem capturadas e queimadas. Será a maior resposta de Kraemer. Um livro de vingança calando para sempre seus críticos e convencendo o mundo. Sua Bíblia do caçador de bruxas
Opiniões
--- Quando escreveu “Malleus Maleficarum” – Martelo das Bruxas – Kraemer devia estar muito zangado e muito frustrado. Ele tinha fracassado como Caçador de Bruxas.
O grande feito do Martelo foi transformar a vingança de um homem numa causa.  Uma pista do seu poder é que, durante séculos, a obra de Kraemer parecia ter a aprovação da Igreja. Mas as aparências enganam. Novembro de 2009, Berlim. Há cerca de 640 quilômetros onde o Martelo das Bruxas nasceu: o Museu Histórico Alemão. Em busca de evidência que expliquem o sucesso incomum do livro, os investigadores examinam de perto dois exemplares.
Disponível para ser consultado com hora marcada, o exemplar cuidadosamente preservado do Martelo das Bruxas tem 500 anos de idade. Qualquer trabalho para compreender o sucesso do livro deve começar com um documento crítico que se encontra dentro dele. Alguns consideram o endosso mais poderoso que o Martelo já recebeu: a própria Igreja. É a chamada Bula Papal. Semelhante a uma proclamação real a Bula Papal é um documento assinado pelo Papa atestando uma divina oficial da Igreja. E a Bula das Bruxas é uma das mais famosas da história conhecida como a “Bula da Bruxaria”. A Bula tem dois pontos importantes. E neles alerta sobre as bruxas:
Opinião:
--- A Bula descreve o que é a bruxaria e o que as bruxas fazem. Descreve as provas como provocam por meio de magia, granizos e tempestades. Torna pessoas e animais inférteis, matam e mutilam.
E em segundo lugar permite de forma oficial e nominal que Heinrich Kraemer case as bruxas.
Hoje, é difícil imaginar que tal decreto papal se sustentaria, convencendo os leitores de que as bruxas são reais e de que o próprio Martelo tinha aprovação do mais alto líder religioso da época. Mas surge um problema que a medida que os investigadores se aprofundam: A Bula é mais notável pelo que ela não diz. Em momento algum ela menciona o Martelo das Bruxas. A Bula papal foi publicada três anos antes do livro. E não se explica o porquê dela estar incluída em quase todas as edições. A resposta está em 1484. Segundo alguns historiadores, Kraemer prepara para viajar à Roma. Ele está frustrado com as autoridades que se omitem em colaborar com sua cassada às bruxas. Ele leva uma carta solicitando permissão para perseguir as bruxas com anuência total do Papa. Kraemer também leva uma quantia secreta como pagamento para convencer o Vaticano a concordar com o seu pedido. A carta dele tem resultado
A Bula Papal ao diz nada sobre o Martelo das Bruxas. A Bula serviu perfeitamente porque sugeria que o Vaticano concordava plenamente com tudo que o Malleus Maleficarum tina a dizer. Para a equipe de investigação, a Bula revela uma possibilidade impressionante do que o sucesso do Martelo – ou Malleus Maleficarum – não tem nada a ver com a aprovação papal. Mas tem tudo a ver com o mestre da manipulação. Heinrich Kraemer, um homem obcecado em silenciar seus críticos e mudar a forma com o mundo e com as bruxas. Um mau que poderia ser detido.
A Bíblia do Caçador de Bruxas está prestes a nascer. 1485 ou 86: região do Tirol, próximo Áustria. O Martelo das Bruxas de Heinrich Kraemer começa a ganhar forma. Ele está determinado a Enciclopédia definitiva sobre a caça as bruxas. O livro descreve os perigos da bruxaria em detalhes: clarividência e feitiçaria. Magias para doenças mentais. Bebês raptados e sacrificados. Conjurações de desastres naturais. Canibalismo e consumo de sangue. Bruxas voando para encontrar demônios e para participar de cerimônias de magias negras. Os Sabás. Em seu livro o autor incorpora exemplos reais de sua própria caça as bruxas. Um julgamento sensacional serve como modelo. O julgamento ocorreu antes, em Innsbruck, e ele considera o processo bem feito contra as bruxas. 1484. Ravensburg, Alemanha. Uma tempestade de granizo atinge a região. A causa provável: Bruxaria. Num Tribunal oito mulheres enfrentam uma delegação de autoridades locais. E mais um inquisidor: Heinrich Kraemer. Perto dali o castigo preferido pelo inquisidor: O PÊNDULO! Suspensas pelos pulsos, as vítimas ficam penduradas, muitas vezes até os braços deslocarem dos ombros. Geralmente, duas mulheres confessam atos de feitiçaria demoníaca provocando tempestades mortais. O inquisidor ordena que as mulheres sejam queimadas vivas. Para Kraemer, Ravensburg foi um grande sucesso. Dois anos depois, em sua obra prima, ele retrata o julgamento como só ele pode fazer. Um relato detalhado do próprio executor. No entanto Kraemer acredita que suas credenciais não bastam para vender o livro. Para convencer os leitores ele precisa de um coautor ilustre. O que acontece a seguir é uma das maiores polêmicas que envolvem o Martelo das Bruxas. Praticamente, todas as edições do livro dão um crédito a dois homens; Kraemer e um professor da conceituada Universidade de Colônia: James Sprenger.
Opinião:
--- James Sprenger foi um dos líderes dos Monges dominicanos na Alemanha.


Alguns dos peritos acreditam que Sprenger nada além de escrever o prefácio do livro. Outros: que o distinto atuou como consultou literário. Mas alguns co
O inverno parecia rigoroso naquele tempo. O gado voltou todo ao curral do Mosteiro, salvo alguns que morreram. Cabras, ovelhas e o gado em si. Era o alimento fatal dos Monges. As arvores já não davam frutos necessários ao consumo. Na adega sobrava o vinho, licores e alguns vidros feitos com essências naturais. O trovejar vinha acompanhado de relâmpagos cortantes a toda hora do dia e da noite. Havia notícias de cheias do rio coberto de gelo, embaixo da Serra. Gente moradora em fazendas abandonou suas casas a procura de locais mais seguros. Esse pessoal residia nos locais mais remotos do vilarejo. Falta de recursos tornava o Mosteiro um ambiente morto. Os víveres eram guardados em toneis de madeira carvalho onde havia maio segurança. O vinho também era armazenado em toneis. O Mosteiro era um imenso lugar existente há de trezentos anos. O local de maior preciosidade era o seu Observatório. Assim mesmo, as tormentas invernais empalideciam suas buscas no firmamento. Os monges escribas se enfurnavam na Biblioteca com seus estojos de tintas e canetas como era o seu habito costumeiro há dezenas de anos. Visitantes: esses nem pensar, pois a íngreme subida da serra não dava acesso a nenhum caminhante. Árvores tombadas na passagem era o aspecto único e desolador da congregação dos Monges. O local era bem mais conhecido como o fantasma da Serra por seu aspecto sinistro e desconfortável durante as ocorridas tormentas invernais. Por esses tempos os Monges se recolhiam à capela da Igreja, um local mais aconchegante dentre outros e então oravam como era o costume de todos. O Abade Euclides mantinha-se reservado nos seus aposentos frequentando quase sempre a adega particular então ali existente onde se punha ao calor do vinho a ingerir de quando em quanto um cálice do vermute. Essa era a rotina de todos os dias no Monastério, salvo quando os Monges tinham que assistir a Santa Missa. Após o ato litúrgico o Prior corria para os seus aposentos onde então se recolhia com as pernas esticadas e passava a ler algum compêndio perdido após fazer os seus despachos de costume.
E dessa vez, o Abade, com suas vestes vermelhas por cima de belos cortes de tecido grosso a lhe cobrir todo o corpo para enfrentar o tenebroso frio das manhãs e tardes costumava a ler tão devagar. E então  ele estava com as mãos em um famoso manual antigo dedicado a se matar as bruxas. Era esse o destino de quem fazia rituais de cunho sobrenatural. Era na verdade, um reino de terror. Por trás, histórias de loucuras, fraudes e escândalos. Uma conspiração secreta de adoradores do demônio. Era essa a atração fatal do Martelo das Bruxas. Duzentas e cinquenta e seis páginas de um denso texto em latim escrito em 1486. É, sem dúvida, a enciclopédia e o manual escolhido como o mais abrangente já criado para provar que as Bruxas são reais. E que devem ser mortas.  Não por acaso, as ideias do livro chegaram ao Novo Mundo. Além da perseguição, o Martelo havia ajudado a enviar cerca de sessenta mil vítimas à morte. O Martelo não inventou a caça as bruxas. A maior caçada a elas na Europa aconteceu mais de um século antes do surgimento do livro. E outros religiosos já haviam escrito textos condenando as bruxas. Mesmo assim, até hoje, mais de meio mil anos depois nenhum outro livro sobre bruxaria e mais conhecido, mais lido e mais debatido do que o “Martelo das Bruxas”.  A caça as bruxas do século XVI e inicio do século XVII foi motivo foi motivada pelas ideias intelectuais, popularizadas pelo medo. O Martelo passou por várias versões. Foi lido por inúmeras pessoas. E aqueles que tinham dúvidas em relação à bruxaria passaram a acreditar.
Agora, uma equipe de peritos internacionais, tradutores e estudiosos do mundo medieval estão investigando, examinando edições originais e cópias detalhadas em dois continentes, descobrindo documentos raros e seguindo as evidencias por que o Martelo das Bruxas era tão poderoso. As evidencias começam a surgir mais de 500 anos atrás com um dos mais famosos caçadores de bruxas dessa história. Um homem considerado desvairado. Até louco. 1485, Innsbruck, Áustria. Quarenta e oito mulheres e dois homens são acusados de praticar magia nociva: BRUXARIA. O suposto crime é amaldiçoar amantes adúlteros, usando encantamentos e poções para causar doença e morte. Uma mulher é a principal acusada. Em seu julgamento, um inquisidor de passagem assumiu o comando e dá início a um escândalo. Ele a questiona sobre atos sexuais executados sobre influência diabólica e afirma que a promiscuidade sexual é o portal para seus poderes mágicos. Um advogado enviado por um Bispo local acusa o inquisidor de conduta inadequada e ilegal e exige que todas as acusações sejam retiradas. O inquisidor então deixa a cidade após o fracasso de seu julgamento no Tribunal. Ele é chamado de “Institucionalistas”, famoso inquisidor e seria o autor de o “Martelo das Bruxas”. 1486. Após o fracasso no julgamento de Innsbruck, Heinrich Kraemer inicia sua obra prima. Um livro que prova que bruxas são motivadas pela fraqueza e pela luxuria, recipientes através dos quais o Diabo encarna. E as bruxas devem capturadas e queimadas. Será a maior resposta de Kraemer. Um livro de vingança calando para sempre seus críticos e convencendo o mundo. Sua Bíblia do caçador de bruxas
Opiniões
--- Quando escreveu “Malleus Maleficarum” – Martelo das Bruxas – Kraemer devia estar muito zangado e muito frustrado. Ele tinha fracassado como Caçador de Bruxas.
O grande feito do Martelo foi transformar a vingança de um homem numa causa.  Uma pista do seu poder é que, durante séculos, a obra de Kraemer parecia ter a aprovação da Igreja. Mas as aparências enganam. Novembro de 2009, Berlim. Há cerca de 640 quilômetros onde o Martelo das Bruxas nasceu: o Museu Histórico Alemão. Em busca de evidência que expliquem o sucesso incomum do livro, os investigadores examinam de perto dois exemplares.
Disponível para ser consultado com hora marcada, o exemplar cuidadosamente preservado do Martelo das Bruxas tem 500 anos de idade. Qualquer trabalho para compreender o sucesso do livro deve começar com um documento crítico que se encontra dentro dele. Alguns consideram o endosso mais poderoso que o Martelo já recebeu: a própria Igreja. É a chamada Bula Papal. Semelhante a uma proclamação real a Bula Papal é um documento assinado pelo Papa atestando uma divina oficial da Igreja. E a Bula das Bruxas é uma das mais famosas da história conhecida como a “Bula da Bruxaria”. A Bula tem dois pontos importantes. E neles alerta sobre as bruxas:
Opinião:
--- A Bula descreve o que é a bruxaria e o que as bruxas fazem. Descreve as provas como provocam por meio de magia, granizos e tempestades. Torna pessoas e animais inférteis, matam e mutilam.
E em segundo lugar permite de forma oficial e nominal que Heinrich Kraemer case as bruxas.
Hoje, é difícil imaginar que tal decreto papal se sustentaria, convencendo os leitores de que as bruxas são reais e de que o próprio Martelo tinha aprovação do mais alto líder religioso da época. Mas surge um problema que a medida que os investigadores se aprofundam: A Bula é mais notável pelo que ela não diz. Em momento algum ela menciona o Martelo das Bruxas. A Bula papal foi publicada três anos antes do livro. E não se explica o porquê dela estar incluída em quase todas as edições. A resposta está em 1484. Segundo alguns historiadores, Kraemer prepara para viajar à Roma. Ele está frustrado com as autoridades que se omitem em colaborar com sua cassada às bruxas. Ele leva uma carta solicitando permissão para perseguir as bruxas com anuência total do Papa. Kraemer também leva uma quantia secreta como pagamento para convencer o Vaticano a concordar com o seu pedido. A carta dele tem resultado
A Bula Papal ao diz nada sobre o Martelo das Bruxas. A Bula serviu perfeitamente porque sugeria que o Vaticano concordava plenamente com tudo que o Malleus Maleficarum tina a dizer. Para a equipe de investigação, a Bula revela uma possibilidade impressionante do que o sucesso do Martelo – ou Malleus Maleficarum – não tem nada a ver com a aprovação papal. Mas tem tudo a ver com o mestre da manipulação. Heinrich Kraemer, um homem obcecado em silenciar seus críticos e mudar a forma com o mundo e com as bruxas. Um mau que poderia ser detido.
A Bíblia do Caçador de Bruxas está prestes a nascer. 1485 ou 86: região do Tirol, próximo Áustria. O Martelo das Bruxas de Heinrich Kraemer começa a ganhar forma. Ele está determinado a Enciclopédia definitiva sobre a caça as bruxas. O livro descreve os perigos da bruxaria em detalhes: clarividência e feitiçaria. Magias para doenças mentais. Bebês raptados e sacrificados. Conjurações de desastres naturais. Canibalismo e consumo de sangue. Bruxas voando para encontrar demônios e para participar de cerimônias de magias negras. Os Sabás. Em seu livro o autor incorpora exemplos reais de sua própria caça as bruxas. Um julgamento sensacional serve como modelo. O julgamento ocorreu antes, em Innsbruck, e ele considera o processo bem feito contra as bruxas. 1484. Ravensburg, Alemanha. Uma tempestade de granizo atinge a região. A causa provável: Bruxaria. Num Tribunal oito mulheres enfrentam uma delegação de autoridades locais. E mais um inquisidor: Heinrich Kraemer. Perto dali o castigo preferido pelo inquisidor: O PÊNDULO! Suspensas pelos pulsos, as vítimas ficam penduradas, muitas vezes até os braços deslocarem dos ombros. Geralmente, duas mulheres confessam atos de feitiçaria demoníaca provocando tempestades mortais. O inquisidor ordena que as mulheres sejam queimadas vivas. Para Kraemer, Ravensburg foi um grande sucesso. Dois anos depois, em sua obra prima, ele retrata o julgamento como só ele pode fazer. Um relato detalhado do próprio executor. No entanto Kraemer acredita que suas credenciais não bastam para vender o livro. Para convencer os leitores ele precisa de um coautor ilustre. O que acontece a seguir é uma das maiores polêmicas que envolvem o Martelo das Bruxas. Praticamente, todas as edições do livro dão um crédito a dois homens; Kraemer e um professor da conceituada Universidade de Colônia: James Sprenger.
Opinião:
--- James Sprenger foi um dos líderes dos Monges dominicanos na Alemanha.
Alguns dos peritos acreditam que Sprenger nada além de escrever o prefácio do livro. Outros: que o distinto atuou como consultou literário. Mas alguns comentários são de que o autor apenas se aproveitou de um nome ilustre. Com uma coisa todos os estudiosos concordam: Kraemer foi o autor principal do livro. O Martelo, inflamado com paixão, repleto com linguagem sensacional, ressoou.
Novembro de 2009 – Em seu escritório da Universidade da Escócia, um texto final e inconfundível. Algumas palavras se destacam no livro por ser realmente emocional. Por exemplo: sujeira. Palavra repulsiva e nauseante. E perseguir amantes. Isso, segundo o autor, é o que as bruxas levam o homem a fazer. Essas palavras ilustram a atitude pessoal de Kraemer. 1486. No fim do ano o martelo das bruxas está completo. É um manual de referencia que vai além de qualquer outro livro anterior explicando os perigos de bruxaria. Para defender o que afirma, o livro é organizado em três partes: Parte Um: um argumento filosófico provando a existência das bruxas. Parte Dois: como reconhecer a bruxaria em sua própria comunidade. Parte três, a mais infame de todas: um manual jurídico. Um guia prático para acusar, processar e condenar a bruxa à morte. Após terminar o livro, Kraemer não tinha como saber o sucesso de sua vida que um caçador de bruxa faria. Por enquanto, ele ajudaria a condenar bruxas à morte. Dezena de milhares dessas mulheres velhas ou novas não importava a sua idade. A história tomaria outro rumo na Europa. E também no Novo Mundo. Uma mulher para sacrificada como bruxa era preciso tão somente uma denúncia. O sacrifício da maldade estava apenas no seu começo.
mentários são de que o autor apenas se aproveitou de um nome ilustre. Com uma coisa todos os estudiosos concordam: Kraemer foi o autor principal do livro. O Martelo, inflamado com paixão, repleto com linguagem sensacional, ressoou.


Novembro de 2009 – Em seu escritório da Universidade da Escócia, um texto final e inconfundível. Algumas palavras se destacam no livro por ser realmente emocional. Por exemplo: sujeira. Palavra repulsiva e nauseante. E perseguir amantes. Isso, segundo o autor, é o que as bruxas levam o homem a fazer. Essas palavras ilustram a atitude pessoal de Kraemer. 1486. No fim do ano o martelo das bruxas está completo. É um manual de referencia que vai além de qualquer outro livro anterior explicando os perigos de bruxaria. Para defender o que afirma, o livro é organizado em três partes: Parte Um: um argumento filosófico provando a existência das bruxas. Parte Dois: como reconhecer a bruxaria em sua própria comunidade. Parte três, a mais infame de todas: um manual jurídico. Um guia prático para acusar, processar e condenar a bruxa à morte. Após terminar o livro, Kraemer não tinha como saber o sucesso de sua vida que um caçador de bruxa faria. Por enquanto, ele ajudaria a condenar bruxas à morte. Dezena de milhares dessas mulheres velhas ou novas não importava a sua idade. A história tomaria outro rumo na Europa. E também no Novo Mundo. Uma mulher para sacrificada como bruxa era preciso tão somente uma denúncia. O sacrifício da maldade estava apenas no seu começo.

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