terça-feira, 29 de março de 2011

DESEJO - 15 -

- Kristen Stewart -
- 15 -
No sábado à tarde, Armando Viana seguiu de carro de praça para a casa de Leane Ventura, sua namorada. Ele jantaria em casa de Leane e aproveitaria para propor em ir ao cinema à noite, no mesmo bairro onde Leane morava. Com isso, acertou com o motorista Giba ele ir pegar aos dois ou três em casa para onde estava a seguir. No trajeto, Armando conversou com Giba sobre o preço de um automóvel usado. Giba lhe informou não saber ao certo, porém poderia se cientificar sobre o assunto. Outro trecho do assunto foi de como Armando poderia aprender a dirigir um auto. Então Giba informou ser bastante simples: era bastante passar marcha. E sorriu com o desacerto de Armando Viana.
--- Eu sei seu porra! Mas tem outras conversas; carburador e não o que mais. – resolveu dizer Armando encolerizado.
Então o motorista quase morre de tanto achar graça com a preocupação de Armando em saber tudo a respeito de mecânica, assunto próprio para os profissionais do ramo. Por fim, ao cabo de tanto sorrir, Giba lhe disse que tal assunto era próprio de mecânico. O motorista poderá saber como trocar um pneu, examinar o óleo, pôr combustível necessário, mudar a água do carro, ver a bateria. Coisas simples.
--- E como eu faço essas coisas “simples”? – indagou um tanto colérico Armando.
--- Bem. Você só faz isso com o tempo. Tem carro que não precisa de água. A Volks por exemplo. Tem carro que se coloca óleo com gasolina de dois tempos no motor. Tem uma infinidade de segredos. Só aprende se fazendo. – relatou muito calmo o motorista.
--- Puta merda. Eu não vou aprender nunca! – esbravejou Armando.
--- Aprende. Aprende. Eu não aprendi? Você aprende. – sorriu o motorista do carro de praça ao informar com muita calma a Armando.
--- Com quem? – indagou Armando atento a conversa.
--- Com quem o que? Comigo. Eu posso te ensinar. Você só tem que tomar cuidado com as travessas ou mesmo com os zig-zags dos outros motoristas à sua frente. O resto é só dirigir. – sorriu Giba ao relatar ao rapaz os segredos da condução de um veículo.
--- Assim espero. Chegamos. Agora você vem pegar a gente às sete e meia. E depois pegar de novo no cinema. Então a gente volta para casa. É o fim esse namoro. Ou cargas d’águas. – lamentou Armando ao motorista.
Logo após o jantar das sete horas da noite Armando foi com a sua namorada Leane Ventura e a irmã, Sueli para assistir uma fita romântica estando a passar no cinema do bairro. A irmã Sueli era já habitual em freqüentar as sessões de cinemas com a sua irmã. Ela servia de vigia para evitar algum desacerto no percurso. Porém, naquela noite, ao se iniciar a projeção do filme, algo se deu entre Sueli e Armando. A sala estava totalmente escura com a projeção da fita e Armando notou a moça a se projetar para frente deixando a saia descer e ela apenas se ajeitar com o joelho na cadeira que estava à frente de si. Armando estava no meio entre a namorada Leane e a quase cunhada Sueli. Ele não fez coisa alguma. Abraçado a namorada continuou a assistir a fita de puro amor e cobiça mostrando na tela os dois amantes a negociar ternura de afeto entre beijos e carícias. Era uma tensão abrasadora aquela a se projetar para uma platéia pudica em plena hora de anseios e divinal agrado. A mocinha Sueli, irmã de Leane se extasiou por completo ao sentir tamanha afeição entre os namorados na nubente hora de emoção. A sua saia caiu mais, com uma coxa levantada à cadeira em frente, desvendando todo o seu divinal pudor de fêmea alucinada. O rapaz sentiu a leve mão da moça a lhe roçar suave e ternamente a sua perna como quem pedia de forma alucinada um pouco de amor sensual. Na solidão da sala escura de cinema o rapaz deixou-se escravizar na emoção de notar alguém mais a perceber as suas exímias vontades. Enfim, a jovem moça eternizou a lembrança de tantas noites de ansiedades e de loucuras. O lamento do seu coração se abrasou fiel pela cobiçada e eterna simples ternura de alcova. Enfim, encobrindo com um gesto o rosto de sua amada, ele permitiu a sua outra fêmea se acudir a emoção virginal de quem teria ambição. E a terna mão de Sueli se enveredou por suas calcinhas para ter a mesma emoção da fada do filme. E com a sua terna mão a roçar a perna de Aramando ele quase delirou. Enfim, Armando não sabia de vez da eterna magia que lhe deixava tão louco e alucinado pela afeição da pequena dama de amor. Após a sessão os três passeadores voltaram de carro para a casa de Leane. Por sua vez Armando era o único a recordar daquele amor profundo de forma tão suave e juvenil onde lhe deixou em êxtase a carinhosa e diletante Sueli. Ele então disse adeus às irmãs partindo então para o seu aconchegante e afetuoso destino onde pernoitaria até a manhã seguinte quando Norma Vidigal teria sua vontade de alcova atendida.
Às sete horas da manhã do domingo Norma Vidigal estava batendo à porta do apartamento de Armando Viana. Esse mal acordara, pois estivera a sonhar e estava a fazer asseio de sua boca além de outras necessidades da manhã cedinho. Apenas gritou de dentro do banheiro:
--- Eu vou já! – gritou Armando para alguém da porta.
Notadamente, a moça sorriu e viu então que era cedo demais para despertar o rapaz. Então Norma relatou ter de ir ao mercado e de volta passaria em seu apartamento. Armando ouviu e respondeu;
--- Nós nos encontramos no café de dona Gloria. – gritou de dentro o rapaz.
A moça sorriu e concordou em procurar o café de dona Nazaré. Então se desculpou e partiu sorrindo. O rapaz enfim teve pressa em se arrumar. Além do habitual ele procurou um calção, coisa simples, porem de faltar para ele. Enfim, calção era negocio de praia. E ele não sabia o que era ir a praia. Por isso mesmo buscou por inteiro o calção sem encontrar onde punha a roupa uma nesga sequer. Por fim ele alarmado disse:
--- Isso é uma merda. Vou ter que comprar um calção no Mercado! Porras! – resmungou o rapaz desatinado.
E foi assim que se deu. Tão de imediato ele pulou para fora do seu apartamento, levando toda a indumentária do serviço com a falta do calção. E assim, ele se embrenhou por dentro do Mercado a procura de um calção de banho. Triste noticia: calção não tinha onde ele procurou. As lojas de vendas de tecidos com certeza tinham também calção. Porém, àquela hora todas as lojas ainda estavam fechadas. Teve alguém que disse:
--- Troque com um moço da descarga de frutas! – alegou o homem.
--- Quem? Eu? Você é louco? Eu vestir um calção esfarrapado? Nunca! – respondeu Armando cheio de raiva.
--- Foi só uma idéia. – disse o homem a sorrir.
--- Deixa pra lá. Eu compro da feira. – argumentou Armando saindo para o café de dona Gloria.      
Não tendo feito, se faz. E foi isso que Armando Viana fez. Ao chegar ao café de Gloria já encontrou Norma Vidigal. A moça estava contente, pois o recebeu com um largo sorriso. Por seu lado, o rapaz também para a moça. E os dois se acomodaram em um banco onde Nazaré servia café aos fregueses. Por breve momento a mulher indagou da moça:
--- Café também? – indagou Gloria com a cabeça abaixada quase perto de Norma Vidigal.
--- É. Eu vou tomar. Mas ponha pouco. – sorriu a moça.
--- Não paga nada. É de graça. Agora, se comer algo, eu ponho na conta. – sorriu Gloria.
--- Como uma tapioca? – sorriu Armando convidado Norma a sentar junto a ele.
--- Tapioca! Faz tempo que não como! Lá em casa só tem pão com ovo. – gargalhou a moça.
--- Pobreza! – fez o rapaz.
E Norma Vidigal voltou a gargalhar sem sossego. Ao para de sorrir ela reparou o que dissera.
--- Na verdade, é que o pessoal dá pouca importância à comida caseira. Meu pai é quem prefere essas comidas. Cuscuz, mungunzá, arroz doce, tapioca. Mesmo assim nunca se faz. As empregadas se arrumam com bolos, milho, e ainda tem frutas. Ah isso tem de monta. Essas comidas caseiras eu nem sei se elas sabem fazer. – confidenciou a moça ao rapaz.
Após o café da manhã, Armando e Norma Vidigal partiu em busca de algo ainda em falta: o calção. Ele rumou para a feira do domingo e encontrou um calção de certa forma elegante. A moça acompanhou na compra e disse em estilo:
--- Esse fica elegante ao seu modo. Porém, lá em casa, na praia, tem outros calções de banho. De qualquer forma você tem o seu, comprado novo. – sorriu Norma Vidigal ao seu modo.
--- Com quem casei a minha filha! – raciocinou Armando Viana.
--- O que está a pensar? – indagou Norma de surpresa.
--- Nada não. Apenas pensei alto. Eu pensava em você poder um calção em sua casa de praia – argumentou o rapaz.
--- Pois é! Vamos? Está tarde! – reclamou Norma por conta do atraso sofrido.
--- É verdade. Está tarde. E o caminho é longo. – reclamou Armando de cabeça baixa.
--- Isso a gente tira na viagem. – sorriu Norma Vidigal

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