terça-feira, 17 de abril de 2012

OS QUATRO CAVALEIROS - 23 -

- TIANA COSTA -
- 23 -
A MORTE
Alguns dias depois Ludmila caminhava a cavalo pelo campo do seu quintal quando sentiu o corcel a mancar pela pata direita dianteira. Ela apeou e oi ver a pata do corcel e verificou ter uma das ferraduras se desprendido estando a cair. Com isso, de imediato a moça voltou a pé para a mansão puxando o cavalo sem muita pressa e logo chamou um dos jagunços para ver se podia ser feito de modo a solucionar o tal problema. Nesse ponto, se acercou da moça o lançador de punhal, Antero Soares, o Fogueteiro e perguntou se podia fazer algo pela jovem moça. Ela ficou surpreendia e nem soube o que afirmar. E por fim Ludmila disse apenas serem problemas na sua montaria. Antero verificou o problema e logo mandou o jagunço deixar o cavalo, pois ele mesmo seria capaz de resolver o problema. O jagunço obedeceu e soltou a montaria. Com certeza seria necessário mais uma ferradura. E Antero Soares, ele mesmo colocou a ferradura na pata do corcel. Quando acabou de fazer o serviço ele examinou as outras patas e verificou terem todas com igual problema. Como não havia ferradura suficiente ele então recomendou a moça seguir para a cidade e procurar um ferreiro:
Ludmila:
--- É preciso ir? – perguntou angustiada a moça.
Antero:
--- Bem, moça!  Toda montaria merece cuidado. E na parte das patas o cavalo requer o maior cuidado possível. Antes de ferrar o cavalo a senhora tem que ver quem faça um trabalho de casqueamento adequado. É uma pratica perfeita para o ajuste da ferradura ao casco. O animal fica com a distribuição de peso para todos os seus membros. – fez ver o lançador de punhal.
Ludmila:
--- E só o ferreiro faz? – indagou meio assombrada a moça.
Antero:
--- Bem! Qualquer pessoa pode fazer. Mas eu recomendo um ferreiro, pôs tem a parte dos cravos. E ele sabe fazer tudo isso. Aliás, aqui era pra ter alguém que fizesse esse trabalho. O cavalo requer 40 dias para fazer o casqueamento em suas patas. – relatou Antero.
Ludmila:
--- E o senhor poderia ir comigo? – perguntou ainda desesperada a moça.
Antero:
--- Bem! Eu posso. Mas temos que ver a disposição do rapaz que toma conta da senhora! Relatou Antero.
Ludmila:
--- Que rapaz? – perguntou atônita a moça.
Antero;
--- Renovato! – disse o homem do punhal.
Ludmila:
--- E ele manda em mim? – perguntou assombrada a moça.
Antero:
--- É a ordem do vosso pai! – argumentou Antero.
Ludmila:
--- Essa é boa! Pois vamos falar com ele! – falou abusada a moça Ludmila.
Horas após estavam a cavalgar os três cavaleiros: Antero, Renovato e Ludmila. Atrás dos três vinha o cavalo manco, pois a ferradura assentada não pôs fim ao desequilíbrio do corcel. Eles viajaram da fazenda até a sede do município de Alcântara há poucos quilômetros de distancia, cidade ordeira com os seus tipos de comércio, Igreja, Mosteiro, Escolas, Mercado e outros estilos de repartições federais, estaduais e municipais. O ponto alto de encontro da rapaziada era a praça em frente à Igreja do município. De manhã, eram os idosos a jogar damas e baralhos. À tarde eram os rapazes namoradores a escolher suas próximas amadas. Os bêbados ficavam a dormir nas calçadas da pracinha toda arborizada.
Nesse dia, estava também na praça, a transitar sem maiores preocupações, o arrogante pistoleiro conhecido por Fabiano. Ele caminhava a seu bem prazer quando se topou com um ébrio a procura de um recando para se deitar e, com certeza, dormir. Ao tentar passar a frente do embriagado, ele não obteve sucesso. Por sua arrogância, Fabiano derrubou o ébrio e disparou sem sossego três disparos a queima-roupa matando o bêbado de forma perversa. O caso foi visto por toda gente da praça e pelos três cavaleiros, Antero, Renovato e Ludmila. Esses três caminhavam para a oficina do ferreiro da cidade quando escutaram os disparos feitos por o sagaz Fabiano. O pistoleiro soprou o seu cano de revolver, olhou em volta e saiu despreocupado por toda a praça. Por coincidência, Fabiano se topou com Renovato no meio de sua caminhada. E perguntou:
Fabiano:
--- Até o senhor? Não bastava o outro? – indagou o perverso pistoleiro.
E Renovato em cima, respondeu:
Renovato:
--- Até eu! A diferença é que estou sóbrio!. – declarou sem arrogância Renovato.
Fabiano:
--- Isso é uma provocação? – indagou o desaforado Fabiano.
Renovato:
--- Como o senhor puder pensar! – respondeu muito calmo o rapaz.
Nesse mesmo instante a moça se meteu e retirou Renovato do embate iminente. E se voltou para o arrogante pistoleiro. E falou:
Ludmila:
--- A historia pode ser comigo! Que achas! – afrontou Ludmila ao bandido Fabiano.
Fabiano:
--- Não discuto com mulheres. E menos com a senhora! Se ele quiser nós resolveremos agora! – relatou o sangrento pistoleiro.
Antero se meteu para apaziguar o tumulto formado. Na calçada da praça de imediato a população se afastou do meio a espera de um desfecho fatal. E Antero falou breve:
Antero!
--- Deixa pra lá! Já temos nosso negócio! O senhor saia da frente para não atrapalhar! – disse Antero.
E clima de animosidade se arrefeceu e o bandido Fabiano sacou a arma para fazer disparo. E disse ainda:
Fabiano:
--- Saia daqui moleque ou leva bala! – falou de verdade o malfeitor.
Ao puxar do gatilho para fazer o disparo, um punhal cortou o espaço e se alojou no pescoço no malcriado individuo. Esse só teve tempo de cair. Antero se aproximou e puxou seu punhal da garganta de Fabiano, limpou a arma na veste do bandido e pôs a adaga no seu suporte atrás do seu próprio pescoço. O facínora por alguns segundos estrebuchou e logo se aquietou morto parecendo o vestígio da extinção. 
Renovato:
--- Mas a briga era comigo meu compadre! – relatou com ênfase o outro pistoleiro.
Antero:
--- Ele puxou a arma para mim! Foi o que aconteceu! – respondeu Antero.
Ludmila:
--- Vamos embora! Depressa! Para algum lugar! – falou desesperada a moça.
Antero:
--- Não senhora! Vá cuidar de sua montaria. Eu vou pra fazenda! – e o homem seguiu a cavalo a toda pressa para a fazenda do coronel Godinho.
Logo depois esteve à polícia no local a examinar os dois corpos sem saber o que fazer.

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