quarta-feira, 18 de abril de 2012

OS QUATRO CAVALEIROS - 24 -

- Audrey Hepburn -
- 24 -
SEPULTURA
Os policiais estavam a vasculhar os mortos sem ao menos saber quem era um deles. Nesse ponto chegou à pracinha o delegado Sargento Tobias, alvoroçado e medroso então a indagar dos outros policiais aquele ocorrido. Os policiais não sabiam um tanto e só naquele momento eles estavam a examinar os corpos. Um deles era do filho de João Buchudo. O corpo de um rapaz completamente embriagado. O outro corpo, pelo apresentar era de tal bandido conhecido pelo nome de Fabiano, pistoleiro afamado em toda a região e estava há algum tempo a serviço do prefeito da cidade de Alcântara, Jorge Nepomuceno, homem forte e destemido apesar de ser apenas o Prefeito do lugar.  Era tudo no dizer do policial aquele estado de coisa alí presente. O delegado Tobias ouviu tudo direitinho e depois mandou enterrar o corpo do bandoleiro Fabiano.
Delegado:
--- Enterrem o corpo desse bandido. – falou forte o delegado.
Policial:
--- E o outro? – perguntou temeroso o policial.
Delegado:
--- Deixa para o pai de o morto enterrar. – resolveu o delegado.
Policial:
--- Para onde nós vamos levar o defunto? – indagou com temor o policial.
Delegado:
--- Pra Caveira do Diabo! – resolveu o delegado falando forte e alto.
Os soldados se olharam entre si como perguntassem:
Soldados:
---Caveira? – indagou um atormentado.
--- Do Diabo? – indagou o outro completamente estarrecido.
E o delegado Tobias anotou com muita pressa como estavam os cadáveres no local e depois caminhou para o gabinete do prefeito Jorge Nepomuceno a toda pressa esbravejando para o ar como quem dizia:
Delegado:
--- Isso é o que dá em contratar pistoleiros de aluguel! – resmungava o delegado a torto e a direito.
Enquanto isso os soldados tratavam de isolar a área circunvizinha e colocar o cadáver do forasteiro conhecido por Fabiano, contumaz assassino sanguinário. O bandido fora morto por alguém com uma espetada de punhal. Muita gente em volta dos corpos. E cada um tinha o seu parecer para a morte de Fabiano. A outra vítima, o povo nem ligava. Era apenas mais um. Os soldados cataram lenha para poder colocar o corpo em uma rede totalmente esfarrapada. Um comerciante correra ao local e foi ver se a rede ainda estava no compartimento de compras. Achando a rede, o comerciante voltou apressado e deu aos dois soldados. Os policiais militares colocaram o cadáver do quadrilheiro na a rede literalmente poluída e arranjaram a ajuda de dois carregadores, pois Fabiano, o bandoleiro, era de um tipo bem pesado para os soldados. Então se deu um breve debate entre os dois carregadores e os policiais.  
Carregador Um –
--- Só levo se pagar o dinheiro! – resolveu o carregador com toda firmeza.
Policial:
--- Pagar? Com que dinheiro? – relatou o policial de olhos esbugalhados.  
Outro policial:
--- Isso se resolve depois! -  disse com altivez um outro policial.
Carregador Um –
--- Assim não carrego esse troço! – fomentou o gordo carregador com certeza.
Carregador Dois –
--- E nem eu. Eu estou ao lado dele! – ajuntou o segundo carregador apontando para o seu companheiro de luta.
Soldado:
--- Assim não dá colega! É um estradão! Longe muito! E nós sozinhos não podemos com essa carga de osso! – fez vez zangado o militar.
Carregador Um –
--- Pois assim arranje dinheiro para nós. Do contrario os senhores terão de levar o trapo sozinho de canga e corda! – resolveu dizer o carregador.
Carregador Dois –
--- E adiantado. Tem mais essa! – resolveu a questão o  segundo carregador torcendo os ossos das mãos.
Soldado:
--- Mas amigos! Nós não temos dinheiro! Por favor, e piedade! –choramingou o policial.
Os dois carregadores se entreolharam e resolveram seguir a caminhada a levar o corpo do homem morto estirado em uma rede de malha carcomida. E foram logo ressaltar ser por piedade eles trem de levar o corpo malsinado do abutre pistoleiro.
Carregador Um –
--- Bem. Nós te ajudamos porque vamos atender a um pedido feito pelos senhores. – ressaltou o carregador pegando a rede pelos punhos e arrastando de vez o morto.
E foi uma longa e extenuante caminhada com o povo a acompanhar por certo tempo e depois desistir de ver o morto ser enterrado. Mas o pistoleiro já teria de ser sepultado como muita gente pensava. Os soldados aos trancos e barrancos, agoniados com o tamanho peso a carregar em seus ombros seguidos por dois carregadores acostumados a fazer a feira dos outros, caíram prostrados no chão por longos períodos em diferentes trechos. O cadáver era um peso atroz e os carregadores puxavam a rede sem mais demora. Isso causava maior intranquilidade nos soldados. A cada baque era um tombo para cada qual. O sol a pino enfraquecia ainda mais os dois militares. Por vezes, eles pensavam em jogar o cadáver em qualquer canto de matagal. E por outras pensavam na autoridade o sargento delegado a exigir maior cuidado em jogar o corpo do bandoleiro nas escarpas do despenhadeiro da Caveira Do Diabo, algo bem distante de ser alcançado. O despenhadeiro era um buraco profundo e ninguém jamais teve a oportunidade de poder ver uma pedra a cair e atingir o profundo precipício. No local eram jogados em tempos remotos os bandidos e inimigos de certa gente quando não mais precisava. Nesse local o povo chamava de a Caveira do Diabo e ninguém sabe a razão. Talvez fosse por certo, uma garganta profunda onde nem o pensamento teria a vez de escapar.
Os carregadores do defunto não viram bem no alto da colina distante a presença de um homem magro quase ser cadavérico a olhar a procissão dos desajeitados. Aquele era um bandoleiro sem nem piscar de olhos. Ele caminhava ladeira a baixo vendo o malsinado corpo do cadáver do bandido Fabiano. E foi se acercando do grupo a procura de saber quem era a vítima funestada. Alto, chapéu de massa amassado no meio a cobrir-lhe a cabeça, abas longas a proteger do sol, um rifle preso no seu corcel, em nele, dois cinturões de bala a cruzar os peitos e um cinturão em torno da cintura, cheio de balas além de carregar dois Colts 45 capaz de matar qualquer um sujeito valente a lhe afrontar a frente. Calças comuns, camisa igualmente comum. Esse era o sujeito malsinado conhecido por Teodoro Fogaça.  Ao se aproximar do séquito de Fabiano foi logo a abrir a rede com o seu pé direito. Os policiais nada disseram e ficaram cada vez mais apavorados com a ação do sujeito. Em seguida, o bandoleiro puxou do revolver e desfechou três balaços em cima do corpo da vitima. E declarou:
Teodoro:
--- Bendito seja o nome de Jesus! – declarou o bandoleiro ao se despedir da turma das exéquias preparadas há um tempo ligeiro.
O cavalo pinoteou e fez a volta no meio do campo indo em seguida para outro lugar.

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