quarta-feira, 30 de maio de 2012

ISABEL - 07 -

- Scarlett Johansson -
- 07 -
O REPOUSO
Porém não havia sangramento por questão de vasos. Houve sim; a ruptura uterina por consequência das contrações fortes e contínuas num trabalho de parto. De um modo ou de outro, Otília foi conduzia em um carro de Meu Veio motorista e mecânico. O homem ajudou a levar a jovem moça para o hospital onde teria maiores cuidados por parte de ginecologistas e obstetras a fazer plantão naquele pronto-socorro do Estado. Nada demorou tanto assim. De imediato a enfermagem colocou os tubos de medicamentos, soros e foi verificar o tipo de sague de Otília para poder injetar na veia da paciente. Desacordada ou nada sabendo, Otília se deixou fazer tais operações de imediato.  A chuva era forte por demais no hospital. O sistema de iluminação era próprio, pois não havia a energia normal em falta na capital. O Hospital era um mundo à frente de toda a Cidade. Os cuidados com os pacientes novem ou não eram mais do que se podia cuidar em uma casa ou um quarto de pensão. As atendentes passavam vexadas e sem reclamar ou se perceber ter alguma coisa em falta. Eram mulheres plenamente capacitadas para atender a um idoso ou a um recém-nascido. Tudo feito no maior cuidado com presteza e carinho. De nada se ouvia alguém falar da falta do medicamento. Os médicos estavam sempre a pronto para dar a vida a um indigente ou a um paciente de melhor condição no atender. De um lado estava à moça Otília, totalmente indigente. E foi do mesmo modo no atender. Levou-se para a sala de pronto socorro onde se submeteu Otília a laparoscopia onde os profissionais da saúde podiam corrigir tudo o de errado cometido. Para os homens e mulheres da ciência de nada importava o chicotear dos trovões a todo instante.
Enfermeira:
--- Que venha o Céu! – dizia alguém na sala de cirurgia.
A mecânica funcionou e ao cabo de uma ou duas horas a pacientes estava pronta de novo para a vida. Ainda sedada, Otília nada se mexia. Gonzaga permaneceu no hospital até o ponto de saber ter a moça sido posta em um quarto do hospital. O homem se refez e ainda assim, quando saiu para casa, um trovão deveras assustador se rompeu de repente bem acima do mar. O relâmpago clareou toda a colina.
No dia seguinte, com a iluminação da sua casa plenamente refeita, dona Marina cuidava dos pratos a servir a quem viesse. Isabel foi mais uma vez a única a trabalhar com toda pressa a buscar e a levar pratos de uns e de outros consumidores da manhã. O tempo havia clareado pela manhã logo cedo nem parecendo ter chovido a píncaros durante a noite e madrugada. Nas oficinas próximas os operários já estavam no serviço como se nada tivesse ocorrido. No bar, seu Arnaldo estava a limpar todo o local com a ajuda de sua mulher, dona Iracema. Os funcionários da Companhia de Águas estavam a chegar logo cedo do dia onde executavam as suas obrigações. No setor havia quem dissesse:
Operários:
--- Que chuva aquela! – dizia um operário a trabalhar.
--- Nem me diga! Onde eu moro estava tudo empoleirado. – fez vez outro companheiro.
Na pensão seguia a rotina diária. Café, pão, cuscuz, mungunzá, pé-de-moleque e outros pratos para quem desejava comer do melhor. Por esse tempo, surgiu ainda alquebrado pela noite de sono o senhor Gonzaga para comer sua leve refeição. Isabel então perguntou ao homem com um gesto na cabeça:
Isabel:
--- Então? – indagou Isabel com respeito a Otília.
Gonzaga:
--- Passa bem. Pelo menos, passava ontem a noite. – fez ver Gonzaga um pouco cansado.
Isabel:
--- Vai ficar! Vai  ficar! Tudo Deus pode! Se Deus quiser! – comentou a moça a toda pressa
Dona Marina vinha saindo e ainda perguntou ao homem com a cara assustada:
Marina:
--- Morreu? – indagou a mulher.
Gonzaga:
--- Não. A moça está bem! – disse o homem procurando um local para se sentar.
Marina:
--- Ô! Pensei de o senhor dizer ter ela morrido! – falou a mulher com sua voz arrastada.
Gonzaga nada mais respondeu. E o seu costume de fazer cócegas nas outras pessoas sequer pensou em inventar. Era o seu costume fazer um clic e depois remendar com graça o que ouvira do companheiro. Se um colega dizia: “Brincadeira!” em tom de reprovação Gonzaga apenas respondia: “Qual é a ‘eira’?” -  e sorria a vontade. Costumeiramente Gonzaga tomava café todas as manhãs com tudo o que se servia. Contudo, naquele dia resolveu não querer coisa alguma. Por insistência de Isabel ele aceitou uma pequena xicara com café e nada mais.
À tarde Gonzaga foi a vista das três horas da tarde ver o moça como estava. Ele levou maçãs e uvas para Otília. Com o tempo estio, Gonzaga adentrou no aposento da moça e lhe fez presente as frutas adquiridas. Otília agradeceu e então sorriu. Lagrimas rolaram pela face da mulher ao ver ter somente Gonzaga como seu visitante. Mesmo assim, o homem declarou ter Isabel a intenção de vista-la também. A moça então mais que chorou. Gonzaga, respeitando o local de silencio ainda perguntou:
Gonzaga:
--- O médico o que disse? – indagou sussurrado.
Otília:
--- Nada! – respondeu a moça.
Entre camas e outras, visitas afins, uma enfermeira se aproximou do homem a perguntar.
Enfermeira:
--- O senhor é o pai? – indagou quase sem falar a enfermeira.
Gonzaga:
--- Amigo. Eu trouxe a moça para ser atendida. – respondeu o homem.
Enfermeira:
--- Ela está bem. Deve ter alta em breve. – replicou a enfermeira.
Gonzaga:
--- Assim é melhor. Se assim a senhora acha. – disse o homem a contragosto.
A enfermeira tomou o pulso e a pressão de Otília e nada falou. Apenas se dirigiu a outra cama onda estava mais paciente. Otília estremeceu um pouco e isso deixou preocupado o homem. Nesse momento ele perguntou se estava a sentir algum incomodo. E a moça respondeu:
Otília:
--- Náuseas!  - foi o que respondeu.
Gonzaga:
--- É bom dizer a enfermeira. – disse o homem quase a soletrar.
A enfermeira estava a passar quando Gonzaga a chamou com o seu tradicional “psite”. Então a enfermeira se voltou e ouviu Gonzaga. O homem declarou ter a moça um estremecimento naquele momento. A enfermeira declarou ter Otília de sentir alguns calafrios. Porém não era nada de mais.
Enfermeira:
--- Isso é normal. Passa com os dias. Dois dias. – relatou a enfermeira a sair depressa o salão dos enfermos.
Gonzaga se voltou para Otília e declarou está tudo normal. A moça ainda a lacrimejar indagou a Gonzaga afinal o que faria ao sair do hospital.
Gonzaga:
--- Vai para a sua casa. – disse com calma o homem.
Otília:
--- Mas eu não tenho casa. Para a pensão a mulher não vai me querer. E eu não sei para onde ir. O senhor tem quarto em sua casa? – perguntou a moça um tanto aflita.

O REPOUSO

Nenhum comentário:

Postar um comentário