quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS QUATRO CAVALEIROS - 47 -

- Lilli Palmer -
- 47 -
PRECAUÇÃO
Porém, em dado instante, Otelo Gonçalves orientou o velho coronel e deputado a se acercar de uma luminária armada na estrada da casa, posta para os dos folguedos do casamento de Ludmila e orienta-los a se acercar do pátio da festa. O coronel ainda olhou para Otelo e deduziu ele ter razão. E por aquele ambiente ainda que noturno, leu a mensagem escrita. O tido da mensagem o coronel guardou sigilo. Dobrou ele o papel e colocou no bolso. Ainda por instante pensou cismado:
Coronel:
--- Odisseia! – apensas pensou no nome da pessoa morta.
Logo após, sem esquecer. O Coronel Godinho mandou enterrar o corpo do rapaz morto e se encaminhou para a sua casa com a cara de quem não gostava de coisa alguma. Seguiram o Coronel os pistoleiros Otelo Gonçalves e Júlio Medalha. Os jagunços ficaram a se encarregar de sepultar o corpo da vitima daquela noite sem luar. A moçada continuava na festa e Cantídia Marques Godinho observou o marido ao chegar a casa e legou se dirigiu para dentro. A sua filha, Ludmila e o seu marido, Antero Soares, continuavam a dançar ao som da concertina do velho Chico. Emília e Renovato estavam alegres com a animação do casório. A Irmã Josefina continuava a olhar o folguedo. A Noviça Isabel estava sentada esperando o retorno de Júlio Medalha. O homem havia se ausentado por alguns instantes para acompanhar o seu patrão Marcolino Godinho em certo afazer. Otelo Gonçalves ainda indagou do Coronel Godinho.
Otelo:
--- Poço fazer algo pelo senhor? – perguntou calmo o pistoleiro.
Depois de alguns segundo o homem, que estava sentado na poltrona em seu birô disse apenas que não havia nada a fazer. Otelo entendeu algo grave no bilhete deixado, mas não teceu mais comentários. Nesse instante, um garoto chegou até a filha do homem e declarou:
Garoto Um:
--- Escute aqui sinhá. Seu pai recebeu um bilhete agora. Eu não sei ao certo. Mas eu digo somente a senhora. É assunto grave. – disse o garoto em surdina.
Ludmila:
--- Que? Onde está o bilhete? – perguntou a nova senhora de forma com espanto.
Garoto Um:
--- Com ele! No bolso do paletó! – disse mais o garoto outra vez em surdina.
Ludmila:
--- Certo. Não fale a ninguém! Eu vou verificar o bilhete. Coma um bolo! – disse a senhora Ludmila e se voltou para dançar com Antero, seu marido.
Quando todos estavam a dormir pelo restinho da noite e inicio da madrugada, Ludmila, apartando-se do seu marido esse já estando a dormir pela força do álcool e do cansaço, ela se esgueirou devagar e foi até o quarto do velho seu pai Marcolino Godinho. De vagar, mesmo estando consciente do acordar das cozinheiras na sala do fogão, espreito na porta e viu tudo calmo. Muito vagarosa, ela abriu a portado quarto e, mesmo do escuro imenso a fazer em plena madrugada, foi verificar o segredo do tal bilhete. Ludmila pôs-se a vasculhar os bolsos do paletó do Coronel tendo achado de imediato o tal bilhete. Expressava de assuntos por ela desconhecidos e marcava data para uma contenda entre dois senhores. Um deles era o seu pai querido. Mas o outro nada se referia. Dizia apenas ser um duelo entre duas pessoas em data de lua cheia. A moça tomou um susto terrível e ficou a pensar no nome escrito:
Ludmila:
--- Odisseia! Quem será a dita cuja citada no bilhete? – pensou a moça inquieta.
Seria o nome de alguém ou de um ponto especifico. E Ludmila, de pé diante pé se voltou após deixar o bilhete no bolso paletó do velho e retornou vagarosa ao seu quarto onde estava a compor o sono com amado Antero Soares. Entretanto nesse resto de madrugada Ludmila não mais conciliou o sono e ficou a pensar na tal falada Odisseia.
Logo cedo da manhã da segunda-feira o Coronel Godinho e seu guarda-costas Otelo Gonçalves rumou para a sede da capital onde teria um dia cheio de trabalho dado a questão da chapa eleitoral a qual voltaria a discutir com a bancada do seu partido e de alguma forma teria de conversar com o próprio Governador para sanar alguns atropelos. Na viagem, de imediato, o Coronel lembrou-se do bilhete e bateu mão no paletó onde o tinha posto. Mas a tranquilidade voltou uma vez o bilhete estava guardado do bolso. Ele deu um suspiro de alivio. E, de momento, se voltou para Otelo Gonçalves a perguntar o tempo da lua. Esse respondeu:
Otelo:
--- Faz lua em minguante. – respondeu o guarda costas.
Coronel:
--- Em minguante. Dá tempo! – falou o velho sem querer.
O guarda-costas olhou cismado o Coronel Marcolino Godinho e nada falou. Apenas pensou Otelo estar o Coronel a suspeita pela questão da lua. E até fez uma indagação como a despistar se a laca prenha daria cria nesses dias. O velho então respondeu:
Coronel;
--- Na força da lua cheia. – respondeu o deputado.
Um carro de boi seguia a sua frente, vagaroso como sempre, e o coronel buzinou como o seu carro a pedir passagem. Ele viu o homem a fazer com o braço um sinal de poder passar. O Coronel se dispôs a passar e ainda olhou de viés o carreteiro. Esse estava com uma carga de cana e nada fez. Apenas olhou para o carro e continuou sua marcha lenta a mastigar um cisco de capim. Com seu chapéu de palha o carreteiro olhou bem para o carro a passar. Se alguma coisa pensou não fez demonstração. E continuou a caminhada lenta com seu boi carreiro. O touro manso a perseguir o caminho com seu robusto corpo de 800 quilos apenas babava e não mugia. Do outro lado da estrada, cambaleando como o boi fazia, vinha outro a puxar uma carreta a levar um sino de Igreja. O velho Coronel olhou a carga e perguntou a Otelo Gonçalves para onde estaria indo aquele sino. E Otelo respondeu despreocupado:
Otelo:
--- Talvez seja para alguma capela de algum sítio existente na redondeza. – reportou o homem.
Coronel:
--- Deve ser. Deve ser. Um sitio. – falou sem se preocupar o Coronel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário