- Nanda Costa -
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ACIDENTE
Não custou
muito Amaro Borba chegar à residência de Nara onde ele estava a supor se
encontrar o filho Eurípedes. Na verdade, de fora ouviu o toque do piano, mania
do seu filho. Além de Eurípedes também estavam outro amigo, Fred, e a irmã
Rócia. O velho Amaro pode reconhecer Rócia pelo martelar do violino. Se
depressa chegou, mais depressa falou. Todos ficaram assustados com a visita
inesperada. Aquela altura, a virgem Margarida já estava na Delegacia de Polícia
em companhia de seu advogado Nestor dos Santos e da assistente Tâmara Peluso. A
senhora Ceci também estava na Delegacia. Porém ficou do lado de fora do
recinto. O sol se mostrava para um dia quente. Seu Amaro Borba chegou depressa e mais depressa
falou com os seus diletos filhos. Após os cumprimentos à Nara, ele então falou:
Amaro:
--- Tragédia
meus filhos! Tragédia! O irmão de vocês se acidentou. E eu estou indo para o
Rio. Não tem mais nem menos. Eu sigo no primeiro vôo que tiver daqui para lá. –
falou cansado o homem.
Eurípedes:
--- Espere!
Espere! Vamos com calma! Respire! Devagar! Depois conte a história! - falou
decente o profissional da medicina enquanto retirava o estetoscópio do seu
bolso.
Rócia:
--- Como é que
é? Acidente? – falou nervosa a irmã de Jonas.
Eurípedes:
--- Calma!
Calma! Estou auscultando meu pai! E o senhor não se mexa. – falou o médico ao
paciente.
Todos ficaram
tensos na sala. Nara pôs a mão na boca enquanto o seu filho balançava o berço
para um e outro lado fazendo uma espécie de alarme de graça. Seu Amaro Borba
estava tenso por demais. O médico ao terminar a medição da pressão deu o
recado:
--- Catorze
por dez. Quase onze. Está alta. – disse Eurípedes.
Nara:
--- Água com
açúcar. – admitiu de imediato à noiva.
E assim a moça
correu as pressas para o interior da cozinha. O velho Amaro ficou sentado em
uma poltrona enquanto sua filha o acariciava com vagar. Fred comentou com
Eurípedes não mais tocar coisa alguma. A tensão dos presentes era dominante.
Nesse ponto o médico pediu cautela aos presentes e quis saber do acontecido. A
mesma que Amaro ouviu então repetiu. O cansaço era demais. Uma ânsia inquieta.
Eurípedes:
--- É melhor
nós irmos ao hospital. É tratamento rápido. - falou calmo o filho.
Amaro:
--- Quem? Eu?
Nunca! – disse neurastênico o velho.
Eurípedes:
--- É melhor.
Apenas duas horas. O problema é a sua pressão. Viajar nem pensar. Descanse um
pouco até a pressão voltar ao normal. Quando o senhor fez exame de coração? –
perguntou o médico.
Amaro:
--- Eu? Nunca!
Sou forte! – disse o velho mostrando o muque.
Eurípedes:
--- Então está
na hora. Colhe um pouco de sangue e se sabe o que será preciso. É um minuto.
Vamos ao Hospital Em estou com o senhor. Vamos. Levante-se. – argumentou o
médico.
Amaro:
--- Ora um
pirralho desses querendo ser o dono do Papa! – disse um pouco tonto o velho.
Eurípedes
sorriu e Rócia fez questão de o seu pai seguir as intenções do doutor
Eurípedes.
Amaro
--- Vocês
querem me matar? – indagou colérico o velho.
Eurípedes:
--- Vamos
embora homem forte. Segure-se em mim. – falou com pressa o médico.
Nara:
---Olhe a
água. – trazia Nara de dentro da casa.
Eurípedes:
--- Beba um
pouco. Não faz mal. Vamos! – e Nara deu um pouco de água ao velho.
Amaro:
--- Eu estou
me sentindo um defunto. - reclamou o velho.
Eurípedes:
--- Cuidado!
Se não o senhor vira defunto mesmo. – sorriu o doutor.
Amaro:
--- E sua mãe
como vai saber? – indagou o velho moribundo.
Rócia:
--- Eu vou
avisar em casa. – disse a moça com calma.
Nara:
--- É melhor o
senhor ir ao Hospital. Não lhe custa nada. – falou a noiva de Eurípedes.
Nesse ponto o
médico já estava preparando uma injeção para acalmar seu pai e devagar sem ele
notar, aplicou na veia do braço. O médico havia retirado o paletó do seu pai e
levantado a manga da camisa para poder fazer a aplicação. O velho só sentiu a
fraca furada da agulha em seu braço. Foi então que o velho bradou:
Amaro:
--- Como é que
pode? Você fazer isso comigo? - - reclamou com ímpeto.
Eurípedes:
--- Calma! Esse
remédio é para o senhor acalmar. Ponto. – e retirou do braço o tubo.
E o pessoal
seguiu, com Rócia a ficar na metade do caminho. Ela e Fred. E o velho Amaro,
quase a dormir seguiu para o Hospital aonde chegou às pressas com seu filho
ajeitando na maca e reportando seguir para o apartamento de classe.
Ao chegar a
sua casa, Rócia chamou pela mãe, mas não disse o que lhe tinha a dizer.
Sentou-se no sofá, balançando as pernas para dar maior tranquilidade a sua mãe.
Clotilde:
--- Que estas
procurando? – indagou a sua mãe.
Rócia:
--- Nada.
(sorriu). – passados os segundo a moça perguntou:
Rocia:
--- Alguém
telefonou? – indagou a moça.
Clotilde:
--- Ninguém
telefonou. Para você? – indagou a mulher.
Rócia.
--- Sim. Mas
se não telefonou não tem importância. Jonas está no Hospital do Rio. – falou a
moça com brandura.
Clotilde:
--- Jonas? Meu
filho? Que hospital? – perguntou já impaciente a mulher.
Rócia.
--- Não sei
qual. Deu uma torcida no braço. Ele está bem. Só deslocou a mão. Vai bem. –
relatou a moça.
Clotilde:
--- Eu não
acredito nessa historia! Você mente desregradamente! Diga o que houve? –
indagou a mulher.
Rócia:
--- Nada. Só
isso. – relatou a moça a olhar a rua.
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