terça-feira, 21 de maio de 2013

"NARA" - 61 -

- Hilary Duff -
- 61 -
SEQUENCIA
O certo é: dona Clotilde acreditou desconfiada. E em certa ocasião a mulher se levantou da cadeira de balanço e foi até ao telefone. Ela gostaria de ter certeza a respeito do seu filho Jonas. Podia ser apenas uma simples torção corriqueira. Clotilde caminhou desconfiada com o procedimento de sua filha Rócia, E olhou para a cara da moça fazendo um “rum” como quem não diz coisa alguma e diz muito. A filhar observou a ação de sua mãe. Ao tirar do gancho o telefone, uma mão insistente veio depressa brecando a intenção da mulher.
Rócia:
--- Para onde a senhora vai ligar? – indagou estabanada a moça.
Clotilde:
--- Ave Maria! Que suto você de fez! E não se pode nem ligar o telefone? Vou saber do seu pai! Está satisfeita? – reclamou receosa a mulher.
Rócia:
--- Meu pai não está na firma. Senta já ai! – disse de modo autoritário.
A mulher caminhou para trás dizendo:
Clotilde:
--- Ave Maria! Nossa Senhora! Meu pai do Céu! Que susto essa moça me deu! Ora! E onde está seu pai? Agora vai me contar tudo! – reclamou desesperada a mulher.
A filha ficou sossegada e do ponto onde estava o telefone foi dizendo para tranquiliza a sua mãe.
Rócia:
--- Ora mãezinha. Ele foi com Eurípedes para fazer exame de sangue no hospital. Só isso. Falou decente a moça.
Clotilde:
--- Sangue? Ele nunca fez desses exames! – falou descrente a mulher.
Rócia;
--- Mas tem a primeira vez. Ele quis ir agora! – disse por vez a moça com voz tranquila.
Clotilde:
--- Agora me diga: ele morreu? – indagou assustada a mulher.
Rócia:
--- Virgem Maria! A senhora também?! Eu já disse! Pare de se preocupar! Exame! Foi o que o meu pai foi fazer! Ora! – falou zangada a moça de perto do telefone onde ficou escorada.
Clotilde:
--- E você? O que está fazendo aí? Por que não vem para a cadeira? – indagou desconfiada.
Rócia:
--- Não! Aqui estou bem. Alias, estou esperando meu amigo! – sorriu a moça de modo a disfarçar a atenção da sua mãe
E chamou a doméstica da casa para pedir um copo de água. A doméstica ouviu e foi buscar o copo com uma garrafa de água gelada. No instante em que trouxe a garrafa com água a moça se adiantou e pegou o copo, entornou  água e deu para a sua mãe. Em seguida falou:
Rócia:
--- Beba! É bom para o intestino! Eu vou beber também. Avia!  Beba! – falou ativa para a sua mãe.
Clotilde:
--- Eu quero lá água!  Quero saber o que houve com Jonas! – falou abusada
Clotilde estava sentada na espreguiçadeira, de braços encruzados, olhando a rua e apenas a pensar.
Rócia:
--- Beba! – falou séria a moça.
Clotilde:
--- Ai! Que susto você me deu! Pois não bebo e pronto! Qual o interesse? – perguntou abusada
Rócia sorriu e após alguns segundo falou:
Rócia:
--- Nenhum mazinha. A senhora está pálida. E é bom beber água. - sorriu a moça.
Clotilde:
--- Pálida? Eu? Onde está o espelho! – perguntou assombrada à doméstica.
Rócia:
--- Não está? Não está? Não está? - perguntou Rócia à doméstica piscando um olho.
Doméstica:
--- Pra mim ela está com cara de burro quando foge. – sorriu a doméstica.
Clotilde:
--- Burro quando foge é a tua raça! Quero o espelho agora! – e se levantou da espreguiçadeira a entrar para seu quarto a procura de um espelho.
Rócia sorriu as pencas aproveitando a oportunidade para retirar do restrito lugar a tomada do telefone. E partiu do recinto onde estava sentada a quase morrer de sorrir.
Eram passadas mais de duas horas quando o velho Amaro entrou no quarto do Hospital onde se encontrava. Por esse período passou por exames laboratoriais, extraindo um pouco de sangue para os doutores médicos adquirir informações sobre doenças e funções dos órgãos. A enfermeira fez uma punção na veia para medir a glicose, o PSA, sódio, potássio e outras composições sanguíneas. O medicamento usado por doutor Euripedes surtiu efeito e outro especialista receitou novos medicamentos. Após tais procedimentos, outro médico requereu sumario de urina extraído em jejum e novos exames de sangue também extraídos em jejum. Após esse período de internação o velho recebeu alta até ter em mãos os novos exames. Um pouco senil Amaro teve condições de ir para a sua casa acompanhando o seu filho. Esse foi logo advertindo ter o seu pai condições de fazer os exames o quanto antes. A questão de Jonas, o médico teria de se preocupar.
Euripedes:
--- Nada de estripulias. Amanhã mesmo fazer os exames. Eu hoje verei o que eu posso fazer para visitar o Jonas. – relatou sem graça o filho.
Amaro;
--- E tua mãe? – indagou preocupado o velho.
Eurípedes:
--- Esse é o problema. Outra coisa; quem vai cuidar da loja? – indagou o rapaz.
Amaro:
--- Nem faço ideia. Você tem alguém? – indagou meio zonzo.
Eurípedes:
--- Penso eu em José Tomaz. Ele sabe ler escrever. Já tem o jeito do senhor. O resto se ajeita. – falou tranquilo o rapaz.
Amaro;
--- Nem pensava em Tomaz. Alias nem pensava em ninguém. Você acha que os médicos vão me operar? – perguntou com o rosto cheio de rugas.
Eurípedes:
--- É melhor aguardar os exames. Por enquanto nada posso afirmar. – relatou o médico.
Amaro:
--- E se você for para o Rio o que vai dizer a eles? – indagou preocupado.
Eurípedes:
--- Primeiro eu vou observar o que houve. Se minha mãe for também, então vai ser uma lástima. Aquele chororô que não se acaba mais. Vamos ver. Vamos ver. – respondeu o filho.
O carro encostou-se ao meio fio da calçada e o velho teve que esperar o filho para ajuda-lo a descer. Duas moças passaram apresadas pela calçada. Eurípedes pediu que a doméstica o ajudasse a levar para dentro de casa o seu pai.
 

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