- Hilary Duff -
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SEQUENCIA
O certo é:
dona Clotilde acreditou desconfiada. E em certa ocasião a mulher se levantou da
cadeira de balanço e foi até ao telefone. Ela gostaria de ter certeza a
respeito do seu filho Jonas. Podia ser apenas uma simples torção corriqueira.
Clotilde caminhou desconfiada com o procedimento de sua filha Rócia, E olhou
para a cara da moça fazendo um “rum”
como quem não diz coisa alguma e diz muito. A filhar observou a ação de sua
mãe. Ao tirar do gancho o telefone, uma mão insistente veio depressa brecando a
intenção da mulher.
Rócia:
--- Para onde
a senhora vai ligar? – indagou estabanada a moça.
Clotilde:
--- Ave Maria!
Que suto você de fez! E não se pode nem ligar o telefone? Vou saber do seu pai!
Está satisfeita? – reclamou receosa a mulher.
Rócia:
--- Meu pai
não está na firma. Senta já ai! – disse de modo autoritário.
A mulher
caminhou para trás dizendo:
Clotilde:
--- Ave Maria!
Nossa Senhora! Meu pai do Céu! Que susto essa moça me deu! Ora! E onde está seu
pai? Agora vai me contar tudo! – reclamou desesperada a mulher.
A filha ficou
sossegada e do ponto onde estava o telefone foi dizendo para tranquiliza a sua
mãe.
Rócia:
--- Ora
mãezinha. Ele foi com Eurípedes para fazer exame de sangue no hospital. Só
isso. Falou decente a moça.
Clotilde:
--- Sangue?
Ele nunca fez desses exames! – falou descrente a mulher.
Rócia;
--- Mas tem a
primeira vez. Ele quis ir agora! – disse por vez a moça com voz tranquila.
Clotilde:
--- Agora me
diga: ele morreu? – indagou assustada a mulher.
Rócia:
--- Virgem
Maria! A senhora também?! Eu já disse! Pare de se preocupar! Exame! Foi o que o
meu pai foi fazer! Ora! – falou zangada a moça de perto do telefone onde ficou
escorada.
Clotilde:
--- E você? O
que está fazendo aí? Por que não vem para a cadeira? – indagou desconfiada.
Rócia:
--- Não! Aqui estou
bem. Alias, estou esperando meu amigo! – sorriu a moça de modo a disfarçar a
atenção da sua mãe
E chamou a
doméstica da casa para pedir um copo de água. A doméstica ouviu e foi buscar o
copo com uma garrafa de água gelada. No instante em que trouxe a garrafa com
água a moça se adiantou e pegou o copo, entornou água e deu para a sua mãe. Em seguida falou:
Rócia:
--- Beba! É
bom para o intestino! Eu vou beber também. Avia! Beba! – falou ativa para a sua mãe.
Clotilde:
--- Eu quero
lá água! Quero saber o que houve com
Jonas! – falou abusada
Clotilde
estava sentada na espreguiçadeira, de braços encruzados, olhando a rua e apenas
a pensar.
Rócia:
--- Beba! –
falou séria a moça.
Clotilde:
--- Ai! Que
susto você me deu! Pois não bebo e pronto! Qual o interesse? – perguntou
abusada
Rócia sorriu e
após alguns segundo falou:
Rócia:
--- Nenhum mazinha.
A senhora está pálida. E é bom beber água. - sorriu a moça.
Clotilde:
--- Pálida?
Eu? Onde está o espelho! – perguntou assombrada à doméstica.
Rócia:
--- Não está?
Não está? Não está? - perguntou Rócia à doméstica piscando um olho.
Doméstica:
--- Pra mim
ela está com cara de burro quando foge. – sorriu a doméstica.
Clotilde:
--- Burro
quando foge é a tua raça! Quero o espelho agora! – e se levantou da espreguiçadeira
a entrar para seu quarto a procura de um espelho.
Rócia sorriu
as pencas aproveitando a oportunidade para retirar do restrito lugar a tomada
do telefone. E partiu do recinto onde estava sentada a quase morrer de sorrir.
Eram passadas
mais de duas horas quando o velho Amaro entrou no quarto do Hospital onde se
encontrava. Por esse período passou por exames laboratoriais, extraindo um
pouco de sangue para os doutores médicos adquirir informações sobre doenças e
funções dos órgãos. A enfermeira fez uma punção na veia para medir a glicose, o
PSA, sódio, potássio e outras composições sanguíneas. O medicamento usado por
doutor Euripedes surtiu efeito e outro especialista receitou novos medicamentos.
Após tais procedimentos, outro médico requereu sumario de urina extraído em jejum
e novos exames de sangue também extraídos em jejum. Após esse período de
internação o velho recebeu alta até ter em mãos os novos exames. Um pouco senil
Amaro teve condições de ir para a sua casa acompanhando o seu filho. Esse foi logo
advertindo ter o seu pai condições de fazer os exames o quanto antes. A questão
de Jonas, o médico teria de se preocupar.
Euripedes:
--- Nada de
estripulias. Amanhã mesmo fazer os exames. Eu hoje verei o que eu posso fazer
para visitar o Jonas. – relatou sem graça o filho.
Amaro;
--- E tua mãe?
– indagou preocupado o velho.
Eurípedes:
--- Esse é o
problema. Outra coisa; quem vai cuidar da loja? – indagou o rapaz.
Amaro:
--- Nem faço
ideia. Você tem alguém? – indagou meio zonzo.
Eurípedes:
--- Penso eu
em José Tomaz. Ele sabe ler escrever. Já tem o jeito do senhor. O resto se
ajeita. – falou tranquilo o rapaz.
Amaro;
--- Nem
pensava em Tomaz. Alias nem pensava em ninguém. Você acha que os médicos vão me
operar? – perguntou com o rosto cheio de rugas.
Eurípedes:
--- É melhor
aguardar os exames. Por enquanto nada posso afirmar. – relatou o médico.
Amaro:
--- E se você
for para o Rio o que vai dizer a eles? – indagou preocupado.
Eurípedes:
--- Primeiro
eu vou observar o que houve. Se minha mãe for também, então vai ser uma
lástima. Aquele chororô que não se acaba mais. Vamos ver. Vamos ver. –
respondeu o filho.
O carro
encostou-se ao meio fio da calçada e o velho teve que esperar o filho para
ajuda-lo a descer. Duas moças passaram apresadas pela calçada. Eurípedes pediu
que a doméstica o ajudasse a levar para dentro de casa o seu pai.
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