domingo, 1 de dezembro de 2013

O SENHOR DE LUTO - Capítulo Quarenta e Cinco -

- SONHOS -
- 45 -
- CASOS -
 

Casos e sonhos. Internamente constantes. Na França, uma empregada doméstica não sabe ler ou escrever. Ela não sabe nada de literatura ou artes! Apenas sabe cozinhar, fazer frituras, assar peixe, carnes, frangos, vitelas, coelho e porco. Às vezes, caracóis – escargots -. O escargot é um nobre prato. Contudo a empregada domestica não sabe ler ou escrever. Ela é uma pândega. Na residência dos senhores nobres a moça lava, engoma e passa. Ela é puramente analfabeta. No entanto, a moça tem estilo!. Ela é importante!. O caso é: ela é francesa. E ser francesa é um garbo. Nada importa saber ler ou escrever. Ela é sumamente o estilo! Orgulho! Saber!

Alguém:

--- Nom? – pergunta-lhe alguém com inefável paciência.

A moça:

--- Joana D’Arc. – responde de forma como não quer falar.

Esse é o nome da serviçal: Joana D’Arc! Para todos os efeitos é o seu puro nome! Bem podia ser outro. Maria, Selene, Amanda. Quaisquer uns dos quais ou mais. Mas, não! É simplesmente Joana D’Arc, solteira, talvez com amante(s), sem filhos, 25 anos de idade, pais separados, duas ou três irmãs. E um homem! Irmão! Caso que Joana não o rever a tanto tempo.

Alguem;

--- Très bien! – fala o homem acertadamente.

E a moça está empregada no serviço de cozinheira. Porém é, também, de copa, lavagem, tomar conta do que falta: varrer o chão, comprar pão, café, mamão, carvão. Que se dane o mundo. Joana D’Arc faz. E é assim diuturnamente. Como tem Joana, há também Valéria, do Carmo, Augusta, Renata. Todas são analfabetas! De pai e mãe! A questão é! Francesa! Essa é a classe de ser importante, arrogante, delirante e sem alfabeto constante.

Alguém:

--- C’est la vie! – corresponde o homem inquieto andante.

Em outro caso tem as brasileiras amantes do Teatro, Cinema, Ópera e de algum modo, vinhos e conversas com passantes. Essa não é a vida de Nair. Mesmo assim, a virgem cala para não falar asneiras de tanto apanhar a vida inteira. Ela (era) pobre. Porém se tornou um caso a parte de rica e delirante. Edgar, seu noivo! Impactante! Ela não era mais aquela mulher de antes. Inconstante, Nair assume a condição nobre. Beleza! A futura sobrinha não era tão chique assim, como sempre ditava. Contudo, que se vá à frente.

Edgar:

--- Vestido de noiva! – disse o homem sem se assustar:

Lenira:

--- Como? O senhor recebeu? – indagou insistente.

Edgar:

--- Não! O gerente da casa avisou! – explicou com modos.

Lenira:

--- Vou lá! – disse a moça com metade dos braços soerguidos.

De repente, ao sair do quarto de hospedes, Lenira topou com a sua futura tia, pois estava comprometida para casar com Edgar, o tio. Alvoroço! Lenira inquieta chamou a sua amiga para poderem sair com pressa até o salão de modas “Estilo”. Esse era o nome da Casa das noivas de Paris. O Grand Salon du Mariage, um evento dedicado as noivas do mundo inteiro. Um ateliê de vestidos de noivas. Os expositores do Salão de Casamentos tinham todo o orgulho em oferecer soluções. Estilos para detalhes a fazer do casamento uma festa especial. Orgulho e classe! Acessórios, roupas, fotógrafos, maquiadores e cabeleireiros especializados. Arranjos de flores, vinhos e champanhe. Enfim: tudo em questão do universo da moda. Mesas, doces e decorações de um evento ideal.

Lenira:

--- Vamos! Vamos! Depressa! Corre! Corre! – ressaltava há buscar o tempo.

Nair:

--- Já? – fez por vez assustadíssima a noiva.

Casar era o chique da moda. Podia ser do Rio (de Janeiro), Nova York ou Paris. Todo mundo poder amar para saber se amar é bom. Delirante, em mente Lenira não se aguentava em chegar com pressa, bem mais que Nair, a Casa “Estilo” o toque da elegância dos casais que estivessem na Cidade Luz.

Lenira:

--- Voce podia casar na Cidade Luz! – disse-lhe a núbia a cismar.

Nair:

--- Por quê? – indagou sem saber.

Lenira:

--- Por quê? Ora por que! Charme e beleza! Coisa do outro mundo! Paris! Paris! Paris! – delirava a virgem enquanto o taxi trafegava em direção a Casa “Estilo”.

E soltava os braços para o alto tão logo o motorista indagou inconscientemente.

Motorista:

--- Où? – indagou o taxista.

E a virgem moça respondeu em francês, ela cheia de risos divinais. Fascinação! Beijos de amor. Decentemente francos. Beleza natural com virtuais enfeites enlevados. Emoções alucinantes! Casos d’antes não presumíveis extasiantes. Auto a seguir sem pressa o motorista a salientar com ênfase.

Motorista

--- Je me suis mariée à Notre-Dame! – despachou o taxista.

Notre-Dame ou em uma misteriosa Igrejinha no sertão do município de Panelas era qualquer coisa de normal. Casamento não durava para sempre como o sacerdote então dizia e por muito não combinava. Mesmo assim, se acaso durasse para sempre era uma festa magistral.

Lenira;

--- Vamos combinar! – lembro a virgem ao repor as unhas na boca.

Nair:

--- Será que ele (Edgar) vai aceitar? – indagou temerosa.

Lenira:

--- Não sei. Veremos! – argumento cheia humildade.

A Casa “Estilo”, núcleo do ardor festivo onde versos tangiam quimeras para mais longe do crepúsculo, puramente se assemelhava em eloquentes meditavos encantos com a Catedral dos Sonhos orientais frente às nuances de mágicas primaveras. A alta costura era seleção de trajes suntuosos e clássicos a sugerir modelos com gigantescas e magistrais saias bem rodadas e transparentes bordados. Podiam-se notar as tendências da moda em estilos vários enlevando o porte da elegante virgem a consumir modelos de enternecidas classes. Entre os vestidos de noivas se podiam observar de próximo os suavíssimos glamour em originalidade de elegantes fluidos, em tule, ou com camadas de perfeição estruturadas. As mínimas listas de transparência e bordados com evidencia tinham espaço com atenção e toque. Modelos mui diversos, os mais atraentes de encantadas estampas.

Nair;

--- É de se notar. – relatou a mágica noiva ao contemplar as suaves vestes.

Lenira:

--- Isso é Paris minha eterna noiva! – fez notar com elegante graça.

As nuances de rosa, azul lilás igualmente estavam bem presentes em detalhes a cobrir todo o vestido de noiva. Era a cor da temporada a cintilar ensejos e mil desejos vários. O caimento deslumbrante era o eterno branco. Modelagem como corte de sereia era uma questão de arte e feitio. O tule também despontava como grandiosa aposta. O tule surgia apenas em saias de bailarina ou em vestidos fluidos com seu corte puramente valorizado de encantado corpo.

Nair:

--- Estou pasma. O que se faz? – indagou perplexa.

Lenira:

--- O casamento é vosso. Porém tento admitir ser esse branco o de melhor qualificação. – resolveu a virgem.

Enfim chegou a um consenso. O enternecido branco de saias amplas e bem rodadas cheias de tecidos em diversas fazes do imperioso acabamento, era esse o tal. Corpo em renda e saia em tule. Com decote amplo, mangas de rendas a veste delineava as curvas e um corpo em dia. O traje encetava o maior destaque para os quadris. Era uma silhueta justa com modelagem a alturas dos quadris.

Nair:

--- Vestes singulares. –resolveu falar a eterna virgem.

Lenira:

--- Eureca! – exclamou com pressa a doce e terna jovem. 

De repente se ausentou do Palácio dos Sonhos derradeiros.

Nair:

--- Hei! Espera por mim! – disse apavorada.

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