
- SONHOS -
- 45 -
- CASOS -
Casos e sonhos. Internamente constantes.
Na França, uma empregada doméstica não sabe ler ou escrever. Ela não sabe nada
de literatura ou artes! Apenas sabe cozinhar, fazer frituras, assar peixe,
carnes, frangos, vitelas, coelho e porco. Às vezes, caracóis – escargots -. O
escargot é um nobre prato. Contudo a empregada domestica não sabe ler ou
escrever. Ela é uma pândega. Na residência dos senhores nobres a moça lava,
engoma e passa. Ela é puramente analfabeta. No entanto, a moça tem estilo!. Ela
é importante!. O caso é: ela é francesa. E ser francesa é um garbo. Nada
importa saber ler ou escrever. Ela é sumamente o estilo! Orgulho! Saber!
Alguém:
--- Nom? – pergunta-lhe alguém com
inefável paciência.
A moça:
--- Joana D’Arc. – responde de forma
como não quer falar.
Esse é o nome da serviçal: Joana D’Arc!
Para todos os efeitos é o seu puro nome! Bem podia ser outro. Maria, Selene,
Amanda. Quaisquer uns dos quais ou mais. Mas, não! É simplesmente Joana D’Arc,
solteira, talvez com amante(s), sem filhos, 25 anos de idade, pais separados,
duas ou três irmãs. E um homem! Irmão! Caso que Joana não o rever a tanto
tempo.
Alguem;
--- Très bien! – fala o homem
acertadamente.
E a moça está empregada no serviço de
cozinheira. Porém é, também, de copa, lavagem, tomar conta do que falta: varrer
o chão, comprar pão, café, mamão, carvão. Que se dane o mundo. Joana D’Arc faz.
E é assim diuturnamente. Como tem Joana, há também Valéria, do Carmo, Augusta,
Renata. Todas são analfabetas! De pai e mãe! A questão é! Francesa! Essa é a
classe de ser importante, arrogante, delirante e sem alfabeto constante.
Alguém:
--- C’est la vie! – corresponde o homem
inquieto andante.
Em outro caso tem as brasileiras amantes
do Teatro, Cinema, Ópera e de algum modo, vinhos e conversas com passantes.
Essa não é a vida de Nair. Mesmo assim, a virgem cala para não falar asneiras de
tanto apanhar a vida inteira. Ela (era) pobre. Porém se tornou um caso a parte
de rica e delirante. Edgar, seu noivo! Impactante! Ela não era mais aquela
mulher de antes. Inconstante, Nair assume a condição nobre. Beleza! A futura
sobrinha não era tão chique assim, como sempre ditava. Contudo, que se vá à
frente.
Edgar:
--- Vestido de noiva! – disse o homem
sem se assustar:
Lenira:
--- Como? O senhor recebeu? – indagou
insistente.
Edgar:
--- Não! O gerente da casa avisou! –
explicou com modos.
Lenira:
--- Vou lá! – disse a moça com metade
dos braços soerguidos.
De repente, ao sair do quarto de
hospedes, Lenira topou com a sua futura tia, pois estava comprometida para
casar com Edgar, o tio. Alvoroço! Lenira inquieta chamou a sua amiga para poderem
sair com pressa até o salão de modas “Estilo”. Esse era o nome da Casa das
noivas de Paris. O Grand Salon du Mariage, um evento dedicado as noivas do
mundo inteiro. Um ateliê de vestidos de noivas. Os expositores do Salão de
Casamentos tinham todo o orgulho em oferecer soluções. Estilos para detalhes a
fazer do casamento uma festa especial. Orgulho e classe! Acessórios, roupas,
fotógrafos, maquiadores e cabeleireiros especializados. Arranjos de flores,
vinhos e champanhe. Enfim: tudo em questão do universo da moda. Mesas, doces e
decorações de um evento ideal.
Lenira:
--- Vamos! Vamos! Depressa! Corre!
Corre! – ressaltava há buscar o tempo.
Nair:
--- Já? – fez por vez assustadíssima a
noiva.
Casar era o chique da moda. Podia ser do
Rio (de Janeiro), Nova York ou Paris. Todo mundo poder amar para saber se amar
é bom. Delirante, em mente Lenira não se aguentava em chegar com pressa, bem
mais que Nair, a Casa “Estilo” o toque da elegância dos casais que estivessem
na Cidade Luz.
Lenira:
--- Voce podia casar na Cidade Luz! –
disse-lhe a núbia a cismar.
Nair:
--- Por quê? – indagou sem saber.
Lenira:
--- Por quê? Ora por que! Charme e
beleza! Coisa do outro mundo! Paris! Paris! Paris! – delirava a virgem enquanto
o taxi trafegava em direção a Casa “Estilo”.
E soltava os braços para o alto tão logo
o motorista indagou inconscientemente.
Motorista:
--- Où? – indagou o taxista.
E a virgem moça respondeu em francês,
ela cheia de risos divinais. Fascinação! Beijos de amor. Decentemente francos.
Beleza natural com virtuais enfeites enlevados. Emoções alucinantes! Casos
d’antes não presumíveis extasiantes. Auto a seguir sem pressa o motorista a
salientar com ênfase.
Motorista
--- Je me suis mariée à Notre-Dame! –
despachou o taxista.
Notre-Dame ou em uma misteriosa
Igrejinha no sertão do município de Panelas era qualquer coisa de normal.
Casamento não durava para sempre como o sacerdote então dizia e por muito não
combinava. Mesmo assim, se acaso durasse para sempre era uma festa magistral.
Lenira;
--- Vamos combinar! – lembro a virgem ao
repor as unhas na boca.
Nair:
--- Será que ele (Edgar) vai aceitar? –
indagou temerosa.
Lenira:
--- Não sei. Veremos! – argumento cheia humildade.
A Casa “Estilo”, núcleo do ardor festivo
onde versos tangiam quimeras para mais longe do crepúsculo, puramente se
assemelhava em eloquentes meditavos encantos com a Catedral dos Sonhos
orientais frente às nuances de mágicas primaveras. A alta costura era seleção
de trajes suntuosos e clássicos a sugerir modelos com gigantescas e magistrais
saias bem rodadas e transparentes bordados. Podiam-se notar as tendências da
moda em estilos vários enlevando o porte da elegante virgem a consumir modelos
de enternecidas classes. Entre os vestidos de noivas se podiam observar de próximo
os suavíssimos glamour em originalidade de elegantes fluidos, em tule, ou com
camadas de perfeição estruturadas. As mínimas listas de transparência e
bordados com evidencia tinham espaço com atenção e toque. Modelos mui diversos,
os mais atraentes de encantadas estampas.
Nair;
--- É de se notar. – relatou a mágica
noiva ao contemplar as suaves vestes.
Lenira:
--- Isso é Paris minha eterna noiva! –
fez notar com elegante graça.
As nuances de rosa, azul lilás
igualmente estavam bem presentes em detalhes a cobrir todo o vestido de noiva.
Era a cor da temporada a cintilar ensejos e mil desejos vários. O caimento
deslumbrante era o eterno branco. Modelagem como corte de sereia era uma
questão de arte e feitio. O tule também despontava como grandiosa aposta. O
tule surgia apenas em saias de bailarina ou em vestidos fluidos com seu corte
puramente valorizado de encantado corpo.
Nair:
--- Estou pasma. O que se faz? – indagou
perplexa.
Lenira:
--- O casamento é vosso. Porém tento
admitir ser esse branco o de melhor qualificação. – resolveu a virgem.
Enfim chegou a um consenso. O
enternecido branco de saias amplas e bem rodadas cheias de tecidos em diversas
fazes do imperioso acabamento, era esse o tal. Corpo em renda e saia em tule.
Com decote amplo, mangas de rendas a veste delineava as curvas e um corpo em
dia. O traje encetava o maior destaque para os quadris. Era uma silhueta justa com
modelagem a alturas dos quadris.
Nair:
--- Vestes singulares. –resolveu falar a
eterna virgem.
Lenira:
--- Eureca! – exclamou com pressa a doce
e terna jovem.
De repente se ausentou do Palácio dos
Sonhos derradeiros.
Nair:
--- Hei! Espera por mim! – disse
apavorada.
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