quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O SENHOR DE LUTO - Capítulo Quarenta e Sete -

- NOTRE DAME -
- 47 -
ESMERO
 
Então, Lenira havia dito momentos antes, ter seu tio Edgar o direito de casar em Paris, uma suntuosidade europeia de festa, chame e esmero. Em certo instante o homem não levou em conta. Porém, Lenira falou firme e consciente. Mesmo assim, Edgar sempre alertou ter o casamento o sentido da boa união. Essa conversa durou tempo. Nair se cuidava dos arranjos no local próprio e nada, nada podia saber a respeito do assunto. Em contrapartida a citação de casar, pelo menos na suntuosa imaginável Catedral de Notre Dame era o maior acontecimento desse século, para os noivos:
Edgar:
--- Casar aqui? Nem pensar! – dizia  atarantado o senhor noivo.
Lenira:
--- E por que não? – falou de modo atrevido com as mãos dos quadris a bater com o pé no chão.
Edgar:
--- Escute bem: o casamento é negócio para se cuidar com inegável paciência. Eu quero casar. Mas, deixa dar um tempo! – salientou agoniado.
França:
--- Ela tem razão.  Casar em Notre Dame é o máximo do chique. Afinal são vocês os noivos. Nos Estados Unidos, um casal vai a uma igreja, fala ao padre e está terminado. – relatou com ciência
Edgar:
--- Espera ai! Espera ai! Nós estamos no Brasil. E. ... – interrompida a fala.
Lenira:
--- Brasil? Brasil? Nós estamos na Europa. França da tragicomédia, do bolevar, da grande e atraente novidade! Brasil? E onde fica esse Brasil? – falou atrevida a moça.
França:
--- Sim! Essa terra é a Europa! – sorriu leve o comandante.
Edgar:
--- Vocês me deixam louco! – esbravejou incerto.
Fim do primeiro ato. Segundo ato. Nair está no provador. Gente até demais. Um entra e sai dos demônios. A costureira cosica um pé do pano, ela de cócoras a rever toda a estrutura da elegante clássica moda. A moça faz um beiço de quem está o traje “mordendo” atrás, no espinhaço. Loucuras desatentas e delirantes. O artista da moda vem com mais pressa para acertar os aprumes. Ele era homossexual da gema. A andar pra lá e pra cá, braços inclinados para o alto da cabeça e quadris com meios de rebolar constante. O gajo era alto, magro, cor da pele – alva -, todo sem forma a gritar para alguém:
Homossexual:
--- Depressa! Depressa! Ai meu Deus! – falava com ânsia. Língua: francesa.
Com mãos ao desespero esse era o homossexual ingrato, abusado e chato! Talvez do norte da França. Andarilho por demais, conhecedor de países europeus como Itália, Escócia e Bélgica entre Alemanha, Suíça e Inglaterra ou mais e mais outros. Ele era estabanado por excelência. Desculpe pra lá, perdão pra cá e levava a vida incerta ou ingrata sem cessar.
Homossexual:
--- Depressa! - dizia ele aos constantes, alarmantes e inquietos andantes.
Para Nair tudo estava em desordem por causa de acertos finais. Uma mulher lhe tocava o harmonioso penteado. Outra fazia aprumes na face. Luva a cobriu-lhe os ternos braços. Véus esvoaçantes inconstantemente constantes. A nívea a usar um vestido de tafetá marfim de decote ombro-a-ombro e mangas longas. A volumosa saia ganhava um trabalho em escarapelas, em provável alusão ao seu amor pelos horizontes dourados. O Mar! A linda mantilha era um caso a parte. Talvez tivesse sido feita para o casamento de alguma Rainha do Império. A glamorosa ninfa era a noiva mais perfeita de todos os tempos. Linda, com porte natural de princesa. O vestido era maravilhoso. Um conto de fadas, envolvendo a história. A Vênus atraente virgem não tinha como não se tornar uma noiva icônica!
Lenira:
--- Pronto?! – indagou feliz e risonha a sua acompanhante com seu rosto atento.
Com efeito, Lenira estava a chegar do outro lado da sala da Casa “Estilo”. E procurou ver detalhes e encantos do vestido de noiva por Nair a utilizar. No esmero da suma existência nada mais teve a declarar, com certeza. Lenira apenas fez questão em afirmar ser o casamento no templo da Notre Dame em data oportuna.
Nair:
--- Notre Dame? Aqui? – indagou surpresa a dileta noiva.
E a virgem Lenira a sorrir cantou uma música bem ao gosto do popular francês a lembrar de historia de amor inquieto distante como jamais fizera outrora. Algo como uma oração de amor a suplicar sentimentos virtuais de ternos e indeléveis ocasos. Romances simples ocasionais de outrora. Com efeito, era assim a virgem dama: parecer contente, frágil, inconstante, delirante entre mil e outras rompantes ou elegantes.
A noite foi. O dia. Enfim, Teatro. Por certo Lenira falou a seu tio como era exuberante e bela aquela estreia no teatro de uma peça não sabe bem de quem. Contudo era uma majestosa e teatral peça de enleivado ênfase ao primordial Tango. A admirável eterna casa de espetáculo estava repleta para ver e ouvir o esplendor da elegante e alegre música. O desvario tomou conta da plateia de tantas décadas de ciência. Urra para todos os cantos do salão intenso em deleitosa e inacabável ênfase era então a se ouvir. Desvarios escandalosos, maldosos, chistosos e estonteantes então o sinal da nobre plateia ao desatino. Graciosas damas não se continham com aquela musa inspiradora do enaltecido acordeom. Enfim era tudo o que não se faltava para poder se vislumbrar de fato. Apupos se davam para os brilhantes e exímios compositores eruditos da França, Alemanha, Itália ou Áustria.  Um desvario total. Era esse o comentário a ser feito pela núbia e enigmática diva.
Lenira:
--- Eu fiquei em apuros de notar imensa gente ao desvario. – falou terna.
Edgar:
--- Foi mesmo uma surpresa! – replicou.
Lenira:
--- Uno! Imagine só! Eu procuro ouvir no Brasil. Porém, aqui, na França, é bastante diferente. – colocou.  
Na verdade, UNO era um sucesso musical. O mundo todo conhecia a música cantada por Carlos Gardel. O cantor já falecido, então, deixou um legado profissional de tantas melodias sem fim. Carlos Gardel veio a óbito em 1934. Mesmo assim, as músicas por ele criadas eram sucesso absoluto. Gardel morreu em desastre de avião na Bolívia. No território brasileiro se cantava essa melodia com muita ênfase. UNO era, então, um clássico. O Tango teve origem em Cuba. Depois migrou para a Espanha com estilo de habanera. Desse país, o Tango chegou ao Rio da Prata, no Uruguai e logo após: Argentina. A dança em duo – com dois homens apenas, sem se olhar de frente. Depois cruzaram um homem e uma mulher.  Tornando-se dança de prostibulo não durou muito. As pessoas procuravam ouvi-lo e de um momento para outro, o Tango com maestria se tornou dança de elite.  Em meio à conversa surge Nair ainda sonolenta por causa de desfile em que se meteu e da estreia do misterioso Tango, de Gardel e companhia. Ela se envolveu com o seu amor e lhe deu um beijo da testa. Com a voz e a cara de sono nada mais falou no recinto. Apenas indagou:
Nair:
--- Que horas? – perguntou a ninfa.
Edgar:
--- Quase meio dia. – declarou o noivo.
Lenira:
--- E então? – pesquisou a eterna dama.
Nair:
--- Sono! – declarou como estivesse a cair.
Lenira:
--- O casório não demora tanto assim. – proclamou a virgem.
Edgar.
--- Notre Dame! – disse pensativo o homem
A Catedral é uma das mais antigas da França.  Em estilo gótico teve inicio a sua construção do ano de 1163. A Catedral é dedicada a Maria, Mãe de Jesus. Desse aspecto surgiu o nome de Nossa Senhora. A majestosa Igreja situa-se na Praça Parvis, na pequena ilha da Cidade, em Paris, França. A Catedral é toda rodeada pelas águas do Rio Sena. O templo surge intimamente ligado à ideia de gótico no seu esplendor. A arquitetura gótica é um instrumento poderoso no seio de uma sociedade que tem visão. A burguesia endinheirada e a influência do clero ditaram a construção religiosa fora das cidades. A procura de uma nova dignidade crescente no seio da França surge a Catedral de Notre Dame, em Paris.
O comandante Ricardo França chegou apressado à procura de Lenira. A virgem estava tranquila em seu ambiente no salão do pleno Hotel. Em seu lugar ainda de pé, o comandante relatou apenas uma palavra.
França:
--- Os celtas! – determinou por vez.
Edgar:
--- Quem? – indagou surpreso o distraído noivo.

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