quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ACASO - 22 -

- Kristen Stewart -
- 22 -
BRIGA
E foram todos os alunos para a diretoria levados por Josino, o homem da sineta. Parecia até um bando de burros mesmo. Um atrás do outro. Menos dois: Joel e Elizabete. Esses dois ficaram sentados, calados, como os olhos aboticados para a professora Maria Eugenia. A moça acompanhou a saída da turma de dentro da sala de aula para poder falar. Ajeitando a sua roupa para não se sabe o que, Eugenia se voltou de imediato para os dois pupilos e mostrou sua atenção com ambos. E falou:
--- Meus filhos amados. Eu peço pelo amor de Deus que vocês não briguem! Vocês me deixam louca quando estão a brigar. ....- relatava a professora aos dois pestinhas.
Nesse momento os dois falaram a um só tempo:
Discussão:
--- Foi ele! – falou brava a menina.
--- Foi ela! – disse por sua vez o menino muito zangado.
A professora:
--- Silencio! Calados! Vocês sabem que são as pupilas dos meus olhos! Eu amo a vocês! Mas não briguem pelo amor de Deus! Venham aqui amados filhos! – respondeu a professora no principio cheia de raiva e por fim apenas amorosa.
Os dois marcharam até a banca da professora, um de cada lado da mestra. E ela olhou a ambos e delicadamente declarou:
--- Joel! Ela é uma menina igual a você! Por que a arenga? Não faça isso! Parecem dois namorados! – falou suave a mestra.
E o garoto.
--- Foi ela quem começou. E Deus me livre de namorar essa burra! – disse Joel olhando trocho pata Elizabete.
Isso foi o bastante para começar uma nova arenga.
A menina:
--- Olhe o que ele disse! Olhe o que ele disse! Olhe o que ele disse! MACARRÃO! – respondeu a mocinha em cima da bucha e pulou para se atracar com Joel. Foi papel da mesa da professora pra cá, foi lápis pra lá.; Caderneta de notas e tudo o que tinha na mesa da professora que se conseguia pegar, eles pegaram. A mocinha partiu para cima de Joel que se defendeu como pode e puxou os cabelos de Elizabete enquanto a mestra, aturdida com tamanha avidez de cólera entre ambos os alunos, procurava proteger o que restava no birô. E do jeito que a coisa andava os dois agarrados. Chute para um lado. Pontapé para outro, e Maria Eugenia não teve outro jeito a não ser morrer de graça  quando viu os dois atracados por cima do trabalho onde estava o birô. Era para morrer de rir, sem duvida;
A menina:
--- MACARRÃO! – dizia Elizabete agarrada pelos cabelos e com bastante ódio.
--- BURRA CEGA! JUMENTA! CARAOLHA! – respondia o menino com toda a zanha.
--- ZÉ BUCHUDO! IMUNDICE! FEDORENTO! – respondia a menina se retorcendo para agarrar o pescoço do seu algoz.
Quando o homem da sineta entrou na sala para confirmar a presenta da turma na diretoria encontrou a bagunça infernal o desespero e a professora a morrer de rir com os dois no pega a pega. E nem podia falar sequer. De onde ela esta sentada na cadeira apenas mostrou a Josino os dois agarrados apontando com o braço e a outra mão tapando a boca e a dizer:
--- Ali, ó! Ali, ó! Ali ó! – respondia a mestra a seu Josino a mistura de menino e menina atracados como que.
O homem partiu para a guerra e pegou o algoz Joel pelo troco e arrebatou das mãos da menina e a levar chute e pontapé enquanto a professora atracou a menina a continuar falar mal o seu colega de sala.
A menina:
--- MACARRAO! – dizia a menina ostensivamente braba.
O menino:
--- JUMENTA! – respondia o menino por aonde ia passando com a voz de zanga.
Das classes vizinhas a turma saiu a correr para ver o entrevero de Joel e Elizabete já puxado, ele, para fora de sua classe pelo homem da sineta. E a mocinha ficou dentro da sala segura pela professora apesar dos esforços para se soltar. Pontapé era o que não faltava da parte da mocinha. E o dizer de:
--- Me larga! Me larga! Me larga! – era a garota quem dizia com imensa raiva.
A professora:
--- Fica aqui. E quieta! Se não eu ponho de castigo! – relatava muito brava dona Maria Eugenia enquanto a menina estirava língua para a mestra.
--- Hunna! – fazia a mocinha com um palmo de língua pra fora da sua boca.
Para todos os efeitos foi um Deus nos acuda aquela manha na parte interna o Grupo Escolar. Seu Josino deixou o garoto na sala da Diretora que, assanhada da vida, indagou:
--- Mais um? – perguntou dona Maria da Penha a seu Josino com plena assombração.
Josino:
--- E tem mais. – declarou o homem com toda convicção.
Ao passar de alguns minutos chegou à sala da Diretoria a professora Maria Eugenia arrastando pelo braço a sua pupila Elizabete. E por fim, mandou de volta à classe toda a turma que estava presa no minguado recinto da dona Penha. E pedia, com desespero, a outra mestra a cuidar dos seus alunos enquanto resolvia o desacerto dos dois rebeldes, Joel e Elizabete. Com o passar de poucos segundos Maria Eugenia falou a sua mestra toda atormentada e assanhada pela luta que tivera com os insurgentes.
Eugenia:
--- Estão aqui os amotinados! – e soltava o folego pelas narinas de cansada que estava.
A professora Maria da Penha, ainda perplexa com o desvario, foi à pergunta:
--- Mas o que está havendo mulher de Deus? Que foi isso? – perguntou a diretora com terrível alarme à Maria Eugenia.
Explicação:
--- Só teve um jeito: botar a turma toda pra fora. Uff. Esses dois começaram uma briga por conta de Tiradentes. – dizia Maria Eugenia cansada para explicar.
A mocinha:
--- Foi ele quem começou! – atalhou a mocinha estirando língua para o seu rival.
O garoto:
--- Eu não. Foi você a primeira sinhá boca de sapo. – respondeu o rapazinho.
A mestra diretora:
--- Psit! Calados! Ou eu ponho todos dois no xilindró. – falou braba dona Da Penha não aguentando mais tanta desdita.
Então Maria Eugenia deu a sua explicação como os dois alunos se altercaram. E tudo ficou sem jeito para a mestra então dominar o desacordo dos pestinhas.
A Diretora:
--- Fiquem já sentados. Um olhando para o outro. E sem mais conversa ou estirar de língua! Ouviram! Ouviram! – respondeu a diretora enquanto seu Josino punha aas carteiras para que os dois sentassem um olhando para o outro. E assim ficaram calados com cada um querendo achar graça primeiro que o outro. E teve todo o horário de aula para se sentirem livres de qualquer ressentimento. No final, Maria da Penha deu liberdade aos alunos insurgentes e que fossem de braços dados para as suas casas.
--- Isso é o castigo! Insurretos!! – falou grosseiramente a mestra diretora.
--- E o que é insurretos, Joel! – indagou calmamente Elizabete ao seu rival.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ACASO - 21 -

- Doris Day -
- 21 -
CASAMENTO
Certo dia, a professora Maria da Penha, estava a conversar com outra mestra em seu gabinete de trabalho, aproveitando estar havendo aulas e ninguém – das professoras – poderia ver e ouvir o assunto delicado. E entre um caso e outro surgiu o da professora Maria Eugenia, mulher ainda de pouca idade, coisa de 25 anos, e de fato uma heroína do ensino do curso fundamental. A professora e diretora do Grupo fez ver um fato bem pouco conhecido com respeito a professora Eugenia. Ela fora casada logo na sua juventude. Porém, com pouco tempo o marido largou de vez em busca de uma mundana. Sabia-se ter o marido de Eugenia um fraco pela bebida. E dai largou a esposa por ter em troca uma dama de cabaré. A professora Eugenia nunca falara sobre a sua decepção amorosa. Após concluir os estudos ingressou na Secretaria de Educação e dai então fez de conta que o passado era passado. Apenas a mestra fazia o seu trajeto de casa para o trabalho e do trabalho para a casa, salvo quando era para participar de alguma solene ciência educativa.  Para Eugenia era então para o mundo uma delicada personagem tão somente alguém cega, surda e muda.
--- É difícil o seu caso. Muito difícil. Quer dizer: outros casos desse tipo sempre existiram e sem duvidas, ainda estão para existir. Marido ruim é coisa fácil de encontrar. Eu vejo com certa precaução as mocinhas de hoje perdidas de amor por alguém. Elas se casam e logo depois são abandonadas. – relatou em segredo a diretora Maria da Penha.
A outra mestra:
--- Eu não sabia nada a respeito de Eugenia! – falou surpresa a sua companheira de ofício.
A Diretora:
--- Ela não fala a ninguém sobre esse desacerto. E eu te peço não falar nada a outra colega. – relatou a mestra Maria da Penha.
Resposta:
--- Fique tranquila. Eu não vou dizer nada a ninguém do que você me disse. – falou a mestra companheira da diretora.
A diretora:
--- E nem comente nada com Eugenia. Ela faz do seu passado um túmulo. Também nunca me falou desse caso. Nem eu pergunto. O meu marido é quem sabe e tudo foi por ele contado. – disse mais a diretora coma cabeça muito baixa quase a tocar no birô.
A hora avançou depressa e a sineta do recreio tocou e a meninada saiu para a festa das merendeiras, todas com os seus cabelos cobertos por uma touca; vestes brancas; e a servir bolos, café com leite, pães e para que gostasse, tinham mangas colhidas dos pés abundantes da terra do Grupo Escolar. A meninada era louca pelas mangas bem pequenas, porém doces e com um saber meio azedo para complemento. Elizabete procurou Joel. Esse estava a tomar seu leite com bolo. Ao ser indagado sobre a matéria passada, ele apenas respondeu com a sua boca entupida de bolo feito com farinha de trigo e outros complementos:
--- Eu sei. Tiradentes era na verdade um alferes. – respondeu o garoto com a boca cheia de bolo.
A moça:
--- Alferes? O que é isso? – indagou surpresa a mocinha Elizabete.
A resposta:
--- Militar. Assim como tenente. Ele foi tropeiro, minerador, comerciante e ativista político. – relatou o garoto a comer seu bolo de farinha de trigo.
A pergunta:
--- Tropeiro? O que é isso? – indagou abalada a jovem mocinha.
O garoto querendo sorrir:
--- Condutor de burras! – falou alegre o garoto Joel.
A garota estremeceu de raiva e respondeu na hora.
--- Burra é a sua mãe! – e se largou mundo a fora não querendo saber de mais nada.
O garoto sorriu como que chegando a entonar o copo de leite. E ele se deitou na calçada alta sob as brandas sombras das mangueiras sempre a sorrir arrebatadoramente.
Os que vinham a passar olhavam o garoto se contorcendo de risos e, por isso, também sorriam sem saber do verdadeiro motivo de tanta risadagem.
A sineta tocou e novamente a aula recomeçou. Joel entrou e viu de longe Elizabete com a cara trombuda a olhar para o outro lado da sala de formas a não querer ver de forma alguma o seu delicado amigo. A professora Maria Eugenia estava em classe e de inédito notou algo de anormal havido entre os dois colegas. E de imediato a mestra Eugenia indagou:
A pergunta:
--- Pode-me dizer o que está havendo aqui na sala? – perguntou a professora com a voz firme e em pé por trás do birô:
A resposta:
--- Nada não, professora! – sorriu o garoto olhando para Elizabete e se recuando na carteira.
A professora:
--- Eu quero saber. Um dos dois fez molecagem! – falou com altivez a professora.
A garota:
--- Foi ele, professora! Foi ele! – respondeu a garota com a cara trombuda e apontou para Joel
A professora:
--- O que o senhor fez seu Joel? – perguntou a Joel a professora com sua impertinência.
O aluno:
--- Nada. É ela que se emburrou por causa de Tiradentes. – disse o garoto ainda enroscado no assento da carteira.
A mestra:
--- O que tem Tiradentes com isso? – perguntou a professora com forma ativa.
A menina:
--- Ele me chamou de burra! – respondeu a garota completamente desnorteada.
A mestra:
--- Foi isso seu Joel? – quis saber a professora com a régua na mão
Joel:
--- Ela não sabe de nada. Ela veio me perguntar o que era tropeiro e eu respondi ser tangedor de burro. – respondeu o garoto a professora já se ajeitando na carteira.
A mestra:
--- Foi isso dona Elizabete? Responda ou mando para a diretoria! – perguntou Eugenia a aluna já um tanto inquieta.
A aluna;
--- Foi. Mas ele disse que eu sou burra! – chorou a moça rebelde com o rosto emborcado na carteira.
O colega:
--- Eu não chamei você de burra! Eu disse que o alferes era tangedor de burros. Foi o que você perguntou. Foi isso! Ou não foi? – indagou Joel a Elizabete.
Toda a turma caiu na gargalhada, uns e outros fazendo gestos de burros com as mãos presas a cabeça e a abanar para a garota. Foi um tumulto geral que a professora não teve outra saída. E gritou firme para toda a classe:
A professora nervosa:
--- Silencio bando de burros! Já para a diretoria!. Todos! Os dois ficam aqui! – e a professora chamou seu Josino a levar os alunos para a direção da Escola.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ACASO - 20 -

- Liv Tyler -
- 20 -
NOVAS GALÁXIAS
No dia de aula, o garoto Joel estava em classe na companhia de sua amiga Elizabete e dos demais alunos do Grupo Escolar. Já era passado o tempo dos depoimentos de Joel perante a Bancada de Ensino da Secretaria de Educação. Era tudo normal no presente estado. Contudo, na aula de Geografia, Joel sempre causava surpresa a mestra Maria Eugenia, pois em um caso qualquer ele estava com uma das suas. É tanto que, naquele dia, o mocinho chegou com um assunto por demais novo e a professora Eugenia não sabia coisa alguma a respeito. Quando a professora anunciou:
--- Aula de Geografia. – falou a professora Eugenia.
E todos se viraram para Joel esperando duvidas apresentadas pelo moço. E foi o que deu. A aula seguia normal para todos até que:
Aluno Joel.
--- Da licença professora? – pediu licença Joel.
Diálogo:
--- É sobre o tema, senhor Joel? – respondeu a professora Eugenia.
E em seguida a professora Eugenia suspirou dizendo a si mesma:
--- Lá vem bronca. – foi o que a professora pensou.
Em seguida o aluno:
--- Professora. A senhora sabe me dizer se todas as galáxias são visíveis? – indagou o garoto bem serio e sem rodeios.
A professora:
--- Mas é claro! Por que a pergunta? – enfatizou a mestra já meio tonta.
O aluno.
--- Nada não! É que eu vi uma matéria sobre o assunto. A matéria falava de galáxias invisíveis. Só isso. – falou Joel e calou.
A mestra.
--- Como só isso? Qual revista você leu a matéria? – perguntou a professora a imaginar outra travessura de Joel.
Resposta:
--- Não sei. Foi uma revista que estava com um balaieiro. – falou o mocinho para se desculpar do incidente.
A mestra:
--- Ah foi. Quem era o homem das revistas? – indagou quase sem juízo a mestra.
O aluno:
--- Um que passa lá em casa duas vezes por mês. – respondeu Joel agora já cismado com tantas indagações da mestra.
A mestra:
--- Certo. É. Pode haver galáxias dessa natureza. Mas, como é essa galáxia? – indagou a professora querendo puxar o assunto mais a fundo.
Resposta:
--- É escura. Não reflete luz. Fica muito distante daqui. Ela é extremamente pequena e orbita um  galáxia maior. – falou Joel com bastante convicção.
A professora Eugenia ficou de boca aberta para o garoto e olhou fixo para ele.
E pesquisou mais:
--- Onde fica a galáxia? – indagou sem mais juízo a professora Eugenia.
O aluno:
--- Distante. Muito distante. Sete bilhões de anos-luz de distancia. Eu nem penso em ir lá. É distante mesmo. – comentou o assunto o garoto Joel.
A mestra já estava suando por todos os poros e acabou por pensar:
--- Ir lá? Como ele pode ir a uma galáxia distante? Não! Eu estou delirando! Eu não penso mais na historia desse menino! Desisto! – complementou a mestra.
E o menino:
--- Ela bem longe. Mas há outra mais longe ainda. Essa mais distante está a dez bilhões de anos e distancia da Terra, - respondeu o garoto sem ser nem perguntado pela mestra.
Nem se sabe como, mas, de vez, a professora caiu sentada delirando na sua cadeira frente ao birô e baixou a cabeça como se estivesse a chorar. E o menino prosseguiu:
--- É verdade professora. As estrelas são muito fracas. Por isso não se pode avistar. – relatou a criança adulta.
E a professora levantou a cabeça do birô dizendo:
--- Chega menino! Chega! Você tem sonhos e vem discutir isso a escola? – falou com rispidez a professora Eugenia.
E a mestra pegou seus livros e cadernos de nota dizendo:
--- A aula terminou! Podem ir para o recreio! – falou a mestra com os olhas molhados de lágrimas. E dali, partiu para a sala da diretoria.
Quando entrou na sala da diretora Maria da Penha, a ilustre e magnânima professora Eugenia se desmanchava em lágrimas. A diretora Maria da Penha se inquietou e falou.
--- Mas o que está acontecendo? – perguntou a professora Maria da Penha diretora da Escola
E não teve meio de obter resposta, pois a mestra Eugenia se desmanchava em choro inquieto.
E o menino chegou devagar a sala da diretora e pediu licença para entrar. A professora deu licença. E o garoto acercou se de aria Eugenia a dizer.
--- Desculpe-me professora. Eu não pensava ser tão indelicado com a senhora. – falou o garoto se recostando ao ombro da sua mestra
A professora Maria Eugenia, como uma pequena e insegura escolar, apenas disse:
--- Filhinho! Não faça mais essas perguntas! Você nem sabe como dói em mim! Você não tem culpa alguma. Mas não me faça perguntas que eu não sei. – caiu em pranto Maria Eugenia abraçada ao seu pupilo.
E os dois ficaram alí abraçados com terna emoção. Os minutos se passavam como se fosse um tempo infinito onde não se ouvia ou mesmo pudesse se ver aquela imagem indolor do mais poro sentimento. Por entre a vidraça da janela ainda fechada via-se os filetes de pura luz amarelada. Era o sol da quente manhã a anunciar mais um tempo de impulsivo verão. Quem pudesse ver de longe, um homem magro saía da mercearia do outro lado a rua com algumas folhas de papel almaço de cores diversas. Ele caminhava do seu jeito, com uma parte maior do que a outra parecendo muito mais com uma ave de rapina para abocanha a sua presa. Mesmo assim, ninguém notou aquela figura estranha de um rapaz tão magro.
A sineta tocou a anunciar a hora do recreio. Eugenia ainda continuava a se agarra ao tenro corpo de garoto como a suplicar perdão por não saber de nada das estrelas escuras distantes demais da Terra. Ela ampara Joel como a mãe ampara o filho. Do seu canto, a diretora Maria da Penha apenas olhava o par ao aconchego sublime eterno na imensidão de um grande afago sem fim.
O menino:
--- Tocou a sineta. – disse por fim o garoto Joel Calassa.
E a mulher sequer ouviu o badalar da tal sineta. Apenas queria chorar ao agarrar o aluno parecendo um filho cujo tempo fora injusto em lhe oferecer.
Mas o garoto saiu e se foi para o recreio à procura das merendeiras onde teria o seu pão com leite. Bem perto estava a aluna Elizabete. E a mocinha, com um caderno a proteger o busto, disse apenas:
--- Leite quente! – falou a garota a queimar a boca.

domingo, 22 de janeiro de 2012

ACASO - 19 -

- Nathalia Dill -
- 19 -
TAPIOCA
O garoto se voltou e pegou o caminho do mercado a procura de bananas e de outras coisas mais. No seu caminhar, ele, ao entrar no mercado se topou com uma mulher gorda e de vestido banco, com uma touca na cabeça cobrindo-lhe os cabelos a amassar um punhado de goma enquanto fritava a tapioca molhada. Tapioca molhada é um tipo de tapioca feita seca e que se unta com o leite do coco e se espalha por inteiro  coco ralado por cima da tapioca. O garoto ficou desejoso em comer uma tapioca com coco e leite, mas não tinha o dinheiro para efetuar o pagamento. Então, ele observou a feitura da tapioca e se mandou para a banca de bananas. Fez às compras das bananas, uma lata de leite é pó e dois quilos de açúcar granulado seguindo então pelas travessas do mercado a observar as lojas de artigos domésticos, como sapato, blusa, calça comprida e camisas de mangas compridas. Ele de imediato pensou na vestimenta que usara na sabatina da qual participara diante de professores catedráticos. Contudo, as perguntas feitas não lhe prestavam mais. Coisas do passado. Nesse instante, em um beco deserto de dentro do mercado surgiu a figura de Isabel. Ele a olhou e sorriu. A ninfa também sorriu e os dois perseguiram becos sem ninguém. Em um dado tempo a moça olhou para Joel e fez a doação de uma tapioca molhada. O garoto se surpreendeu com o tal gesto:
A tapioca:
--- Como você sabia que eu queria comer tapioca? – indagou Joel a sua amada.
Isabel:
--- Coma! É gostosa! Leva açúcar também! – respondeu Isabel ao garoto.
O garoto:
--- Foi você quem fez? – foi a pergunta seguinte de Joel.
A ninfa:
--- Coma! Faz bem ao espírito! Não fui eu quem fez! A mulher do balaio! Ela não cobrou pela tapioca! – falou entusiasmada a moça.
Espanto:
--- Nossa! Se eu soubesse tinha pedido! – relatou o garoto a sua ninfa.
Isabel sorriu e continuou a passear em companhia do garoto. Eles olharam os artigos de luxo expostos nas vitrines então já fechadas e não se sabia o porquê esse intento. Em alguma vitrine tinha sombrinhas expostas, abertas como se fosse para usá-las. Isabel então usou uma sombrinha e saiu delirante com ela. Sombrinha de cor branca e rosas de enfeites. O garoto Joel se abismou da faceta da moça e ainda indagou:
Surpresa:
--- Você tira assim e não paga? – perguntou o garoto mostrando surpresa:
A mocinha sorriu e saiu pelo mercado de sombrinha aberta e ela como se estivesse em outro espaço universal. Ela dançava, cantava, assobiava. Enfim ela passava de um canto a outro com a sua sombrinha mágica a rodopiar constante. Em dado instante agarrou o menino pelo braço e saiu a perambular cantado algo tão divino e magistral como as ninfas de luz. E os dois subiram ao céu como se fossem anjos e querubins. Eram em fim um delírio astral os dois a mirar o Universo infindo. Ele de trajes celestes. Ela em vestes brancas de um cetim dourado. Vestes longas e deslumbrantes iguais às deusas do Olimpo. Adornos em ouro lhe cobriam os cabelos soltos, lindos, apaixonantes de um amarelo cetim a lhe cobrir enfim até a leve cintura. As aurículas e regaço também se cobriam de adornos dourados como a mistura de nanquim em áureo. Pulseiras e adornos cobriam-lhes os pulsos. A cada segundo as vestes mudavam de tom. E Joel, maravilhado com tamanho contorno angelical deixava-se enlevar pelo espaço sem fim. A dança de duendes em delírio sobre folhas de labaça entre contos de fadas era o êxtase perpétuo dos leprechaun.
Lembrança:
E em tal instante de delírio, o garoto recordou:
--- As bananas! – falou por o garoto Joel Calassa a mostra as compras que fizera a sua ninfa.
E, delirante, a ninfa desceu do espaço sem fim e pôs em seu lugar o extasiado garoto. E em um instante delirante, Isabel partiu para a paragem onde vivem as enlevadas fadas. 
Em um dado instante, sentindo que o tempo passara tao rápido, o infante em delírio buscou o seu caninho de casa. E foi assim: ter ele vivido entre sacis e fadas a dança da roda. Ao passar em frente da casa de Elizabete, viu a mocinha a olhar por entre a vidraça da janela com o seu rosto infante e lânguido a tecer a sua blusa por uma forma de ninguém notar o que não se podia vislumbrar enfim.  O menino quase rapaz infante sorriu à sua amiga e correu sem fim em busca do seu solar.
A mãe:
--- Demora? – falou a sua mãe com cara grosseira por ter corrido longo tempo em buscar as bananas.
O menino nada respondeu e tomou o caminho da cama para se deitar e sonhar com as fadas e ninfas como jamais vira tão belas e tão angelicais.
O tempo infindo passou e, com ele, o dormir do soberbo e afetuoso menino quase rapaz a sempre sonhar com as musas do seu passado presente futuro. Às seis horas, o pai de Joel já estava a ler os jornais circulantes da cidade, e a sorrir com as matérias ainda postas sobre o debate daquela semana e a provocação de outros minguados e débeis alunos então com os professores de esquerda. O discurso do barbudo. Esse falatório agoniado não tinha nada a ver com o debate do garoto no auditório da Secretaria de Educação. Eram apenas motivos para se criar alarde por seus aumentos salarias e tão somente. E nesse instante Jaime Calassa disse:
--- São uns bostas. É o que eles são! Uns bostas! – relatou Calassa sacudindo os jornais no cesto para ir tomar seu café da noite.
A mulher:
--- Que foi? – perguntou Isaura ao marido enquanto tirava o café do fogo.
O pai:
--- Esses bostas! Falam, falam por que querem apenas aumento de salario. Onde está a nossa classe? Para nós, ninguém fala em aumento! Eles são uns bostas! – falou com raiva o homem.
A mulher:
--- Toma o café! Come! Tu também não acreditas em nada! Foi gastar um dinheirão com as roupas, sapatos. Até gravata para o filho! Um dinheirão! Quanta besteira! Eu não vejo pra que se gasta tanto dinheiro assim! – declarou aborrecida a mãe de Joel.
O marido:
--- Lá vem você. Parece que não entende de nada? Comprei, sim! Comprei compro! Tantas vezes for preciso! – desatou Calassa a sua fala.
A mulher:
--- Pois compre! Compre carne que não tem mais! Desaforado! – falou braba a mulher Isaura.
Com o clamor a assumir tais proporções, quem acordou foi o pequeno Joel. Era a hora do Ângelo. No radio tocava a música da Ave Maria. O galou não entoou sua canção dessa vez. Já era o anoitecer. A sua mãe entrou no quarto para despertá-lo.
Chamado:
--- Acorda! Ou vai dormir de pés sujos! – reclamou com toda raiva a mulher Isaura.
O garoto se levantou da cama e foi direto para o banheiro onde cumpriu suas obrigações infantis. Alguém bateu a porta. Isaura foi ver que batia. Era um bêbado. Ela notou logo pelas suas roupas rasgadas e como se fosse de luto.  O homem era sujo e asqueroso. Pedinte, com certeza. E Isaura indagou:
--- Que é? – falou Laura com certa brabeza.
O homem sofrido:
--- Uma esmola pelo Santo Amor de Deus, filha de Deus! – disse o homem acabrunhado com uma voz acanhada.
A mulher:
--- Ah bom. Só faltava essa. Pera! – respondeu Isaura se voltando para ir buscar um punhado de farinha.
O marido:
--- Dá café, pelo menos! – respondeu Calassa.

sábado, 21 de janeiro de 2012

ACASO - 18 -

- Elisha Cuthbert -
- 18 -
O VENCEDOR
No mesmo instante que a professora do Grupo, Maria Eugenia afagava o menor um turbilhão de repórteres se acercava de Joel Calassa a fazer-lhe perguntas sobre o tema em foco e do seu aprendizado escolar. Nada o garoto respondeu, pois seguiu com o seu pai, Jaime também Calassa e a professora Eugenia, ela muito meiga e carinhosa, abraçada com firmeza o infante carregado do colo da senhora a lhe beijar constante. Então os dois e a pequena presença de professores e estudantes de grau mais elevado percorreram o auditório da Secretaria de Educação até alcançarem uma lanchonete onde podia se servir comidas típicas regionais. Os repórteres eram os mais esfomeados pela noticia do garoto e esse nada falou. Apenas disse o que tinha a dizer:
--- Eu estudei tudo que a professora mandou. – falou Joel Calassa se atormentando com tamanhas perguntas.
Alguns minutos passados o erudito professor Jaime dos Campos conheceu melhor o pai de Joel e então soube de como se chamava. Não foi sacrifício para que ambos se cumprimentassem, pois os dois eram Jaime.
--- Folgo em saber ser um Jaime também. Sabe ilustre patriota: Jaime quer dizer: Vencedor. É um nome hebraico. E isso quer significa: Ousadia, Independência e Força de Vontade. – falou alegre o ilustre presidente da mesa dos trabalhos.
Joel estava alegre sem dar a mínima importância. E a professora Eugenia apenas brilhava seus olhos ao sentir a presença do meigo e delicado jovem aluno. A diretora do Grupo, professora Maria da Penha a observar os dois comentava sem pressa com outro nobre professor:
--- Parece até que são mãe e filho. – sorria Maria da Penha a sentir tanto afeto de Eugenia.
Os dois – Joel e Eugenia – não davam a mínima importância sob os olhares vigilante e atento de Jaime Calassa a conversar constante com o professor também Jaime: Jaime dos Campos.
Há certo tempo, em meio da pouca presença dos convivas, dos fotógrafos e repórteres a querer saber ainda os pormenores a respeito do aluno, e por isso indagava da diretora do estabelecimento, o belo e jovem rapaz tão moço ainda, o garoto se dirigiu ao ouvido da mestra Maria Eugenia a dizer-lhe algo em surdina. A professora Eugenia foi tomada de surpresa e disse ainda:
--- Já? (de olhos arregalados e cara de riso) – e perguntou ao pai: - Seu filho está necessitando ir ao mictório – e sorriu para Jaime.
O pai:
--- Vamos! É ali! – e saiu com o filho até o mictório onde o garoto se esvaziou a contento.
A presença do menino Jaime Calassa foi manchetes nos jornais da cidade: “Aluno dá quinal em Professor!” era a manchete de um. E mais: “Uepa! Professor não sabe Nada!”. E um da oposição: “Com quem andam os nossos Filhos?” – perguntava o pasquim.  Esse pasquim foi o mais vendido nas bancas e nas ruas, servindo tão somente para os homens galhofarem do ensino fundamental que se passava nas escolas públicas do Estado.
Alguém dizia:
--- No meu tempo era muito diferente! Se o aluno não soubesse: palmatória nele. – dizia com garbo um velho negociante de artigos domestico.
Outro comentava:
--- Mas um aluno fez esse todo estardalhaço? – indagava o homem com o rosto a franzir
Alguém mais:
--- Eu acho é pouco! Professores de meia tigela! – respondia outro a bater com o jornal na perna e sair perambulando pela rua a fora com o rosto alegre de um benfazejo.
Duas mulheres a conversar:
--- Eu vou tirar meu filho daquela escola agora mesmo! – relatava assombrada uma das mulheres depois de ler o pasquim.
E a outra:
--- E eu. Não acredito mais naquelas professoras! Unq! – respondia a segunda com a cara pra cima e fazendo o gesto de “unq”.
Isso deu pano para as mangas. No decorrer da semana uma entidade de apoio aos filhos carentes se reuniu para saber da verdade e por seus servidores a reclamar em praça pública do péssimo ensino dado aos alunos pela falta de salários justos:
--- Os professores não podem aprender se não se lhes paga um salário condigno com a sua capacidade de ensino!!!. – reclamava ao microfone um louco desvairado.
E os estudantes na rua:
--- Queremos melhor ensino! Queremos melhor ensino! – diziam os alunos a uma só vez insuflados por meia dúzia de professores de “esquerda”.
A polícia:
Em cima de caminhões a polícia armada até os dentes esperava a ordem de descer e espancar os manifestantes a todo custo. O movimento aumentava de volumo de gente, com alunos universitários entre outros passantes. A polícia se defendia das pedradas que levava. A turba ignara queria então:
--- Justiça! Justiça! Justiça! – gritavam eles a todos os presentes.
E a polícia metia o couro nos estudantes e professores de “esquerda” sem dó nem piedade. No fim de tudo os mais apanhados eram levados pelas ambulâncias para o Hospital Central. Tudo isso em meio de chorou e lamentações enquanto um ou outro menos machucado dizia assim: 
A apartheid:
--- Calma! Companheiros! Calma! Isso não vai ficar assim. O nosso líder disse que precisamos se unir para podermos reivindicar melhores salários. Dessa forma não se pode fazer nada! Peço a vocês, companheiros e companheiras, que se unam. Porque a massa unida jamais será vencida. Eu quero dizer agora a vocês que um dos nossos representantes está seguindo para a Capital da Republica para falar com o Ministro da Educação. E se possível. E se possível ir até o presidente da Republica relatar tudo o que acontece nesse pequeno Estado. Companheiros e companheiras, eu peço a vocês. Eu peço a vocês e a cada um que não se desvaneça. Caros amigos e companheiros: Vamos à luta! – disse o barbudo representante da classe de professores de “esquerda” no centro do hospital.
--- Vamos à luta! – gritavam aqueles que ainda podiam falar.
De sua parte:
O estudante Joel Calassa estava alheio a tudo que ocorria no centro da cidade. E uma hora qualquer da tarde, ele passa em frente à casa da sua amiga de escola, Elizabete, pois o seu caminho levava até o mercado público do bairro. No instante em que               Joel chegava à frente da casa verde, ele ouviu um chamado da menina.
A mocinha:
--- Macarra! Vem cá! – chamou a mocinha o seu colega Joel.
Joel olhou com antipatia e mau gesto pelo apelido que lhe fora dado pela mocinha e detonou em seguida:
O garoto:
--- Você quer que eu diga quem é esse nome? Quer? – perguntou branco de cólera o moço.
A mocinha:
--- Ora. Besteira! Todo mundo diz que é parecido com macarrão! – sorriu a mocinha com a estupidez do garoto ele com muita ira.
O garoto:
Já estava pronto para sair do seu local quando algo lhe surtiu e ele quis observar mais de perto para ter certeza. Averiguando com exatidão ele perguntou a mocinha:
--- O que é isso na sua blusa? – indagou o garoto estupefato com a saliência apresentada na blusa da menina à altura do busto.
A mocinha:
--- Que? – e olhou para baixo e viu o que o garoto perguntava. Em seguida a jovem moça detestou a pergunta e malcriadamente falou.
--- Bruto! Canalha! Cafajeste! Macarrão! – e entrou para o interior da casa fechando a porta.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

ACASO - 17 -

- Cléo Pires -
- 17 -
VIA LÁCTEA
O acadêmico professor emérito presidente da sessão, professor catedrático Jaime dos Campos fez de si a palavra para que fosse feita pergunta ao aluno mediano pelo acadêmico professor da direta dos trabalhos naquela ocasião. O professor da direita teria direito as três perguntas da questão em debate. E assim foi feito. Com seu bigode de dar inveja a qual cara pálida, esse professor formulou a seguinte questão.
A questão: Geografia:
--- Meu dileto aluno. A que se prende o estudo da Geografia? – foi o que perguntou o ilustre professor de bigodes amplos.
Resposta:
--- Bem. Nada a temer. A Geografia é uma ciência quem tem por objetivo o estudo da superfície terrestre, se nós estivermos a estudar apenas a nossa Terra. – relatou Joel Calassa.
O bigodudo olhe bem por cima dos óculos de armação de tartaruga para sentir se o garoto estava lendo a resposta em algum álbum. Vendo não estar, prosseguiu.
Terra. A segunda pergunta.
--- Muito bem. Resposta certa. Agora me diga o que é a Terra? – fez a pergunta o velho senhor de bigode.
Resposta:
--- Muito bem. A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos nove planetas do sistema solar. – respondeu Joel sem temor de erros.
O professor continuou a olhar o garoto para ver se não havia sopro de alguém. Não havendo, ele prosseguiu na ultima questão.
Pergunta. Quantos Planetas.
--- Muito bem. Agora eu peço ao nobre estudante citar quanto e quais são os planetas do nosso Sol. – foi a terceira pergunta.
Resposta:
--- Muito bem. Cito: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno. ... E Plutão. Esse foi descoberto em 1930. Em breve ele será considerado planeta anão e sairá da fila dos planetas ficando apenas oito planetas. Ele e mais quatro planetas anões. – Satisfeito? – indagou Joel ao mestre acadêmico sem sorrir.
Consideração:
--- Mas quem disse ser o Planeta Plutão um planeta anão? – perguntou o professor acadêmico
Resposta:
--- Essa é outra pergunta? – quis saber Joel.
Volta:
--- Não. Obrigado! – disse o professor letrado e desceu do seu palanque dirigindo a bancada dos cinco mestres..
Ao chegar à mesa dos professores eméritos o primeiro professor confabulou com a turma de cinco mestres a dizer ter o aluno Joel Calassa respondido a contento às questões, mas se referiu a um assunto desagradável, pois ele mesmo professor não tinha ouvido falar em que Plutão seria desclassificado de planeta e invertido a um planeta anão. Para o professor emérito esse era um assunto delicado e, provavelmente aquele escolar estaria divagando na questão, caso muito serio para se comentar assim em publico. Um dos mestres divagou e deu razão ao aluno, pois talvez ele tenha lido algo a respeito em alguma revista cientifica. Esse casou levou uns cinco minutos até que o outro mestre saiu de sua cátedra para fazer as perguntas necessárias e ver se era bem respondias e com acerto regular.
A questão:
--- Meu caro aluno, Eu tenho direito a três perguntas. Porém vou me ater a apenas uma questão, pois vejo que o senhor (e deu um leve sorriso sacudindo a barriga proeminente) está deveras cansado. (e olhou para Joel por cima dos óculos de grau). O assunto é: Galáxia. Bem vejo que vossa senhoria está bem situado no assunto. Portanto eu pergunto: o que é uma galáxia? – fez a pergunta o professor barrigudo.
Resposta:
--- Muito bem. O senhor quer que eu fale sobre a Via Láctea ou sobre todas as galáxias? Se for sobre a Via Láctea, é essa galáxia que nós estamos a viver. Mas, ela é uma galáxia de mais de um bilhão de corpos, como o sol, a Terra, satélites e muita poeira estelar. A composição dessa galáxia é de duzentos bilhões de estrelas. Mas há estudos a apontar para quatrocentos bilhões. Isso diverge entre a ciência. Sua massa é de um trilhão e 750 bilhões de massas solares. A sua idade se calcula em 14 bilhões de anos. Para mim essa idade é muito pouca, por sinal. – relatou Joel Calassa para o corpo de professores que calaram com a resposta.
E o professor:
--- Menino? O senhor está certo do que afirma? – indagou perplexo o professor.
Comentário:
--- Bem. É isso o que está escrito nos compêndios. E tem mais: Núcleo, Bulbo Central, Disco e Braços Espirais. O senhor que ouvir?- indagou Joel muito sério.
Resposta:
--- Garoto! O senhor quer me fazer de besta? Eu sou um catedrático em Geografia. Não me venhas com asneiras. Coisas que eu já sei. Ora! O senhor quer me fazer de besta! – reclamou o professor descendo as escadas da tribuna e reclamando severamente de braços para cima a dizer.
--- Ora essa! Ora essa! Ora essa! – e se sentou na banca examinadora sempre a dizer o Ora essa! Como saiu da tribuna.
O Presidente:
--- Bem. O aluno se sente a vontade ou quer sair para o seu lugar? – perguntou o presidente da mesa escrutinadora.
Resposta.
--- Estou à vontade, sim senhor! – respondeu Joel Calassa sem sorrir.
Todo o auditório estava em um silencio sepulcral. Podia-se ouvir até os passos de uma formiga pois nenhum vestígio de barulho seria necessário. E foi então que o presidente dos trabalhos rogou a ser atendido pelo o garoto Joel Calassa.
Retribuição:
--- Pois não, Mestre. Pode fazer a pergunta: - relatou o garoto bem serio ainda.
A questão;
--- O aluno deve saber da existência de mais galáxias. Então me cite quantas há no Universo – perguntou o presidente da mesa escrutinadora.
A Resposta:
--- Muito bem. O Universo é constituído de tudo o que existe fisicamente, a totalidade do espaço e tempo e todas as formas de matéria e energia. Uma galáxia é um grande aglomerado de bilhões de estrelas e outros objetos astronômicos. Temos nebulosas de vários tipos, aglomerados de estrelas entre outros unidos por forças gravitacionais e girando em torno de um centro de massa comum. Uma galáxia é denominada como um sistema astral composto de numerosos e variados corpos celestes, sobretudo estrelas e planetas. O olho nu só pode ser vistas até três galáxias diferentes: Andrômeda, Markarian, trezes vezes o tamanho da Via Láctea  e Abell, oitenta vezes o tamanho da nossa galáxia. – respondeu Joel Calassa e calou.
O presidente dos trabalhos, com orgulho, se levantou de sua poltrona para dizer:
--- Muito bem. O senhor mostrou o que sabe a respeito da matéria. – falou alto o presidente dos trabalhos, Jaime dos Campos. E saiu para abraçar o infante aluno.
Todos os presentes no auditório se levantaram para aplaudir o garoto Joel Calassa. O pai de Joel, comovido com as respostas dadas pelo o filho se abraçou com ele dando-lhe a imensa ternura de um pai coruja. A professora do aluno, Maria Eugenia, veio tão mais que depressa abraçar o garoto e chorando de emoção sempre a dizer:
--- Meu herói. Meu herói! Você mostrou o que sabe! – abraçou o garoto tomando-lhe ao colo, beijado com certo afago o menor.