domingo, 26 de junho de 2011

DESEJO - 54 -

- Isabelle Adjane -
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Então Marta Rocha prosseguiu com a sua estória a contar o cruel drama vivido por ela durante aqueles meses de sofrer. Por tempos Marta temeu em ser descoberta por ser uma simples moça pobre, pois, afinal, os jornalistas tinham mania de grandeza. Ela já sabia que eram somente manias, pois na verdade, ninguém teria tal importância perante o mundo dos estudos e dos locais de trabalho. A profissão de jornalista é a de divulgar informações ou de redigir. Editar e publicar tais informações. Desse modo o jornalista pode atuar bem no rádio, revista, jornais, assessoria e em outros meios da Comunicação. E Marta Rochas então falou sobre o que estudara sobre a função de jornalismo.
--- Há informes de que o jornalismo surgiu a cinquenta e nove anos antes de Cristo, com o jornal impresso Acta Diurna. Isso a partir de Julio César, imperador de Roma. Eram informes sociais campanhas militares e mesmo pena de morte. – sorriu Marta ao dizer tal fato.
--- Acta Diurna. Não sabia disso. – relatou meio obtuso o Secretario Armando Viana.
--- Pois é. A gente só se lembra de Gutenberg, fundador de um jornal no ano de 1447. Porém tem coisas mais antigas. -  sorriu Marta ao dizer isso a Armando então preocupado com seus artigos a publicar sem levar em conta a historia do jornalismo.
--- Muito bem. Então? Estamos acertados? – sorriu Armando alegrando-se de vez com a visita da moça.
--- Pode contar comigo. – disse Marta a Armando
--- Acta Diurna. É bom saber disso. – relatou preocupado o Secretário.
Canindé regressou ao Jornal A IMPRENSA no final da tarde. Reclamava demais até por causa do jornalista recém diplomado, Damião Sargento. O rapaz não sabia fazer coisa alguma. O delegado distrital se aborreceu com tantas perguntas feitas por Damião e findou por sair do Distrito e não dizendo mais coisa alguma. Não ficando surpreso com o desmantelo de Damião, o fotógrafo apenas coçava a cabeça e dizia para os outros repórteres presentes:
--- Tá vendo no que dá repórter despreparado. É nisso que dá diploma. Afinal ele é um borra botas. – reclamava como ninguém Canindé.
Ao final de tudo os dois voltaram para a redação do Jornal com o molenga Damião a dizer:
--- Aquele delegado não sabe nada! – se desculpava o repórter policial.
--- Quem não sabe de nada é você. Deixar o delegado ir embora. Ora. – reclamava Canindé
O chefe de reportagem ainda perguntou ao repórter, friamente:
--- O que é que houve meu chapa? – perguntou o chefe de reportagem.
E o repórter estagiário respondeu sem conversas.
--- Nada não, chefe. O delegado que não sabe de nada. – respondeu Damião Sargento.
--- Pois tá certo. Faça alguma coisa!! – recomendou o chefe de reportagem.
--- De que, se o palerma não disse nada! – argüiu Damião.
--- Disse sim!!! Você é que não entendeu!! Passou uma hora de conversa!!! – relatou Canindé.
Na redação do Jornal A IMPRENSA, àquela hora da tarde, a turma de repórteres sentia-se por demais ocupados redigindo as matérias da ocasião. Pouco ou nada eles notavam com a briga do repórter com o fotógrafo. O chefe de reportagem também se retirou para a sua mesa de trabalho vendo ser desnecessário insistir com Damião Sargento para que fizesse algo de proveito com o material  por acaso apanhado. O caso mais nervoso era a queda de um avião Tucano da FAB ocorrido pela manhã daquele dia em um município a alguns quilômetros da capital. Havia um piloto morto, apenas, e o aparelho totalmente destroçado. Essa matéria Damião Sargento não havia conseguido extrair da autoridade. Do seu modo, Canindé havia extraído a foto da Assessoria de Imprensa do Governo. E desse modo o fotógrafo pegou a foto e disse ao chefe de reportagem:
--- Taí a foto. A matéria é com ele! – relatou muito abusado o fotógrafo.
E saiu rogando pragas para todo o canto. Afinal o repórter não teve sensibilidade de extrair qualquer informação junto ao delegado. Nesse momento, Marta Rocha, de pé a frente do chefe de reportagens entregou a matéria do avião acidentado. Nesse instante o Chefe de Reportagens chamou de volta o fotografo Canindé para dizer com bastante entusiasmo ter a reportagem em mãos.
--- Canindé! Canindé! Volte!!! Olhe aqui o texto para a sua foto. A moça pegou a matéria!!! – relatou com entusiasmo o Chefe de Reportagens.
Então, Canindé deu meia-volta e retornou com imensa surpresa. E alarmado por saber não ter perdido a foto, pergunto à Marta com tinha conseguido a informação. E  Marta respondeu:
--- Na FAB e com as pessoas do lugar! – respondeu a moça sem precisar de lisonjeio.
--- Com? Se as pessoas da região não estavam por perto! Como? – perguntou assombrado o fotografo.
E Marta respondeu com uma palavra.
--- Advinha!! – e saiu do local onde estava a sorrir.
O fotógrafo então ainda disse com alegria e exultação.
--- Isso que é repórter. Não essa merda de universitário. – e partiu do seu local onde estava com a cara entre risos e zombaria.
Na porta de entrada para a redação do Jornal, Canindé ainda olhou para Marta e disse enfim;
--- Valeu garota. Assim é que se faz. – disse o fotógrafo e saiu de porta a fora.
Quando partia do Jornal, Canindé topou de cara com Armando Viana. Esse vinha às pressas a procura de Canindé, com certeza. Armando trazia um texto imenso em suas mãos e uns carretéis de películas para Canindé revelar. Na ocasião houve um desacerto de caminhar, entre os dois amigos. Por fim tudo acabou quando Armando falou com pressa.
--- Espera homem. Tenho umas fotos para você revelar. Eu tenho o texto, mas faltam as fotos. – contou Armando ao fotógrafo cheio de pressa.
--- Agora?! – indagou espantado Canindé.
--- É. Eu tive um dia bastante ocupado e só pude vir agora. Faça essas fotos. Por favor! – pediu Armando em forma de mendicância.
--- Puta merda! Agora? Não dá para amanhã? – perguntou o fotografo meio confuso.
--- Não dá não. Eu até vou com você escolher as fotos das quais preciso. Por favor, amigo. Por favor! – mendigou o homem ao seu amigo
--- Tá bom. Não precisa chorar. Vamos lá para dentro. Ora merda! – disse o fotógrafo a seu companheiro.
Então,  Canindé retornou ao laboratório seguido por Armando Viana, O fotógrafo sempre na frente do seu amigo. O trabalhou levou cerca de uma hora. Os dois amigos alheios a tudo trancados no laboratório com Canindé a revelar os filmes. Ao passo que Armando Viana corria a fita para marcar as imagens necessárias para ser publicadas. De um momento, Armando foi até a sala de diagramação e pediu um só instante para diagramador. Esse respondeu:
--- Eu já vou embora! – sorriu o diagramador ao responde para Armando.
--- Espere! Espere! Não demora muito! Eu te dou um cheiro. – disse Armando Viana com certa gratidão.
O chefe de redação, José Fernandes, chegou ao Secretario de Comunicação e perguntou com certa alegria.
--- Pronto macho? – indagou como com pressa José Fernandes.
--- Um momentinho tá? – respondeu Armando e saiu correndo para o laboratório.
Marta ainda estava na redação. Ela folheava umas revistas e nem deu por conta da presença de Armando a correr de sala a fora procurando resolver urgente a matéria do Mosteiro. Para uma terça feira, com acidente de aviação, a matéria de Armando talvez não desse o maior impacto necessário. Contudo, ele já nem se importava com tal impacto, pois já resolvera prosseguir com as suas matérias para muito mais além, com um artigo sobre o Santo Graal. No laboratório, Canindé examinava o filme procurando ver as imagens preferias de Armando. Na verdade, tinas algumas fotos completamente desfocadas. Essas nem poderia revelar. Mesmo assim, com a entrada na volta de Armando, esse foi cientificado do ocorrido.
--- Essa não tem importância. Eu quero ver a da Ceia Larga e a da Madalena. Essas são as mais importantes. – resolveu falar Armando ao seu amigo.
--- Qual a da Ceia? – perguntou colhendo as fotos pelo olhar.
--- Essa! Essa! – revelou Armando ao mostrar ao fotógrafo.
Então, o fotografou, pois a foto na bacia para então revelar. Ele notou ser a foto a cores.
--- Essa é a cores! – disse o fotógrafo manuseando a foto na bacia.
--- É! É! Tem importância? – perguntou Armando a Canindé.
--- Sei não. A turma vai dar uma bronca tremenda! Aqui só tem três corres! – citou Canindé revelando a foto na bacia.
--- Mas eu diagramo assim mesmo. Se prestar, prestou! – disse o repórter Armando Viana.
--- Vamos ver o que dá. – comentou o fotógrafo Canindé.
--- E as outras? – perguntou Armando, bastante temeroso.

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