quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O SENHOR DE LUTO - Capítulo Dez -

- SONHOS -
- 10 -
SENHOR
Naquele momento o doutor Aderbal Macedo ficou sisudo e calado observado nos olhos do seu confrade para ter certeza de Edgar Penteado ter falado a verdade insofismável. A sua cabeça rodou por todos os sentidos esmiuçando cada setor da longínqua Inglaterra sem saber de nenhuma verdade. Romana seria um nome inglês com certeza. Mas, daí para Jéssica era um tempo infindável. A sua esposa, se tivesse algo de ligação com família inglesa por certo Aderbal saberia com certeza. E a esposa teria dito algo relacionado com os seus antepassados. Bisavós, tataravós ou mais assim. Na verdade, a senhora Jéssica nunca valara sobre o seu ramo ancestral. Também esse tópico nunca foi tão importante para Aderbal. Ele então ficou a reformular as suas ideias:
Aderbal:
--- E de onde eu vim? – quis saber com pressa.
Edgar:
--- Bem. Você veio de seus pais. Seus pais vieram de seus avós. E assim por diante. Agora, o seu nome é tão somente “fenício”. Aderbal é o culto a Deus Baal. Você é um homem que enfrenta desafios. Você tem muita energia e uma personalidade decidida.  Ousadia e Independência. Baal significa Senhor, Lorde ou mesmo Dono. Esse deus era conhecido também por Enki, o Senhor da Terra. Isso está nos Livros dos Juízes da Bíblia Hebraica. – explicou com tranquilidade o doutor Edgar Penteado.
Aderbal:
--- Fenício! Fenício! Fenício! E qual a minha ligação com Jéssica? – fez questão em saber com sua curiosidade assumida.
Edgar:
--- Você é o Dono. Ela é a que tem riquezas. Sendo você o dono da riqueza está a razão dessa união. –falou com acerto o advogado.
Aderbal.
--- Mas...Puta merda! Puta merda! Eu não pergunto mais nada a você! O homem sabe de tudo! Ora porras! – falou o homem em profunda decisão.
E Edgar, então gargalhou com o modo do homem falar. Mesmo assim se conteve e logo após explicou não saber de tudo. Apenas era uma questão de dedicação aos estudos. Não raro surgiam casos interessantes e ele começava a ler a questão. E pediu desculpas a Aderbal pelo que nessa ocasião relatou de fato. De seu modo, Aderbal ficou a fitar Edgar e sorriu no final. Após esse tempo deu-lhe um abraço forte de orgulho e contentamento.
Com certeza disse Edgar o que  havido foi um alguém a estar no seu escritório fazendo tudo o feito. Talvez Ramona tenha sido um parente de Jéssica, justamente em outra existência e veio repor algo no seu devido lugar em contrapartida com um elemento do mau cujo objetivo foi prejudicar os negócios de Aderbal. Talvez houvesse união entre Aderbal  – que teria outro nome, com certeza – e esse outro ente despeitado com a sua união com a senhora Jéssica.
Edgar.
--- Varias coisas nos acontece sem se saber  por quê.  Talvez houvesse uma antiga união entre você e a sua senhora. Então, justamente no atual tempo o espírito voltou com toda ira para se vingar de você. Eu mesmo não posso afirma esse caso. Eu apenas deduzo. Não raro a gente descobre isso nos sonhos. Você sonha com frequência? – quis saber Edgar.
Aderbal.
--- Na verdade, eu sonho. Ontem, por exemplo, eu sonhei com uma casa muito antiga. Era na Avenida Rio Branco de que sai da Ribeira, do lado direito. Eu cheguei nessa casa à procura de uma pessoa. Essa pessoa era muita minha amiga. Tinha sentada do lado de fora da casa uma anciã. E ela recomentou eu pedir licença. Eu entrava na casa e olhava o quarto de dormir, logo frente após a sala de visita. Eu olhava para um lado e, no alto, estava uma mocinha com seu namorado. Ela apenas olhava para mim. Estranho esse sonho. – relatou o homem a seu amigo.
Edgar:
--- Só isso? – indagou o advogado.
Aderbal.
--- Só isso. O que pôs a imaginar é apenas a anciã. Uma mulher de pouca estatura. Não muito forte. E vestia cinza clara. Quem seria? – perguntou com estranho modo o senhor.
Edgar:
--- Não sei. Você é o dono do sonho. – disse por sua vez o advogado.
Aderbal:
--- Eu não conhecia a anciã. – declarou o homem meio desvanecido.
Edgar.
--- Na verdade a gente sonha com o passado, às vezes distante. Por exemplo: Eu tenho um sonho com alguém que, no sonho, eu o conheço. Mas não lhe sei o nome. Mesmo assim eu o conheço. Somos velhos amigos. E quando acordo eu me lembro do sonho e da figura. Porém não me lembro dessa figura em momento algum. Isso parece estranho. Porém não é. A figura que eu vi no sonho talvez tenha sido de tempos remotos. De outra geração. Um compositor faz uma música, mas não se lembra de onde tirou aquela música. Veja bem que ele teve uma geração de musicistas. Afirma-se que Beethoven  já compunha aos cinco anos de idade. De onde vem tanta prodigalidade? – inquiriu com suspeita o advogado
Aderbal:
--- A propósito: que é esse deus Baal? – perguntou o homem revertendo o assunto.
Edgar:
--- Para os hebreus, Baal é um demônio. Um deus pagão dos fenícios. Ele era adorado pelos Cananeus e Fenícios. Baal significa “O Senhor”. Baal é filho do deus Dagon. Para alguns historiadores Baal é um duque. Ele chegou a ser comparado com Satanás. Mas na verdade, Baal é o deus da safra, da colheita, da abundancia. Entendes? – indagou com voz suave.
Aderbal;
--- Eu queria saber como foi que esse demônio entrou no meu escritório! – falou o homem pensativo.
Edgar:
--- Para um espírito não há barreiras! Tudo para ele é fácil. Ele não tem corpo. É só o espirito. Ele entra e sai em qualquer lugar! Se for falar de como um espirito se alimenta, eu posso dizer. Ele se alimenta do que a pessoa come. Ele não come propriamente. Ele se alimenta do néctar. Se ele é um bêbado, ele bebe o que a pessoa em vida bebe. Ou supõe que bebe. Quando se morre, por assim falar, se é um mau espírito, ele caminha nas trevas. Em terrenos úmidos. No escuro. Eles procuram a escuridão. O claro é terrível para um espírito das trevas. Ele não enxerga. Mas se ele for um espirito nem do mal nem do bem. Um espírito que vaga, então ele apenas procura as pessoas que com eles viveram, muitas vezes a centena de anos. Se ele for de outra Terra, digamos assim, ele busca onde for, um parente que ele um dia teve. O mundo dos espíritos é muito vasto. Hoje um espirito está na Terra e, de repente, ele busca outro lugar. Isso se faz em um instante. É o Éter.  Eles somem como um raio. Nos dias atuais um grupo de pessoas se comunica com espíritos de “demônios” ou um bafomé. Essa é uma tradição mística, oculta e desigual. O nome apareceu pela primeira vez na consciência popular inglesa, no século XIX. É uma figura ocultista e apresentada inclusive no Convento de Cristo. É um monumento histórico erguido na cidade de Tomar, em Portugal. Ele pertenceu a Ordem dos Templários fundada em 1169. Ali se conserva a Ordem de Cristo. A  história em torno de Bafomé  foi intimamente relacionada com a Ordem dos Templários com apoio do Papa Clemente V. Esse Papa queria revogar o tratado que isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas à Igreja Católica. Diga-se de passagem, que Bafomé foi um desenho feito pelo padre Eliphas Levi, em 1854. E publicado no seu livro “Dogma e Ritual da Alta Magia”. Essa figura foi bem atribuída aos Templários. Mas a ilustração representa o Deus à face do Criador com quatro rostos. Hoje se declara ser o Bode de Mêndes e não passa de uma figura ocultista.
Aderbal fitou Edgar com a sua boca aberta sem nem acreditar no que ouvia. Nomes atribuídos a uns Cavaleiros nunca por ele prestado atenção. E assim, Aderbal estava mais desnorteado do que antes. Ele não entendia de coisa alguma do dito por seu fiel amigo. E se repetisse tudo outra vez, seria então a maior confusa na sua mente. E se ele buscasse estudar novamente, seria um precipício. Planetas, espíritos, destruição. Era tudo isso uma barafunda. A questão era perguntar ao seu mestre de onde ele sobe de tanta coisa.
O Iluminado traria conteúdo maior para Aderbal saber do que seria a matéria, o períspirito e o próprio espirito. Era uma elite politica dedicada aos estudos, ensinamentos e propagação da história. E tais personalidades estão como os senhores da Terra e de todo o Universo. São doutores em ciências de forma altíssima os quais ninguém jamais se voltou. O Espiritismo já era quando os verdadeiros espíritos viajavam pelos caminhos dos vastos territórios da mente. Os espíritos migravam de planeta em planeta e se incorporavam em seres de novos mundos formando uma família de longas eras. E assim, vieram os chamados deuses quando os nunca sábios os chamavam dessa forma. Era o povo do espirito a contribuir por outros caminhos nunca explorados. Ensinar aos menores a ciência dos mais ilustrados. Os espíritos usam uma tecnologia secreta para modificar a atmosfera do próprio planeta onde eles estão.
Edgar.
--- Nós temos recebido nos recentes anos várias crianças. Elas mostram uma tendência natural para a ciência espírita. Não crianças que se julgam espiritas. Mas há espíritos nessas crianças, notadamente espíritos evoluídos. Alguns de outros planetas. Eles chegam até nós por querer nos ajudar a resolver problemas cuja missão é de apenas auxiliar as nossas criaturas ainda viventes. Eu sigo o principio do espiritismo puro. Quando a moça com quem eu deveria casar e ela se foi, então eu vivi dramas horríveis até o dia em que o espírito da tão inocente jovem me pediu que eu fizesse um Centro na Cidade. E eu fiz. – declarou bem devagar o doutor Edgar.

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