- SONHOS -
- 10 -
SENHOR
Naquele momento o doutor Aderbal Macedo ficou sisudo e calado
observado nos olhos do seu confrade para ter certeza de Edgar Penteado ter
falado a verdade insofismável. A sua cabeça rodou por todos os sentidos
esmiuçando cada setor da longínqua Inglaterra sem saber de nenhuma verdade.
Romana seria um nome inglês com certeza. Mas, daí para Jéssica era um tempo
infindável. A sua esposa, se tivesse algo de ligação com família inglesa por
certo Aderbal saberia com certeza. E a esposa teria dito algo relacionado com
os seus antepassados. Bisavós, tataravós ou mais assim. Na verdade, a senhora Jéssica
nunca valara sobre o seu ramo ancestral. Também esse tópico nunca foi tão
importante para Aderbal. Ele então ficou a reformular as suas ideias:
Aderbal:
--- E de onde eu vim? – quis saber com pressa.
Edgar:
--- Bem. Você veio de seus pais. Seus pais vieram de seus
avós. E assim por diante. Agora, o seu nome é tão somente “fenício”. Aderbal é o culto
a Deus Baal. Você é um homem que enfrenta desafios. Você tem muita energia
e uma personalidade decidida. Ousadia e
Independência. Baal significa Senhor, Lorde ou mesmo Dono. Esse deus era
conhecido também por Enki, o Senhor da Terra. Isso está nos Livros dos Juízes
da Bíblia Hebraica. – explicou com tranquilidade o doutor Edgar Penteado.
Aderbal:
--- Fenício! Fenício! Fenício! E qual a minha ligação com
Jéssica? – fez questão em saber com sua curiosidade assumida.
Edgar:
--- Você é o Dono. Ela é a que tem riquezas. Sendo você o
dono da riqueza está a razão dessa união. –falou com acerto o advogado.
Aderbal.
--- Mas...Puta merda! Puta merda! Eu não pergunto mais nada a
você! O homem sabe de tudo! Ora porras! – falou o homem em profunda decisão.
E Edgar, então gargalhou com o modo do homem falar. Mesmo
assim se conteve e logo após explicou não saber de tudo. Apenas era uma questão
de dedicação aos estudos. Não raro surgiam casos interessantes e ele começava a
ler a questão. E pediu desculpas a Aderbal pelo que nessa ocasião relatou de
fato. De seu modo, Aderbal ficou a fitar Edgar e sorriu no final. Após esse
tempo deu-lhe um abraço forte de orgulho e contentamento.
Com certeza disse Edgar o que havido foi um alguém a estar no seu escritório
fazendo tudo o feito. Talvez Ramona tenha sido um parente de Jéssica,
justamente em outra existência e veio repor algo no seu devido lugar em
contrapartida com um elemento do mau cujo objetivo foi prejudicar os negócios
de Aderbal. Talvez houvesse união entre Aderbal
– que teria outro nome, com certeza – e esse outro ente despeitado com a
sua união com a senhora Jéssica.
Edgar.
--- Varias coisas nos acontece sem se saber por quê.
Talvez houvesse uma antiga união entre você e a sua senhora. Então,
justamente no atual tempo o espírito voltou com toda ira para se vingar de
você. Eu mesmo não posso afirma esse caso. Eu apenas deduzo. Não raro a gente
descobre isso nos sonhos. Você sonha com frequência? – quis saber Edgar.
Aderbal.
--- Na verdade, eu sonho. Ontem, por exemplo, eu sonhei com
uma casa muito antiga. Era na Avenida Rio Branco de que sai da Ribeira, do lado
direito. Eu cheguei nessa casa à procura de uma pessoa. Essa pessoa era muita
minha amiga. Tinha sentada do lado de fora da casa uma anciã. E ela recomentou
eu pedir licença. Eu entrava na casa e olhava o quarto de dormir, logo frente
após a sala de visita. Eu olhava para um lado e, no alto, estava uma mocinha
com seu namorado. Ela apenas olhava para mim. Estranho esse sonho. – relatou o
homem a seu amigo.
Edgar:
--- Só isso? – indagou o advogado.
Aderbal.
--- Só isso. O que pôs a imaginar é apenas a anciã. Uma
mulher de pouca estatura. Não muito forte. E vestia cinza clara. Quem seria? –
perguntou com estranho modo o senhor.
Edgar:
--- Não sei. Você é o dono do sonho. – disse por sua vez o
advogado.
Aderbal:
--- Eu não conhecia a anciã. – declarou o homem meio
desvanecido.
Edgar.
--- Na verdade a gente sonha com o passado, às vezes
distante. Por exemplo: Eu tenho um sonho com alguém que, no sonho, eu o
conheço. Mas não lhe sei o nome. Mesmo assim eu o conheço. Somos velhos amigos.
E quando acordo eu me lembro do sonho e da figura. Porém não me lembro dessa
figura em momento algum. Isso parece estranho. Porém não é. A figura que eu vi
no sonho talvez tenha sido de tempos remotos. De outra geração. Um compositor
faz uma música, mas não se lembra de onde tirou aquela música. Veja bem que ele
teve uma geração de musicistas. Afirma-se que Beethoven já compunha aos cinco anos de idade. De onde
vem tanta prodigalidade? – inquiriu com suspeita o advogado
Aderbal:
--- A propósito: que é esse deus Baal? – perguntou o homem
revertendo o assunto.
Edgar:
--- Para os hebreus, Baal é um demônio. Um deus pagão dos
fenícios. Ele era adorado pelos Cananeus e Fenícios. Baal significa “O Senhor”.
Baal é filho do deus Dagon. Para alguns historiadores Baal é um duque. Ele
chegou a ser comparado com Satanás. Mas na verdade, Baal é o deus da safra, da
colheita, da abundancia. Entendes? – indagou com voz suave.
Aderbal;
--- Eu queria saber como foi que esse demônio entrou no meu
escritório! – falou o homem pensativo.
Edgar:
--- Para um espírito não há barreiras! Tudo para ele é fácil.
Ele não tem corpo. É só o espirito. Ele entra e sai em qualquer lugar! Se for
falar de como um espirito se alimenta, eu posso dizer. Ele se alimenta do que a
pessoa come. Ele não come propriamente. Ele se alimenta do néctar. Se ele é um
bêbado, ele bebe o que a pessoa em vida bebe. Ou supõe que bebe. Quando se
morre, por assim falar, se é um mau espírito, ele caminha nas trevas. Em
terrenos úmidos. No escuro. Eles procuram a escuridão. O claro é terrível para
um espírito das trevas. Ele não enxerga. Mas se ele for um espirito nem do mal
nem do bem. Um espírito que vaga, então ele apenas procura as pessoas que com
eles viveram, muitas vezes a centena de anos. Se ele for de outra Terra, digamos
assim, ele busca onde for, um parente que ele um dia teve. O mundo dos
espíritos é muito vasto. Hoje um espirito está na Terra e, de repente, ele
busca outro lugar. Isso se faz em um instante. É o Éter. Eles somem como um raio. Nos dias atuais um
grupo de pessoas se comunica com espíritos de “demônios” ou um bafomé. Essa é
uma tradição mística, oculta e desigual. O nome apareceu pela primeira vez na
consciência popular inglesa, no século XIX. É uma figura ocultista e
apresentada inclusive no Convento de Cristo. É um monumento histórico erguido
na cidade de Tomar, em Portugal. Ele pertenceu a Ordem dos Templários fundada
em 1169. Ali se conserva a Ordem de Cristo. A
história em torno de Bafomé foi
intimamente relacionada com a Ordem dos Templários com apoio do Papa Clemente
V. Esse Papa queria revogar o tratado que isentava os Cavaleiros Templários de
pagar taxas à Igreja Católica. Diga-se de passagem, que Bafomé foi um desenho
feito pelo padre Eliphas Levi, em 1854. E publicado no seu livro “Dogma e Ritual
da Alta Magia”. Essa figura foi bem atribuída aos Templários. Mas a ilustração representa
o Deus à face do Criador com quatro rostos. Hoje se declara ser o Bode de
Mêndes e não passa de uma figura ocultista.
Aderbal fitou Edgar com a sua boca aberta sem nem acreditar
no que ouvia. Nomes atribuídos a uns Cavaleiros nunca por ele prestado atenção.
E assim, Aderbal estava mais desnorteado do que antes. Ele não entendia de
coisa alguma do dito por seu fiel amigo. E se repetisse tudo outra vez, seria
então a maior confusa na sua mente. E se ele buscasse estudar novamente, seria
um precipício. Planetas, espíritos, destruição. Era tudo isso uma barafunda. A
questão era perguntar ao seu mestre de onde ele sobe de tanta coisa.
O Iluminado traria conteúdo maior para Aderbal saber do que
seria a matéria, o períspirito e o próprio espirito. Era uma elite politica
dedicada aos estudos, ensinamentos e propagação da história. E tais
personalidades estão como os senhores da Terra e de todo o Universo. São
doutores em ciências de forma altíssima os quais ninguém jamais se voltou. O
Espiritismo já era quando os verdadeiros espíritos viajavam pelos caminhos dos
vastos territórios da mente. Os espíritos migravam de planeta em planeta e se
incorporavam em seres de novos mundos formando uma família de longas eras. E
assim, vieram os chamados deuses quando os nunca sábios os chamavam dessa
forma. Era o povo do espirito a contribuir por outros caminhos nunca
explorados. Ensinar aos menores a ciência dos mais ilustrados. Os espíritos
usam uma tecnologia secreta para modificar a atmosfera do próprio planeta onde
eles estão.
Edgar.
--- Nós temos recebido nos recentes anos várias crianças.
Elas mostram uma tendência natural para a ciência espírita. Não crianças que se
julgam espiritas. Mas há espíritos nessas crianças, notadamente espíritos
evoluídos. Alguns de outros planetas. Eles chegam até nós por querer nos ajudar
a resolver problemas cuja missão é de apenas auxiliar as nossas criaturas ainda
viventes. Eu sigo o principio do espiritismo puro. Quando a moça com quem eu
deveria casar e ela se foi, então eu vivi dramas horríveis até o dia em que o
espírito da tão inocente jovem me pediu que eu fizesse um Centro na Cidade. E
eu fiz. – declarou bem devagar o doutor Edgar.
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