- Dolores del Rio -
- 07 -
ASSALTO
Aderbal Macedo pensou logo em gatunos para, talvez, levar
algum conteúdo ou mesmo o cofre de ferro de cor verde a uma altura
significativa e largura com profundidade de meio meto para um e outro meio para
um lado e para outro. Ele parou quando começava a andar. Talvez pudesse mandar
o auxiliar à polícia. Talvez não. Enfim, o homem falou para Moacir ficar onde
estava e não deixasse ninguém se aproximar do escritório. O rapaz entendeu e
procurou se apoiar na parede e esperar talvez meia hora ou coisa assim. Fazia
calor àquela hora da manhã e outros escritórios do prédio não começaram o seu
expediente apesar de estar em cima do horário. Um servente surgiu do fundo do
solar. Ele estava com uma vassoura na mão. Ao se acercar do escritório do rapaz
foi indagando:
Servente;
--- A chave se partiu? – indagou o servente.
Moacir.
--- Não. Ao que parece foi roubo mesmo! – falou tenso o
rapaz.
Servente:
--- Roubo? Como roubo? Quando todos saem eu fecho a porta lá
embaixo. Eu tenho a chave e é a única existente. Além do mais eu moro aqui. E ontem,
depois do último a sair, eu fechei todo o prédio! – relatou com ênfase o
servente.
Moacir:
--- Então não sei o que explicar. Eu pensei que fosse um
tufão. Nem a janela sofreu danos. Não sei! – declarou o rapaz ao servente como
decaído.
A porta do escritório estava trancada com o cadeado e tudo
para se puder abrir ou entrar. Naquele instante chegou ao local o amigo de
Aderbal Macedo vindo de longas datas o doutor Edgar Barreto. E como de costume
cumprimentou ao rapaz e ao servente. Como tudo estivesse trancado, inclusive a
cadeado, Edgar estranho o motivo. E então buscou compreender o que existia de
fato.
Edgar:
--- Aderbal perdeu a chave? – indagou o homem um pouco
assustado.
Moacir:
--- Não senhor. É porque ao abrir a porta notou uma coisa
estranha. Talvez um larápio. Ele resolveu fechar a porta enquanto foi à polícia
chama o delegado. – foi o que disse o rapaz.
Edgar:
--- Ah sim Larápio é coisa perigosa. Bom. Eu vou andando
porque tenho um compromisso dentro de alguns minutos e não posso me atrasar.
Cuidado. Não deixe ninguém entrar. Espere pela polícia. – relatou o homem
enquanto seguia para o seu outro compromisso.
Passaram-se hora e meia para a viatura da polícia chegar. O
delegado, dois soldados e mais Aderbal Macedo. No edifício todos os locais onde
funcionavam médicos, dentistas, contadores, advogados e tudo mais já estavam
abertos a funcionar. Uma menina de seus cinco anos esperava pelo dentista em
companhia de sua mãe. Três outros pacientes também estavam à espera. Uma mulher
esperava a vez de ser atendida pelo médico. Duas moças estavam a conversar e
sorrir em uma porta aberta logo à frente do sobrado. A porta tinha a metade
protegida para se evitar uma circunstancial queda. No corredor podiam-se
observar os demais escritórios. Quando o delegado chegou ao escritório do
doutor Aderbal Macedo, homem de negócios, ele pediu para abrir a porta. O rapaz
Moacir, olhou para o seu chefe e obteve a ordem. De imediato destrancou o
cadeado e pôs a chave na fechadura. A porta se abriu e o delegado olhou. Um
espanto total. O delegado indagou do seu Aderbal.
Delegado:
--- O que foi feito aqui.? - - falou serio o delegado de
policia.
Aderbal
--- Como? – e olhou também.
O rapaz Moacir se assustou com o fato. Apenas as cinco
pessoas estavam presentes. O escritório estava em ordem. Nada restava como o
rapaz Moacir e o seu chefe Aderbal encontraram no inicio. Tudo estava em seu
lugar como se nada tivesse sido mexido.
Um arrepio pegou Moacir como de surpresa. Aderbal Macedo comentou o
caso.
Aderbal.
--- Mas o que houve aqui? Você abrir a porta para alguém? –
perguntou o homem cheio de cuidados.
Moacir:
--- Não senhor. Eu não saí daqui. Fiquei conversado com o
Servente. Ele mora ao lado. – falou como se tivesse sido em forma de torpor.
Delegado:
--- Vamos investigar o que houve de verdade, - pronunciou o
homem.
A partir de então, o delegado deu ordens para os soldados
guarnecerem a porta e para dentro do escritório apenas o dono e seu auxiliar quando
houvesse a plena necessidade. De começo, o dono e seu auxiliar ficaram dentro
do escritório, mesmo assim não podiam pegar em nada. O delegado olhou a mesa
onde estava a máquina de escrever e olhou de volta para Aderbal e esse fez
menção de não saber como se deu tudo aquilo. E ainda falou:
Aderbal:
--- Ela estava ao contrário. – falou nervoso.
Moacir:
--- O meu birô estava com as gavetas reviradas. – descreveu o
auxiliar.
O delegado olhou o birô e indagou se era aquele junto a
maquina de escrever. Moacir respondeu afirmando. O cofre estava trancado como
se deixava todos os dias. O birô do senhor Aderbal estava impacto. Em nada fora
tocado. As pedras de vidros onde se segurava os papéis de expediente estavam
normais. E delegado pesquisou quadro por quadro. Na sala tinha um grande balcão
de média altura. O homem tocou numa das portas e essa se abriu para um lado.
Ele indagou de Aderbal se tinha vistoriado aquele local e o homem deu negativo.
E continuou a busca de algum detalhe. Um par de sandálias estava disposto do
chão. E delegado apenas olhou as sandálias. De uma forma cortes o tenente
indagou sobre aquelas sandálias.
Delegado:
--- Esteve alguém aqui? – falou o tenente do lado de balcão.
O homem respondeu de imediato esticando o pescoço para ver o
que estava naquele local. E afirmou:
Aderbal:
--- Que eu saiba, não. Algo errado? – indagou inquieto.
Tenente:
--- Um par de sandálias. Talvez de menina. Alguma das vossas
filhas? – indagou surpreso.
Aderbal:
--- Eu tenho uma neta. Ela estuda. Nunca vem aqui. – afirmou
o dono preocupado com o achado.
Tenente:
--- Tem um nome gravado nas sandálias. Ramona. É o seu nome?
– perguntou o delegado sem tocar nas sandálias.
Aderbal se soergue e falou sem ver as sandálias.
Aderbal:
--- Ramona? Não. Deve ser a marca. Mas eu não tenho lembrança
de crianças em meu escritório. Ramona? – falou desconfiado o dono do
escritório.
Tenente:
--- Sim. Ramona. E foi escrito à caneta. – falou o tenente
apanhando um saco e pondo dentro o par de sandálias Então indagou do auxiliar.
Tenente:
--- Por caso o senhor conhece esse nome? – quis saber de
Moacir.
Moacir:
--- Não. Nunca nem ouvi falar em tal nome! – falou o auxiliar
estremecendo de temor.
Aderbal:
--- Que nome! Ramona! É estrangeiro senhor? – indagou
abismado vendo então as sandálias dentro de um saco.
Tenente:
--- A perícia verifica a procedência. E uma fita de cabelo.
Parece ser de veludo. – confirmou o delegado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário