quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O SENHOR DE LUTO - Capítulo Quinze -

- ZÉLIA -
- 15 -
ALMA
Todos os médiuns presentes ficaram a observar o ancião Melchiardes com a sua explicação sobre a matéria e a alma. Desde tempos remotos vem se perguntando o que faz a alma quando morre a pessoa num momento crucial de sua existência. Em idades mais remotas ainda, os sumérios tinham uma concepção de a alma ser o principio de tudo. Isto é: a concepção era o primeiro entre outros passos. O tempo passou e não se conhecia o sentido da alma. Os estudiosos de após admiravam o belo e por isso mesmo eles admiravam a alma. No decorrer dos milênios, surgiram várias versões sobre o significado do espirito. Após tantos milênios ainda hoje se pergunta como é feita a fusão da alma de do corpo. As teorias mais avançadas alegam ser o espirito aquela alma de um ser que um dia partiu. Após certo tempo, ela resolve retornar para rever os seus erros e acertos. Esta é a função da alma ou espirito. Quando a pessoa morre, o períspirito se passa a um seguimento onde tudo ele ouve e enxerga do certo e do ruim. Quando o espirito retorna em outra existência, já é sabedor que ele fez de errado. E, por consequência, ele não mais o fará.  Essa é a ciência da alma. Ela existe quando o espirito está em um corpo. Então, por consequência, o espirito é a junção dele com o corpo físico e corpo energético. Três em um só. O ser já existe antes do corpo. Quando a pessoa morre, ela tem mais acesso a memoria tanto da vida presente como das vidas passadas. Contudo, algumas pessoas não acessam pelo fato de não saber lhe dar com essas memorias, ou seja, ver na clarividência do presente os efeitos de outras vidas pelo qual já existiram.
Melchiardes:
--- Com eu falei há pouco o processo é gradual. Nós temos laços que nos prendem ao corpo físico. É como uma lamparina. Ela pode reacender por um momento a chama por existir combustível em sua matéria que é aquele fio que conduz o querosene até o topo. Mesmo assim, isso é definido como um tempo de nada. À medida que o espirito se desliga, a luz vai se esgotando. Vale lembrar que o sendo espírito mais evoluído esse processo é bem mais rápido. Quando o espírito menos evoluído esse processo se torna mais lento. Eu até comento o caso que se deu em um bairro aqui de Natal. Um espírito era tão apegado à matéria, pois toda vez ele estava sentado em um tronco de pau esperando a sua condução. Esse é um atraso mental do espírito. O que determina o grau de evolução do espirito é ele mesmo se desprender daquela que antes foi matéria. É preciso anos, talvez séculos para tal fim. – afirmou o ancião.
Edgar:
--- Quer dizer que nós nos batemos com os espíritos na rua? Até conhecidos? – indagou surpreso.
Melchiardes sorriu antes de responder. Então iniciou a conversação.
Melchiardes:
--- E como se bate. Veja bem: quem costuma ir ao cemitério, vai encontrar milhares de espíritos. Tem do lado de fora como do lado de dentro. Agora, eu costume dizer: levem flores para as almas. Mas, não se esqueçam de que, muitas dessas almas ou espíritos já devem estar ocupando outro corpo. Pode ele está aqui ou em outro país. Mas as flores servem de alivio para outros espíritos. Muitos deles recolhem o néctar das flores. Tem espíritos de mendigos que um dia foi muito rico em bens e dinheiro. É um pouco difícil de saber se eu, quando for para o além vou ficar ciente do que em fiz aqui na Terra. Tenho o direito de me lembrar de tudo o que eu faço. E tenho o direito de saber de outras vidas que eu tive. Mas, eu não sei se vou lembrar-me de tudo. Eu posso ser até um mensageiro evoluído. Vai depender muito do que eu faço onde estou na Terra. Eu diviso muitos seres que já passaram pela vida e, agora, seguem sem destino. Alguns ficam lendo os livros que não tiveram tempo de ler quando em vida. Outros guardam iras. Tem espirito vingativo. Ele arranja um meio de matar que a ele matou. É uma verdadeira feira ou um carnaval. – explicou com muita atenção.
Edgar:
--- Mas, diga-me uma coisa: quem morre por afogamento, ele se liberta do seu corpo.
Melchiardes:
--- Depende da vontade dele. Se for um beberrão, ele ainda vai ficar por algum tempo. Se for uma moça, com as três inocentes que você está querendo saber, estas podem se libertar da vida terrena. No entanto, elas ficam durante séculos na sua casa. Se derrubarem a casa e construírem outra, não há problema. Elas ficam na mesma casa, pois o espirito não escolhe a casa em que mora. O espirito fica aonde for o que achar melhor. O que achar melhor para ele, bem entendido. Por falar no caso das três moças, elas podem ter migrado para Natal ou mesmo viajado para outros locais, como a Escócia e Grã Bretanha. Vai depender muito da vontade das três. Mas, digamos que elas preferem viver em Natal. Então elas ou apenas duas irmãs ficam nesse local. – falou bem manso o ancião.
Edgar:
--- Mas a vida espiritual é continua? – indagou sem entender ao certo.
Melchiardes:
--- Nós nunca deixamos de estar no mundo espiritual. O períspirito continua existindo. E como eu já frisei. Os laços aqui na Terra precisam se desfazer. E esses desprendimentos vão ser de pessoa para pessoa. Exemplo: um criador de gado; ele está tão habituado com o seu meio de vida que, quando ele morrer, o espírito fica como se pudessem dar ordens. Não raro, um filho tem mais fluidos com os fluidos do seu pai, e toda vez que o criador de gado da uma ordem o períspirito do filho recebe aquela ordem e faz o que o seu pai ordena. Veja isso: Quem não se lembra de ouvir dizer: “Ah! No tempo do meu pai, isso era diferente”. Ele está traduzindo a ordem do seu pai. – explicou o ancião.
Edgar:
--- Cada um morre conforme viveu? – indagou.
Melchiardes:
--- Nem sempre. Nem sempre. Há morte indesejável. O cidadão morre por uma chifrada de touro, ou um desastre de carro. Ou mesmo por um naufrágio. Terá ele escolhido o modo de morrer?  Pode até ser. Por exemplo: as três moças. Elas eram comandantes de umas embarcações em suas vidas anteriores. Então, elas guerreavam. As três – pode ser espírito de homens também – ordenavam o massacre dos prisioneiros de outra embarcação, por sinal, inimiga. Elas voltaram agora e se juntaram novamente. E morreram em um naufrágio. Pode ter sido até assim. Há uma explicação para tal. Os espíritos de muita gente um dia voltam mesmo em países diferentes, e morrem em circunstancias semelhante. Todos eles sucumbem. Entendeu o senhor? – indagou o ancião.   
Edgar:
--- Mas. ... E se não era elas ou eles os comandantes dos outros naufrágios? – indagou com convicção.
Melchiardes:
--- Há muitas explicações para tal desfecho. Por exemplo: elas queriam se vingar de alguém. Ai está o seu pai. Mas não se pode dizer ser o pai. Apenas se sabe se houver interrogação às vítimas. Afinal foram muitas pessoas. Não se levando em conta as outras pessoas, temos que seguir por algum caminho. E o nosso é os das três irmãs. Entendido? – pediu o homem a confirmação.
Edgar:
--- Entendo perfeitamente. E se o caso não de vingança? - perguntou com cuidado.
Melchiardes:
--- Entendido: Morrer, longe de ser um descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é puramente recomeçar a viver. A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução. A matéria em que nos encontramos imersos é abençoado campo de luta. A cada dia é um recomeço. Quando morremos continuamos a viver em outro plano. Não é pura vingança. A vida acaba naquele instante para recomeçar logo após. Se nós formos um espírito ruim, então levaremos um pouco mais de tempo. Porém, se formos bons, e morrermos por um acidente, nunca confie que é morte acidental. É o passar dos tempos. Mas se formos um bebê, tem-se o mérito de que um bebê resolve voltar para a vida anterior e renascer de novo,  pois naquela família ele não desejava permanecer. Era um bebê? Sim! Mas o espirito já não tem idade. Ele sabe quem seriam seus pais. E essa criança resolve voltar ao seu espirito para depois reiniciar. – explicou o ancião.
Edgar:
--- Então é prudente se ouvir as três moças? – o home sem muito acerto indagou.
O ancião suspendeu os ombros como quem diz não ou não sabe. Ou mesmo se acharem prudentes.
Melchiardes:
--- Amigos. Se nós pudermos conversar com esses espíritos será uma maravilha. Entendamos: não existe apenas um só espírito. Se nós pudéssemos percorrer nessas avenidas, encontraríamos seres aos milhares. Hoje, na Terra, temos nada menos que 18 bilhões de seres desencarnados procurando então retornar a um corpo físico. Bilhares deles não retornam. Tem-se como meta se um espírito que se reencarnar terá que esperar milhares de anos. Alguns retornam mais depressa. E eu não sei a razão. Mesmo assim, no além outros permanecem à espera da reencarnação. Nos lugares mais distantes da Terra, em outros planetas já é sabido ter bilhões de seres em busca de um lar. Existem no Universo, bilhões de estrelas com bilhões de aglomerados de algo como a Terra. Se alguém reencarna em outros planetas é provável ser naquele espaço bem melhor para ele. É o Universo. E dentro desse Universo tem outros Universos. É  um multiverso. – afirmou o ancião.
Edgar:
--- Já ouvi falar desse Multiverso, ou seja, Multe Universo. Um fabrica, ou melhor: refaz a si próprio como sendo o outro. Não é bem assim. Melhor dizendo: como uma bolha no mundo. Somos vários. Eu posso estar em outro lugar em outra vida. Isso é incrível. – falou com sapiência o advogado.
Melchiardes:
--- Esse é o conceito da sinergia. Cooperação. Sinergia é um trabalho ou um esforço para se realizar uma tarefa muito complexa e se poder atingir o seu êxito. – ratificou o ancião.
 

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